Itabirito | Minas Gerais | Brasil
Fevereiro/2023Na rádio 97.3 FM"Resista as artimanhas do inimigo e ele fugirá de vós. O tempo da tua liberdade está chegando. Aquieta a tua alma que estou tomando providência e dando ordem aos meus anjos para te libertar desse cárcere que tens vivido por esses longos anos. Eu Sou contigo e quando falo Basta é porque assim será. Mas prevaleça na tua fé e mesmo quando sentires que estás no deserto, e que estás sozinha, não acredite, pois essa já não é a minha voz e sim daquele que já perdeu o direito a salvação e tenta a todo custo fazer o mesmo com os meus escolhidos nessa Terra. Tu és a minha escolhida, então fique em paz, tu és a menina dos meus olhos e a tua coroa ninguém vai conseguir tirar. O tempo da colheita chegou e já estou a caminho para te dar o teu galardão. Mesmo que pareca estar nas trevas, contudo, o brilho do Sol tornará a clarear na tua vida. Somente creia filha minha e assim não perecereis."O locutor fala: — Que Deus vos abençoe nesta manhã de sexta-feira e esta é a palavra que o Senhor vos envia neste dia."Amém!" — penso enquanto terminava de lavar a louça e secava com o pano de prato cheio de furos"Meu Deus! Obrigada pela palavra que me enviou nesta manhã, eu já não suportava mais toda essa tormenta que venho passando nas mãos do meu pai." — penso deixando escapar uma lágrima, que eu nem sequer sabia que existia, no canto do olho esquerdoDesde que a minha mãe morreu, meu próprio pai só faz me maltratar, chega todos os dias caindo de bêbado e nem comida dentro de casa quer colocar. Já terminei meus estudos graças à ajuda da minha mãezinha e também da diretora Marta, porque se dependesse dele seria uma completa analfabeta. Me formei com muito sacrifício e hoje sou uma professora do ensino fundamental I. Como eu queria poder trabalhar e exercer a profissão que tanto amo, mas ele não me deixa sair de casa, tranca as portas, janelas e ainda me prende nessa corrente como se eu fosse um animal, me impedindo de pedir socorro.Nesse sítio em Itabitiro, tão distante do centro de Minas Gerais, cercado por esse matagal é praticamente impossível alguém me ouvir. Não tem nenhuma casa por perto, não passa carros nessa estrada de barro e por mais que eu grite ninguém virá me resgatar. Já tentei fugir, mas na minha única tentativa em que ele deixou a porta aberta consegui chegar só até o portão de ferro enferrujado e quando ele me pegou levei uma surra que me deixou arriada por quase um mês e desde então me prende nessa corrente. Tenho marcas até hoje no meu corpo, pela brutalidade que o meu próprio pai cometeu. Eu não entendo porque ele me odeia tanto e o que fiz de mal nessa vida para merecer tudo isso. Já tentei até o suicídio, mas nem para isso consegui fazer as coisas direito. Pensei que tava tomando veneno de ratos e eram pastilhas para dor de cabeça. Resumindo, ao invés de terminar com esse tormento eu dormi o dia inteiro e quando despertei foi sentindo a cinta do meu pai percorrendo o meu corpo gritando e me xingando de todos os piores nomes possíveis, enquanto me lapiava inteira.Devo ser muito burra mesmo, por ainda ter algum tipo de sentimento por ele, depois de todo o mal que vem me fazendo. Mas penso muito na minha mãe e em tudo o que ela me ensinou, que devemos respeitar e honrar os nossos pais e assim receberemos as bênçãos de Deus.Mas confesso que já passaram coisas horríveis na minha cabeça, várias maneiras de acabar com a vida dele e até já cheguei ao ponto de ferver uma chaleira d'água e jogar dentro do ouvido dele enquanto dormia. Mas quando cheguei perto da cama perdi as forças nas mãos e deixei tudo cair no chão.No dia seguinte ouvi no meu radinho de pilha uma palavra que confortou meu coração e me fez entender o motivo de não ter conseguido fazer aquela bobagem. A mensagem dizia assim:"Esteve a ponto de cometer uma loucura por não aguentar mais a situação e a prova em que estás. Mas te diz o teu Deus, Filha essa guerra é minha e eu não permitireis que coloques a tua mão. Fui Eu quem fez perderes as tuas forças e não ir avante com teu propósito. A minha vontade sempre prevalecerá em tua vida e mesmo nos dias tenebrosos estarei contigo. Confie em mim e tenha paciência. Estou chegando e levarei boas novas pra tua vida."