- Eu não quero que ele saiba que eu piloto, Pauline.
- Por quê?
- Porque nosso pai não quer que eu conte para ninguém.
- Eu ainda acho que você deveria assumir ao mundo que ama pilotar e que é melhor que muitos homens.
- Talvez este dia chegue em breve. Mas por hora, não. Eu jamais faria isso sem falar com papai antes.
- Não entendo porque nosso pai sempre a incentivou e é tão orgulhoso de você ser uma ótima pilota e ao mesmo tempo a obriga a fazer disto um segredo.
- Você sabe como ele se sente com relação às filhas...
- Alpemburg é uma droga... O reino decidiu ser machistas justo agora, na minha vez de assumir.
- Claro que isso só aconteceu agora porque você será a primeira rainha. E eu tenho orgulho de você, Pauline.
Ela me abraçou e eu retribuí. Éramos assim, carinhosas uma com a outra, desde sempre.
Um forte flash, seguido do som de foto, fez com que levantássemos da cama rapidamente, com os cabelos desarrumados. E lá estava Aimê, batendo outra foto:
- Isso vai para a minha primeira postagem do dia. Estou pensando na redtag: “Estas princesas descabeladas são o futuro de Alpemburg?”
Ela sorriu debochadamente e eu gritei:
- Eu vou matar você.
Sai correndo enquanto ela já estava fora do quarto, correndo com suas pernas ágeis de criança. A persegui pelo extenso corredor dos quartos e Aimê parou próxima da escadaria, rindo sarcasticamente:
- Você só promete... Mas nunca consegue me pegar.
- Ah, sua monstrinha virtual.
Ela desceu rapidamente a escada, pulando dois degraus por vez. E sumiu pela porta principal, sem deixar vestígios.
Fiquei parada ao pé do último degrau da escadaria, ofegante, colocando minhas mãos no coração, que batia mais forte que o normal.
- Acho que você deveria começar a treinar corridas com as pernas e não só com carros. – observou minha mãe, junto de meu avô.
- Mãe, ela tirou fotos sem permissão. E disse que vai postar...
- Não vai postar porra nenhuma. – disse Satini.
Meu avô olhou para ela repreensivamente.
- Claro que vai. – contestei.
- Se ela fosse postar tudo que fotografa, ela não viveria fora do celular. – disse Satini subindo as escadas.
- Mas ela mal vive fora do celular. – aleguei.
Meu avô veio até mim e abraçou-me com força, erguendo meu corpo para que eu descesse da escada:
- Vai correr amanhã?
- Não.
- Por qual motivo?
- É uma corrida importante. Papai não falou nada sobre eu participar... Além disso... – me calei quando pensei em mencionar o que estava na minha mente.
- Fale, querida.
- Bem... Os Chevalier vão correr, não é mesmo?
- Se fosse para apostar, eu apostaria em você e não em Andrew.
Eu ri:
- Não brinque, vovô. Andrew é bom nisso.
- E você não é boa... É ótima.
- Eu não gostaria de ganhar de Estevan D’Auvergne Bretonne. – brinquei.
- Acho que em breve você superará seu professor... Que é seu próprio pai. – ele sorriu lindamente.
Eu era simplesmente apaixonada por meu avô. Ele era absolutamente incrível. Eu nunca o vi falar uma palavra ofensiva ou que denegrisse de qualquer forma a imagem de alguém. Ele era o tipo de pessoa que só tinha pensamentos bons e altruístas. Só existia uma pessoa que ele literalmente não gostava: o pai de Alef.
Como já mencionei, eu não sabia o que havia acontecido no passado entre ele, minha mãe, meu pai e meu avô. O certo é que ninguém tinha intenção de nos contar. Léia havia deixado o castelo visivelmente descontente, mas não contestou a decisão de meu pai.
O fato é que mesmo Alef e Léia tendo sido afastados, isso não o impediu de continuar vendo Pauline às escondidas. Mas só eu sabia sobre isso. Era um segredo entre nós duas. E embora eu não concordasse com o relacionamento tóxico que eles tinham, nunca trairia a confiança de minha irmã.
- Estressada com a pequena Aimê? – ele perguntou colocando o braço sobre meus ombros.
