— Salaam Aleikum! — Uma moça completamente coberta surgiu, aproximando-se de Aldous e Ianos com leves passos.— Aleikum Essalam! — retribuiu Aldous, pegando Sigmund para mantê-lo imóvel. — O homem está selado, se observei bem, será incapaz de manter a ordem mental… é um bom momento para lidarem com ele!— Os selos são frágeis! — reportou Ianos. — Dependendo de quanta força aplicarem no romper, eles danificarão o homem, o que auxiliará.— Guardamos muitos… agradecemos! Lidamos com o homem.Ianos pegou Chase no colo e começou a caminhar para cima.— Posso cuidar do herdeiro!? Aproveitar-se da louca sabedoria para fazer isto consigo mesmo é ainda mais insano! — criticou Ianos.Sigmund silenciou, vozes enraivecidas ecoaram em sua mente, jurando morte ao iluminado. Aldous seguiu Ianos e sentou, apoiando Sigmund com um dos braços e ajeitando seu cabelo para deixar a nuca à mostra.— Precisa aquietar-se, ele não pode errar, é letal! — ameaçou Aldous.“Sim, senhor.”, ecoou a voz de Sigmund em
— É como terapia… — disse Aldous, tomando o vinho. — Quando lidou com o primeiro murmúrio de Algos nesta vida?— Cedo… — respondeu o menino, reflexivo.— Se quiser descansar a taça, fique à vontade. Não queremos estresse.Sigmund aceitou a sugestão, deixando a taça a sua frente.Lembrou-se de caminhar num deserto de areia avermelhada, junto a pessoas de pele amarelo-acastanhada, castigada pelo sol e pela rubra areia.Agitou a cabeça.Era seu quinto ano de vida e o palpitar chegou, a intensa sensação ansiosa, anúncio do despertar de Algos.— Agora, é Sigmund… se não erro, está lembrando outra coisa. Perguntarei e me responda rápido. Seu nome?— Ja- Sigmund! — suspirou, em negativa. — A primeira vez que me tocou. Sigmund. Ranna morrendo. Impulso de autopreservação mal interpretado. O elo piorava. Seu desprender… senti…— Poderia ter optado por fugir mais cedo, por que não o fez?— Porque não sei desistir, talvez sadismo. Custa cortar o elo emocional. Isto me causa mazelas grandes. Não d
Foi um emergir longo. Os primeiros sinais de consciência se manifestaram com um abraço no saung.Aldous serviu-se com vinho para aguardá-lo.Sigmund abriu os olhos, incomodado com a pouca luz dos castiçais.— Olá, monge! — Aldous sorriu.— Oi, mestre! Treinamento? — questionou, olhando ao redor.— Não, como se sente?— Como se meus olhos estivessem fechados por muito tempo… mas bem… Logo, a visão normaliza…— Pedi ao monge estressado e peço a ti. É um momento delicado e, se não se cuidar, pode se perder. Seu corpo e sua mente mudarão… — Aldous empurrou a taça para ele. — Não sei o quanto mudará, nem o quão difícil será, então seja prudente e paciente, principalmente consigo!— Estou doente!? — Ele observou o próprio corpo.— Sim e não… tem um pouco de vida em você, dizem ser saudável, mas não creio — brincou, rindo. — É tarde e preciso averiguar algo. Fique à vontade, Himeros deve estar no quarto, mas não se descuide!Terminaram de beber e deixaram o local, Aldous indo ao seu quarto e
Antes do jantar, Aldous chegou.Chase já terminara o corpo do instrumento e trabalhava no arco.Prostrou-se ao guardião, ao vê-lo.— Meu pai. Nenhuma ocorrência em casa. O herdeiro estudou após um passeio nos degraus. Trabalho com meu pequenino. — Ele acariciou o instrumento recém-nascido. — Pseudos e Profasis lidaram com as poucas pendências, Himeros e Hibris estão bem… Hormes, Potos, Ftisis e Anesiquia lidaram com as almas do dia. Como o senhor está?— Bem, Epifron. — Aldous o escusou, sorrindo.— Como foi!? Problemas? — indagou, voltando a trabalhar no arco.— Nenhum… ela ajudará, claro! Fiquei detido durante a sesta, mas foi bom… Senti problemas, o que houve!? Não ouvi sobre no relatório.— Nada, meu pai. Só uma conversa, que não tem gosto bom. Passou!— Ótimo, me banharei e comemos. Presumo que ninguém comeu…— Não é tão necessário comer, sabe!? — Chase riu.Aldous seguiu ao quarto, em negativa.— Ouviu o homem, herdeiro. Precisamos comer! Banho.Sigmund juntou o material e corre