É nessa palavra que venho me agarrando dia após dia e tenho certeza que em breve a palavra de Deus será cumprida e suas promessas chegarão na minha vida. Como isso acontecerá eu não sei, mas quando Deus faz uma promessa Ele cumpre e usa até mesmo dos ímpios para abençoar seus filhos. Por isso tenho confiança de que o meu momento vai chegar.Me chamo Alice Ibrahim, tenho 1,69m de altura, sou morena jambo, tenho cabelos cacheados até altura dos ombros, olhos cor de mel que herdei da minha mãezinha, cintura fina, um quadril proporcional e lábios carnudos. Exatamente hoje completo dezoito anos, e sou a garota mais infeliz de todo esse mundo. Não tenho amigos, os únicos que eu tinha eram o Joel e a Damares, mas assim que terminei o curso normal pouco antes da minha mãe adoecer perdi contato com eles. Pois meu pai conseguiu serviço como caseiro nesse sítio no interior de Minas Gerais, ai saimos do subúrbio do Rio de Janeiro e viemos morar aqui. Logo eu perdi totalmente o contato com meus únicos amigos. Mas tenho os endereços deles gravado na minha memória e seus telefones. Assim que conseguir me livrar desse inferno darei um jeito de entrar em contato com eles e enfim tentar ser uma pessoa normal, apesar das marcas que esse monstro me causou.Minha mãe poucos meses depois que chegamos aqui em Itabirito começou a ter fortes dores na cabeça, a levamos rapidamente para o hospital municipal e quando soubemos o diagnóstico não acreditamos, ela estava com aneurisma cerebral e pouco tempo depois veio a óbito. Desde então minha vida tem se tornado um verdadeiro inferno. Meu pai e eu nunca fomos muito chegados, mas desde a morte da mamãe tudo se agravou e ele se tornou um verdadeiro monstro.Eu tenho muita fé, e sei que em algum momento Deus vai me livrar dessa prisão e desse tormento que tenho passado durante todo esse ano. Hoje completa exatamente um ano que minha mãe morreu, sim... Ela faleceu no dia do meu aniversário e por essa razão nunca terei motivos para festejar. Primeiro porque não a tenho ao meu lado, segundo por ser prisioneira do meu próprio pai e terceiro por carregar comigo a marca da dor de ter perdido a única pessoa que sempre me ofereceu amor, carinho e tudo o de melhor nessa vida.Enxugo as minhas lágrimas e termino de secar toda a pia. Com dificuldade seguro a corrente com uma mão e com a outra pego a vassoura para limpar todo o chão da casa. Estava quase terminando quando ouço um barulho de carro parando perto do sítio. Vou até a janela tentando ver alguma coisa do lado de fora, mas era impossível, tudo o que consigo enxergar eram rostos desfocados por conta dos plásticos que tinham por fora das janelas e as vozes alteradas de algumas pessoas, que pareciam ser homens.Me arrasto um pouco mais até chegar a porta de ferro que era trancada por fora com correntes e cadeados. Encosto a boca de um copo e meu ouvido no outro lado e consigo ouvir alguma coisa.— Cadê o filho da puta# do Filafelpio?— Sei lá PG. Aquele veiote noiado deve tá largado por algum boteco desses da cidade cara. É melhor nós vazar e antes do galo cantar nós volta pra fazer o acerto parça.— FILHO DA PUTA#! ESSE DESGRAÇADO ACHA QUE SOU BABACA OU O QUÊ? MAS SE ELE NÃO ME CONHECE, HOJE VAI VER O DIABO CARA A CARA!O primeiro homem grita e esmurra a porta me dando um susto que me faz cair no chão quebrando o copo na hora.