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Alexia D’Auvergne Bretonne

Eu e minhas irmãs estávamos discutindo por lugares à mesa quando nossa mãe chegou. Mesmo sem saber da briga, mas já certa do que estava acontecendo, ela disse calmamente:

- Cada uma em seu lugar habitual.

Nos entreolhamos e sentamos nos lugares de sempre, sem contestar. Claro que sabíamos que tínhamos lugares demarcados à mesa, mas Aimê, nossa irmã caçula, tentava infringir as regras sempre que minha mãe ou meu pai não estavam próximos. Depois ela olhava para eles com semblante de inocente e a culpa sobrava para mim ou Pauline, pois éramos adultas e implicávamos com a “pequena”. Eu sorri olhando para Aimê, que não estava satisfeita com o lugar habitual, ao lado de mamãe e de frente para mim.

Mesmo meu pai não estando presente para o café da manhã, o lugar dele ficava vago.

Eis que Aimê questiona:

- Se papai não está em casa, por que não posso sentar no lugar dele?

- Porque não. – minha mãe disse enquanto o café dela era servido por nossa serviçal de confiança, que ria em silêncio com a atitude da pequena princesa.

- Se eu sentar no lugar dele, não vou me tornar o rei... Vou continuar sendo Aimê D’Auvergne Bretonne. – ela contestou.

- E se ficar em seu devido lugar, também continuará sendo. Então não precisa trocar. – mamãe finalizou o assunto. - Como dormiram, meninas? – referiu-se à mim e Pauline.

- Bem. – respondeu Pauline.

- Bem... – falei olhando para a infinidade de alimentos que tinha à mesa, sem muito apetite. – Onde papai foi tão cedo?

- Ele está organizando algumas coisas para a corrida de amanhã. – ela disse tranquilamente. – A propósito, Andrew e Henry Chevalier estarão presentes... Não como expectadores, mas como pilotos também.

Senti meu coração disparar imediatamente dentro do meu peito. Como assim Andrew Chevalier vai correr? Mãe: “é Andrew Chevalier”! Como você pode dizer isso assim, como se não fosse o maior acontecimento dos últimos anos? Talvez o maior da minha vida inteira! Fiquei olhando para ela sem conseguir dizer uma palavra... Porque eu era assim: muito mais pensava do que falava.

Pauline bateu a perna na minha propositalmente e eu não olhei para ela. Sabia exatamente o que ela pensava: “você vai encontrar Andrew”.

- Por... Quê? – perguntei, quase sem voz.

- Bem, meninas, Dereck e Kim vão dar uma festa no castelo de Noriah. Aniversário de casamento... – ela suspirou, enquanto adoçava seu leite e provava. – Se há quem sabe dar boas festas, acreditem, são estes dois. Mandaram os fofos dos príncipes sem coroa trazerem o convite pessoalmente. Dereck não quis que fossem enviados por e-mail ou algo do tipo... Achou muito formal. Afinal, somos família, segundo eles.

- Somos? – perguntou Pauline ironicamente.

- Sim, somos. – minha mãe olhou seriamente para ela.

- Então como Alexia vai casar com Andrew se eles são da mesma família? – questionou Aimê.

Minha mãe me encarou e eu senti que corei instantaneamente:

- Como ela pode dizer isto, mamãe? – contestei. – Aimê, você não pode se meter desta forma na minha vida. Você ainda é uma criança. Você vai deixar, mãe?

Satini olhou para Aimê e perguntou:

- De onde você tirou isso, filha?

- Eu já ouvi Aléxia dizendo para Pauline que vai casar com Andrew Chevalier.

Ah, eu iria matá-la quando ela levantasse da mesa e fosse para o seu quarto. Primeiro pegaria os cabelos dela e levaria até o chão... Depois a arrastaria pelo corredor enorme dos quartos e...

- Alexia, cuide o que fala perto da sua irmã... – Satini olhou para Aimê. – Não quero que você fale sobre isso novamente, Aimê. Lembre-se que Alexia é namorada de Gael... E ele ficaria bem chateado se ouvisse isso. Acho que você pode ter ouvido errado.

