Ser o representante da família Valentim, não é nada ruim. Apesar da rotineira agenda cheia, normalmente dormir em um lugar e acordar em outro, não há muito o que reclamar, negócios sempre fazem parte da rotina de um mafioso, seja de armas, drogas, bebidas, mulheres sempre há negócios, restando pouco tempo para visitar o meu avô, o único familiar que realmente se importa comigo.
— Como ele esta essa semana? — Chego a mansão Valentim perguntando ao seu acompanhante pessoal. Não permito que abra a porta do carro, tenho mania de limpeza, neste exato momento não faço ideia onde ele tenha colocado essas mãos. — Apresentou um pouco de cansaço ao caminhar pelo jardim, diminuímos a caminhada de uma hora para trinta minutos, senhor Hendricks. — Lamento, chegar a idade de sessenta e sete anos não parece ser uma atividade fácil, para quem bebeu e fumou bastante na sua juventude, além de ter perdido noites.
— A alimentação? — A cada passo que dou em direção ao enorme saguão estilo xadrez, sou seguido. — Muito pouco senhor, mudamos as opções seis vezes somente esta semana, mas nada o agrada. — Olho para o andar acima da escada, a cada degrau sabendo sobre uma informação do meu avô, para chegar ao quarto lhe ver deitado na cama com os olhos atentos num livro, os óculos de aros grossos, sério, o semblante de homem impaciente, aquele que se encontrasse o autor agora, neste exato momento lhe faria perguntas diversas.
Os cabelos grisalhos despenteados, a cabeça redonda parte careca a frente, os olhos negros indo de um lado a outro, a até soltar um longo suspiro de indignação. — Lembrou-se que tem avô Hendricks? — É um daqueles dias que ele realmente está mal-humorado, sorrio, os dias não têm sido fáceis, mas vê-lo é minha tarefa mais possível a fazer. – Nunca me esqueci ou esquecer-me-ei de ti, nono. – Aproximo e beijo a sua mão, o anel de ônix negra é uma herança do seu pai, para ele.
— Neto ingrato, passo dias fadigado neste quarto, se saio deparo-me com dúzias de incompetentes a todos os lados desta casa. — Nego brandamente, o ar do quarto é escuro, pesado, tenso, ser um Valentim não, é algo fácil. — Se ao menos você me desse um bisneto para...
— Vovô novamente, esta conversa? Já disse que não pretendo me casar, pelo menos não acredito nessa ilusões criadas pelo homem, sou um homem de negócios, se houver algum homem interessado em pagar-me para aturar uma mulher… — – Ouço a sua risada prevalecer, ele compreende do que falo, amou a minha nona até os seus últimos dias finais de vida, para quem tem sorte há fé, mas nem todos tiveram o mesmo destino e vivem no mesmo mundo.
— És de fato o Valentim mais abusado entre todos que conheço, Hendricks, desejando um alto dote para casar-se? — Dou de ombros, ajusto a minha calça de alfataria, sentando-me corretamente a seu lado na cama. — Como o senhor está? — Seus olhos negros vagueiam pelo meu, me recuso a acreditar que a morte se aproximar, que algum dia ele irá me deixar. — – Morrendo Hendricks, estou...
— Nono não fales besteira, ainda...
— Se ao menos eu tivesse um bisneto, uma criança para me fazer companhia, um ser para alegrar a esta casa, seria uma ocupação, mas não há, meu único neto, recusar-me a dar-me herdeiros. — Deslizo a mão entre os meus fios de cabelos negros, lisos, molhados, ao levar a ponta da língua ao lábio superior, acho o seu pedido mais absurdo que todos que poderiam acontecer. — Os Valentim podem acabar em você, Hendricks, o legado dos Valentim, após você pode ser esquecido, jogado ao vento, por uma simples atitude egoísta sua.
— Avô poderia pelo menos respeitar a minha vontade? O senhor fala de mim, mas só teve a minha mã... — A sua tosse aumenta gradativamente, sem me deixar terminar de falar. Pego o copo, encho de água na cabeceira da sua cama, lhe ergo, fazendo beber em seguida. — Garoto... garoto tolo! — Seu mau-humor é registro notável entre todos, os empregados em geral.
