Vitória White
Era uma sexta-feira e estávamos na nossa casa de veraneio, ela tinha um salão enorme de baile, por isso a escolhemos para ser palco dessa grande festa, no sábado à noite iríamos comemorar o contrato que fechamos com as Indústrias Mendonça.
Foi um dos contratos mais difíceis fechados por mim com a ajuda da minha irmã Ana, que nesse momento falava igual uma matraca.
- Vitória - falou e estalou os dedos me fazendo sair dos meus pensamentos - você está me ouvindo?
- Desculpe Ana - eu ainda estava com o vestido que havia escolhido e ela não havia escolhido o seu, acho que deve ser por isso que ela está falando tanto.
- Eu gostei do seu vestido - ela disse me olhando de cima a baixo.
- Está na hora de escolher o seu, vamos escolher. Acho que ficaria bonito um azul marinho - Ela concorda com a cabeça e logo escolhe o seu no mesmo modelo que o meu só mudando a cor.
Nós gostávamos de andar na maior parte do tempo juntas, mas tínhamos que voltar para Londres, tínhamos uma reunião com os Mendonça, boatos foram espalhados falando que o Roberto Mendonça passou o cargo de presidente para um dos dois filhos que ele tinha, creio eu que tenha sido para o mais velho, ambos eram mulherengos, mas nunca cheguei a conhecer para poder afirmar se a fama procede, espero que ele seja profissional.
- Vamos Ana - ela estava olhando o céu sentada na grama.
- Vitória, eu vou passar duas horas no carro com você, me deixe respirar um pouco - coloquei a mão no peito fingindo estar ofendida.
- Tudo bem 15 minutos? - digo e volto para o carro.
Eu sempre fui muito próxima de Ana, a pouco menos de dois anos abri uma empresa, White tech e depois dela surgiu a White designer, logo chamei Ana para ser meu braço direito, hoje agradeço por ela ter aceitado.
- Vamos - ela aparece do meu lado me dando um pequeno susto.
- Você ainda vai me matar! - digo e ela sorri.
O motorista dirigiu rápido já que quase nos atrasamos, a viagem durou cerca de 1 hora e 15, assim que chegamos no meu apartamento, corri para o banheiro para tomar banho e tenho certeza que Ana fez o mesmo no quarto dela.
Passei um tempo sentindo a água cair pelo meu cabelo, fiz minha higiene e deixei meu cabelo secar naturalmente. Escolhi uma saia preta que vinha até um pouco depois do joelho e uma camisa branca de alças e coloquei o blazer preto também, estava com um salto preto, peguei minha bolsa e desci.
- Luaaaa - desce gritando, Lua era como uma mãe para mim e Ana, ela disse que estaria aqui, mas até agora ainda não a encontrei.
- O que foi vi? - Ana desce as escadas com cara de preocupada. Ela estava com uma saia branca que ia até o joelho e uma camisa preta com o blazer branco por cima e o salto também branco.
- Lua - ela me olha confusa- ela não está aqui - digo preocupada.
- Eu dei folga a ela - Ana fala.
- Eu vou te matar, porque você fez isso? - realmente queria matá-la, não gosto quando ela faz isso.
- Porque achei que fôssemos ficar na casa de veraneio e depois na empresa - olho para ela com deboche.
- Agora eu vou ter que pedir comida - não gostava da comida da rua, amava o almoço que Lua fazia.
- Vai com cabelo solto ou preso? - pergunto para saber como eu iria, caso ela fosse com ele preso eu também iria.
- Você já tá com ele solto - falou se referindo ao meu cabelo que ainda estava um pouco molhado - então vou com o meu solto também.
Estávamos no elevador, quando chegamos ao térreo o motorista estava esperando por nós com um dos meus carros favoritos, um Audi A3.
- Seus olhos estão brilhando - Ana fala entrando no carro.
- Deixa de ser implicante e vai mais pra lá.
- Para onde vamos senhora? - o motorista fala.
- Empresa White tech - falo com um tom de orgulho, comecei essa empresa sozinha e do zero, sem ajuda da minha família e na época eu não tinha muitos amigos.
Chegando na empresa recebo uma ligação, de Lua.
- Aí graças a Deus Lua - digo e Ana me olha com cara de tédio.