- Meu ouvido é muito bom, mãe. – contestou a princesa caçula.

- E sua língua também. – observou Pauline rindo.

- Meninas, comportem-se na presença dos Chevalier. Ficarão hospedados no castelo por alguns dias...

Senhor, posso desmaiar agora? Senti o sangue deixar meu corpo e outra “pernada” de Pauline.

- Por que não se hospedam num hotel? – questionou a mais velha.

- Porque se hospedarem num hotel se temos um castelo com vários quartos disponíveis? – Satini falou. – Não custa retribuir a hospitalidade que eles sempre nos ofereceram. E afinal, como diz seu pai: somos família.

- Você acha que temos realmente vínculos com os Chevalier... Parentesco, no caso... Nós, as filhas de Estevan, com os filhos de Dereck e Magnus? – perguntei curiosa.

Minha mãe me olhou por um tempo, cautelosa antes de responder:

- Na minha opinião, não... Mas seu pai acha o contrário. Os Chevalier é tudo que sobrou da família dele depois que seus avós de foram.

Eu acompanhava a vida de Andrew Chevalier na internet. Na verdade, eu stalkeava ele...

- Eu vou pedir para Andrew e Henry tirarem uma foto comigo para postar nas minhas redes sociais. – disse Aimê ansiosa.

Sim, Aimê D’Auvergne Bretonne, a princesa caçula de Alpemburg, aos dez anos, era uma digital influencer. Tinha mais seguidores do que minha irmã, que era a futura rainha. Eu nem a comparava comigo, porque eu tinha meia dúzia de seguidores aqui e uma dúzia acolá. Mais seguia do que era seguida.

- Aposto que eles vão tirar uma foto com você, querida. – garantiu minha mãe.

Pauline, minha irmã mais velha, futura rainha de Alpemburg, era discreta. Estudou enquanto criança em nosso pequeno reino e o Ensino Médio em outro país. A Faculdade foi mais longe ainda: nos Estados Unidos. Nossos pais faziam questão manter a nossa privacidade, tentando nos manter longe dos holofotes sempre que podiam. Mas não conseguiram fazer o mesmo com Aimê, que nasceu feliz pela posição de princesa que ocupava e adorava a fama. Ela postava na internet sua vida diária, tinha muitas amigas e deixava o castelo mais feliz com elas nos finais de semana. Aimê era vida, alegria e felicidade. Era com um sol que iluminava nossos dias, com sua inteligência e sagacidade natural. Porque ela era assim... A nossa irmãzinha pura emoção e que enchia nossos corações de amor.

Eu e Pauline sempre fomos muito amigas e conversávamos sobre tudo, mesmo com nossa diferença de idade: eu tinha dezoito e ela vinte e quatro. Só nos afastamos um pouco quando ela foi cursar a faculdade em outro país. Mas este afastamento foi só físico, pois ainda assim nos falávamos diariamente por chamada de vídeo ou voz. Além disso, sempre que podia, ela voltava para casa, principalmente nos finais de semana prolongados de feriados.

 Pauline tinha uma agenda diária cheia, afinal, ela seria a futura rainha de Alpemburg. E não estava sendo muito fácil nem para ela, muito menos para meus pais, pois havia certa resistência da corte em aceitar uma rainha no lugar do rei, já que Alpemburg nunca foi governada antes por uma mulher. E nem o fato de meu pai ser um ótimo monarca, bem como meu avô, fazia uma minoria, mas barulhenta minoria, mudar de opinião.

Minha mãe sabia muito sobre os sentimentos que se apossavam de minha irmã com essa possível rejeição, afinal, ela passou pela mesma situação em Avalon, quando o rei, que achava ser seu próprio pai, a achava incapaz de ser a rainha pelo fato de ser mulher.

