Uma dama e as cebolas

O carroção gemeu sob o peso dos suprimentos enquanto Bill puxava as rédeas até o local indicado por Duncan. Uma pequena clareira de terra batida, com um fio de água lambendo as pedras a alguns metros de distância. O som tímido do arroio parecia zombar da sede que a poeira havia deixado nas gargantas.

Bill esticou as costas, soltando um estalo alto.

— Hora do batente, Srta. Thorne — disse, descendo com a agilidade de quem já carregara carroções a vida toda. — Esses pobres coitados vão chegar famintos como lobos.

Sem esperar resposta, Bill começou a desamarrar os fardos no carroção. Melody hesitou apenas um segundo, então prendeu o cabelo em um coque desajeitado e arregaçou as mangas da blusa.

Ela ajeitou a saia, ajustando também a calça que usava por baixo — peças que haviam pertencido a Esperanza. Não sentia mais qualquer escrúpulo quanto a isso. Tinha roupas boas agora, roupas que aguentavam a poeira, o sol e a marcha pesada. E isso era bom. Era prático. Era vida real.

Puxou a barra
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