Nicolas estava por ali novamente, sua ira ainda estava grudada em seu peito e parecia ter crescido mais quando ela sumiu de sua vista. Ele saiu do bar em busca daquela garota, ele queria poder ver seus olhos novamente de perto, vê-la sorrir, era só isso que ele queria admirar de novo. Seus lábios formaram uma curva, transformando-os em um sorriso encantador e formoso.
Emelly chegou ao bar com Raissa no seu pé, ela não dizia nada, apenas vigiava Emelly, porque sabia dos seus problemas, e provavelmente Emelly iria ficar muito mal depois.
— Emelly, a diva dos olhos verdes mais lindos da noite... O que deseja? – Perguntou o garçom animado.
— Eu quero uma cerveja, pode ser? – Ela perguntou com um de seus sorrisos sedutores e o garçom deu um passo para trás franzindo os olhos.
— Vai beber? – Ele a olhou bem nos olhos. — Você nunca bebe. E eu não sei se você tem idade o suficiente para beber, Emelly.
— Me dá logo – Ela piscou olhos e sorriu, deixando o garçom hipnotizado pela beleza exótica e exuberante daquele ser humano frágil. — Por favor. – Sua voz saiu mais sensual do que ela queria e o garçom logo a atendeu. — Obrigada. – Disse ela recebendo sua cerveja gelada, e depois de uma piscadela para o garçom, que se derreteu todo, ela voltou para a pista mais animada do que quando saiu.
Emelly chegou ao centro daquela boate, encontrando novamente os amigos em uma espécie de roda que se formou ali. Seus amigos dançavam livremente, todos no ritmo da música alegre e agitada. Todos com um sorriso no rosto. Raissa dançava alegremente com seu primo, adorava-o de coração. Nicolly encarava Emanuel enquanto dançava com seu corpo colado ao dele. Eles pareciam ter uma química grande, Nicolly gostava dele, gostava mais que do que precisava gostar. Tinha sentimentos verdadeiros com ele. E ele não ficava atrás.
Gostava do jeito louco que a garota se portava, mas odiava saber que ela não era sua, e nunca seria. Emelly, Bruno, Lee e outros alunos dançavam livres, sorrindo e se agitando cada vez mais. Mas foi com um par de mãos que Emelly se preocupou rapidamente. As mãos, desconhecidas até o momento, rodearam a cintura dela com ferocidade, assustando-a. Ela sentiu uma ereção crescida sob sua bunda e corou, corou muito, parou de dançar paralisada e olhou em volta.
— Olá gatinha – Emelly olhou para o lado vendo seu amigo de escola sorrir bobo. — Está mais linda que as outras noites. Dessa noite você não vai escapar – Emelly tremeu ao ouvir aquela voz novamente. Maliciosa e ameaçadora, tão macabra.
— Fernando? – Ela arregalou os olhos, sentindo-o beijar em seu pescoço. Rapidamente tentou se desvencilhar daquele homem grotesco, mas foi em vão.
Fernando era um ser asqueroso a qual Emelly sentiu repulsa e medo. Ele tentava a agarrar em todos os lugares que a via, Emelly o odiava. Ninguém sabia nada sobre ele, apenas que era um homem já feito, com mais de 30 e poucos anos e era rico. Emelly segurou seus braços batendo para trás e tentou sair, mas não conseguia. Ela olhou em volta para seus amigos e parecia que ninguém a via, aquela escuridão não ajudava e os gritos dela estavam ficando cada vez mais abafados. Ela mal conseguia falar.
— Me solta! – Tentou gritar desesperadamente. Ele somente a puxou para mais junto de seu corpo e ela se debateu por inteira.
— Sentiu saudades, Emelly? – Perguntou malicioso e passou a língua por seu pescoço, provando-a e sentindo seu cheiro delicioso, sua boca beijou-a calmamente e mordeu sua orelha, Emelly sentiu um enjoo.
— Pelo amor de Deus… – Emelly começou a chorar de repente. Ela sentia seu coração bater tão rápido que quase não conseguia respirar. A agonia de estar nos braços daquele ser grotesco mais a cerveja que tomava, deixou-a tonta e quase deslumbrada. — Me solta. – Sussurrou novamente.
— Não. – Ele falou quase gritando, e virou-a para sua frente, segurando seus ombros e sacudindo-a. — Hoje eu a quero. – Ele aproximou-se dela com rapidez e tentou beijar sua boca.
