Ao despertar, Sigmund sentou, respirando fundo, pensativo. Demorou para os agitados pensamentos acalmarem; resiliente, ele os deixou passar, afinal só haviam anseios que ele não podia executar.Estranhou o cabelo, mas uma sensação de familiaridade lhe deu conforto para não questionar. Terminando, com o saung nos braços, foi à cozinha, onde as gêmeas e Aldous conversavam frivolidades.— Criança! Bem-vindo de volta a realidade. — Aldous levantou para servi-lo uma taça de vinho, sorrindo.— Obrigado, mestre.— Logo é o momento da refeição, podemos estudar depois… então, nem se incomode em deixar a cozinha! — disse Aldous, dando-o a taça.— Obrigado, mestre.— Gostei do cabelo novo… — elogiou Latisha, desviando o olhar.— Não entendo bem o que houve, mas creio gostar… — riu.— Sabemos! — disse Laura, rindo da confusão estampada no menino.Sigmund, confuso, nada disse, sentou ao lado de Aldous para beber, enquanto os três conversavam sobre os últimos assuntos dos degraus.Um possível desaf
Sigmund desceu, ignorando os olhares e os murmúrios dos aprendizes.Chegando no plateau, ele abriu um largo sorriso, olhando ao redor.Ajoelhou-se próximo a um dos muitos lírios petrificados. Era energia cristalizada, mantendo-os intactos, vivos, em seu interior.— Como sabia!? — questionou, acenando em negativa. — Claro! Ele sabe de tudo, Sigmund… — ironizou.“Pude lembrar e vir com Epifron Chase. Sabia que gostaria.”, ele riu.— É seguro tocar!?“Creio que sim… se não for, eu lido com os danos.”O cristal era tão gelado a ponto de queimar a ponta dos dedos. Ele arrepiou-se com a dor, mas sua energia cobriu sua mão, como uma luva, lidando com os danos do congelamento.“Assim aprendemos que não…”, gargalhou.Sigmund acabou rindo também.“Ele chegou!”— Ele quem!? — Ele olhou ao redor e viu um rapaz aproximando-se.“Será intenso, controle-se!”— O quê!? Controle!?— O protegido do herdeiro de Penia — riu o rapaz.— Protegido!? — indagou, intrigado. — Deve estar me confundindo. Não conh
— Meus filhos foram responsáveis por socorrer as crianças Ftonos e Algos. — Niklos disse, com semblante preocupado. — A presença de ambos não é necessária, afinal o pouco que viram é inconclusivo.— Presumo ter conseguido este pouco… — disse Alexa, olhando-o.— Sim, senhora. Se for necessário, tenho!— Alguém pode me ajudar, dizendo o que houve!? — indagou Patience. — Os degraus estavam murmurando, mas cri ser outra falácia.— Os envolvidos tiveram uma arguição que resultou num contágio proposital da Loucura de Algos. — Alexa narrou.Sigmund sorriu de canto da boca.As falas em tom de voz baixo espalharam-se na sala; surpresa e espanto estamparam-se em muitas faces.Os mais debochados riram e os mais preocupados, intrigaram-se.— É necessário entender o ocorrido para punir o perpetrador de tamanha tragicidade! — disse Nap, compondo a fração dos intrigados.— Algos tem algo a dizer antes? — indagou Alexa.— Não, senhora. — Aldous disse. — Concordamos que o herdeiro falará por si. Estam
— Gosto dela. — Aldous riu, observando a negra cúpula.— Isto frustrará os planos de treinar? — indagou Chase.— Presumo estar nas projeções… Para o bom andamento do treinamento, executamos somente com o monge, afinal, o buda rebelde irá preferir assumir a punição para si. Eu faria isto!— Sim, senhor. Mediante isto, mantemos as últimas diretrizes?— Nada sofrerá modificação ainda…— Profasis, pode se encarregar de seus cuidados?— Epifron, calma! Você não está afetando tão negativamente quanto presume… — disse Aldous, rindo de sua preocupação.— Sim, senhor.— Com tamanha rebeldia é difícil afirmar isto! — reclamou Alexa.— Ah! Anaideia, calada, és poetisa — disse Aldous, em negativa.Eles silenciaram.A grande cúpula desfez e Sigmund estava só.A marca deixada por Blair era evidente para os olhos mortos.— Com isto, encerramos a reunião — anunciou Alexa.Todos se cumprimentaram e seguiram para suas casas.— Poine, nos acompanha para pegar sua criança? — sugeriu Aldous.O rapaz olhou
