Bruno Castellazzo
A urgência em sua voz deixava claro que não podíamos perder tempo. Nossas vidas estavam em perigo, e era crucial agir com determinação e eficiência.Apesar do meu desejo de ficar e proteger a garota, eu sabia que não poderia me permitir sucumbir a esse impulso. A situação era perigosa demais, tanto para as pessoas ao meu redor quanto para a própria garota.— Vamos, Henrico. Não podemos correr riscos. Me leve até um lugar seguro e informe a equipe de segurança.Henrico assentiu, saímos rapidamente do salão, evitando chamar a atenção. Nossa prioridade era a nossa segurança, e eu faria o que fosse necessário para proteger aqueles que estavam sob minha responsabilidade.Antes de sair, dei uma última olhada na garota, deixando para trás um sentimento confuso que eu jamais havia experimentado antes.Na verdade, já havia experimentado esse sentimento antes, e uma sensação de vazio se alastrou em meu peito, causandoAurora Faria Hoje foi um daqueles dias terríveis, dignos de filmes de terror. Gustavo me levou a um leilão com o único propósito de me exibir como um troféu para os outros, mas tudo acabou se tornando ainda pior quando ele explodiu de ciúmes ao me ver conversando com outro homem.O pior era saber que o homem com quem eu estava conversando era exatamente aquele com quem eu tinha vomitado naquele maldito hotel. Minha cara quase caiu no chão de tanta vergonha, pois ele teve a audácia de mencionar o incidente, mesmo depois de me ameaçar de morte naquele dia. Sua coragem em trazer à tona esse assunto era desconcertanteNaquele bendito dia, uma onda de vergonha, desorientação e desespero me invadiu, me deixando completamente abalada. Além da intensa vergonha que me consumia, as palavras ameaçadoras proferidas por ele despertaram em mim um profundo medo, como se estivesse diante da própria morte. A simples lembrança da
Aurora Faria — Você só pensa em si mesma, é egoísta e se acha superior só porque tem o Gustavo aos seus pés. Deveria pelo menos considerar nossa família, pensar em nós. Não invejo o que ele te proporciona, mas me revolta que você não corresponda, que não pense que podíamos viver uma vida melhor, longe de toda essa violência e miséria. Tudo o que eu mais desejo é o melhor para nossa mãe e para nós. Droga! Ela se esforça tanto para nos dar uma vida digna, para não deixar faltar nada em casa, enquanto você está ocupada com seu próprio mundo egoísta. É como se não enxergasse a realidade ao seu redor, como se estivesse cega para as necessidades daqueles que realmente se importam com você. Eu só queria que você entendesse, que abrisse os olhos e percebesse. É tão difícil entender isso? PORRA! — Olhei para Laura com os olhos marejados e com o coração angustiado. Pensei que ela havia terminado, mas continuou — É frustrante ver como você desperdiça as oportuni
Bruno Castellazzo Ando pelos corredores da mansão acompanhado por minha noiva, Blanca Montenegro. Estou disposto a me casar para conseguir fechar negócios com os pais dela e com isso ter o meu passaporte para a máfia Colombiana.Blanca é uma mulher inteligente, empoderada e elegante. Não posso deixar de falar dos seus cabelos ruivos que são encantadores. Contudo, mesmo sendo uma bela mulher, não sinto nada por ela além de atração. Ela segue cada passo que dou, me acompanhando até o carro, onde o motorista dá partida nos levando para a festa de inauguração da joalheria de um dos meus sócios.Sou o tipo de homem que precisa tomar cuidado a cada passo que dou. Não posso sob hipótese alguma permitir que desconfiem de quem sou de verdade. Por isso tenho diversas empresas dentro e fora do meu território para disfarçar o meu envolvimento com a máfia. Todos pensam que sou um empresário de sucesso, e bom, isso não deixa de ser verdade, já que os meus negócios são sempre um sucesso.Desde o fa