Quando Emelly gritou um pouco mais alto, chamando atenção de Raissa que virou o rosto em sua direção, ela não enxergava nada. Mas foi só uma pequena luz piscar sobre Emelly tentando se desgrudar daquele homem para Raissa se desesperar a ponto de empurrar Joe contra sei lá quem e gritar correndo em direção à amiga.
— Emanuel... A Emelly! – Raissa ainda ouviu a voz de Nicolly, gritando com Emanuel. Emanuel soltou sua parceira de uma vez, mas antes de fazer alguma coisa, todos viram Fernando ir ao chão e Emelly ser puxada tão de repente que ninguém viu quem foi.
— Emelly... – Sussurrou Nicolly e Raíssa se juntando a ela. Pararam diante de Fernando e quando olharam em direção à Emelly, puderam ver que ela está abraçava a alguém, um alguém tão bonito.
Todo mundo parou naquele momento, fazendo um grande círculo ao redor de Emelly. Olhando para ela, todos somente a viram abraçar-se e a chorar grudada a um corpo de um homem bonito. Raissa sorriu de canto, mas não tirou a expressão de preocupação do rosto, ao ver, novamente, Fernando tentar fazer mal a sua amiga. Os seguranças foram alarmados e imediatamente eles seguiram até onde estava a confusão.
— De novo seu tarado? – Emanuel chutou uma das costelas do homem que urrou. — Não vê que ela não quer nada com você?
Ele gritou irritado.
Bruno olhou o homem no chão e até poderia defender sua amiga, mas os seguranças chegaram e ao reconhecer a pessoa caída, um deles ficou irritado e o levantou com certa ira.
— De novo? – Praguejou Sasha. — Não se cansa? Dissemos que estava proibido de entrar aqui, como você conseguiu? – Disse segurando seus pulsos e começou a empurrá-lo para fora dali com ajuda de mais outro.
Alguns seguiram Sasha, que arrastava Fernando para fora, mas Nicolly e Raissa encaravam somente Emelly abraçada a aquele homem que ambas não conheciam.
Emelly naquele momento sentia apenas a repulsa de ser mais uma vez tocada por aquele homem grotesco e ameaçador. Mais uma vez havia ouvido aquela voz maliciosa em seu ouvido, tentando se afastar, mas ele não deixará. Aquela era mais uma noite a ser lembrada como o mesmo episódio ruim das outras vezes? Por que a sua vida era tão complicada assim? Emelly fungou sobre o peito dele e o abraçou ainda mais forte, tentando dissipar o medo apenas no abraço apertado, tentando espremer sua dor dentro dos braços do homem forte. Seus soluços ficaram mais intensos, sua dor apenas aumentava. Nicolas suspirou abraçando-a, entendendo que naquele momento, ela precisava do seu apoio e conforto.
Nicolly e Raissa olhavam a cena, trocaram olhares confusos e deram um sorriso de cumplicidade. Entendendo perfeitamente, deixaram o casal abraçado e seguiram para a pista de dança. Nicolas encostou seu queixo na cabeça de Emelly inspirando o seu perfume delicioso, balançou seu corpo para lá e pra cá, levando Emelly consigo. O cheiro de cereja invadiu por completo as narinas do Santinelli e ele riu animado, tinha gostado daquele aroma adocicado. Emelly sentia os toques dele em seu corpo queimar. Ela tremia. Ao invés de se sentir vulnerável e correr, ela inclinou-se ainda mais, queria mais do toque dele. A mesma sensação na noite anterior a trouxe para a realidade. O cheiro amadeirado; aquele toque firme, porém delicado; a eletricidade percorreu o corpo dela como um aviso. Deveria se afastar, mas ela simplesmente não conseguia.
Fungou mais uma vez e, então, se desgrudou alguns centímetros. Enxugou todos os vestígios de lágrimas de seu rosto com as costas das suas mãos, se recompôs e olhou para cima com um olhar meigo e contemplou seu grande e bonito salvador. Emelly deu um passo para trás e entreabriu os lábios, não podia acreditar em que seus olhos assistiam. O brilho no olhar dele deixava a desejar sua cor original, aquele brilho de desejo não havia como passar despercebido por ninguém, ternura, paixão, carinho, carência. Ele era esbelto ao seu ponto. Intenso e deslumbrante. Belo.
— Olá de novo, Emelly. – Ele falou um pouco alto para que ela escutasse. Riu.
