Perdãaaao pela demoraaaaa
REAGANMeus ferimentos já estavam quase recuperados. Meu lobo, infelizmente, ainda não tinha voltado, mas as bruxas me ajudaram com preparos medicinais. — Acalme-se, ainda não pode voltar — a enfermeira disse para mim, enquanto eu me levantava da maca depois de receber mais uma dose do tratamento. — Não aguento mais ficar aqui! — reclamei e suspirei, balançando a cabeça de um lado para o outro. — Não estou sendo ingrato, pelo contrário. Eu serei agradecido eternamente a vocês. Mas eu preciso voltar! Minha fêmea está lá, com aquele desgraçado! — Tudo no seu tempo, Majestade. Por que não fala com a nossa Rainha? Tenho certeza de que ela poderá… clarear os seus pensamentos. A enfermeira sorriu. Ela era uma moça jovem, ou ao menos aparentava. Bruxas envelheciam devagar, por isso, facilmente enganavam humanos e até lobisomens. — Falarei com ela, obrigado — eu dei um curto aceno com a cabeça e me retirei da enfermaria, fechando os botões da manga da minha blusa, enquanto andava em dire
REAGANEu não sabia se deveria ficar contente com a ajuda, ou desconfiado e com raiva porque parecia que as bruxas estavam mais do que se divertindo “tentando” colocar a minha possível suposta magia para fora. Inferno, elas estavam me torturando! — Chega! — eu levanto a minha mão, sentindo meus músculos do braço doerem. — Mas já? — uma das bruxas pergunta, fazendo um biquinho de fingida inocência. — Poxa, estava ficando bom, Majestade. Eu compreendia elas não gostarem de lobisomens e tal, mas porra, eu não tinha feito nada a elas! O que custava não demonstrarem tanta paixão enquanto me machucavam. A Bruxa Superiora apareceu e eu soltei um suspiro de alívio. — Estou sendo torturado! — Vai chorar? — ela perguntou e eu a olhei como um idiota, depois, apertei meus lábios em uma linha fina. Que mulher cruel! Ela se inclinou um pouco a fim de aproximar o rosto do meu, já que eu estava no chão. — Um Lycan chorando não é algo comum. Acho que vou guardar as suas lágrimas. Pensei que ela
Virei-me e Cynthia estava ali. Sério, ela não desistia? Que inferno! Respirei fundo e me virei de costas novamente. — Vá embora. O novo rei — falei com desdém — não vai gostar de saber que entrou aqui. Reece me disse que tinha se juntado sim a Cynthia, mas porque queria entrar no castelo. Mesmo que eu não tenha pedido explicações, afinal, eu não me importava nem um pouco com os motivos dele — apenas com os resultados, já que eu era uma das que pagavam o preço — ele não poupou em falar muito. Jurou que não tinha nada com ela, que nunca a tocou e que esperaria por mim. E, mais importante: ele não daria poder e nem autoridade a ela. Eu era a Rainha e pronto! — Ele não se importa — Cynthia disse, mas eu não estava vendo o rosto dela. — Você é burra, Katherine… se ao menos dormisse com ele de vez, teria mais poder. Porém… Ela soltou uma risada e eu, mesmo sem ver, podia imaginar a mulher jogando a cabeça para trás, de um jeito maléfico e afetado. — Saia. — Não. Eu quero ficar aqui. E
KATH— Eu, Joshua Hamilton, do Shadowcrest Pack, rejeito você, Katherine Hewitt, como minha companheira e Luna deste bando! Você não é digna! Aquelas palavras foram como estacas sendo enfiadas no meu peito e a dor me fez arquear meu corpo para frente. Por que a deusa da Lua teve que ser tão cruel e me dar como companheiro Joshua Hamilton, o novo Alfa do bando Shadowcrest. Ele era bonito, forte, o mais novo Alfa, filho do nosso antigo Alfa que se aposentou, Cedric. Porém, tão orgulhoso e arrogante. O dia amanheceu mais feliz porque eu conheci a minha loba, Cinder. Eu não podia vê-la, claro, mas podia ouví-la dentro de mim. Ela era maravilhosa e eu não podia ser mais grata por ter recebido um lobo tão incrível! Eu tinha certeza de que ela e Lexa, a loba de Danna, minha melhor amiga, se dariam bem!Quando a noite caiu, eu senti um nervosismo grande. Aquela era a noite dos meus dezoito anos, a noite que eu poderia encontrar o meu companheiro predestinado. Depois que fiquei muda devido
