Após um momento de reflexão, Stella decidiu tomar um banho. Precisava sentir-se limpa de alguma forma após tudo o que passara naquele acampamento. Ela pegou um vestido que Sara havia deixado para trás, sabendo que iria servir.Stella envolveu-se com uma toalha e, enquanto estava assim, ouviu alguém bater na porta. Seu coração acelerou ao sentir o cheiro que vinha do outro lado. Ficou sem reação por alguns segundos, até sua loba falar com ela.— Nosso companheiro está aqui, não vai abrir a porta?— Acha que ele veio nos rejeitar? Ele me olhou nos olhos naquele salão, ele sabe quem somos.— Só tem um jeito de saber, abrindo aquela porta. Stella, o animal interior dele está calmo, talvez não seja isso. Mesmo se for, será melhor que ele faça isso de vez.Outra batida veio, seguida da voz de Brian.— Stella, pode abrir a porta? Consigo ouvir sua respiração, preciso falar com você — pediu, mantendo sua voz calma, não queria assustá-la.O cheiro de Brian, que ficou mais forte, juntamente com
Brian permanecia segurando seu queixo; ele estava perto o suficiente para não deixá-la concentrar-se na resposta ou no que queria. Stella sentia aquela sensação onde ele segurava, mas se espalhava por seu corpo, e precisava manter distância se quisesse pensar direito. Stella se afastou um pouco, cortando aquele contato. Estava insegura sobre o que responder, então fez outra pergunta, no lugar de dar sua resposta.— O que quero tem alguma importância? — perguntou ela.— Claro que tem, Stella. Já expliquei que minha intenção não é te rejeitar. Pode ser complicado, mas estou disposto a lutar por você, e te proteger. Stella, só de estar perto de você já me deixa feliz, como eu não imaginei que pudesse me sentir. Me diz, não sente o mesmo?Stella se virou e olhou nos olhos dele mais uma vez, analisando Brian, tentando identificar algum traço de mentira, mas não conseguia encontrar.— Sinto. Seu cheiro, seu toque, tudo em você me faz sentir bem, mas tenho medo de me entregar aos sentimentos
Após dar mais alguns conselhos para Stella, Sara voltou para a festa, enquanto Stella se deitou, mas ficou ali olhando para o teto, pensando no que faria, no beijo que Brian lhe deu e se iria se arrepender posteriormente.Brian também não conseguia se concentrar na festa, pois não parava de pensar em Stella e qual seria sua decisão. Ele olhava as pessoas se divertindo, dançando, e não conseguia se sentir animado com a animação de todos, então decidiu se retirar. Brian avisou a Uriel e se aproximou de Philip.— Você está sendo um bom anfitrião, porém não consigo me concentrar e curtir a festa. Peço desculpas, Philip, mas vou para o quarto. Obrigado pela recepção, divirtam-se e comemorem bastante — disse Brian, despedindo-se.Brian se despediu de todos e saiu da festa. Alguns olhavam sem entender e se perguntavam se ele estava saindo por não achar que a festa estava à altura. Uriel, que sabia o real motivo, acabou ficando preocupado com Brian, já que corria o risco de Stella o recusar e
Stella voltou para o quarto ainda mantendo um sorriso. Ela mordia os lábios, e era difícil não pensar na boca de Brian tocando a sua. Após tomar aquela decisão, ela se sentiu melhor e esperava que sua insegurança e medo logo acabassem, para que pudesse realmente desfrutar de tudo que o vínculo pudesse lhe proporcionar.Enquanto ela saboreava um pouco do contato que teve com Brian, na festa, Philip chamou Taylor e Sara para uma conversa e, após pedir a opinião deles, convidou Gael para se juntar a eles, pois tinha algo a dizer.— Pediu que eu viesse? — perguntou Gael, olhando para Sara e Taylor, sem entender o que estava acontecendo.— Sim. Tive uma conversa com minha irmã sobre as coisas que aconteceram com os rebeldes. Entendi que não teve escolha senão lutar e sei o que tentou fazer por minha irmã. Você também tentou me ajudar durante a luta e sei reconhecer um bom guerreiro quando vejo um.Gael ficou agradecido pelas palavras, mas ainda estava sem entender o motivo pelo qual foi ch