- Muito... Ela tem o dom de me irritar... Então fica aquela sensação de “eu amo uma monstrinha”. – sorri.
- Que tal um sorvete? Só nós dois? – ele convidou.
- Jura? Durante a manhã? – o abracei. – Claro que aceito.
Quando eu saía com meu avô, íamos sempre no carro dele. Era um dos momentos em que eu me sentia livre. E acostumado com a realeza desde sempre, ele tinha os melhores e mais divertidos disfarces no carro para que passássemos despercebidos em qualquer lugar.
Descemos os degraus até a garagem e em poucos minutos eu já estava sentada na frente, no banco do carona, procurando algo dentro do porta-luvas que me deixasse irreconhecível.
Ele ligou o carro e partimos enquanto eu escolhia um óculos grande, escuro e um boné com o símbolo da bandeira de Alpemburg, onde coloquei meus cabelos compridos e ruivos para dentro.
- O que achou? – perguntei fazendo caras e bocas, divertidamente.
Ele abriu um sorriso largo:
- Parece uma certa pilota de corridas que conheço que sempre disfarça sua verdadeira identidade.
- Ela seria ruiva? – brinquei.
- Ruiva, mistura do pai e da mãe... Mas com os olhos da avó mais linda do mundo inteiro.
- Vovó Pauline... – falei orgulhosa.
- Seus olhos são exatamente como os dela... Verde água, limpos e cristalinos. Foi a única coisa que sua mãe não herdou dela.
- Esta foi a minha herança. – sorri colocando a mão sobre a dele.
Eu sabia o quanto meu avô gostava de falar sobre Pauline, seu único e verdadeiro amor da vida inteira. Ele nunca se envolveu com ninguém depois que ela morreu. E isso já fazia mais de quarenta anos.
- Eu gostava de levar sua mãe para tomar sorvete. – ele disse estacionando em frente à sorveteria.
- Que bom que hoje tomar sorvete não é um sonho, como minha mãe tinha. Deve ter sido horrível viver por dezesseis anos trancada dentro de um castelo, tipo Rapunzel.
- Satini sempre foi forte. E depois que viemos a Alpemburg, vínhamos tomar sorvete todos os dias aqui.
- Agora sobrou sua neta para você pagar o sorvete.
Descemos do carro e Sean foi pegar o sorvete enquanto eu procurei uma mesa vaga na calçada para sentarmos. Ele trouxe-me sorvete de chocolate, como sempre. Minha mãe ainda vinha com ele tomar sorvete, mas com as filhas e as tarefas diárias enquanto rainha, o tempo dela começou a ficar curto. Mas ele tinha eu: a princesa que não era futura rainha, tampouco a famosa digital influencer do castelo. Alexia d’Auvergne Bretonne era só uma garota comum, em busca de si mesma. Romântica, tímida, cheia de pensamentos e ideias, tentando decidir o que fazer do seu futuro.
Pauline não teve muitas escolhas na vida. Seu futuro já estava traçado antes mesmo de ela nascer: ser rainha de Alpemburg. E para isso ela tinha meu pai e minha mãe ao lado dela. Eu me achava com sorte por poder fazer algumas escolhas, que meus pais não influenciavam tanto por eu não ser a filha mais velha. Eu só precisava decidir o que fazer. E só não podia ser pilotar carros, que era a coisa que eu mais amava na vida.
- Vovô... Sabe quanto tempo os Chevalier vão ficar? – perguntei fingindo despretensão.
- Não sei.
- Será que já chegaram em Alpemburg?
- Sim. Estevan me comentou algo sobre eles estarem perto do local onde será a corrida amanhã. Depois irão para o castelo de Alpemburg.
Ele deixou os óculos escuros descansarem bem na ponta do seu nariz, me encarando seriamente:
- Você acha que eu não sei que você gosta de Andrew?
Senti meu coração bater fortemente e fiquei sem jeito.
- Se você corar assim quando olhar para ele, não precisará falar absolutamente nada sobre seus sentimentos... Ele saberá.
- Eu... Não gosto dele. Eu mal o conheço. – menti. – Eu gosto de Gael.