Até então, todos os D’Auvergne Bretonne tiveram pelo menos um filho homem à frente do reino. Meu avô, por exemplo, teve dois. Como o meu tio, irmão mais velho dele, morreu, meu pai assumiu o trono. No entanto Estevan D’Auvergne Bretonne teve três filhas mulheres. E se recusou a ter outro filho, com a possível possibilidade de ser homem, conforme sugerido por alguns membros de confiança dele na corte. Porque ele sabia que por direito, minha irmã herdaria o trono. E nada nem ninguém poderia mudar isso. E ele a ensinava a ser uma perfeita rainha, como ele era enquanto rei. E sempre lhe dizia que não a aceitavam porque não a conheciam. Que assim que soubessem o quão grandiosa e competente ela era, mudariam de ideia.

E tinha eu... A filha do meio. A princesa que não seria rainha, como Pauline. E que não tinha tarefas árduas e repetitivas, como aulas de dicção e oratória, postura e etiqueta, como fazer discursos belos para convidados e imprensa. E eu também em nada me parecia com Aimê, nosso raio de sol, que sabia o que queria aos dez anos e tinha até mais dom para rainha do que a própria Pauline. Eu era só uma garota que estava terminando o Ensino Médio, tímida e um pouco insegura. Tive somente uma amiga de escola, que acabou se mudando no início deste ano. Diferente de Pauline, eu concluí minha educação escolar em Alpemburg, numa escola pequena, mas tradicional. Como quase todos sabiam quem eu era, se afastavam de mim imediatamente.

Eu não queria ser uma adolescente implorando por amizade ou aceitação. Até porque eu tinha minha melhor amiga dentro da minha própria casa, que era minha irmã. Então eu me limitava a focar na aprendizagem e nada além disso. Ah, eu tinha um namorado. Eu e Gael estávamos juntos há mais de um ano. Conhecemo-nos através de nossos pais, que eram amigos pessoais. A família dele era bem influente em Alpemburg e o pai dele almejava fazer parte da corte.

Eu e meu pai, Estevan, tínhamos um vínculo muito forte. Sempre fui a mais apegada a ele. E talvez por este motivo a única a herdar a habilidade de ser pilota de corridas... E amar carros e velocidade.

Gael também gostava, mas ele não era tão bom quanto eu. Aliás, nos conhecemos nas pistas. Eu sempre ganhava dele numa disputa. E isso o deixava furioso. Eu só não era melhor que meu pai... Porque ninguém o vencia. Estevan D’Auvergne Bretonne era um dos melhores pilotos de corrida que eu conhecia... E de Alpemburg o número um. E isso me orgulhava muito.

Claro que eu me também tinha intimidade com minha mãe, embora fôssemos completamente diferentes. Eu era tranquila e contida e ela completamente ansiosa e agitada. Sem contar que ela dava os piores conselhos da vida sobre garotos. Ainda assim ela sempre me consolava... Sobre tudo. As mãos dela eram macias e quentes e o colo dela o melhor do mundo inteiro. E ela sempre tinha palavras carinhosas na ponta da língua... Assim como palavrões. Aliás, eu odiava palavrões. Pauline não podia falar palavrões. E Aimê era muito nova para ouvir palavrões. Então meu pai ficava o tempo inteiro tentando conter minha mãe.

Ainda sobre os dois: dormiam bem longe de nós, no último quarto do corredor. Conforme fomos crescendo entendemos o motivo: sexo. Minha mãe, além de viciada nisso, não conseguia ser discreta. Então meu pai trocou todo mundo de quarto, bem longe uns dos outros. Eu, sinceramente, achava aquilo nojento. Não que sexo fosse nojento... Mas imaginar meus pais fazendo era. E não, eu não havia feito sexo ainda. E só faria quando me sentisse segura. Pauline teve a primeira vez com um garoto que ela era  apaixonada desde criança. E sofreu muito depois. Eu acredito que não havia sentimento por parte dele, só dela.  Isso me traumatizou um pouco. Sim, a futura rainha de Alpemburg, Pauline D’Auvergne Bretonne, foi rejeitada e ludibriada por um garoto que só queria ser o primeiro dela. Vez ou outra eles ainda se encontravam secretamente. Mesmo tendo certeza de que ele não queria nada sério com ela, Pauline não se importava. E mesmo que eles quisessem ter um relacionamento, isso era impossível, pois ele era neto de Léia, ex babá de minha mãe. Assim que eles começaram a trocar olhares, quando Léia ainda ficava no castelo, meu pai e minha mãe decidiram que era melhor ela ganhar uma casa própria... Coincidentemente o mais longe possível do castelo, quase na divisa de Alpemburg com outro país. Tudo isso para afastar Pauline e Alef. Em partes, a solução encontrada por eles resolveu, pois minha irmã passou a se encontrar cada vez menos com seu amor proibido. Mas o coração dela, infelizmente, ainda pertencia a ele. Nós não sabíamos o que havia entre nossos pais e os de Alef. Não acho que isso fosse um segredo, mas um assunto que não lhes trazia boas lembranças, especialmente para minha mãe. Então eles preferiam não tocar nisso.