— O médico já disse que o senhor não pode se... — Mal mente me deixa falar, o corpo que deixo em sua mão é atirado a uma distância, até que se espatifa no chão, dividindo-se em milhas de pedaços. — Ele disse, ele disse que não posso me aborrecer, mas toda vez que olho para você só vejo um fracassado, do que adianta termos terras, poder, domínio, dinheiro, a família mais respeitada, mais requisitada de toda, San Donato, se somos apenas dois seu idiota.
— Vovô... — A sua maneira de virar-se me dando as costas é a forma que ele encontra para dizer que nosso assunto foi encerrado, ele não quer me ver não desta vez, não por hora. Afirmo ao constatar, todos sabem que não quero me casar, talvez ter um filho, mas isso é algo tão complicado, as mulheres com quem me envolvo geralmente estão por interesse, não que isso seja ruim, mas o interesse sempre prolonga para o casamento.
A maioria delas querem ser a senhora Valentim, que é como ser a primeira dama da cidade, dá explicações para onde, para voltar, quando, como, coisas que não quero e não estou habituado. — Me liguem se precisar de algo, Adrian não o deixe sozinho, por favor, se ele perguntar por mim...
— Senhor Hendricks, sabes que quando ele fica chateado com o senhor passa dias sem falar o seu nome, ele nem mesmo quer escutar. — Suspiro fundo, meu avô é a única pessoa que amo na vida, que me preocupa, mas ele quer que eu renuncie a meus princípios pelos seus, não vejo problema algum em nossa geração acabar em mim, qual o problema? Outras virão, sejam elas Marques, Donatos, Donatianos, tantas outras.
— Tudo bem, mas de qualquer maneira, me ligue, não quero ficar sem notícia… — Ouvimos algo ser atirado no andar superior, e como é ordenado, Adrian me deixa corre escadas a cima, fico a espera para saber o que esta acontecendo, até que surge na porta, balança a cabeça, e os barulhos persistem. — Me ligue caso precise de algo. — Reafirmo, a família Valentim não foi nada que começou grande, a nossa árvore familiar nunca deu trabalho fazer ou falar sobre ela.
Para começar o meu bisavô, Francisco Valentim, casou-se com Hermínia Doravella, após o casamento, ela passou a ser propriedade da nossa família, não podia ir até a sua família, tiveram filhos, mas todos eles exceto pelo meu avô, o único a vingar, os demais morreram, somente anos após o casamento que descobriu que a nossa linhagem tinha parentesco com a linha dos pais da minha Bisavó, não que esta seja uma explicação cientifica, mas como dizem, pode ter sido, o fato de compartilharem o mesmo sangue.
O meu avô casou-se aos dezoito anos, com a sua primeira esposa Helena, dois anos após o casamento a mesma veio a falência, causa da morte, pneumonia, alguns meses depois, meu avô casou-se novamente, com a sua cunhada Franthesca, pelo menos era ex-cunhada, não demorou muito para que tivessem o meu pai Matteo Valentim, talvez tenha sido um caso de sorte, eles terem feito o meu pai, pois em seguida meu avô caiu doente, apesar de alguns alegarem ser uma maldição na família, após a caxumba, meu avô tornou-se infértil, mas quem levava a culpa pela infertilidade era a minha avó Franthesca, um homem do seu porte, jamais admitiria tal fraqueza.
O casamento do meu pai, fora duradouro, doze anos, a minha mãe Amélia uma bela mulher, me lembro dela todas as noites sentada à beirada da cama escovando seus cabelos negros, lisos e ondulados repetidas vezes, antes de dormir, sempre disposta a me dá um beijo de boa noite, com um pequeno trecho de uma historinha para me fazer pensar até dormir, enquanto o meu pai, sempre correndo contra o tempo devido aos negócios, viajando, falando com homens diferentes, trazendo amigos estranhos para jantar, eles conversavam sobre negócios a noite inteira, tomando altas doses de licor.
A felicidade parecia reinar até ele entrar para o quarto, mesmo que eu estivesse dormindo, acordava com as saídas da minha mãe, isso se ele não vissem lhe buscar pelos longos e belos cabelos negros, meu pai era um doente, que ciumava dela de todas as formas.