— O-oi! – Gaguejou, jogando o cabelo para trás, preso no rosto por causa do choro.
Nicolas sorriu para ela sem perceber. Como aquela garota podia ser tão bonita?
Tão tímida e ao mesmo tempo atrevida? Seus olhos brilhavam como diamantes, como o sol ao amanhecer, como as estrelas ao redor da lua, uma obra prima que Nicolas encarava com convicção, afeto e um gosto redobrado.— Vem cá. – Nicolas aproximou-se dela devagar, não queria assustá-la. Afinal, Emelly tinha acabado de ser salva de maluco e possível estuprador. — Você ainda está muito nervosa e precisa se acalmar. – Ele mexia os lábios lentamente para que ela entendesse e Emelly os fitava, mal entendendo o que dizia.Nicolas segurou a mão dela levando-a para fora daquele lugar. Estava barulhento demais para uma conversa a qual ele queria ter com a rosada. Emelly olhou para sua mão e depois para seu peito, o suéter verde quase da cor dos seus olhos, tinha uma mancha grande de maquiagem e ela teve certeza que a culpada daquela sujeira toda era sua.Ela fechou os olhos e tentou respirar o ar puro, o que foi impossível quando os abriram novamente eles brilharam com a determinação, buscou a cora
— Apenas te conhecer melhor. – Avisou, calmamente. Emelly se sentiu tão excitada olhando-o nos olhos. Olhos aqueles que estavam a hipnotizado, loucamente. A garçonete voltou e depositou o copo de Emelly sobre a mesa, olhou de cara feia para a rosada que lhe devolveu o olhar da mesma forma. Depois de uma piscadela para Nicolas, ela se foi.— Não há muito que saber de mim. – Disse simplesmente e deu um gole do seu suco.— Hm... Mora muito longe daqui? – Ele perguntou ainda brincando com o guardanapo.— Não. Moro há quatro quarteirões em um apartamento com duas amigas.— Duas amigas? – Nicolas sorriu — E seus pais?— Você é detetive por acaso? – Emelly fechou a cara e Nicolas levantou uma sobrancelha — Se tiver sido minha mãe que mandou, pode a mandar pastar, eu não devo satisfações a ela. – Completou raivosa.— E por acaso eu tenho cara de detetive? – Ele perguntou um pouco irritado e largou o pedaço de pano com que brincava.Emelly engoliu seco e desviou o olhar, claro que ele não tinh
Emelly acordou feliz naquela manhã de sábado. Um novo brilho no olhar surgia naquela íris esverdeada. Sentou-se sobre o colchão da cama lembrando-se do maravilhoso sorriso daquele homem. Por que ele tinha que ser tão lindo? Ela olhou para a janela, as cortinas balançavam para dentro e fora do quarto, deixando um espaço em aberto para a luz de o sol entrar. A rosada passou as mãos pelo rosto, o olhar dele não saia da sua cabeça, não saia da sua mente.A voz rouca dizendo-a que ela era linda. E o que era melhor, a chamou para sair. Emelly não era o tipo de menina que saía para encontros a dois. Gostava de sair com amigos em uma multidão, só que com aquele ser humano ela queria estar sozinha. Queria poder observar sua beleza, queria estar a sós para vê-lo sorrir somente para ela. Ela riu com aquilo, o sorriso dele era o mais encantador que ela já tinha visto na vida. Um rostinho perfeito como o daquele homem não se via, e muito menos se achava em qualquer lugar.De repente a porta de seu
— Você vai jantar com ela? – Rafael comentou enquanto caminhavam pelas ruas. — Ela é gata.— Quer parar de falar? – Nicolas se viu enciumado só por mencionar Emelly no meio da conversa que estavam tento.— Só isso? Vai levá-la para comer e depois para o seu apartamento, para você ter a sobremesa? – Levantou a mão para baterem em um comprimento. Nicolas ficou apenas olhando para ele. — Aff...— Não, eu não pensei em levá-la para meu apartamento. Apenas... – Suspirou — Apenas quero conhecê-la melhor.— Hm. Claro que eu já deveria saber que você não iria simplesmente levar uma garota para sair e depois para motel. Você é uma pessoa especial. Conhece ali, conhece assim. Muito cuidado com quem fica, que qualquer mulher que ter um herdeiro da sua família. – Rafael sorriu malicioso. Passando os olhos pelas mulheres que estavam à sua volta.— Claro que não, babaca. O sorriso dela é diferente, é tão infantil, chega a se parecer como de uma adolescente.— Você de fato se apaixonou. – Confirmou
Ainda no prédio de Emelly, Nicolas conduzia a mulher ao seu lado para fora. Estava tenso e ao mesmo tempo impressionado com a beleza que a rosada tinha. O vestido vermelho colado ao seu corpo a deixava sexy mesmo que não percebesse. Estava esbelta e Nicolas não conseguia deixar de olhá-la. Seu sorriso bobo nos lábios, o riso que ele tanto queria ver; puro e inocente que chegava a se tornar infantil. Quando chegaram à portaria, Nicolas pediu para que fossem buscar seu carro, depois voltou a olhar Emelly, que o olhava da mesma forma. Nicolas estava muito bonito, estava vestido adequadamente para um encontro, para o seu primeiro encontro.Seus cabelos estavam arrepiados, Emelly apertou suas mãos que segurava a bolsa, queria tanto mexer naqueles cabelos e puxá-los, trazê-los para perto de si e beijá-lo. Não que ela fosse o tipo de menina que faria isso com qualquer homem bonito que via por aí. Mas Nicolas a deixava fora de órbita e, pensava ela, em fazer coisas arrebatadoras.— Tudo bem?