- Coloca no viva voz - Ana diz e assim eu faço.
- Olá, minhas meninas, correu tudo bem com os vestidos? - passamos pela recepção e demos bom dia a secretária, chamamos o elevador e respondemos.
- Eles são lindos - Ana e eu falamos na mesma hora, como se fosse um coral, começamos a rir.
- Que bom que gostaram dos vestidos, a estilista deve ter sofrido.
Qual é? eu e Ana temos um pouco de dificuldade para gostar de algo, do jeito que Lua fala, parece que a gente não gosta de nada.
- Escolhemos até que rápido - falo e Ana completa...
- Foram só três horas - Ana fala e Lua ri alto, o elevador abre e entramos.
- Segura o elevador - um homem fala e logo depois o outro entra.
Dois homens altos, ambos com ternos de três peças, um com um terno preto e o outro com um terno azul marinho.
- Boa tarde - todos 4 falamos ao mesmo tempo assustando Lua sem querer.
- O que foi isso? Vocês querem matar a velha aqui? - Ana e eu rimos.
- Foi sem querer, me desculpe - digo e ela concorda.
- Lua, porque você ainda acredita em Ana? Eu tive que comer pizza no almoço - falei e fiz biquinho.
- Não faça biquinho vitória - Lua fala, mesmo sem conseguir me ver, fazendo Ana rir.
O elevador parou, mas ainda não tínhamos chegado no andar da cobertura.
- Ótimo - Ana olha para mim - o elevador parou.
Ana me olhou com pânico e Lua começou a rir.
- Castigo por não querer me dar folga - Lua fala ainda entre risos.
- Fala sério Lua, temos uma reunião em 10 minutos - falo sério e com tom preocupado - tenho que ir, Lua, até depois - digo desligando o celular.
Percebi que não conhecia os dois homens que haviam entrado mas deixei para lá, achei que fossem alguns funcionários da empresa. Afinal de contas eu não tenho como conhecer todos.
Meu celular tocou, o de Ana tava desligado e o meu eu esqueci de desligar, um dos caras que Ana não queria nada tava me ligando, Yan não parecia querer desistir tão fácil da minha irmã.
- Alô? - falo já atendendo e colocando no viva voz logo em seguida, sem me importar com os dois homens no elevador.
-Vitória, cadê sua irmã? - Ana me olha com uma cara, e fala sem som "diz para ele que eu saí para uma reunião e só volto sábado" . Fiz o que ela disse.
- Eu sei que vocês estão juntas, vocês não se separam.
- Isso é uma grande mentira - minto.
- Então aonde você está Vitória? - mordo o lábio pensando numa mentira e Ana me olha com pavor.
- Comigo - o homem de terno preto puxa o celular da minha mão e fala.
- E quem é você ? - Yan fala.
- Henrique Mendonça e você? - eu olho para ele incrédula.
Vitória White Eu não conseguia acreditar na arrogância desse homem a ponto de puxar o celular da minha mão e falar como se estivesse comigo. Ana e eu ficamos estagnadas no mesmo lugar, tentando entender a falta de educação, mas no fundo tenho certeza que ela também estava sentindo um certo sentimento de gratidão por ele nos ajudar com Yan. - Yan Jones - Yan fala com um tom baixo, quase um sussurro. - Bom já tirei sua dúvida, tenha uma boa tarde - Henrique fala, desligando na cara de Ian e me devolve o celular. - Sem educação - falo com uma sobrancelha levantada. - Não vai
Vitória White Sexta à noite e eu estava com a minha irmã na cozinha do nosso apartamento, logo depois de uma reunião exaustiva com os Mendonça. Estávamos acabando com o segundo pote de sorvete e gargalhando, dos namorados/ ficantes da Ana, cada coisa pior que o outro, o mais recente foi o Yan, ele era quase do mesmo tamanho que ela e trabalhava fazendo entregas de comida, e aí está o motivo pelo qual eu não gostava de pedir comida, eles ficavam se agarrando, como se eu não estivesse lá, eles quase se comiam na minha frente. - Eu era louca por ele - Ana fala. - Quase que eu ficava traumatizada - digo e ela me olha feio. Sempre fiquei mais na minha, faz