— Como um mês para desocupar a casa no mínimo? O imóvel está em meu... — Sinto a mão da minha sogra me tocar numa leve carícia, enquanto aflita me vejo perder o que não lutei para conquistar, mas foi o que me sobrou, arriscar ir a leilão rapidamente. — Não há uma proposta? Formas de re... O homem alto, loiro, cabelos lisos lambidos, penteados para trás, me olha negando algumas vezes, desliza a mão pelo crachá. — Não senhora Houston, já foi enviado a carta de despejo, em breve irá um avaliado... — Mas eu não recebi, foi o meu falecido esposo que fez todas essas transações...– Tento explicar em vão, o sarcasmo em seu rosto é nítido, ao ponto que me descontrolo. — A sua assinatura está no documento senhora… — Começa a dizer ainda alisando o crachá pendurando a um cordão azul em seu pescoço. – Eu só estou pedindo um tempo para que eu possa renegociar, qual parte você não ouviu? — Judhie! — Sarah tenta me acalmar, enquanto ainda penso que estou calma. — Eu só preciso de tempo pa
–– Hendricks fomos duas vezes a casa do Jamie, e em nenhuma delas, o encontramos, ao questionar a vizinha que perâmbulava por ali, a mesma me disse que há mais de um mês que ele esta morto. –– Deslizei a mão pelo queixo, olhando para Fernan de pé a minha frente, o gosto do uisque ficou um pouco amargo de repente. ––Não entendi corretamente.–– Indaguei me sentindo um pouco confuso. O mesmo assentiu ao me ouvir. –– O senhor Jamie Houston é falecido, Hendricks, o que faremos? –– O fitei na escuridão na sala, o que fazer quando uma pessoa morre e leva consigo uma dívida de sessenta mil euros, levei a ponta da minha lingua ao lábio superior. –– Tem algum famíliar? –– Ergueu os lábios num breve assentir de cabeça. –– Sempre ouvimos ele falar da sua esposa, tem uma esposa, a família mesmo não possui bens, nada que possa pagar. Pelo que me recordo, ele sempre enalteceu essa esposa, nunca a vi, nem mesmo me passou pela cabeça, pela idade que aparenta ter, um escritor falido, sem bens, sem im
Acordei com a claridade da luz entrando pelas janelas, minha visão ardeu num incomodo quase insuportável, coloquei a mão em minha testa ao perceber que aquecia, quanto tempo eu dormi? Me perguntei, ao sentar-me no sofá, olhei em volta, girei o dedo no ambiente arrumado, alguns flashs de um homem ter estado aqui a noite passada vieram. Não me lembro bem o seu rosto, seria apenas um sonho ou realmente veio alguém aqui?Levantei-me de olhos fechados, exagerei na bebida ontem a noite? Me pergunto ainda me sentindo tonta, longo tropeço na garrafa no meio da sala, evidente que sim. ––O tipo de coisas que você esta me levando a fazer Jamie. ––Ainda reclamo, subo a escada, mas ao me lembrar do estranho vou ate a porta, ao gira-la, vejo fechada, afirmo, foi apenas uma pesadelo a noite passada, quem viria até mim tão tarde a noite? Não, todos sabendo da minha situação, ninguém viria.Subo as escadas me arrependendo do que fiz a noite passada, mas felizmente eu dormir. ––Adormeci sem você, Jamie
–– Qual o problema com a viúva Hendricks? –– Olhei para Fernan a meu lado, não sou habituado a me envolver com qualquer mulher, a atração não acontece facilmente, além disso tenho meus receios, para quem já teve seus históricos de herpes, fica sempre o receio, o cuidado, um germe facilmente adentrado no sistema imunologico é facilmente para tornar-se uma doenca. ––Beleza! Sorriu virando-se para mim. –– O que? –– Assenti, por fim suspirei, dando-lhe certeza. –– Não é uma mulher tradicional da cidade, suas características, hábitos, são completamentes diferentes, tenho a sensação de conhecê-la de algum lugar, mas... por mais que eu tente. –– Então seria uma possível candidatar a gerar o bisneto que o seu avô tanto deseja?––Sorri de lado, neguei. –– A mulher é viúva, Fernan, pode ter seus atributos, mas é viúva, e com certeza meu avô deseja alguém de uma boa linhagem para carrega seu bisneto no ventre. ––Continuou seguindo ao volante, peguei o celular para me atér aos meus negócios, che