- Então, meninas, amanhã pela manhã iremos todas assistir à corrida de seu pai e seus primos. Depois receberemos os Chevalier na nossa casa. E vocês serão boas anfitriãs. E Aimê... Comporte-se.

- Mãe, ninguém vai acreditar que Andrew Chevalier esteve na minha casa. Preciso transmitir ao vivo. – alegou Aimê.

- Não mesmo. E se insistir, vou ter que conversar com seu pai a respeito. Os Chevalier merecem privacidade. Se quiserem fazer disto um momento a ser compartilhado com o mundo, eles que o façam.

- Ok. – ela assentiu tristemente.

Pensar em rever Andrew Chevalier depois de oito anos me deixava completamente ansiosa e quase sem fôlego. Da última vez que nos vimos, “casamos” e ele me deu um beijo. Pauline acha que aquilo não foi um beijo, mas para mim o primeiro beijo foi com Andrew Chevalier, quando eu tinha dez anos de idade. Se eu fechasse os olhos, ainda sentia os lábios dele nos meus, mesmo depois de tanto tempo. Desde que eu tenho lembranças na vida, eu gostei dele... O menino loiro, magrelo, com olhos estreitos e que quase nunca sorria. E que sempre me tratou muito gentilmente. Revê-lo seria a única esperança de tirá-lo para sempre dos meus pensamentos, na tentativa de que ele fosse um idiota, em nada parecido com o menino doce que eu conheci. Porque ele povoava meus sonhos depois que eu passei a stalkeá-lo na internet.

Andrew Chevalier era conhecido em quase todo o mundo, creio eu. A fama o precedia por seu sobrenome e pela beleza se seu pai, Magnus, e seu tio, Dereck, e os feitos deles em Noriah Sul, onde decretaram república depois de terem matado a própria mãe. Há boatos de que foi Katrina, mulher de Magnus, que deu os tiros na rainha Anne Marie. Mas aquilo nunca foi esclarecido para ninguém. Era um assunto guardado a sete chaves pelos Chevalier.

- Onde está vovô? – perguntei.

- Ele foi com seu pai. Estão trabalhando num motor novo.

Sean, meu avô, aprendeu a mexer nos carros de corrida de meu pai. Então ele era o responsável por toda parte mecânica dos nossos carros de competição e nos acompanhava sempre. Eu participava de algumas, mas meu pai nunca me deixou revelar minha identidade. Então eu nunca tirava o capacete. Eu era um fantasma que ganhava corridas vez ou outra... Com um nome qualquer. O mundo automobilístico não era muito receptivo com as mulheres. Por isso meu pai me protegia o máximo que conseguia. Para que eu não sofresse nenhum tipo de represália, muito menos ficasse jogando com nosso sobrenome.

Logo que terminamos o café, eu subi rapidamente para o quarto de Pauline. Assim que entrei, me joguei na cama dela e disse, contendo o grito:

- Eu vou ver Andrew!

- Sim... E você tem um namorado.

- Ei, eu só disse que vou vê-lo... Nada mais.

- Você ainda não pensa que são casados, não é mesmo?

Eu ri:

- Claro que não.

- Que bom. Ok, eu concordo... Andrew é lindo, gostoso e o mundo inteiro deseja ele. Mas é só um homem, nada mais.

- Pauline, você pode ser feliz com alguém além de Alef, sabia?

- Eu não gosto dele. – ela mentiu descaradamente.

