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Capitulo VI- Judhie Houston

O mafioso simplesmente se foi, depois de perceber que não tenho nada a dar a ele, de repente se foi. Uma coisa ele tem razão, me matar seria um favor, reunir todas as caixas na sala. — Posso saber o que que esta acontecendo aqui? — O sorri ao escutar Sarah chegando de repente, fechando a porta. — Estou pensando em me preparar antes que o avaliador de imóveis venha. 

Abriu a boca em seguida, mostrando-se compreender o que estava acontecendo. — E para onde pretende levar todas essas coisas? — Engoli em seco, e em seguida neguei. — Como foi com ele Judhie? — Parei de empurrar a caixa indo em direção a escada. — Esteve aqui conversamos, me ofereci para trabalhar na sua boate como dançarina. —— Levou a mão a boca. — E? Com certeza aceitou, é boa no que faz, além de ter uma beleza natural, não tenho como aceitar a minha princesa trabalhando nestes tipos de lugares, Judhie.

Neguei, suspirei fundo. — Que disse? Não agradaria aos seus clientes, assim me disse ele, nem me deixou mostrar o longo conhecimento que tenho.  —— Estalou a lingua ao me ouvir. — Pelo menos estas viva, já ouvir casos terríveis sobre a família, a mãe dele tentou fugir do pai várias vezes, um homem frio sem escrupulos, mal esperava a sua regra suspender ja estava tentando engravida-la. — Balanço a cabeça em pura resignação. — Nojento! Mas parece que o filho é diferente!

Ouço um longo suspiro. — Pelo menos hoje você esta ... —Vejo os olhos verdes intensos como os de Jamie me analisarem, pedaços a cada centimetro de pele que tenho em meu rosto, a mão em meu queixo me segura avergeriguando. — mais normal, dormiu esta noite Judhie? —— Meio que afirmo, vejo o revirar de olhos. — Bebeu outra vez não foi? 

Até tento mentir, mas melhor que qualquer outro ser vivente na terra, ela saberá que sim. — Digamos que um pouco. —Me repudia com um leve negar de cabeça. — Este homem ao menos é...

— Não faço ideia Sarah, não olhei, e não me interessa de quem seja, ou como seja. — Subo outra vez a escada, desta ela me ajuda a descer a caixa. — Dizem que ele é muito bonito, pena que não vale nada, a raça inteira não presta, tive uma amiga que trabalhou na casa deles, a pobre esposa gritava a noite inteira. As brigas por um herdeiro, era o assunto principal, fico pensando na situação deles, terem tanto dinheiro e não ter para quem deixar. — Chegamos a sala lhe ouvindo comentar, limpo as mãos batendo uma na outra ao deixar a caixa. 

— Talvez seja castigo divino, eles pensam tanto em dinheiro, que não tiveram tempo para gerir filhos, ele me disse que é o único herdeiros dos Valentins, pelo menos não é deserdeiro como eu. — Rimos, a minha situação é caso de riso, por hora, mas no começo foi caso pra que me fizesse chorar. 

— Enquanto eu e Giuseppe tivemos três, bons e belos rapazes, nos faltou uma jovem, mas olha como são os planos de Deus, que garota linda ele nos abençoou como um maravilhoso presente! —Meus olhos lacrimenjaram com a sua resposta, até que as suas mãos me envolveram em seguida. — Obrigado Sarah, vejo você também como uma mãe. 

Senti a sua mão secar as minhas lágrimas, após arrumar e empilhar caixas que eu nem mesmo tenho destino para leva-las, saimos para a sua casa, almoçamos os cinco juntos outra vez, nem mesmo se quisesse teria como deixar as minhas caixas por aqui, a casa é tão pequena, o canto perfeito pra cada um, cheguei a academia após um mês de morte, um mês de perda, caminhei olhando para as cadeiras, nas minhas apresentações ele sempre sentava no meio, para me assistir. — Daqui dá para ver melhor e todos os ângulos meu amor. 

Era como escuta-lo dizer outra vez, mas desta, apenas em minha mente, de Jamie só me resta lembranças, bons momentos, uni-me a equipe outra vez, esses dias sem ensaio, com problemas e a cabeça fora do lugar com contas, dívidas, só vim porque preciso, mas dançar mesmo não quero, após alguns giros tentando me reconectar com o balé, sai junto com Paola e Fátima. 

— Judhie você não pode continuar assim, Elisa te chamou atenção oito vezes. — Dou de ombros, a dança sempre fez parte de mim desde o espirito, nasceu comigo, mas agora nem isso mais parece estar em mim. — Oh Judhie, imagino que esteja sofrendo, mas é a jóia de ouro do nosso balet, sem você o que será de nós? 

Olho em volta, tudo esta tão vazio, sem cor, que me pergunto realmente o porque vir? Estivesse em casa outra vez certamente estaria arrumando minhas mudanças. — Preciso arrumar um lugar para ficar, não tenho condições de morar na minha casa. —Desabafo tentando disfarçar tudo que estou vivendo, olho para Paola, que afirma como se pudesse me compreender, por fim pra Fátima que abre as mãos. —Tá e pra onde você quer ir? 

Suspiro fundo passo a mão em meu rosto, conseguir um lugar pra morar agora seria tão díficil, que eu não faço ideia de onde e por que, como irei me mudar, em meio a cobranças, ensaios e saidas com as minhas amigas, se passa uma semana, o mafioso não veio uma vez a mim, realizar a cobrança, tampouco me ameçar de morte ou algo do tipo, insisto ligando para a minha mãe por dias, mas neste retiro que dizem que ela esta não usam celular. 