Quando ele levantou, Emelly o olhava um tanto quanto surpresa. Admirou para seus pés, relutante, e tornou a olhá-lo espantada com tamanha gentileza que ele estava mostrando. Novamente, ele estendeu sua mão, demasiadamente trêmula, e Emelly aceitou com um sorriso no rosto. Começaram a caminhar na praia bem devagar, conversavam sobre coisas animadas, como bandas, músicas favoritas e outras coisas. A conversa chegou até o carro do moreno que explicou ser seu bem mais precioso, ninguém o tocaria sem sua permissão.Chegaram ao um ponto da praia onde ficaram bem à frente da luminosidade da lua sob a água. Emelly soltou as mãos dele, dando pulinhos de alegria sobre a areia. A vista estava deslumbrante, completamente maravilhosa. Logo em sua mente veio uma ideia absurdamente louca. Ela voltou-se para Nicolas e deu um de seus sorrisos infantis.— Vamos dar um mergulho? – Perguntou. Nicolas franziu a testa e olhou para o mar, estava de noite e ele tinha certeza que aquelas águas estavam muito g
Emelly ainda o fitava com um brilho no olhar. Fez um leve carinho no rosto dele, Nicolas fez o mesmo com sua cintura e novamente voltaram a colar suas bocas, só que desta vez com mais vontade. Ainda deitados na areia, se beijavam loucamente.Não conseguiram se separar e nem esconder o que o coração de ambos queria. Os pensamentos dos dois voaram para longe, os deixando livres para viver o momento que a vida os tinha dado. As mãos de Emelly subiam sempre pelas mechas negras, puxando, bagunçando-as, como sempre teve vontade de fazer desde primeiro dia que o vira naquela boate, desde o momento em que ele segurou seus braços para que não caíssem.As deles percorriam todo o corpo exuberante que Emelly tinha. Delineava as curvas com suas próprias mãos, sempre respeitando os lugares onde tocava. Jamais faria alguma coisa que ela não quisesse. Seu autocontrole pedia para que o jogasse fora e a fizesse sua. Mas não. Apenas aprofundou o beijo trazendo-a para mais perto de si.Quando o ar faltou
Depois do domingo agonizante que teve ao passar cada minuto pensando em seu encontro de sábado à noite, Emelly abriu os olhos e acordou cheia de energia para uma segunda-feira fria. Estava contente e, todas as vezes que pensava nele, levava as mãos ao coração para senti-lo acelerado. Era uma emoção forte ao lembrar-se de Nicolas a beijando na água à luz do luar, na areia, e em todos os lugares onde passaram em seu encontro incrível.Levantou-se da cama reparando que era cedo ainda. Tomou um banho e naquela manhã preferiu ir para sua academia, deixaria de ir à escola somente aquele dia. Sua alegria não caberia naquele lugar. Daria toda sua felicidade da noite maravilhosa à sua nova coreografia solo para a apresentação que fariam no meio do ano. Iria se esforçar e ganharia quaisquer chances que tivesse para alcançar seus sonhos.Do outro lado da cidade, Nicolas trabalhava arduamente em sua sala, digitando o que precisava no computador com uma pressa nunca vista. Ele só queria acabar com