Eu ri:

- Você não pode mentir para mim. Porque eu conheço você.

- Eu juro que o que eu mais tento é tirá-lo da minha mente e do meu coração. – ela confessou.

- Você vai continuar escondendo isso dos nossos pais?

- Sim... Ainda mais agora que o vejo raramente.

- Mais um motivo para tirá-lo de vez da sua vida.

- Então vamos parar de falar nisso. É um bom começo...

- Não está ansiosa para ver Henry?

Ela riu:

- Meu também marido?

- Essa brincadeira de criança me persegue até hoje. Acredita que eu sonho com meu casamento com Andrew? E às vezes, nos meus sonhos, já somos adultos... E eu estou vestida de noiva... E ele me beija. – suspirei e fechei meus olhos, imaginando o rosto dele ainda adolescente na minha mente.

- E se você olhar para Andrew e descobrir que gosta dele, Alexia?

- Isso não vai acontecer... Eu só o acho... – procurei as palavras para descrever o que eu pensava dele e não me comprometessem tanto. - Bonito... Na verdade, lindo. Olha para mim, Pauline. Não sou o tipo de garota dele.

- Por que não? Você é linda... Uma princesa.

Eu ri:

- Princesa do meio... Que importância tem a princesa do meio?

- A mesma que um príncipe sem coroa. – ela riu. – Mas não precisamos discutir isso. Afinal, você namora Gael e nosso pai jamais deixaria você se envolver com Andrew. Nem sei como ele deixou eles se hospedarem aqui. Lembro que depois do que houve aquela vez ele ficou furioso por um bom tempo.

- Acha que por isso nunca mais voltamos à Noriah? Por causa do meu beijo com Andrew?

- Aquilo não foi um beijo.

- Foi sim.

- Você já beijou. Então sabe que não foi...

- Meu primeiro beijo foi com Andrew Chevalier. – suspirei novamente.

- Sim, aos dez anos. – ela ironizou. – Isso é Pedofilia. Afinal, ele tinha dezesseis.

Deitei na cama e coloquei minha cabeça sobre as mãos, olhando para o teto:

- Bem, eu tenho curiosidade de falar com ele cara a cara depois de tantos anos. Nem nos despedimos da última vez. E nosso pai quase bateu nele... Então de certa forma me senti culpada.

- Não se sinta... Ele sabia muito bem o que estava fazendo.

- E você acha que eu não?

- Então você é muito safada, Alexia.

- Quem trocou primeiro o beijo de verdade foi você e Henry.

Pauline suspirou e deitou ao meu lado. Viramo-nos uma para a outra e nossos olhos se encontraram. Ela disse:

- Eu já gostava de Alef naquela época. Mas o beijo de Henry foi bom.

- Vai beijar ele novamente? – perguntei. – Afina, você não tem namorado.

- Que parte de: “nossos pais não querem que a gente se envolva com eles” você não entendeu.

- Eu não vou me envolver com ele. – garanti. – Eu gosto de Gael.

- Já sonhou com você e Gael casando?

- Não. – confessei. – Nos meus sonhos eu só caso com Andrew.

- Você segue ele nas redes sociais? Já mandou uma solicitação de amizade? Já mostrou que você existe?

- Não. – confessei. – Quer dizer, eu stalkeio a vida dele, mas nunca tive coragem de mandar uma solicitação.

- Você é medrosa, Alexia. Que mal haveria nisso?

- Ele poderia não aceitar...

- Ele poderia talvez não ver, isso sim... Mas é claro que ele aceitaria. Será que é Andrew mesmo que mexe nas redes sociais ou tem alguém que faz isso por ele?

- Será que ele é tão importante a ponto de ter alguém que organiza a vida social dele? – me questionei em voz alta.

- Eu mal tenho tempo de mexer nas minhas. Vai ver ele também não tem.

- Eu tenho tempo... E não mexo muito.

- Mas tem tempo de cuidar da vida dele. – ela riu. – Aliás, acho que você só faz isso.

- Só um pouquinho. – confessei.

- É muita coincidência vocês dois gostarem de pilotar carros de corrida. Talvez um sinal do destino. – Pauline observou.

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