Após saírem da área onde estavam os prisioneiros, Uriel lavou sua mão suja do sangue de Charlote, enquanto Sara o observava. Ao chegarem no escritório dele, Uriel foi direto em sua pergunta.— Quer falar alguma coisa ou me perguntar algo? Percebi que ficou calada desde que matei Charlote.Sara sabia que ele iria perceber seus sentimentos e foi sincera com ele. — Quando ela disse que comigo você precisava se segurar, foi o mesmo que me disse ontem. Por acaso já chegou a comentar sobre nossa intimidade com ela? — Sara questionou, demonstrando um desconforto.— Então é por isso que está assim? — perguntou Uriel, enquanto se sentava em sua cadeira e pedia que ela se sentasse em seu colo. — Sara, eu jamais falaria sobre isso com ela. A charlote somente disse aquilo porque sabia que iria te afetar e porque ela sabe que nossa força é maior que a de vocês. Os Lycans ficam com humanas e as lobas, antes de encontrarem suas companheiras, e ela já deve ter ouvido sobre isso — explicou a situação
Brian levou Stella até um quarto, mostrou tudo e esperava que ela tivesse gostado.— O que me diz, gostou? — perguntou animado.— Sim, seu quarto é bem legal. Ele tem o tamanho de uns três quartos de onde eu dormia.— Esse não é o meu quarto — afirmou, percebendo que ela ficou confusa.A confusão estava estampada no rosto de Stella e antes que ela fizesse alguma pergunta, Brian explicou.— Você me disse que precisava que as coisas acontecessem mais devagar entre nós dois, então pensei que poderia querer dormir em quartos separados a princípio. Eu disse que vou respeitar seu tempo, Stella, e você dormindo na minha cama e tão perto de mim, sem eu poder te tocar, seria ainda mais torturante.Stella entendeu e se sentiu agradecida por aquela atitude, o que demonstrava que ele estava mesmo disposto a esperar por ela.— Obrigada por entender — agradeceu e deu um leve sorriso.— Qualquer coisa que precisar, pode me pedir, ou se minha mãe te incomodar, não deixe de me avisar. Como viu, ela po
Aquela noite estava um pouco diferente das demais, não apenas porque a lua não emitia seu brilho, mas porque acontecia uma guerra no interior da floresta, nos arredores da cidade de Ames — Iowa, nos Estados Unidos. Os trovões ecoavam pela noite, com uivos e rosnados que poderia gelar a espinha de qualquer ser humano, os relâmpagos cortavam o céu e clareavam a noite escura e chuvosa, que lavava o rastro de sangue deixado na alcateia da lua de sangue. — Desista Philip, a alcateia já foi tomada e você não está em condições de lutar — falou Quinton através do link mental. — Como teve a coragem de trair sua alcateia e seu Alfa? Você era meu melhor guerreiro, meu Gamma — falou Philip com a respiração ofegante. — Nisso você tem razão, sou o melhor guerreiro da alcateia e posso expandir ainda mais nosso território, coisa que você insiste em não fazer. — Eu quero evitar uma guerra desnecessária, não vê que quero proteger minha matilha? — gritou e um relâmpago clareou os céus. O enorm
O carro seguiu pelo asfalto em meio aquela tempestade torrencial, Rachel passou a mão pelo para-brisa, tentando desembaçar o vidro e se amaldiçoou por pegar a estrada mesmo chovendo. — Merda! Deveria ter esperado essa chuva passar, não consigo ver nada. Rachel diminuiu a velocidade, não queria arriscar, era noite e ainda parecia que o céu estava desabando, algo poderia acabar acontecendo naquela noite. Algo até mesmo parecia ter ouvido seus pensamentos, pois assim que pensou sobre aquilo, viu um vulto no meio da chuva e acabou batendo em algo. — Ai, minha nossa! Em que eu bati? — perguntou para si, após dar um grito com o susto que levou. Ela tentou se acalmar e acalmar sua respiração que estava ofegante, procurou no banco traseiro por uma lanterna, estava sem guarda-chuva, então mesmo não querendo, teria que se molhar. Rachel saiu do carro sentindo os pingos gelados da chuva caírem sobre seu corpo, mesmo com o frio, ela foi para a parte de trás do carro e começou a procurar em qu