Aurora Lancellotti Estou ansiosa esperando minha carta de admissão da Accademia Del Gioiello, na Itália, e espero ganhar uma bolsa. Só assim poderei realizar o meu sonho de me tornar uma designer de joias. Infelizmente minha mãe não pode pagar meus estudos. Apesar dela se esforçar muito para não deixar faltar nada em casa, sempre passamos por algumas privações, mas apesar dos momentos difíceis eu a admiro muito, ela me criou sozinha, já que meu pai a abandonou quando eu ainda estava na barriga e mesmo se encontrando sozinha e com uma criança nos braços, adotou a Laura, filha da sua melhor amiga, que morreu no parto e foi rejeitada pelo pai. Laura e eu somos mais que irmãs, somos melhores amigas.Durante a maior parte do ensino médio, Laura e eu trabalhamos como garçonetes em um restaurante para juntar dinheiro para irmos em busca dos nossos objetivos. Os donos eram bem complicados e pagavam pouco, porém não tínhamos muita opção, por isso seguimos trabalha
Bruno Castellazzo Acordo com os primeiros raios de sol invadindo meu quarto. Droga! Provavelmente a imprestável da minha empregada não fechou a cortina corretamente. A luz do sol me deixa com uma dor de cabeça terrível e um péssimo humor. Levo minhas mãos à lateral da minha cabeça fazendo movimentos circulares tentando amenizar a dor de cabeça. Nos últimos dias, minhas noites não estão sendo nada fáceis. Ultimamente tenho sido perseguido por pesadelos do dia que perdi a pessoa que mais amei na vida. Esses sonhos tem se tornado cada vez mais frequentes, o que me deixa atormentado. Por mais que eu tente, não consigo fugir das lembranças dolorosas daquele maldito dia.Levanto da cama e vou em direção ao banheiro, tomo um banho quente e demorado, depois me visto e saio.Quando estou descendo as escadarias, do alto vejo uma das empregadas arrumando a mesa para meu desjejum. Pelo cheiro que exala deve estar uma delícia. Desço a escada e me dirijo à
Aurora Lancelotti Acordo com o maldito toque do celular. Me esforço para abrir os olhos em meio aos raios de sol que entravam pela janela.Pego o celular e vejo o nome do Gustavo. Não acredito que aquele infeliz esteja me ligando antes das oito no dia do meu aniversário. Penso em rejeitar a chamada, mas recordo da nossa última conversa. Senti raiva, muita raiva, afinal aquele maldito estava me chantageando.Sem mais delongas atendo o celular e com a voz dominada de sono digo:— Gustavo, o que quer? Esqueceu que você me deu folga hoje?— Não, mas surgiu um assunto de última hora e quero que resolva. Depois pode voltar para sua casa e ficar com a sua mãe e a sua irmã. Mas agora quero que venha para a joalheria imediatamente. — Mas não são nem oito horas! — reclamo.— Você não deveria reclamar. Pelo contrário, deveria dar graças a Deus por ter um emprego. Agora se arrume, meu motorist
Aurora Lancellotti Entrando no jardim do edifício sinto meu coração bater descompassado de tanta emoção nem mesmo em sonhos poderia imaginar estar dentro dos pouquíssimos hotéis tradicionais e luxuosos de New York. O edifício tem uma aparência da década de 1970, um estilo romano-renascentista, uma obra de arte. Estou deslumbrada pela paisagem inebriante.Ouço alguém resmungar atrás de mim fazendo-me virar assustada, estou tão distraída olhando ao redor que não prestei atenção que atrapalhava as pessoas passarem. Peço educadamente desculpas para o casal que me encara. Eles apenas seguem caminhando ignorando totalmente meu pedido de desculpas. Que arrogância, credo! Após um breve momento cheguei na recepção.E como era de se esperar o lugar é impecável. Uma das recepcionista sorri e logo diz suave: — Seja bem-vinda ao hotel Palace, em que posso ajudar? — perguntou num sorriso simpático.Dou um suspiro para respondê-la, evitando assim tropeçar nas próp
Bruno Castellazzo (..)Ando devagar pelos corredores do calabouço, o cheiro de podridão arde em meu nariz. Tento manter meu rosto sem expressão, mas o pavor toma conta do meu rosto assim que escuto gritos ecoando pelo corredor. O calabouço é o lugar preferido de papá⁴ para me torturar, seja fisicamente ou psicologicamente. Ouço gargalhadas cruéis vindo do Consigliere⁵ do papá, ele ri do meu medo. Salvatore Ricci é tão cruel como Domenico Castellazzo. Quando chegamos ao final do corredor vejo papá com um sorriso diabólico nos lábios enquanto alguns seguranças estão espalhados na sala. — Entre — ordena papá. — Quando estou passando pelas portas um chute me lança para dentro, me fazendo cair de joelhos em seus pés.— Agindo como uma ragazza⁶, nunca será um Castellazzo. — Papá cospe no meu rosto com a expressão enfurecida. — Papá. — Não tive tempo de terminar a frase, um tapa tão forte arder em meu rosto. Sua voz cruel atinge meus ouvidos me fazendo arrepiar.— Cala a boca moleque. Não