Sean riu divertidamente:
- Sim, você mal conhece Andrew... E o engraçado é que exatamente ele e Henry virão entregar os convites pessoalmente, quando Dereck poderia ter feito isso virtualmente ou ele mesmo ter vindo com Kim para Alpemburg.
- O que você está tentando dizer, vovô?
- Que acho que Andrew também tem interesse em saber o que o tempo fez com você, minha ruiva favorita.
Aquelas palavras mexeram comigo e fizeram meu estômago borbulhar.
- Papai não gosta de Andrew... Não sei como vai ser isso. – falei preocupada.
- Não é que Estevan não goste de Andrew. Ele só não gostou do que houve naquela vez. E entenda, pode ter sido uma brincadeira inocente e um beijo sem segundas intenções... Para você. Porque Andrew Chevalier tinha dezesseis anos.
- Eu estava lá... Não foi com nada com más intenções, acredite.
- Da sua parte, claro que não, Ale.
- Eu juro que da dele também não...
- Enfim, já passou. E não, seu pai não tem nada contra ele. Duvido que Estevan retomará este assunto.
- Torço para que não... Eu me sentiria péssima... Por Andrew.
- Seu pai é um rei... E além de ser parente do pai de Andrew, ele deve muito aos Chevalier.
- Eu discordo da parte “parentes”.
- Magnus e Estevan são primos. E você sabe disso.
- Teoricamente meu pai é primo de segundo grau de Andrew.
- Exato.
- E eu já nem estou mais nesta linha de parentesco.
Ele riu:
- Podemos dizer que não. Mas você já conversou com sua mãe sobre isso?
- Sim... Hoje mesmo no café da manhã.
- E o que ela disse?
- Que meu pai faz questão de tratar como parentesco... Mas que ela não se importa muito com isso.
Ele gargalhou:
- Se ela dissesse o contrário, eu teria uma conversa bem séria com ela.
- Por que exatamente? – perguntei curiosa.
- Deixa para lá... Melhor tomarmos nosso sorvete e falarmos sobre... Gael e seu futuro casamento com ele?
Eu fiz uma careta:
- Não quero casar tão cedo.
Ele riu:
- Entendo...
Quantos segredos eram escondidos de nós? Agora surgia a questão de minha mãe e parentescos... O que Satini Beaumont teria feito no passado relacionado a isso?
Almoçamos todos juntos e à tarde meu pai voltou para casa, a fim de trabalhar com meu avô no motor novo do carro que ele iria usar. Ele havia construído uma pista de corrida próxima ao castelo, onde ele treinava e também me ensinava.
Eu dirigi pela primeira vez com quatorze anos, escondida dele. Com quinze ele acabou me deixando guiar, ficando ao meu lado. Com dezesseis eu já corria melhor que muitos pilotos amadores que tinham um bom tempo de estreia nacional. E hoje, com dezoito, era quase melhor que meu pai. Certamente antes dos vinte anos eu o venceria facilmente numa corrida. O meu segredo: eu não tinha pressa na saída... Nem no meio. E alcançava todos no final. Porque meu objetivo principal sempre foi me divertir e sentir a adrenalina... Perto do fim, meu sangue ficava tão quente que parecia ferver dentro de mim. E tudo que eu queria era mostrar a todos que eu era a melhor em alguma coisa na minha vida. Então eu dava tudo de mim e vencia. Menos meu pai, que sempre estava lá na frente de todos.
Passei a tarde com eles, entendendo melhor sobre o novo motor que meu avô havia criado. Mas não tocamos no assunto “Chevalier”. Até porque meu pai não tinha medo que ninguém tirasse o primeiro lugar, que sempre foi dele em Alpemburg.
Fui dormir mais cedo naquela noite. Porque eu queria que passasse logo o tempo e amanhecesse para eu finalmente ver Andrew Chevalier depois de oito anos.
