Drake
A notícia da morte de Barone se espalhou como fogo, ocupando as manchetes de todos os jornais e dominando as conversas nas ruas. Foi um golpe devastador para sua organização, e eu sabia que isso iria criar um vácuo de poder na cidade. Minha mente estava ocupada com pensamentos sobre o futuro, enquanto eu me dirigia à presença do Dom, o líder supremo da máfia.
"Vou precisar que você me acompanhe, Mau", eu disse a meu sub chefe e confidente enquanto me preparava para a reunião com o Dom.
Ele assentiu, sua expressão séria e determinada. "Não se preocupe com nada, nossos homens estão todos a postos para qualquer coisa."
"Mor já deu alguma notícia?" Questionei durante o percurso de carro.
"Ainda não, ele disse que ligaria assim que chegasse na Índia e acalmasse Betina." Confirmei com a cabeça.
Aquela conv
DrakeApós pedir a Mau para aguardar do lado de fora, sentei-me na sala de Solano, esperando ansiosamente por ele para me contar a história que prometera. Meu coração estava pesado com a perspectiva do que eu poderia descobrir, mas eu precisava saber.Solano me olhou com seriedade, parecendo pronto para compartilhar informações que mudariam minha vida para sempre. Ele suspirou profundamente antes de começar."Drake, a história que vou te contar é dolorosa e difícil de acreditar, mas é a verdade", disse Solano com sinceridade. "Seu pai e sua mãe tinham um casamento feliz e amoroso. Eles estavam apaixonados e eram felizes juntos."Eu estava atônito com essa revelação. Sempre imaginei meus pais como estranhos um para o outro, mas agora estava ouvindo algo completamente diferente."O que aconteceu então?" perguntei, minha voz incrédula.
BetinaSete meses se passaram desde que deixamos a Índia. Assim que vi a reportagem sobre a morte de Barone, entrei em desespero e disse a Mor que iria para o Brasil, porém ele não deixou e voou na mesma noite para onde eu estava para ficar comigo.Era como se uma nuvem negra estivesse se dissipando e pela primeira vez, desde que conheci o universo da máfia.Agora, estávamos morando no Canadá, um lugar que parecia tão distante e seguro em comparação com a vida que deixamos para trás. O Canadá nos oferecia muitos benefícios, especialmente agora que nossa família estava prestes a crescer.Eu estava no quarto do bebê, observando o berço que Mor e eu montamos com tanto carinho. O Canadá tinha uma excelente infraestrutura de saúde, e eu estava recebendo o melhor cuidado possível durante a gravidez. Além disso, havia programa
DrakeEstávamos no galpão, esperando pacientemente pelo Dom. Tínhamos montado uma emboscada cuidadosa, garantindo que ele não tivesse saída. A tensão estava no ar enquanto Mau e eu nos preparávamos para confrontá-lo.O Dom havia sido informado sobre uma suposta reunião de negócios, uma isca que ele não poderia resistir. Ele não fazia ideia de que estava prestes a cair em nossa armadilha.Mau olhou para mim, em seus olhos eu podia ver o quanto aquilo mudaria o rumo de nossas vidas. "Você está pronto, Drake?"Assenti com seriedade. "Hoje é o começo de algo novo."Sabíamos que aquela não seria uma conversa comum. Era uma oportunidade para confrontar o Dom sobre seus crimes passados, especialmente sobre a morte de minha mãe e o tratamento que meu pai e eu havíamos sofrido.Minha mãe, Isabella, e me
DrakeAlguns meses se passaram desde os eventos que abalaram nossas vidas. Mor e Betina finalmente decidiram voltar ao Brasil para apresentar Antony à família dela e aos amigos mais próximos. Era uma celebração aguardada, um momento de compartilhar a alegria de sua família com aqueles que amavam.Eu também estava presente, acompanhado por Jéssica, que se encaixara perfeitamente em minha vida e nos negócios da máfia. Enquanto observávamos a festa que acontecia ao nosso redor, meus olhos encontraram Betina. Ela estava mais linda do que nunca, novamente com os cabelos loiros e um sorriso radiante no rosto.Eu não conseguia evitar a sensação de paralisia que me atingiu ao vê-la. Havia algo de transformador em sua presença, algo que me deixava sem palavras. Percebi, finalmente, que eu e meu mundo eram excessivamente sombrios e perigosos para ela. Mas o amor
— A polícia está aqui! — Grito com toda a força com uma sirene tocando em meu celular no máximo que consegui. Era assustador o que estava acontecendo tão próximo da minha casa. Sempre me disseram que ali era um bairro tranquilo, com baixa criminalidade e perfeito para uma mulher sozinha morar.Pelo que eu estava vendo, fui enganada pelo corretor de imóveis e pela vizinhança apática. Ninguém mais estava vendo aquilo?Era impossível que um homem estivesse sendo surrado por outros três brutamontes, emitisse sons de dor e lamúria e ninguém se compadecesse?Estava alheia a tudo quando virei na esquina da minha casa e entendi o que estava acontecendo. Tive vontade de voltar correndo para o ônibus que acabava de me deixar no ponto. Lá pelo menos teriam outras pessoas que me ajudariam a fazer alguma coisa, mas ali, no final da tarde, não havia uma viva alma. Todas as janelas dos prédios estavam fechadas, as portas trancadas e a rua deserta. A única desavisada de toda essa situação fui eu.
