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APAIXONADA PELO MEU MELHOR AMIGO.
APAIXONADA PELO MEU MELHOR AMIGO.
Por: Nyara Rodrigues
Prólogo: Carl Jenkins - “Como em um conto de fadas… a princesa trancada na torre!”

Lembranças…

Assim, ela ficou incomunicável e em pequenos momentos de confronto, eu me via igual ao meu pai! Sem conseguir me controlar, pois quando dava por mim, já estava lhe castigando. Não que me agrade totalmente punir a minha mulher, mas um lado meu se sente satisfeito, pleno e feliz. Na noite em que saí para comemorar a assinatura de um grande contrato, encontrei Marieta e estava aproveitando com ela quando fui visto pelo idiota pomposo. Acabamos discutindo e sem esperar, ele me acertou um soco. Antes que eu pudesse reagir, ele já estava em cima de mim, distribuindo mais socos, e acabei inventando uma pequena mentirinha. Mas com a minha mulher, ele não teria essa chance, e naquele momento, a minha noite havia acabado. 

Fim das lembranças.

Chego em casa cheio de ódio e a encontro na sala sentada lendo um livro. O silêncio da casa é cortado apenas pelo som das páginas viradas e pelo tic-tac do relógio na parede. Quando conto que seu amigo voltou, observo seus olhos escurecerem e brilharem, sinto mais ódio. Eles têm a cor de chocolate amargo, mas agora parecem carvão em brasa. Ela não tem o direito de amar outro além de mim. Na verdade, eu já sei há um tempo, mas agora ela é minha. Só minha! Sinto o cheiro do seu perfume no ar, uma mistura de flores e frutas que me enlouquece. Pego-a pelo braço e a arrasto até o quarto, ignorando seus protestos e sua resistência. A jogo na cama e subo em cima dela, sentindo a maciez da sua pele e o calor do seu corpo.

Temos uma discussão, e no momento em que vou tirar satisfação, ela j**a a bomba. Lembro-me da minha mãe e não quero isso nem para mim, nem para ela. A discussão muda de foco, e agora é sobre seu desejo doentio. Sem saber o que fazer, saio de casa para pensar e me dou conta de que esqueci o celular. Volto e o celular não está onde o deixei, procuro por ela, mas não há encontro. Vou ao quarto e escuto sua voz sussurrada mencionar o nome dele.

Entro no banheiro com um sorriso no rosto por saber qual será sua reação. O celular está em suas mãos, e ela me olha com lágrimas escorrendo em seu rosto e os olhos vermelhos. Caminho até ela e, quando pego o aparelho levando-o ao ouvido, ouço a voz daquele imbecil chamando minha mulher. No mesmo instante, o monstro em mim aparece, e eu abraço aquele sentimento, cansado de não deixá-lo se divertir.

Com fúria, arremesso o aparelho contra a parede e a agarro pelos cabelos, dizendo: — Agora cuidarei de você, querida!

Arrasto-a para o quarto, e ela se debate com todas as suas forças, desesperada. Sem hesitar, dou-lhe um tapa forte em seu rosto. Ela perde o equilíbrio, tombando e batendo a cabeça na quina do criado-mudo. Assim que a vejo estendida no chão, atordoada, monto em cima dela, apertando seu rosto.

— Hora do seu castigo, meu bem! Você vai aprender a não mentir para mim e nem me trair.

Levanto a mão…

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Pisco os meus olhos e vejo minha mãe implorando para não apanhar. Contudo, meu pai é implacável em cada tapa e em cada soco. Fechei os meus olhos para não assistir ao meu pai castigando a minha mãe, mas não adianta muito porque mais uma vez ela grita, e grita muito. 

— Abra os olhos, moleque — ele diz, mas ainda permaneço com os olhos fechados e minhas mãos estão tapando os meus ouvidos. Em menos de alguns segundos, minhas mãos são arrancadas de meus ouvidos com força e ele mais uma vez grita: — Abra… Aprenda a ser homem! 