Após saírem da área onde estavam os prisioneiros, Uriel lavou sua mão suja do sangue de Charlote, enquanto Sara o observava. Ao chegarem no escritório dele, Uriel foi direto em sua pergunta.— Quer falar alguma coisa ou me perguntar algo? Percebi que ficou calada desde que matei Charlote.Sara sabia que ele iria perceber seus sentimentos e foi sincera com ele. — Quando ela disse que comigo você precisava se segurar, foi o mesmo que me disse ontem. Por acaso já chegou a comentar sobre nossa intimidade com ela? — Sara questionou, demonstrando um desconforto.— Então é por isso que está assim? — perguntou Uriel, enquanto se sentava em sua cadeira e pedia que ela se sentasse em seu colo. — Sara, eu jamais falaria sobre isso com ela. A charlote somente disse aquilo porque sabia que iria te afetar e porque ela sabe que nossa força é maior que a de vocês. Os Lycans ficam com humanas e as lobas, antes de encontrarem suas companheiras, e ela já deve ter ouvido sobre isso — explicou a situação
Brian levou Stella até um quarto, mostrou tudo e esperava que ela tivesse gostado.— O que me diz, gostou? — perguntou animado.— Sim, seu quarto é bem legal. Ele tem o tamanho de uns três quartos de onde eu dormia.— Esse não é o meu quarto — afirmou, percebendo que ela ficou confusa.A confusão estava estampada no rosto de Stella e antes que ela fizesse alguma pergunta, Brian explicou.— Você me disse que precisava que as coisas acontecessem mais devagar entre nós dois, então pensei que poderia querer dormir em quartos separados a princípio. Eu disse que vou respeitar seu tempo, Stella, e você dormindo na minha cama e tão perto de mim, sem eu poder te tocar, seria ainda mais torturante.Stella entendeu e se sentiu agradecida por aquela atitude, o que demonstrava que ele estava mesmo disposto a esperar por ela.— Obrigada por entender — agradeceu e deu um leve sorriso.— Qualquer coisa que precisar, pode me pedir, ou se minha mãe te incomodar, não deixe de me avisar. Como viu, ela po
Aquela noite estava um pouco diferente das demais, não apenas porque a lua não emitia seu brilho, mas porque acontecia uma guerra no interior da floresta, nos arredores da cidade de Ames — Iowa, nos Estados Unidos. Os trovões ecoavam pela noite, com uivos e rosnados que poderia gelar a espinha de qualquer ser humano, os relâmpagos cortavam o céu e clareavam a noite escura e chuvosa, que lavava o rastro de sangue deixado na alcateia da lua de sangue. — Desista Philip, a alcateia já foi tomada e você não está em condições de lutar — falou Quinton através do link mental. — Como teve a coragem de trair sua alcateia e seu Alfa? Você era meu melhor guerreiro, meu Gamma — falou Philip com a respiração ofegante. — Nisso você tem razão, sou o melhor guerreiro da alcateia e posso expandir ainda mais nosso território, coisa que você insiste em não fazer. — Eu quero evitar uma guerra desnecessária, não vê que quero proteger minha matilha? — gritou e um relâmpago clareou os céus. O enorm
O carro seguiu pelo asfalto em meio aquela tempestade torrencial, Rachel passou a mão pelo para-brisa, tentando desembaçar o vidro e se amaldiçoou por pegar a estrada mesmo chovendo. — Merda! Deveria ter esperado essa chuva passar, não consigo ver nada. Rachel diminuiu a velocidade, não queria arriscar, era noite e ainda parecia que o céu estava desabando, algo poderia acabar acontecendo naquela noite. Algo até mesmo parecia ter ouvido seus pensamentos, pois assim que pensou sobre aquilo, viu um vulto no meio da chuva e acabou batendo em algo. — Ai, minha nossa! Em que eu bati? — perguntou para si, após dar um grito com o susto que levou. Ela tentou se acalmar e acalmar sua respiração que estava ofegante, procurou no banco traseiro por uma lanterna, estava sem guarda-chuva, então mesmo não querendo, teria que se molhar. Rachel saiu do carro sentindo os pingos gelados da chuva caírem sobre seu corpo, mesmo com o frio, ela foi para a parte de trás do carro e começou a procurar em qu