Sigmund deixou a máscara na cama e saiu, suprimindo a torrencial energética. Nos degraus, olhou ao redor, admirado pelo céu, e subiu, observando a paisagem entre os vãos dos degraus enquanto caminhava.Próximo à oitava escadaria, ele sentou.Alguns aprendizes curiosos circundaram, olhando-o, mas sem receber uma reação qualquer, nada fizeram, senão olhar e seguir sua caminhada.Logo, Goenix desceu e sentou ao seu lado.— Olá, monge! — Ele sorriu.— Não está bem!? — questionou Goenix, observando a instabilidade.— Estou sempre louco, mas bem… e você, como está?— Nossa, não esperava receber educação tão cedo… — Goenix riu.— Continue com piadinhas que eu te faço rolar degraus abaixo…Os dois riram.— Ketu está encurralado. Queremos lidar com ele. Alguns conflitos iniciaram e é difícil agir em meio a guerra civil. Felizmente, ele não está em Burma. Gradualmente segue ao ocidente. Isto nos é um trunfo! As regras diferem e a insana ordem irá engoli-lo, se não o pegarmos antes.— Seria difí
Sigmund caminhou com Chase na escuridão por alguns instantes.Ambos chegaram próximos a Aldous, no Grande Salão.Chase prostrou-se.— Mestre Algos! Minha mãe! — cumprimentou.— Olá, crianças. — Althea sorriu. — É ótimo encontrá-los… muito aconteceu nos degraus, não!? — questionou Althea, olhando Sigmund.— Perdão. Se não fosse o herdeiro de Penia, eu teria feito besteira.— Eu nem disse o quê… mas quero saber qual o assunto… sente!Aldous riu — aquela frase sempre funcionava! —, escusando Chase.— Posso ficar, minha mãe, mestre Algos? — pediu Chase.Ambos assentiram e Chase juntou-se, sentando no estofado de frente para Aldous. Sigmund foi até Althea abraçá-la.— Gosto do cabelo novo… o que estamos aprontando?— Quero aprender a lidar com as cordas do saung e farei novas do cabelo… para isto precisei estimular o crescimento.— Já estamos tão longe!? Nossa! — elogiou, acariciando seu rosto. — Então, eu me referia a conversa que teria com Goenix… mas que problema é este que o herdeiro d
Ao despertar, Sigmund sentou, respirando fundo, pensativo. Demorou para os agitados pensamentos acalmarem; resiliente, ele os deixou passar, afinal só haviam anseios que ele não podia executar.Estranhou o cabelo, mas uma sensação de familiaridade lhe deu conforto para não questionar. Terminando, com o saung nos braços, foi à cozinha, onde as gêmeas e Aldous conversavam frivolidades.— Criança! Bem-vindo de volta a realidade. — Aldous levantou para servi-lo uma taça de vinho, sorrindo.— Obrigado, mestre.— Logo é o momento da refeição, podemos estudar depois… então, nem se incomode em deixar a cozinha! — disse Aldous, dando-o a taça.— Obrigado, mestre.— Gostei do cabelo novo… — elogiou Latisha, desviando o olhar.— Não entendo bem o que houve, mas creio gostar… — riu.— Sabemos! — disse Laura, rindo da confusão estampada no menino.Sigmund, confuso, nada disse, sentou ao lado de Aldous para beber, enquanto os três conversavam sobre os últimos assuntos dos degraus.Um possível desaf
Sigmund desceu, ignorando os olhares e os murmúrios dos aprendizes.Chegando no plateau, ele abriu um largo sorriso, olhando ao redor.Ajoelhou-se próximo a um dos muitos lírios petrificados. Era energia cristalizada, mantendo-os intactos, vivos, em seu interior.— Como sabia!? — questionou, acenando em negativa. — Claro! Ele sabe de tudo, Sigmund… — ironizou.“Pude lembrar e vir com Epifron Chase. Sabia que gostaria.”, ele riu.— É seguro tocar!?“Creio que sim… se não for, eu lido com os danos.”O cristal era tão gelado a ponto de queimar a ponta dos dedos. Ele arrepiou-se com a dor, mas sua energia cobriu sua mão, como uma luva, lidando com os danos do congelamento.“Assim aprendemos que não…”, gargalhou.Sigmund acabou rindo também.“Ele chegou!”— Ele quem!? — Ele olhou ao redor e viu um rapaz aproximando-se.“Será intenso, controle-se!”— O quê!? Controle!?— O protegido do herdeiro de Penia — riu o rapaz.— Protegido!? — indagou, intrigado. — Deve estar me confundindo. Não conh