Vitória White Olhei para os Mendonça e eles estavam lindos, Henrique com seu terno preto e com a barba sem estar feita, um pouco atrás Arthur vinha com seu terno azul marinho como sempre. Vi de relance Ana com cara de preocupada, levantei uma sobrancelha e sussurrei. - Segura a sua onda aí e respira fundo - ela me olhou com uma cara de deboche me fazendo rir. - Vou dobrar a oferta 220 mil dólares, se você quebrar a aposta - ela fala e me dá um sorriso Não aceitaria nem ferrando, mas minha boca falou por mim. - Aceito - minha boca falou antes do meu coração falar, me fazendo errar uma batida
Vitória White Ok, eu estava no meio de duas pessoas que se olhavam com ódio, o olhar da loira para Henrique, tinha uma pontada de amor, mas misturado com muito ódio, disso eu tenho certeza, já ele olhava para ela com desprezo. Ele pediu para que eu ficasse, mas eu estranhei, acabei ficando. Já que ele me segurou de uma forma tão carinhosa. Eu nunca vou falar isso em voz alta, jamais vou alimentar o ego dele. Nesse momento estou esperando ele me apresentar a "uma de suas fodas casuais". Céus aonde eu me meti? - Sou acompanhante de um dos convidados - ela fala e aponta para um senhor que estava no bar. - Só assim para você entrar em lu
Vitória White Estava na cozinha juntamente com Henrique, que falava ao celular, eu estava sentada na bancada de mármore enquanto ele estava no meio das minhas pernas, ele estava vestido e eu também, não sei se fico com raiva ou se agradeço. O celular dele estava ao lado da minha coxa, suas mãos estavam na bancada de mármore, uma mão em cada lado do meu corpo. Ele tinha acabado de pedir para falar com um policial, pelo o que eu entendi, houveram alguns problemas em uma das boates, dos Mendonça e ele estava tentando resolver. Ele tirou o celular da bancada e colocou sobre a minha coxa, logo depois colocou uma mão na minha cintura, porque eu sempre arrepio quando ele toca em mim? Mas que diabos. <
Henrique Mendonça Minutos atrás, Vitória falou que precisaríamos passar na indústria Mendonça. Estamos esperando o elevador que levará nos quatro para o meu apartamento na cobertura. Depois que fechamos contrato com as empresas das irmãs White, o fluxo de estagiários aumentou consideravelmente. Creio que seja por isso que ela quer ir à empresa. Chegamos na cobertura, quando eu coloco a senha no elevador e as portas se abrem, vejo uma mulher semi nua. Mas que diabos? Não tenho um minuto de paz? Não pode ser, outra foda causal para atrapalhar justamente quando eu estou me aproximando de Vitória. Logo depois do primeiro dia que eu conheci Vitória, na sede de sua empresa, meu coração errou
Vitória White Estávamos no meu jaguar, Henrique estava dirigindo. Meu celular começou a tocar e eu atendi o mesmo assim que chegamos na frente das indústrias Mendonça. - Alô? - falo esperando a pessoa do outro lado da linha me responder. - Oi meu amor, estou com saudade de transar com você - o homem do outro começa a falar e como o carro era meu, o celular se conectou com o bluetooth. Henrique me olhou com uma cara confusa quando ouviu oque o homem falou, tenho certeza que fiquei pálida. Desci do carro o mais rápido que pude e saí correndo, desliguei o celular e me apoiei em uma parede enquanto sentia as lágrimas descendo pelo meu rosto involuntariame
Henrique Mendonça Estávamos no apartamento das irmãs White em Londres, só tinha uma empregada que eu creio que seja a famosa Lua. Estava acompanhado, pelo meu irmão Arthur Mendonça, que deveria ter ficado na porra da casa dele, Júlio que era um primo nosso e o irmão dele Gabriel Mendonça que tinha chegado de Nova Iorque, para morar de vez em Londres. Júlio decidiu que não iria usar o nome Mendonça, então só nós três carregamos o fardo de ser um Mendonça, enquanto Júlio usava o nome do meio Márquez. Só vínhamos para cá, porque eu tinha que pregar alguns contratos e tinha que pegar um livro, não conhecia a casa, então saímos meio que explorando o apartamento das donas de metade da cidade.