Mergulho na dança, é o meu único lugar de refurgio que encontro, o mais díficil é olhar para a a terceira fileira e ele não estar lá, me desenhando, os fios de cabelos grisalhos não se destacar em meio a multidão como o meu ponto de inicio para o meu giro inicial e final. Após uma tarde puxada, chego em casa desço da bicicleta, o carro preto parado na minha porta me diz que a cobrança chegou. 

Encosto a bicicleta vendo os vizinhos na janela a observar, pego a minha bolsa no cesto, dou passos para a porta, até que vejo um homem forte, careca, sério, com tatuagens ao lado no pescoço, certamente descendo pelo ombro que coberto pelo terno não me permite ver. — Boa noite senhor! — O cumprimento, recebendo de volta apenas um aceno de cabeça.

Ao olhar a porta esta entre aberta, passo por ela me sentindo furiosa, observo a fechadura sem notar sinal algum de arrombamento.  —Posso saber como... —Olho para o homem sentado no meu sofá marron pernas cruzadas, o sapato preto italiano em destaque nos seus pés, o terno preto alinhado também italiano, os fios arrumados para trás, move a cabeça a me olhar. —... entrou em minha casa? Quem lhe deu permissão para isso? 

Indago mostrando o que realmente estou, indignada, apenas me olha, a mão sobre as costas do meu sofá, juntamente pelo braço estendido, parece que ele já se sente de casa, mas não é. — Tenho uma proposta para você, acredito que esta seja melhor que a minha resposta. — Abro a boca a espera de uma proposta a respeito do que ele veio fazer, parece despreocupado, pior que a proposta desse tipo de pessoa já conheço bem por onde começa, e como termina, com eles sendo servidos, com sangue e morte de inocentes no fim. 

— Qual é a sua proposta? — Parece até que quem me deve é ele, mas é justamente ao contrário. Vejo a sua mão toca o tecido do meu sofá, b**e algumas vezes nele. — Sente-se. —O encaro, de alguma maneira parece que nos conhecemos de algum lugar. —Todos ouvindos abertos e atentos.

Basta-me apenas uma olhada para fazer-me estremecer por inteira, e sem pensar duas vezes sento-me diretamente a seu lado, não exatamente  do seu lado, a mais que um metro, mas sento. — Você me deve sessenta mil euros, mais dois meses de atraso por dez mil euros, doze mil euros, dois meses de atraso por vinte mil euros, vinte e quatro mil euros, um mês de atraso por trinta mil euros... — Viro-me  a lhe olhar, frio, calculista, paciente a meu lado, o seu perfume amadeirado. 

—Tá e qual diferença faz, eu já sei que... — Calo-me com a sua expressão ao me observar. — Setenta e dois mil euros, consultei a sua dívida no banco, dois emprestimos, uma hipotéca, contas pela vizinhança,  seu falecido esposo não a empenhou porque...

— Não ouse pronuncia o nome dele com a sua boca imunda, nunca saberemos onde esta sua boca suja pode ter andado para falar no Jamie de tal maneira, exijo respeito, além de ser o meu marido, ele esta morto e não tem condições alguma de defesa. —O vejo levantar acariciando a barba,  ao ficar a minha frente me observa, cruzo as minhas pernas com os seus olhares, o encaro de volta. —O que? 

Vejo um leve erguer de lábios. — Podemos fazer um acordo, consensual é claro, libero a sua dívida se você me der uma coi....— Estalo a lingua. — Stick stick stcik. —Como uma descendente de arabe que sou, o vejo me encarar, balançando a cabeça. — Se for a casa esquece, esta empenhada, oferecir-me como dançarina em sua boate...

—Não quero seus serviços como dançarina, o que tenho a lhe propor deve ser um segredo entre nós dois, ninguém mais deve saber... — Outra vez volta a sentar, desta eu me levanto, o olho sentado no lugar de antes, observo que o sofá não esta empoeirado como de costume.  — Não tenho como lhe pagar e nem tenho nada a oferecer-lhe, como pagamento da dívida que meu marido fez com vocês....

Seus olhos negros intensos me filtram de pé. Mas isso não me incomoda tanto, pelo menos não mais. — Um filho. — O vejo umedecer os lábios com a lingua, me olhando. — O que tem um filho? — Pergunto seriamente lhe olhando de volta. — Você me dá um filho, e esta quitado toda a sua dívida comigo. 

Olho em volta, por todos os cantos da casa que são permitido meus olhos alcançarem, mesmo se tivesse um filho jamais o daria. — Eu não tenho filhos, Senhor Valentim. — A mão segurando firmemente o queixo, enquanto os seus olhos fixos em mim, assente com a cabeça. 

— Eu sei! Você não tem nada, nada financeiramente para me pagar, abra as pernas pra mim faço-lhe um filho, você....—Não controlo os meus atos, somente ao ouvir a sua maneira nojenta de se referir a mim, avanço em sua direção, estapeio o lado da sua face. — Filho da puta miserável, eu não sou uma vadia...— Até que os meus pulsos são seguros por suas mãos fortes, e ele me j**a sobre o braço do sofá, invertendo as posições me vejo embaixo dele.

O cheiro de perfume é forte, amadeirado, dominador, seus olhos pretos me encaram. — Não se b**e na cara de um homem como eu, sua puta! — Sinto a saliva em meu rosto, noto que ele esta nervoso e eu também. — Posso ser uma puta, mas nunca abriria as pernas pra um porco como você, seu imundo! — Vocifero com raiva, ao homem morde os lábios ao meu ouvir. — Você vai, vai abrir essas pernas pra mim e bem gostoso!

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