Paulina sente vontade de chorar, pois ela como psicóloga, custava a ver pessoas com tamanha clareza dos sentimentos e com tanto controle emocional, como Eduarda demonstrava ter, principalmente sendo uma criança. Eduarda se referia ao sonho que teve com uma sensibilidade admirável, e isso a fez ver o quanto a filha era especial. Sandra se derramou em lágrimas e foi preciso Paulina a confortar, para que ela se acalmasse. Mas o desespero de Sandra não desestabilizou Eduarda, que permaneceu firme diante o descontrole da avó, ela apenas segurou a mão do pai e assim ficou até a avó se acalmar. — Eu posso entrar vovó? — Eduarda pergunta ao ver a avó mais calma e Sandra confirma com a cabeça. — Filha, você não é obrigada a entrar... — Erick queria impedir que Eduarda entrasse naquele quarto, mas o olhar de Paulina o fez se calar. — Eu quero entrar, papai, eu não sou mais um bebê — Eduarda abraça o pai, que lhe beija a cabeça — Eu não quero que ela sofra mais — Erick se abaixa e fica na
Sandra ao ver a filha sabe que ela está indo embora, e o desespero se apodera dela que sem conseguir se controlar, repete incansavelmente que a ama, e que ela estaria sempre em seu coração. Sandra chora abraçada a filha, e quanso percebe a dificuldade dela em respirar, aperta a campainha chamando alguém para a socorrer, mesmo sabendo que não havia mais o que fazer. — Te amo filhinha, te amo de todo o meu coração, minha filha. Te amo, te amo, te amo... — Sandra repete essas palavras incansavelmente. — Obrigada... por tudo... mãe. — Essas foram as últimas palavras de Sofia para desespero de Sandra, que vê a filha fechar os olhos. — Ah filhinha... eu te amo tanto, mas tanto! Você irá morar pra sempre em meu coração, filha, pra sempre. Sofia! Sandra chora como se rasgasse a alma e Sofia dá o seu último suspiro tendo a mãe a abraçando e Sandra mesmo sabendo que a filha havia partido, chama por ela em desespero. Paulina ao escurtar os gritos de Sandra entra no quarto as pressas, ju
Paulina se põe de pé preocupada, mas não passou de um susto, já que ele havia caído e Eduarda pensou que tivesse o machucado por ter caído sobre ele, mas nada lhes aconteceu e logo eles voltam a brincar, mas Erick que estava trabalhando no escritório de casa aparece preocupado, e depous de saber que está tudo bem, ele os leva com ele quando sobe para o quarto. Quando eles sobem, Pauliana aproveita para retomar a conversa com Martina, ela sabia que as vezes um psicólogo também precisava se abrir, caso contrario os sentimentos os sufocavam, e assim Paulina conta com detalhes tudo o que lhes aconteceu, recebendo toda a atenção de Martina. — E foi isso Martina, e ver Eduarda bem é o que mais me deixa feliz. — Ela foi muito corajosa por ver a mãe dela da forma que disse que ela estava, e vocês também foram corajosos por permitirem. — Eu estava com ela, mas fiquei admirada com a forma que ela lidou com toda a situação. Eduarda demonstrou uma força que poucas pessoas tem, você tinha
Paulina estava se arrumando para uma entrevista de emprego, iria concorrer a uma vaga de babá. Babá, ela sorri com essa possibilidade, em nenhum do seus devaneios pensou em tal coisa, mas ali estava elá decidida a conseguir aquela vaga, sabendo ser uma oportunidade única, soube da vaga através de uma amiga, que havia ligado para ela perguntando se conhecia alguém para indicar como babá, visto que, Paulina conhecia muitas pessoas que trabalhavam com crianças. Ao questionar sobre a vaga, viu ali uma oportunidade de por o seu plano em prática e deixar definitivamente Paulina Albuquerque para trás. Depois de descobrir as informações que queria, não foi dificil enviar um currículo e depois disso, foi só torcer para ser chamada e assim aconteceu. Paulina quase soltou fogos de tão feliz que ficou ao receber uma ligação avisando sobre o dia e o horário da entrevista. Saiu de casa disposta a dar o seu melhor para ser aprovada, apenas não diria a sua qualificação, não queria que alguém a q