Nem bem o dia raiou e eu já estava de pé, indo diretamente para o banho. Havia dormido bem, mas sonhei com Andrew. Eu não conseguia entender como era possível sonhar com aquele homem sendo que o vi pela última vez há mais de oito anos atrás.Enquanto deixava a água morna escorrer pelo meu corpo, com meus olhos fechados, eu tentava esquecer aquele reencontro que aconteceria em breve. Sabia que estava sendo uma idiota, pois Andrew mal devia lembrar de mim. Meu avô me deixou um pouco esperançosa quando falou que talvez ele tivesse vindo pessoalmente trazer o convite somente para me ver. Eu sabia que aquilo era praticamente impossível. Não conseguia entender o que aquele homem causava em mim... Desde que eu era somente uma criança. Era possível gostar de alguém desde sempre? Eu ri de mim mesma... Estava sendo ainda mais boba agora. Eu tinha certeza de que quando olhasse Andrew, saberia que tudo não passou de uma fixação de criança/adolescente. Ou melhor, quando eu era criança, ele era ado
Ok, posso desmaiar agora? Ou seria muito vexame? Eu morri de medo que ele percebesse meu tremor. E tenho certeza de que enrubesci, mesmo não querendo.Henry me deu um beijo estalado e sorriu:- Se não é a “fedelha”? Você cresceu, prima. – ele me analisou dos pés a cabeça.Meu pai foi chamado por um membro da corte e pediu licença aos nossos futuros convidados. Minha mãe o acompanhou, nos deixando sozinhas com os Chevalier.Aimê colocou a mão nas flores do colar de Andrew e disse:- Estas flores são lindas.Ele mostrou um sorriso perfeito, retirando o colar florido do seu pescoço e colocando no de Aimê:- Lindas flores para uma bela florzinha. – completou.- Meu pai sempre dá o colar para Alexia... – ela me olhou. – Enfim, o colar finalmente é meu. – ela vibrou saindo de perto de nós e escolhendo um bom lugar para fotografar-se com as flores recebidas por Andrew.- Prometo que o próximo colar de flores será seu. – Andrew me disse.- Duvido que você consiga ganhar do meu pai novamente.
- Andrew Chevalier, você está dando em cima da minha namorada? – perguntou Gael sinceramente e eu pude sentir irritação na voz dele.- Ei, Gael, você até me ofende dizendo isso. Alexia é minha prima. Aposto que Estevan ficaria muito bravo se soubesse que você sequer mencionou esta possibilidade. Conheço Ale desde que ela nasceu.Ale? Como assim “Ale”? Só meu avô me chama assim, de forma tão íntima. Quem é você, Andrew Chevalier, que chega do nada e toma conta de tudo?- Ei, eu estou aqui. Detesto quando falam sobre mim fingindo que não estão na minha presença. – falei. – Gael, só estávamos conversando sobre quando éramos crianças. Fiquei oito anos sem ver “meu primo”. Então estávamos lembrando divertidamente da nossa infância. – olhei para Andrew. – Não tente deixá-lo com dúvidas com relação a mim, Andrew. Eu não sou este tipo de garota.Andrew me olhou sarcasticamente, com um meio sorriso. Saí e deixei os dois ali sozinhos, sentindo meu rosto pegar fogo.Andei até o local onde ficava
- Em primeiro lugar, não casamos de verdade. – falei encarando-o.- Ah, isso doeu profundamente no meu coração ainda adolescente, que jurava que havia sido verdade. – ele riu sarcasticamente, colocando a mão no coração e se curvando levemente, como se tivesse sido ferido.- Em segundo lugar, não é uma anel, aliança ou seja lá o que for de verdade. Era só uma argola de chaveiro.- Que você guardou por oito anos? – ele balançou a cabeça. – O que faria se eu lhe desse uma joia verdadeira?Fiquei corada e ele riu, tocando meu rosto:- Sua pele a denuncia...Dei um passo para trás e continuei:- Em terceiro lugar, quero que respeite Gael... Porque ele é meu namorado.- Então você deve respeitá-lo primeiro.- Não entendi...- Seus olhos a condenam, fedelha.- O que você está querendo dizer?- Que você quer repetir o beijo tanto quanto eu.Senti meu coração bater descompassadamente e um frio na barriga me deixar praticamente imóvel, com um misto de sentimentos dentro de mim que eu não conseg