— Ouviu isso? — o outro cara com uma voz quase no mesmo tom fala— Isso o que porra#? — o homem da voz grossa questiona— Esse barulho parceiro, parecia que alguma coisa do outro lado quebrou cara. Tem alguém aí dentro de tocaia. — sinto ele se aproximar da porta e me encolho na parede baixando a cabeça com muito medoA casa é de madeira, tinham frestas, mas eu estava escondida num cantinho muito escuro e eles mesmo que tentassem não conseguiriam me ver. Permaneço em silêncio enquanto um dos homens tenta ver algo por entre as paredes.— Ficou doido Nocaute? Quem ia tá aí dentro com essa porra toda trancada por fora mermão? Esse filho da puta# tá vadiando# por aí gastando minha grana com pinga. Eu mato esse fodido! — o homem da voz grossa fala nervoso— Só tem um jeito de descobrir se esse barraco tá vazio ou não.— Como?— Colocando essa porta abaixo irmão!— Então mete tiro logo nessa porra#. — ouço o grito do sujeito que com certeza é o chefe e meu corpo fica completamente trêmulo"Ai meu Deus do céu! Eu vou morrer! Socorro pai. Me ajuda Senhor!""O senhor é meu socorro e refúgio nas horas das aflições. Ainda que eu passe pelo vale da sombra da morte, não temereis porque o Senhor é comigo."Eu orava, chorava e tremia ao mesmo tempo. Não sabia o que fazer. Se aqueles homens entrassem me encontrariam, me torturariam imaginando que eu sabia o paradeiro do meu pai e ainda me matariam achando que eu estava mentindo...Continuo na mesma posição com os olhos fechados, a cabeça entre as pernas e minhas mãos para o alto clamando pela misericórdia de Deus. Eu chorava muito e já estava preparada para o pior quando ouço barulho de telefone tocar.— CARALHO#! O QUE FOI DESSA VEZ PATRÍCIA?O homem da voz grossa parecia discutir com uma mulher pelo telefone. Ele estava nervoso e eu já desesperada só imaginando o pior. Eu me via perfurada de cima a baixo, meu corpo cheio de balas e sendo esquartejada jogada nesse matagal."Ai meu Deus! Esse fim não meu pai, eu te suplico."Continuo choramingando baixinho quando ouço o outro cara falar:— O que tu vai fazer PG?— Por enquanto nada Nocaute. Bora fica suave até a nossa hora chegar e nós volta aqui pra cobrar o que nos pertence. Esse filho da puta# me fez sair da minha paz pra fazer essa cobrança nesse fim de mundo e de um jeito ou de outro ele vai pagar. Nunca levei prejuízo e não vai ser hoje que vou ter. Agora vamo embora que a sequelada da Patricia já aprontou das dela lá na situação. — um dos caras falava com uma voz grossa que me deixou com calafrios até na almaPouco a pouco as vozes vão sumindo e em fração de segundos ouço barulho de carro sendo ligado e o silêncio voltou a tomar conta do lugar."Graças a essa Patrícia eu não vou morrer no dia do meu aniversário. Vou orar por ela todos os dias. — Eu sorria e chorava ao mesmo tempo de tanto nervoso"Começo a catar os estilhaços do copo no chão e fico parada quando me lembro que:"Eles vão voltar e matar o meu pai. E eu com certeza vou junto no pacote.""Ai meu Deus!"Sei que pareço uma idiota# e deveria estar feliz se isso acontecesse. Mas ele é o meu pai e mesmo sendo um demônio não quero que ele morra. Querendo ou não é a única família que tenho.Mas o que será que ele deve para esses sujeitos sairem do lugar deles e vir até aqui nesse fim de mundo? Será que ele se meteu com drogas? Não! Isso não! Ele não seria tão imbecil# a ponto de fazer uma besteira dessas. Ou seria?Ai meu pai, estou toda trêmula e nem sei mais o que pensar. Só espero que esses sujeitos não voltem e que nada de ruim aconteça ao meu pai. Ele é um miserável, mas continua sendo o meu pai e se ele morresse eu sei que ficaria livre desse inferno, mas não teria mais ninguém nesse mundo.☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆PAULO GUERRA "PG"Chego soltando fogo pelas ventas. Odeio ter que sair pra fazer cobrança e menos ainda quando alguém me liga enchendo a minha paciência que já não existe. É uma porra mesmo ter que ser responsável e babá de uma irmã doida como a Patricia Guerra. Mas o que posso fazer se desde que saímos daquele orfanato eu tive que suprir a missão e o papel de homem da casa? Patricia sempre foi uma sequelada do caralho# e pra piorar me arranjou um filho ou melhor filha, de um mauricinho noiado dos infernos. Porra#! Se não fosse pela minha sobrinha, que tenho o maior apego, eu já tinha dado um fim nesse play dos infernos. Mas sei na pele o que é crescer sem saber quem é o nosso pai e te falo que a sensação é ruim pra caralho#.Me chamo Paulo Guerra, tenho vinte e sete anos, sou chefe do movimento no morro da Fé, uma das comunidades do Complexo da Penha que fica na Zona Norte do Rio de Janeiro. Nome estranho para uma favela, né!? Mas se parar pra pensar deram foi o nome certo, porque
AliceAs horas passaram rápido, a noite chegou e nada do meu pai voltar. Estou morrendo de fome, o único alimento que coloquei na boca foi um pão velho com água quente da torneira, que além de tá duro feito uma pedra ainda tinha um pouco de mofo em volta. E isso foi ontem, as quatro horas da madrugada, quando meu pai chegou caindo de bêbado e me chutando para eu acordar. Eu imaginava que nada poderia ser pior do que ele fazia comigo durante todo esse tempo, mas bastou ele abrir a boca para eu perceber que o pior ainda estava por vir.Algumas horas atrás...— Acorda! Acorda logo garota! — meu pai dá vários chutes nas minhas pernas, me fazendo acordar e gemer de dor — Ai! Ai! O que foi pai? — respondo já de pé e me afastando dele— O que foi pai? O que foi? — ele fala embolado, mas cheio de ironia — Eu lá sou pai de um bicho como você? Anda, levanta logo sua merda e vá colocar a minha comida. — ele grita e se afasta sentando em uma cadeira velha que tinha no canto da cozinha perto da p
AliceMe levanto com dificuldade, meu corpo doia muito e minha cabeça estava a ponto de explodir. Abro e fecho os olhos várias vezes na tentativa de enxergar. Lágrimas continuam brotando em meus olhos quando lembro de tudo o que me disse na noite passada. Ainda não conseguia acreditar em nada daquilo.Como assim, minha mãe o traiu? Como eu não posso ser filha dele?Afinal, quem é o meu verdadeiro pai?Dúvidas e perguntas não paravam de surgir na minha cabeça. Mas eu sabia que não teria respostas e o pior foi lembrar que esse velho monstruoso assassinou a minha própria mãe. Não é possível que eu tenha que passar por tudo isso em vão, Deus nunca me desamparou e sempre fez promessas em minha vida. Será que tudo não passava de coisa da minha cabeça?Continuo varrendo cada canto daquele lugar que agora se tornou o meu cativeiro, o meu cárcere e só hoje compreendo o motivo. Ele me odeia por eu ser fruto de uma traição e segundo ele, o senhor Filafelpio, esse mal deve ser cortado pela raiz
PGCheguei no hospital e fui ligeiro buscar informação da minha sobrinha. Tinha uma coroa toda nojenta atrás de um balcão e estava no telefone falando sei lá com quem. Com a educação que nunca existiu dentro de mim pergunto pela cachinhos, mas a porra# da coroa queria era dificultar as paradas e devia me achar com cara de relógio pra aguardar o tempo dela bater o ponto pra querer olhar pra nós. Outra vez tento contato, mas a porra# estava difícil pra caralho, até parecia fila do INSS. Apoiei as mãos no balcão, baixo à cabeça, conto até três e quando levanto dei um murro naquela merda de tábua branca que era mais encardida do que as parede do barraco da boca. A coroa se estremeceu inteira e até consigo afirmar que ela se mijou todinha com o susto, mas ficou ainda pior quando puxei o telefone da mão dela e falei com a sequelada do outro lado da linha, que depois eu descobri que era a vizinha da filha dela que queria receita de bolo e saber qual era a boa da novela das dez. Puta# que pa