Paulina prefere acreditar que conseguiria lidar com uma patroa problemática. Faria o seu trabalho com perfeição e tentaria ignorar a mulher a sua frente, afinal não pretendia ficar muito tempo ali. — O seu quarto será ao lado do quarto da minha filha, mas isso é apenas para você não dar desculpa de deixa-la chorando, não é para pensar ser importante por estar em um dos quartos de hóspede. Eu não sei cuidar de criança e com você aqui, não há necessidade de eu aprender, afinal de contas estará sendo paga para isso, e acredito que será muito bem paga — Paulina prefere nada dizer, apenas ouviria. Queria saber onde a louca daquela mãe iria chegar — Como babá, usará uniforme e não usará maquiagem, nada de unhas pintadas, e quando Henrique vier aqui, mantenha distância, ele estará sempre aqui para ver a filha, mas quando isso acontecer eu mesma cuidarei de Eduarda, e outra coisa — Sofia a olha de cima a baixo — Mantenha esses cabelos presos e não use essas joias baratas — Sofia fala olhan
Paulina entra em seu novo quarto, não era grande, mas era confortável. Ela abre o armário e lá estavam alguns cabides com roupas rosa, Paulina balança a cabeça em negação, o uniforme não era nada bonito. A última vez que usou uniforme foi quando estava no ensino médio, pensa pegando um uniforme para vestir depois do banho. Antes de entrar no banheiro, ela se olha no espelho. Se acha diferente, mas não se sentia incomodada com isso, pelo contrário, se sentia satisfeita com a imagem que via. Vestia uma calça Jeans, e uma camisa creme com os primeiros botões abertos. Nos pés uma sapatilha confortável. Suas roupas eram comuns mas não foram baratas, poucos saberiam disso, mas seria melhor visitar uma loja de departamento e comprar coisas mais simples para a sua nova vida, pensa decidida. Os seus cabelos estavam soltos e ela sabia que eles eram bonitos e sedosos, e talvez tenha sido isso que desagradou a patroa. Paulina tira o seu cordão barato, como Sofia havia pensado e, o guarda em
Paulina soube exatamente quando a avó de Eduarda foi embora, pois o seu nome nunca foi por tantas vezes gritado. — Toma essa criança, estou morta de cansada, nunca imaginei que um ser tão pequeno desse tanto trabalho — Paulina foi chamada assim que Lurdes vai embora, Sofia parecia não suportar mais se passar por boa mãe. — Recém nascidos não dão trabalho, já que eles geralmente dormem muito e só acordam para mamar. — Se ela chorar dê leite, já mamou muito por hoje — Sofia fala jogando os cabelos para o lado — Você está sendo paga para isso, cuidar dela. Minha sogra disse que você tem experiência, mas se não provar que tem, terei que dizer a ela sobre sua incompetência. — Senhora, a sua bebê ainda é muito pequena, tem apenas poucos dias, por isso o melhor é continuar a alimentando com o leite materno — A vontade que Paulina tinha era dizer: "Então boa sorte, se vira, porque eu estou indo embora" mas se fizesse tal coisa, com certeza sobraria para a coitada da Ivone que teria q
Com a atitude dele, Paulina sente vontade de ri, não havia com o que se preocupar, ninguém a reconheceria vestida com aquele uniforme, com os cabelos presos em um coque e sem nenhuma maquiagem, não podia estar mais diferente do que sempre foi. —Bom dia, senhor — Paulina o cumprimenta para diminuir a tensão.— Bom dia — O homem se aproxima com as mãos no bolso — Me chamo Henrique — Paulina enfim conhece o pai de Eduarda, mas o estranho foi ele não se apresentar como pai.— Quer pegar ela um pouco? — Paulina pergunta, ao ver ele olhando Eduarda sem mais nada dizer, mas a pergunta o faz dar um passo para trás — Eu o ajudo. — Não, não é necessário — Henrique pareceria não saber o que fazer ali, era como se ele estivesse ali apenas por obrigação — Eu preciso ir, mas antes... — Henrique passar as mãos pelos cabelos e vai até o berço vazio e meche em um dos enfeites. Paulina apenas o observa, e sem muito esforço, nota que a alegria estava a quilômetros de distância daquele homem, sua postu