Betina
Sete meses se passaram desde que deixamos a Índia. Assim que vi a reportagem sobre a morte de Barone, entrei em desespero e disse a Mor que iria para o Brasil, porém ele não deixou e voou na mesma noite para onde eu estava para ficar comigo.
Era como se uma nuvem negra estivesse se dissipando e pela primeira vez, desde que conheci o universo da máfia.
Agora, estávamos morando no Canadá, um lugar que parecia tão distante e seguro em comparação com a vida que deixamos para trás. O Canadá nos oferecia muitos benefícios, especialmente agora que nossa família estava prestes a crescer.
Eu estava no quarto do bebê, observando o berço que Mor e eu montamos com tanto carinho. O Canadá tinha uma excelente infraestrutura de saúde, e eu estava recebendo o melhor cuidado possível durante a gravidez. Além disso, havia programa
DrakeEstávamos no galpão, esperando pacientemente pelo Dom. Tínhamos montado uma emboscada cuidadosa, garantindo que ele não tivesse saída. A tensão estava no ar enquanto Mau e eu nos preparávamos para confrontá-lo.O Dom havia sido informado sobre uma suposta reunião de negócios, uma isca que ele não poderia resistir. Ele não fazia ideia de que estava prestes a cair em nossa armadilha.Mau olhou para mim, em seus olhos eu podia ver o quanto aquilo mudaria o rumo de nossas vidas. "Você está pronto, Drake?"Assenti com seriedade. "Hoje é o começo de algo novo."Sabíamos que aquela não seria uma conversa comum. Era uma oportunidade para confrontar o Dom sobre seus crimes passados, especialmente sobre a morte de minha mãe e o tratamento que meu pai e eu havíamos sofrido.Minha mãe, Isabella, e me
DrakeAlguns meses se passaram desde os eventos que abalaram nossas vidas. Mor e Betina finalmente decidiram voltar ao Brasil para apresentar Antony à família dela e aos amigos mais próximos. Era uma celebração aguardada, um momento de compartilhar a alegria de sua família com aqueles que amavam.Eu também estava presente, acompanhado por Jéssica, que se encaixara perfeitamente em minha vida e nos negócios da máfia. Enquanto observávamos a festa que acontecia ao nosso redor, meus olhos encontraram Betina. Ela estava mais linda do que nunca, novamente com os cabelos loiros e um sorriso radiante no rosto.Eu não conseguia evitar a sensação de paralisia que me atingiu ao vê-la. Havia algo de transformador em sua presença, algo que me deixava sem palavras. Percebi, finalmente, que eu e meu mundo eram excessivamente sombrios e perigosos para ela. Mas o amor
— A polícia está aqui! — Grito com toda a força com uma sirene tocando em meu celular no máximo que consegui. Era assustador o que estava acontecendo tão próximo da minha casa. Sempre me disseram que ali era um bairro tranquilo, com baixa criminalidade e perfeito para uma mulher sozinha morar.Pelo que eu estava vendo, fui enganada pelo corretor de imóveis e pela vizinhança apática. Ninguém mais estava vendo aquilo?Era impossível que um homem estivesse sendo surrado por outros três brutamontes, emitisse sons de dor e lamúria e ninguém se compadecesse?Estava alheia a tudo quando virei na esquina da minha casa e entendi o que estava acontecendo. Tive vontade de voltar correndo para o ônibus que acabava de me deixar no ponto. Lá pelo menos teriam outras pessoas que me ajudariam a fazer alguma coisa, mas ali, no final da tarde, não havia uma viva alma. Todas as janelas dos prédios estavam fechadas, as portas trancadas e a rua deserta. A única desavisada de toda essa situação fui eu.
Voltei para a sala e me sentei no sofá, ainda estava anestesiada, para todo lado que eu olhava só me lembrava dos olhos verdes hipnotizantes e de todos os ferimentos que o cobria. Se eu dormisse aquela noite, seria um milagre. Ouvi meu celular tocar, mas ignorei, não estava com vontade de falar nem ver ninguém. Quem acreditaria em mim? Não tinha como provar o que eu tinha visto. Não sabia o nome, não anotei a placa. Não fiz nada. Só fiquei ali vendo aqueles homens levarem o homem de terno. Mas o que eu poderia fazer? Irritada com minha falta de ação, fui até meu som e liguei uma das minhas músicas favoritas para tentar relaxar, somente isso me faria ter um pouco de paz naquela noite. The Pianos Guys eram uma releitura da música clássica com a moderna, adorava como a junção me fazia respirar melhor em momentos de tensão como aquele. Ergui no máximo que pude, deixando que os vizinhos me interfonassem irritados. Naquele momento eu precisava me envolver com os acordes e instrumentos.