- Eu quero... Que ela goste de Noriah Sul... Que goste do baile do meu tio... – ele disse tentando encontrar as palavras certas.Eu sorri, encarando-o divertidamente. “Sai desta, príncipe sem coroa”. Minha mãe não é nada fácil. Ele pode ser mil vezes pior que meu pai.- Certamente Alexia gostará, assim como Pauline e Aimê. Só não quero que ela saia de lá com uma aliança, se é que me entende. – disse ela sorvendo lentamente o licor de morango enquanto o olhava.- Aquilo foi uma brincadeira de criança, Satini. – ele justificou.- Você tinha dezesseis anos na época. Não era mais uma criança.- Já paguei por meus atos, acredite.- Mãe, não vamos retomar este assunto. Está encerrado, já faz oito anos.- Se está encerrado, por qual motivo você foi atrás do tal anel de argola de chaveiro agora pouco?- Eu... Eu...- Vamos, Alexia. Estou esperando. – ela sorriu ironicamente.- Queria mostrar para Andrew que ainda guardava... – falei tentando ser convincente.- E por qual motivo?Olhei para An
Eu ri:- Quer mesmo que eu acredite em você, Andrew? Você beija sua prima que mora na mesma casa que você. Com tantas mulheres à sua disposição, por qual motivo quer se envolver justo com suas primas? Alguma espécie de fetiche?- Eu só fui sincero com você. E agora entendo o que sua mãe quis dizer quando falou da minha “vida agitada”. Nem tudo é verdade. Garotas tiram foto comigo e postam em todos os lugares... Não quer dizer que namoro com elas.- Devia arranjar uma namorada séria.- Meus pais sempre dizem isso. Quer ser minha namorada séria, Ale?Eu dei um tapa nele, com força e ele começou a rir.- Não brinque comigo, seu idiota.- Nem pensar. Tenho medo de Satini D’Auvergne Bretonne.- Tenha medo de mim, Andrew Chevalier. Sou filha de Satini e Estevan. Eles destronaram um rei.- Olho para você e seu belo par de olhos verdes e confesso que gostaria muito de vê-la me fazendo mal... Muito mal... Na minha cama.- Seu idiota. – levantei.Achei que a conversa era séria, mas percebi que
O silêncio tomou conta do ambiente. Henry disse:- Parece que você tem uma admiradora, Andy.- E então? – Aimê ficou esperando a resposta.- Responda, Chevalier. – incentivou Gael ironicamente.- Eu... Não posso dar o anel para você. Porque ele é da sua irmã. – Andrew me olhou. – Então, depende dela e não de mim você ficar ou não com o anel.Canalha, devolveu a pergunta para mim. Que droga! Respirei fundo e disse:- Pode ficar com o anel quando sua amiga devolver.- Obrigada. – ela me abraçou. – Então não faz sentido você ter tentado me matar por causa do anel.Aimê, você está dificultando as coisas de propósito para mim.- Aimê, hora de dormir. Mamãe está esperando por você. – disse Pauline. – Para cama. Você já se despediu de todos.Minha irmã caçula saiu e a criada de confiança de meus pais voltou a ocupar seu lugar, parada de pé ao lado da porta. Aquilo começava a ficar ridículo.- Quer me contar sobre o anel? – Gael me olhou.Puxei-o pelo braço e levei-o para um lugar mais reserv
- Não! Eu ainda sinto amor por Alef.- Ah, não acredito. Depois de tudo que ele fez.- Ele não me obrigou a dormir com ele. Eu fiz porque quis.- E depois disso ele simplesmente não procurou você por meses. E você sabia que ele estava com outras garotas.- Por que você acha que ele se aproveitou de mim? Eu acho que eu me aproveitei dele. Achava ele lindo, gostava dele... Quis que ele tirasse a minha virgindade e pronto.- Só que havia sentimento da sua parte.- E da dele também. Ou ele não continuaria correndo atrás de mim.- O que você acha que aconteceu entre a família dele e os nossos pais? Nem nosso avô gosta dele. E você sabe que nosso avô é incapaz de odiar alguém.- Eu acredito que, embora nossos pais digam que não, o problema foi a diferença de classe social entre nós. Você mesma ouviu quando nosso pai disse que ele teria que aprovar nossos namorados e que não poderia ser qualquer pessoa.- Quando você dormiu com Alef pela última vez? – perguntei curiosa.- Faz um tempo.- Voc