PGJá no carro segui direto para o buraco onde aquele fodido se entocava. Nocaute em todo o caminho ficou calado e eu já estava puto da vida por ele ter se metido no bagulho entre Patricia e eu. Mas era meu parceiro, meu irmão de vida que já me fortaleceu muito e por isso deixei quieto. Depois de uma cota de tempo chegamos no tal barraco. O portão estava aberto, o que facilitou a nossa vida, mas também me deixou cabreiro com toda essa facilidade. Descemos do carro e Nocaute logo fala:— A porta tá aberta PG, o veiote tá aí. Assinto, pego minha pistola nas costas destravando no ato e sigo o percurso com ela em punho. Nocaute vinha logo em seguida e bastou nós dá alguns passos para ouvir gritos. Tinha alguém ali dentro passando por aperto e pela voz era uma mulher. Encaro Nocaute e faço gesto com a cabeça dizendo que era a hora de invadir. Ele assente e ligeiro entramos no barraco. E sinto o ódio mortal tomar conta das minhas veias e uma m*****a lembrança surge na minha cabeça com a ce
AliceNunca senti tanto medo como agora. Eu não sabia o que fazer, se gritava, chorava, corria ou ficava aguardando até aquele homem fazer o mesmo ou pior comigo. O desgraçado do Filadelfio era um verme maldito, mas não deixava de ser um ser humano e quem somos nós para ceifar a vida do nosso semelhante? Aquele homem com seu olhar frio e seu modo duro de agir me fez sentir como um grão de areia, um nada... Naquele momento tudo o que eu desejava era que um buraco fosse aberto debaixo de mim e me tragasse para sempre. Eu sequer conseguia gritar ou esboçar qualquer tipo de reação... Simplesmente paralisei.Aquela cena ficará gravada para sempre dentro da minha cabeça, o Filadelfio sendo castrado como um bicho e se debatendo enquanto o outro homem que mais parecia um justiceiro, sem esboçar nenhum tipo de remorso apertava cada vez mais o nó da corda que estava em torno do seu pescoço, deixando mínima a possibilidade daquele sujeito que a pouco tempo atrás eu chamava de pai escapar.E tud
PGDepois de finalizar aquela situação parti direto para o hospital, só queria pegar minha família e meter o pé desse inferno. Nocaute tentou desviar o caminho seguindo pra casa onde nós tava, mas não dei chance, minha ordem vai ser cumprida e a partir de agora vou ser pior do que antes. Essa porra# de afrouxar as rédeas só deu merda, me desloquei da minha paz e fui parar direto no inferno sem escala. Tudo porque dei oportunidade, confiei e olha a merda que deu... só me fodi. E isso não vai mais acontecer!Fiquei cabreiro de deixar aquela garota pra trás e ainda respirando depois de filmar a nossa cara. Mas sei lá o que me deu, aqueles olhos de anjo dela me deixou em transe por algum tempo e eu já estava tão neurótico com toda aquela merda que deixei ela pra trás. Só que algo me diz que isso não foi uma boa ideia e eu preciso resolver essa porra# antes que traga problema pra minha cabeça, que já tá a prêmio há muito tempo.Chego no hospital e vou logo ter notícia da Emilie. A coroa a
AliceSem olhar para trás comecei a caminhar sem rumo pela estradinha de terra que me levaria direto ao centro da cidade. Não sabia o que aconteceria comigo a partir daquele momento, mas no fundo, eu tinha a única certeza que deveria fugir, andar, correr e chegar o mais longe que eu conseguisse. Pois essa era a minha única oportunidade de recomeçar.Já era madrugada e a estrada estava deserta. Como sempre ali não passava sequer um filho de Deus que pudesse me ajudar. Mas, por outro lado, era melhor assim, pois depois de tudo o que passei eu não confiaria em ninguém, nem mesmo na minha própria sombra.O mal havia ficado para trás e junto à ele o corpo daquele demônio maldito. Eu deveria me sentir feliz, mas tudo acontecia exatamente o contrário, estava morrendo de medo do meu futuro e principalmente de esbarrar com aqueles sujeitos, pois com toda certeza ainda deveriam estar muito perto. Com esses pensamentos aperto o passo e ao longe avisto uma iluminação. Sigo em direção ao reflexo