Abro os meus olhos e ele volta para perto dela, sobe em cima do corpo já sem forças e começa a castigá-la novamente. A cada golpe ouço menos os gemidos dolorosos de minha mãe. Ele se levanta e começa a chutar seu corpo inerte, e depois do último chute, ele se vira e caminha na minha direção…

Será que ele também vai me agredir? Será que eu mereço? Será que eu desejo? Uma mistura de medo e excitação me invade. Admiro o sangue que escorre do rosto dela, como um verniz vermelho reluzente. Aprecio o som dos ossos que se partem, como uma melodia macabra. Encanto-me com o olhar dele, tão gélido e impiedoso, como um caçador esfomeado. Ele é vigoroso, é imponente! Ele é o meu pai… E eu anseio por ser igual a ele.

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Pisco os olhos repetidas vezes e lá está ela, a minha mulher no chão, apagada e ensanguentada. Olho para as minhas mãos e estão cheias de sangue. Levanto-me e me viro, indo em direção ao banheiro. Lavo as mãos e me olho no espelho, vendo minhas roupas sujas de sangue. Tiro-as e vou até o closet. Coloco outra roupa e me aproximo dela. Me abaixo para tentar sentir a sua pulsação e não há nada! Então, tenho a certeza de que ela se foi!

— Ah! Meu amor, olha o que você me fez fazer. Agora ficarei sem você, minha doce menina. — Passo os meus dedos em seus cabelos ensanguentados e, se eu não soubesse que era a minha princesa ali, eu não a reconheceria.

Respiro fundo, olhando-a e guardando essa imagem em minha memória, eternizando aquele cheiro de sangue e o silêncio que ele trazia.

A floresta que cercava nossa casa parecia observar atentamente pelas sombras nas vidraças, com as árvores majestosas que se erguiam em meio à neblina, suas copas densas filtrando a luz da lua e lançando sombras misteriosas ao nosso redor pela janela.

— Sentirei a sua falta, meu amor!

Olho para o seu corpo estirado, irreconhecível, e balanço a minha cabeça. Mesmo sabendo que ela não iria me ouvir, eu digo: — Agora você está bem e, como prometido, ninguém mais terá o que é meu. Teria né, já que você se foi…

Pego um lençol no armário e o abro em cima da cama. Pego Ayumi e a coloco em cima do lençol, enrolando-a nele. Pego-a no colo novamente e saio de dentro da casa, indo até o carro. Coloco-a no banco de trás e vou até a garagem, onde pego uma pá e a jogo no porta-malas. Entro no carro em seguida. Descubro o seu rosto e sorrio. Dou a partida e saio da garagem, batendo um papo animado com a minha falecida mulher durante todo o caminho.

A estrada sinuosa me leva através de densas florestas, cujas árvores antigas e imponentes parecem sussurrar histórias antigas enquanto passo por elas. Os raios do luar atravessam as folhagens, criando uma trama dourada de luz e sombras ao meu redor. Sigo para um lugar que gostava muito de ir e, assim que chego à reserva florestal, estaciono o carro e saio dele. Como está escuro, deixo o farol ligado para iluminar o caminho. A floresta exala um perfume terroso e fresco, enquanto a brisa suave acaricia meu rosto, trazendo uma sensação reconfortante. Ando poucos quilômetros com a pá na mão e assobio, minha trilha sonora solitária ecoando suavemente entre as árvores altas.

O corpo de Ayumi está sobre os meus ombros e acho o local perfeito. Uma pequena clareira surge entre as árvores, coberta por uma manta de musgo macio. Os raios do luar filtram-se entre as copas das árvores, criando um espetáculo de luz e sombras no terreno. Coloco-a com cuidado no chão e começo a cavar. Assim que está numa profundidade boa, arrasto o seu corpo para a vala. Olho para os lados e não vejo nada, nem escuto nenhum ruído. Tudo aqui faz silêncio para observar minha pequena obra de arte. Minha atenção volta para a pessoa que um dia eu poderia dizer que amei.

— Um lugar perfeito para o descanso eterno, você procurou e encontrou, Ayumi — pego a pá e começo a jogar terra em cima dela, enquanto assobio. Me viro e começo a andar, mas lembro-me de algo. — Avisarei ao Coleman que você deixou lembranças! — Sorrio, voltando para o carro.

A floresta parece acompanhar cada movimento meu, os sons suaves dos animais noturnos misturando-se ao meu assobio, como uma melodia sombria que ecoa através dos seus recantos verdejantes.

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