O alívio em saber que não estava louco inundou Aldous.— Mestre, está bem? — indagou Sigmund, afastado, apreensivo com as diversas emoções que passearam no semblante de Aldous em instantes.— Sim, criança! — suspirou — Vamos ao Salão Principal.— Sim, senhor. Quer que chame Epifron? Ou Hibris?Aldous riu, negando, e ambos seguiram ao salão.Althea estava sentada à mesa, acompanhada de Dieter, Ignácia e Asah.Os quatro estavam formalmente trajados.Já havia vinho servido à mesa e Byron conversava com eles.— Senhora — prostrou-se Aldous.Automaticamente toda a horda o fez — mesmo que, há alguns instantes, a tenham recebido da mesma forma!— Crianças… não é necessário! — riu, aproximando-se de Aldous e estendendo a mão para auxiliá-lo a levantar. — Como está?— Bem. Como posso servi-la? — Beijou sua mão e levantou.— Tão formal! Quero conversar. Reúne as crianças, amor meu?Ao olhar ao redor e observar a ausência de alguns, Aldous assentiu e convocou todos, sem exceção. Os prostrados, p
Ambos seguiram ao quarto do menino e Althea o deitou na cama.Sigmund não sonhou ou viu seu outro eu, o que propiciou a calma que apresentou ao despertar, quando Althea o permitiu tal feito.— Como se sente, pequeno Sigmund?— Bem… — disse, esfregando os olhos.— Epifron, está bem para lidar com seu treinamento?— Não, senhora! Entreta-— Sem “mas”, “entretanto” ou “todavia”, Chase! — repreendeu. — Se não está bem, peço Profasis. Descanse, por Macária!— Sim, senhora. Perdão! — reparou-se.— Epifron, não está bem? — indagou Sigmund, olhando-o e vendo as manchas azuis. — A Loucura… — afirmou, abaixando a cabeça.— Terminei aqui, momentaneamente. Profasis se encarregará do seu treinamento nos próximos dias, tudo bem!?— O mestre não está bem? — indagou Sigmund, preocupado.— Não, mas melhorará. Precisa descansar. — Ela o beijou na testa. — E você precisa de banho! Logo Profasis o levará ao Grande Cemitério para eu averiguar sua saúde, até lá, cuide-se!— Sim, senhora. — disse o menino,
— Meia hora de estudo. Pegue o saung. — Fitz pediu, rindo da curiosidade do menino com o exercício das cordas. — Levarei a louça e trarei mais vinho para nós.Sigmund correu para buscar o saung.Observou que o ato de pegá-lo não ressoava em suas cordas, mas seguiu atento. Ao chegar, sentou à mesa tornando a aproximar a palma da mão, com o saung em seu colo, e a ressonância se fez presente.Ele riu da curiosa reação.Fitz voltou com vinho, as taças e algumas cordas.— O saung fez o mesmo — riu, mostrando a Fitz. — Quando pego, elas não vibram sós… estranho!— Algumas partes do corpo são preparadas para espalharem o impacto, poupando as cordas… — riu, observando o menino. — É uma característica de todo instrumento produzido por nós. Já observamos alguns instrumentos vivos capazes de manifestarem tal fenômeno.— Uau!— Trouxe cordas. Toquemos, já que outros estudos podem afetá-lo.Fitz lecionou parte da noite, expandindo o conhecimento do menino quanto ao saung. Os acidentes com as corda
— Anaideia é louca! Tenho sede por seu sangue! — esbravejou.A vontade da divindade, manifesta em sua silhueta, sorriu.— Alguns diriam que todos os meus filhos são loucos… Matá-la não resolverá. Quer diagnosticar e lidar, pequeno Sigmund?— Preciso! A única falha que tive após tantos anos de existência!— Um anseio alimentado por tanto egoísmo está fadado ao fracasso.— Ainda é impedir que ela siga sendo uma agente ativa da mais enojante esterilização intelectual que já vi e vivi!— Muitos fatores compõem a fórmula que nos trouxe aqui. As crianças, com a sinfonia escrita por mim, recebem diferenciação e isto adiciona dificuldades no contato com Anaideia após a missão como Lírio.— Anaideia é consequência? — indagou, franzindo o cenho.— Não só consequência da Loucura ou da guerra. A Crueldade mudou! Fato negligenciado por teus irmãos… — explanou, começando a dedilhar a harpa. — Contudo, creio que não veio para falar de Anaideia.— Quero poupar o mestre e o monge. Suporto! Prometo sup