Rachel não estava entendendo o que levou aquele homem a responder daquela forma, não deveria perguntar, mas não conseguia manter sua boca fechada, queria saber se ele tinha algum motivo para não querer ir para o hospital. — Você é algum fugitivo da polícia? Por isso não quer ir ao hospital? Ou você prefere ir para Ames? — Você é bem curiosa, não é mesmo? — Mesmo que eu tenha atropelado você, ainda tenho o direito de saber que tipo de pessoa estou levando no meu carro. — O encarou pelo espelho interno — Nem mesmo sei o seu nome. — Ok, senhora curiosa e posso dizer, corajosa, vou responder suas perguntas. Não sou fugitivo da polícia e não sou um assassino, mas tem pessoas atrás de mim, uma pessoa em específico, que me tomou tudo, se puder ir para algum lugar, eu vou ficar bem, de preferência em Des Moines. Quanto ao meu nome, é Philip. Aquele era o máximo de informações que ele poderia dar a ela, não teria como dizer o que tinha realmente acontecido, nem que era um metamorfo, não e
Taylor e Sara foram levados para a sala que agora era de Quinton, ambos foram obrigados a se ajoelharem na frente dele, que não gostou muito que Taylor ainda o olhava nos olhos, não ficando de cabeça baixa em sua presença. — Você deveria estar olhando para baixo. — Socou o rosto dele. — Quinton! Você não precisa fazer isso, não estamos resistindo. — Sara interveio. — Essa é uma decisão sábia, minha querida. — Segurou seu queixo — Não pense que vou deixar vocês se rebelarem. — Assim como fez com meu irmão? — perguntou, sentindo seu queixo ser empurrado. — Seu irmão era um fraco, ele não pensava grande, como um verdadeiro Alfa deve fazer. Insisti para que ele expandisse nossas fronteiras, mas ele não quis, sempre insistiu em ficar nessa mesmice. — O Philip pensava no seu povo, coisa que você não está fazendo. Vivemos bem aqui, não precisamos entrar em conflito com nenhuma matilha, isso apenas traria mortes, era nisso que meu irmão pensava, se fosse preciso defender nossa matilha c
Philip podia ouvir os batimentos cardíacos de Rachel e sabia que ela estava constrangida, mas não se importava por estar sem roupa. Normalmente, os lobisomens não sentem vergonha por estarem nus, pois se transformam com frequência e acabam vendo uns aos outros pelados. No entanto, ele precisava lembrar que esse não era um costume dos humanos.— Você tem algum problema com a nudez? — perguntou a ela, apenas com o interesse de provocá-la.— Diferente de você, que parece não ter nenhum problema com isso. Por acaso, veio de alguma comunidade de naturistas? — Ela ainda permanecia de costas.— De onde venho, é normal ver outras pessoas nuas.— Não sei de onde você vem, mas não é normal por aqui que um homem fique pelado como você está agora, na frente de uma mulher, principalmente uma que ele acabou de conhecer. Isso é algo feito entre casais. — Rachel não sabia se estava apenas piorando a situação com seus argumentos.— Por que não diz para ela que somos seus companheiros? Explique que vam
Philip começou aquele banho, deixando a água morna cair por seu corpo, tentando relaxar, mas ainda sentia dor quando a água passava por suas feridas. Se seu lobo estivesse bem, aquelas feridas já estariam curadas, mas o veneno o enfraquecia. — Tem um cheiro diferente nesse lugar, quem nossa companheira deixou entrar aqui? — Zeus ficou inquieto. — Sei o quanto o vínculo pode nos tornar possessivos, mas não se esqueça que ela não sabe nada sobre isso. Ela disse que esse é um banheiro de funcionários; ela deve ter um, ou até mesmo um namorado. O pensamento fez Zeus rosnar em sua mente, mas ele também se sentiu incomodado ao imaginar Rachel com outro homem, mesmo que não tivesse a intenção de ficar com ela. O vínculo ainda estava lá, e era inevitável sentir ciúme dela. — Esse é o problema com os humanos, ela não vai entender a profundidade do vínculo conjugal, já vi lobos quase enlouquecendo por causa disso, Zeus. — Se ela tiver um namorado, eu arranco a cabeça dele e fica tudo bem.