02

Roberta:

Conversei com o médico e ele me aconselhou a não a tirar, que por mais que minha mãe estivesse controlada, ela podia ter recaídas ao ver meu pai em seu novo casamento, eu só concordei e conversei mais com ela, então iria pedir para uma psicóloga ajudar ela, para que se curasse do passado e assim poderia voltar para casa.

E o que aconteceu com meus pais?.

Bom, ele se apaixonou por sua secretária, mas esqueceu de separar e explicar isso para minha mãe, como mulher tem faro para descobrir as coisas, ou tem uma melhor amiga para lhe contar os segredos, ela descobriu de uma forma horrível, na época era professora na universidade em que estudei, no dia chegou cedo e pegou meu pai na cama deles, com a secretária, pelo visto homem é burro de mais, esquece que não se deve está no lugar mais óbvio do mundo, claro que essa burrice é ótima para a mulher.

Por fim, minha mãe quebrou toda a mobília do quarto no meu pai e na amante, depois jogou a roupa dele na rua e ele saiu com a outra, nus, pegou as roupas e foi embora, minha mãe queimou a cama e desde então, vive com mágoa, ódio, ressentimento e entre outros sentimentos ruins. Sobre a tentativa de esfaqueamento, foi uma vez que ela o seguiu até sua empresa, quando ele saiu do carro após estacionar, ela avançou em cima dele e tentou o esfaquear, mas funcionários estavam chegando, assim que viram a cena, além de separar, chamaram a polícia, ela estava sob o efeito de tóxicos, ficou presa algumas horas, então eu tirei e deixei ela mais um tempo em casa, só que tudo passou a piorar, ela seguia e ameaçava a secretária do meu pai, então para não ser presa e nem colocar em risco sua vida, eu resolvi interná-la na clínica.

Tudo isso aconteceu 5 anos atrás, eu tinha 20 anos na época da traição, com 22 tive que a internar e até hoje fico me sentindo só, triste e querendo a tirar de lá, eu sabia que ela não ficava feliz ali, longe da família e amigos, mas não podia a tirar ainda.

Dias se passaram e eu trabalhava e ia ver se já via alguma evolução no caso da minha mãe e no meu caso, bom, eu estava tentando não seguir mais o Oliver nas redes e nem pessoalmente, de início, até que tenho conseguido.

[Batidas na porta]

— Senhora Roberta?.

A porta é aberta com pressa e minha secretária se encontrava com uma expressão de pavor.

— Oi?

— Tem um homem aí fora querendo falar com a senhora.

— Tem hora marcada?.

— Não, veio pedir que pegue um caso.

— Ah, claro, só pedir para entrar.

— Senhora, ele trabalha para o Vinícius, aquele cara que chamam de assassino, dizem que faz parte de um grupo criminoso, preso recentemente, tem certeza que quer o atender?.

— Sim, qualquer trabalho é bem-vindo, não é?.

— Sim senhora.

Ela sai e logo entra um homem de pele clara, era careca e tinha uma barba grande, era forte, porém não de músculos e sim de massa corporal.

— Boa tarde, no que posso ajudar?-levanto e aperto sua mão.

— Você é a Roberta Albuquerque?.

— Sim e o senhor?.

— Sou o Steven, trabalho para o senhor Vinícius Marinho.

— E o que deseja?.

— Ele mandou eu vim e te chamar para tirar ele da prisão.

— Já foi condenado?.

— Não, foi preso e em breve vai haver o julgamento.

— Então ele quer que eu o tire da prisão antes do julgamento?.

— Isso.

— Pretende fugir?.

— Isso importa?-agora ele abre uma bolsa preta e ali havia muitas cédulas.

— Para mim sim. Ele vai fugir?.

— Não, ele só quer esperar fora da prisão até sair o dia do julgamento.

— Ok, amanhã comparecerei na penitenciária onde ele está, conversaremos sobre sua acusação e pedirei a liberdade provisória.

— Obrigado doutora, e quanto fica para tirar ele de lá e defender?.

— Bom, hoje em dia eu cobro mil por hora, tudo bem por você?.

— Tranquilo, mas quanto deve dar isso aí?.

— 2 mil por dia, pretendo trabalhar durante 2 horas, mas claro, eu sou uma mulher justa, minha secretária mandará o total de tudo ao término das duas fases de todo o processo.

— Tudo bem, fica já com esse dinheiro e vai abatendo-ele estende a bolsa.

— Deve dar para minha secretária, ela também trabalha com o caixa.

— Tranquilo.

Ele sai, me sento em minha cadeira, abro o notebook e eu vou olhar a matéria do caso, dizia ter provas de que ele era o assassino, o homem morto era um pai de família, alguém que não parecia atrair olhares de criminosos e acredito que esse criminoso em si, não roubaria um mero civil, como também desacredito que esse cidadão revidaria a um assalto.

Ligo para a mesa da Júlia, que logo atende.

— Sim.

— Júlia, preciso que chame o Ernesto, tenho um caso e quero que ele busque mais informações.

— Sim, senhora, quer que eu fale sobre o caso ou a senhora fala?.

— Pode deixar que falo, assim que chegar manda vir para minha sala.

— Ok.

Desligo e vou revisar outros casos, na agência não andava tendo muitos, eu andava sendo vista como uma louca por largar meus clientes na mão quando surgia uma oportunidade de seguir o Oliver, sim, eu arriscava meu trabalho por causa dele… pensando agora, até que a psicóloga tinha razão, eu parava de viver, para ver como ele estava e me odiar depois por vê-lo bem, feliz e eu amargurada.

— Roberta-olho na direção do chamado.

— Oi, Ernesto, como está?.

— Bem e você?.

— Bem, chegou agora?.

— Não, faz quase cinco minutos que estou te chamando, mas você não me ouviu.

— Ah, sim, desculpa, estava pensando.

— No Oliver?.

— Mais ou menos, mas vamos esquecer isso, sente-se por favor.

— Sim senhora. Júlia disse que tinha um trabalho para mim.

— Sim, preciso que investigue a fundo um caso, na verdade, o caso mais falado nos últimos tempos.

— A prisão do Vinícius?.

— Sim.

— Vai defendê-lo?.

— Vou.

— Sabia que dizem que ele é mafioso?.

— Dizem muitas coisas de muitas pessoas, sabe como é o povo, adora uma fofoca e acrescentar coisas.

— Hum… mas diga, tem algo que queira em especial?.

— Sim, na matéria do jornal diz que ele matou a vítima, um homem normal, pai de família, que não me parece ter chamado a atenção de um criminoso, creio que não o devia nada, também acho que, alguém do porte de um criminoso quase que mundialmente conhecido, não roubaria um homem comum.

— É, foi muito estranho esse caso, mas pela má fama do homem, ninguém se perguntou como ele deixaria na cena do crime provas contundentes de que matou alguém e nem o porquê faria isso com um homem comum.

— Exato.

— Pode deixar, vou buscar mais informações a fundo.

— Obrigada, Ernesto, eu vou amanhã conversar com o acusado e também falar com a polícia, quero entender melhor como tudo aconteceu.

— Tá bom.

Ele saiu e eu continuei no meu trabalho, fim do expediente eu fui para casa, fiz o de sempre e logo estava dormindo.

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