Ele era um Alfa, mas ainda podia sentir dor. Joshua apertou os dentes e me soltou, sofrendo ele mesmo com a dor da rejeição.— Dê o fora do meu bando — ele segurou o meu cabelo pelo escalpo e falou baixo e ameaçadoramente. — Eu não quero te ver por aqui. Lembre-se: se me desobedecer, eu acabo com você e com aquela sua amiguinha! Vou fazer você testemunhar a morte dela! — eu dei dois passos para trás, ainda me sentindo fraca. — Se você contar pra alguém, eu juro que vai se arrepender! Fora!Me arrastei para longe dos jardins, meu coração despedaçado. Cinder não aceitava que eu tinha concordado com a rejeição sem lutar. “— Ele não nos quer, Cinder. E ele é malvado. Você ouviu ele ameaçando a vida de Danna!”Cinder choramingou mais um pouco, porém, não insistiu, apenas se retirou para lamber as próprias feridas.Como o esperado, não tinha ninguém em casa. No meu aniversário, era sempre assim: todos tinham algo para fazer. Meu pai, o antigo Beta do bando, fingia que eu não existia, excet
KATH— Sua maldita! — ele gritou com os dentes cerrados e eu queria dizer que eu não tinha feito nada, mas obviamente, eu não podia. — Argh… — ouvimos Karissa e então Joshua me soltou e correu para ela, ajudando-a a se sentar. Os olhos de Karissa recaíram sobre mim e eu a vi arregalá-los, enfiando o rosto no peito de Joshua. — Eu vou te levar pro médico — Joshua falou e a pegou no colo. Ela olhou novamente para mim e soltou um chorinho. — O que aconteceu? Karissa começou a chorar copiosamente. — E-eu não sei o porquê de você me odiar tanto, Kath! — ela fungou e eu compreendi. Ela tinha armado aquilo. Eu neguei com a cabeça e Joshua soltou um rosnado. — Foi ela? — abraçou Karissa ainda mais perto dele. — Foi ela, Kah? — Eu só não sei o motivo! E-eu estava aqui olhando as flores e… e aí ela me atacou. Disse com as mãos que eu era uma vadia e que eu tinha roubado o macho dela. Eu não entendo! O olhar de Joshua desfocou um instante porque ele estava usando o link mental. Não demoro
KATHEla era linda, com belos cabelos dourados que iam até a cintura e um corpo de dar inveja. Além de bonita, Karissa era uma excelente guerreira, o que garantia a ela admiração e respeito dos membros do bando. Ela caminha calmamente até mim, sem desviar os olhos. Aqueles olhos azuis que, para mim, não eram como o céu límpido, mas uma poça de água que me afogaria. — Olá, irmãzinha — ela disse com um ar de deboche. — Gostando das suas novas… instalações? Karissa jogou a cabeça para trás e riu. Desde que éramos pequenas, ela era assim. Na frente dos outros, uma irmã exemplar, mas por trás, Karissa buscava me machucar. Depois que perdi a voz, não fui a única a mudar: Joshua, que costumava ser meu amigo, passou a me ignorar e a ficar grudado em Karissa como um cão. Ele inclusive permitia que ela me machucasse, só porque “ela queria”. Ele mentia por ela. — Ah, você não consegue falar, não é? — Karissa me cutucou com a ponta do sapato alto. — Nem mexer essas suas mãos nojentas. Você é
KATHEle segurou as minhas duas mãos e as beijou, enviando ondas pelo meu corpo. — Tudo bem — ele falou e eu soltei o ar. Então, se virou para Karissa, que parecia chocada com a reação do príncipe. — Irmã? Não foi você a causadora do castigo que a minha fêmea recebeu? Karissa apertou os lábios e olhou para baixo. — Sim, Alteza. É que… mesmo que Kath me odeie, eu não consigo deixar de amá-la, afinal, ela é a minha irmã querida. Que cobra mentirosa! Olhei para o príncipe, mas ele não estava com uma expressão que eu pudesse ler. — Saia da frente — foi o que ele disse e eu abri a boca. — Por favor.O tom do príncipe era suave, mas era evidente o deboche dele. Karissa abriu a boca, uma, duas vezes, antes de dar um passo para o lado e nos deixar passar de cabeça baixa. Entramos no carro e eu senti que o veículo não era grande o suficiente para o príncipe. — Pode ir, Mark — ele falou e o lobo atrás do volante, de cabelos loiros muito claros e olhos azuis assentiu. Ele não era um lobis