Voltei para a sala e me sentei no sofá, ainda estava anestesiada, para todo lado que eu olhava só me lembrava dos olhos verdes hipnotizantes e de todos os ferimentos que o cobria. Se eu dormisse aquela noite, seria um milagre. Ouvi meu celular tocar, mas ignorei, não estava com vontade de falar nem ver ninguém. Quem acreditaria em mim? Não tinha como provar o que eu tinha visto. Não sabia o nome, não anotei a placa. Não fiz nada. Só fiquei ali vendo aqueles homens levarem o homem de terno. Mas o que eu poderia fazer? Irritada com minha falta de ação, fui até meu som e liguei uma das minhas músicas favoritas para tentar relaxar, somente isso me faria ter um pouco de paz naquela noite. The Pianos Guys eram uma releitura da música clássica com a moderna, adorava como a junção me fazia respirar melhor em momentos de tensão como aquele. Ergui no máximo que pude, deixando que os vizinhos me interfonassem irritados. Naquele momento eu precisava me envolver com os acordes e instrumentos.
BetinaDepois de me "sequestrar" do ônibus e me dizer que eu era muito ingrata e irresponsável por fugir de seus cuidados, ele me levou até um restaurante caro, onde comi lagosta pela primeira vez. — O que vai fazer amanhã noite? — ele me questionou assim que paramos na frente do meu prédio.— Marquei um jantar com minhas amigas — Elas queriam saber o que estava acontecendo em minha vida. Já que agora eu tinha seguranças particulares. — Preciso tentar explicar tudo isso — girei meu dedo e ele sorriu.— Uma pena — o sorriso de Drake era sedutor. Tudo que eu não imaginei foi vê-lo novamente, esperava qualquer coisa. Uma carta de agradecimento, uma caixa de bombons, um espumante. Mas não o próprio homem tentando fazer meus gostos. E que nome era aquele? Drake!Ele me explicou que era apenas um apelido para Diogo, já que quem lhe dera o nome foi a mãe e ele não tinha boas recordações dela.— Podemos marcar outro dia — fiquei envergonhada por querer vê-lo de novo.— O que sugere? —ele s
Olhei pela janela e vi que o céu estava um pouco mais escuro.— Parece que vai chover — falei mais para mim do que para ele.— É mesmo, o tempo aqui é sempre estranho — o homem me olhou pelo retrovisor. Não gostei muito do que percebi em seus olhos. Me senti incomodada com ele sempre olhava para trás, mesmo que eu não estivesse dizendo nada.— Vou pegar um atalho — ele falou me tirando de meus devaneios.— Não precisa, não estou com pressa — falei o mais rápido que pude — Por favor, continue no caminho sugerido pelo aplicativo — ele sorriu pelo retrovisor. Seus olhos eram negros e sua barba serrada. Os óculos de armação preta o faziam parecer inofensivo, mas estava começando a achar que tinha me colocado em uma enrascada.— Você vai ver, docinho, vamos chegar bem mais rápido — o carro virou em outra direção e o pânico se instalou em meu peito. — Senhor, pare o carro, eu não vou continuar essa corrida. — falei olhando para meu celular e printando a tela com as suas informações.— Nã