O mafioso simplesmente se foi, depois de perceber que não tenho nada a dar a ele, de repente se foi. Uma coisa ele tem razão, me matar seria um favor, reunir todas as caixas na sala. — Posso saber o que que esta acontecendo aqui? — O sorri ao escutar Sarah chegando de repente, fechando a porta. — Estou pensando em me preparar antes que o avaliador de imóveis venha. Abriu a boca em seguida, mostrando-se compreender o que estava acontecendo. — E para onde pretende levar todas essas coisas? — Engoli em seco, e em seguida neguei. — Como foi com ele Judhie? — Parei de empurrar a caixa indo em direção a escada. — Esteve aqui conversamos, me ofereci para trabalhar na sua boate como dançarina. —— Levou a mão a boca. — E? Com certeza aceitou, é boa no que faz, além de ter uma beleza natural, não tenho como aceitar a minha princesa trabalhando nestes tipos de lugares, Judhie.Neguei, suspirei fundo. — Que disse? Não agradaria aos seus clientes, assim me disse ele, nem me deixou mostrar o longo
O lado direito da minha face ardendo, a tapa me pegou desprevinido, era apenas uma proposta, uma teoria louca que foi pensada por dias. Meu avô não colabora, ele quer a droga do bisneto dele de qualquer maneira antes de morrer. Encontrar uma mulher que me interesse é díficil, todas elas sempre tem casos com mais de um homem, uma virgem me custaria o principal, minha liberdade. Quando não choramingam por atenção, querem carinho, dinheiro, tudo que quero é paz, ter o sossego da minha vida habitual, a mulher agora embaixo de mim, num vestido verde de tecido fino com pontilhos azuis, a maneira como movia-se tentando-se me excitava, ela me causou euforia desde que abriu a porta naquela noite, embriagada, não seria qualquer homem que a deixaria dormir em paz e vestida naquela noite. Segurando os seus pulsos, enquanto a mesma esbravejando não foi o que eu imaginei como proposta. — Seu frouxo, covarde, é assim que faz com que as mulheres se deitem com você? — Senti o cuspe bater em meu
Após a visita estranha do Valenciano, me vi fora de mim, apenas fechei a porta entrei pra dentro de casa em completo desespero, ele estava tentando ser gentil, mas não, nenhum deles são, peguei o meu celular disquei algumas vezes para a minha mãe. — Mãe por favor assim que ouvi este meu recado por favor liga pra mim, estou em apuros, o Jamie morreu, mãe, estou devendo a mafiosos, estou perdendo a casa, mãe por favor me liga. Este não foi o único recado, as mãos tremiam enquanto outros foram sendo deixados, a maneira como aquele homem me tocou, me contornou-se para baixo dele sobre o o sofá, lembrou-me do menor detalhes de todos, o que eu pensei que havia sido enterrado com o meu falecido marido. O atrito em nossos corpos, a maneira como ele me segurava com força, o perfume inebriante entrando em meu nariz, não era amor, jamais sentiria isso por outro homem. Quando o celular tocou sobre o sofá, corri para pega-lo, sorri ao ver o nome mãe na tela. — Oi mãe! — Atendi sentindo que a m
— Para moço, por favor não faz isso! — Olhei para a cara da mulher que estou recebendo fotos a dias, sem contato com homens, sem ir a lugares de baixa categoria, deslizando os meus dedos sentindo-lhe molhada em mim, na minha mão, pura excitação. Puxei-lhe pelo seu monte de vênus, estendendo toda a palma da minha mão por ele, os dedos dentro dela. — Quer que eu pare? — A boca inchada, ela até poderia esta sofrendo pela morte do marido, mas que estava necessitando desse cuidado, ah esta e como esta. — Por favor, por favorzinho! — O cheiro de alcool veio forte, ela esta bebendo e eu também, neguei em sua boca. Abri o zíper da minha calça, sentindo meu membro endurecido, ao retira-lo, sentir a sua mão me tocar. — Ohhhhh delicia, isso toca! Vai. — Gemi sentindo a sua mão pequena, fina, deliciosa nele, retirou-a rapidamente. Envolvi o seu quadril com o meu braço, somente em duas pinceladas, senti-lhe totalmente molhada. Nunca estive louco, tão louco por uma mulher, ainda mais uma viú