BetinaDepois de me "sequestrar" do ônibus e me dizer que eu era muito ingrata e irresponsável por fugir de seus cuidados, ele me levou até um restaurante caro, onde comi lagosta pela primeira vez. — O que vai fazer amanhã noite? — ele me questionou assim que paramos na frente do meu prédio.— Marquei um jantar com minhas amigas — Elas queriam saber o que estava acontecendo em minha vida. Já que agora eu tinha seguranças particulares. — Preciso tentar explicar tudo isso — girei meu dedo e ele sorriu.— Uma pena — o sorriso de Drake era sedutor. Tudo que eu não imaginei foi vê-lo novamente, esperava qualquer coisa. Uma carta de agradecimento, uma caixa de bombons, um espumante. Mas não o próprio homem tentando fazer meus gostos. E que nome era aquele? Drake!Ele me explicou que era apenas um apelido para Diogo, já que quem lhe dera o nome foi a mãe e ele não tinha boas recordações dela.— Podemos marcar outro dia — fiquei envergonhada por querer vê-lo de novo.— O que sugere? —ele s
Olhei pela janela e vi que o céu estava um pouco mais escuro.— Parece que vai chover — falei mais para mim do que para ele.— É mesmo, o tempo aqui é sempre estranho — o homem me olhou pelo retrovisor. Não gostei muito do que percebi em seus olhos. Me senti incomodada com ele sempre olhava para trás, mesmo que eu não estivesse dizendo nada.— Vou pegar um atalho — ele falou me tirando de meus devaneios.— Não precisa, não estou com pressa — falei o mais rápido que pude — Por favor, continue no caminho sugerido pelo aplicativo — ele sorriu pelo retrovisor. Seus olhos eram negros e sua barba serrada. Os óculos de armação preta o faziam parecer inofensivo, mas estava começando a achar que tinha me colocado em uma enrascada.— Você vai ver, docinho, vamos chegar bem mais rápido — o carro virou em outra direção e o pânico se instalou em meu peito. — Senhor, pare o carro, eu não vou continuar essa corrida. — falei olhando para meu celular e printando a tela com as suas informações.— Nã
Betina Depois do dia em que quase fui estuprada pelo motorista louco do aplicativo, se tornou um hábito ter Drake sempre por perto, me cativando e me mostrando o quanto gostava de ficar comigo. Demorou um tempo para ele entender que eu não queria Mor e Mau me seguindo dentro da faculdade. Era desnecessário. Mesmo assim ele insistiu para que viesse me buscar todos os dias, não queria que eu andasse de ônibus coletivo, nem pegasse qualquer carro de aplicativo. Esse último se tornou extremamente proibido após o que aconteceu. Se não bastasse ele ainda me deu um celular novo, mil vezes melhor do que eu tinha e ainda conseguiu baixar tudo o que eu tinha no outro celular sem qualquer ajuda minha. Esse negócio de ser da máfia realmente tinha seus benefícios. Não que eu estivesse pensando em me juntar a eles, já que eu nem sabia que tipo de trabalho faziam. A única coisa que eu sabia era que eles sempre queriam mais. Mais glória, mais poder, mais sucesso. Drake se mostrava um homem
Fechei meus olhos esperando os golpes começarem. Eu já tinha visto aquela cena, mais vezes do que gostaria de contar apenas naquele mês.Primeiro elas me dariam golpes no estomago e depois no rosto. Fraca do jeito que eu era cairia no primeiro golpe se elas não me soltassem. Quando soltassem levaria chutes e mais chutes até que ficasse desacordada. Esperei por mais tempo do que imaginei que demoraria, mas nada aconteceu. Até suas vozes sumiram e resolvi abrir os olhos devagar para espiar.Mau estava segurando a mão da mulher que estava agarrada a meus cabelos e Mor encarava as outras duas com cara de quem iria matá-las.— Soltem-na — ele falou e me encostei na parede com as pernas bambas. Olhei através deles e vi Drake vindo em nossa direção com os olhos crepitando. Ele parecia maior do que realmente era.— O que estão fazendo aqui? — Mau perguntou ainda segurando o braço da primeira mulher.— Ela merecia uma lição — ela falou num tão mais baixo. Mesmo que estivesse intimidada por el