Roberta:
Acordo e tomo um banho fresco, a noite de ontem fez um calor imenso e eu estava tão cansada que não liguei o ar-condicionado, só o ventilador. Saio do banho de toalha, vou até o closet escolher uma roupa e após olhar por bastante minutos, escolho uma blusa de pano leve, ela era de alça e de cor vinho, escolhi um blazer e uma saia social, que ia até o joelho e eram de cor cinza. Pego uma lingerie preta de algodão, me visto com calma, depois penteio meu cabelo e prendo em um rabo de cavalo, passo uma base só para esconder olheiras e algumas sardas que haviam na minha bochecha. Coloco minha sandália, pego minhas coisas e me olho no espelho, então passo um pouco de blush e um batom rosinha, tudo muito claro, era mais para parecer saudável. Saio de casa trancando tudo, entro em meu carro e fecho a garagem no botão automático, vou para agência dar uma olhada nas coisas e depois vou para meu carro e dirijo até a prisão, chego, estaciono, desligo o carro, saio e tranco tudo, depois caminho até a mesa da atendente. — Olá, bom dia!-sorrio. — Bom dia, o que deseja?. — Eu sou Roberta Albuquerque, advogada do Vinícius Marinho e gostaria de falar com meu cliente. — Sim, senhora, senta ali um pouco, vou pedir que alguém a leve para a sala de visitas e leve ele até lá. — Está bem, obrigada. Me sento e depois de três minutos surge um policial, que me conduz educadamente até a sala de visitas, eu me sento na cadeira e ele fecha a porta. A sala era como todas as outras, mesa e cadeiras de ferro, sala com pouca iluminação, porta com um retângulo aberto e com grade, para ouvir o que era falado lá dentro, sem contar o policial que ficava ali na frente. Pouco tempo depois a porta foi aberta e surgiu um homem alto, magro e com músculos bem amostra, tinha o olhar sério e penetrante, era de cor marrom, seus lábios eram grossos, seus olhos castanhos escuros, ele vestia laranja e seus pulsos estavam algemados, um policial o conduzia, então ajudou o mesmo a sentar e logo se retirou, o homem continuou com a postura rígida e com um ar de autoridade, poder. — Vinicius Marinho?-pergunto, mesmo sabendo que era ele. — Sim e quem é tu?. — Roberta Albuquerque-estendo a mão, ele olha para as algemas e eu sorrio sem graça-, desculpe. Seu funcionário disse que me escolheu para ser sua advogada. — É, disseram bem de você por aqui, falaram que é uma das melhores. — Obrigada, e eu não sou uma dás, eu sou a melhor. Mas me diga, o que aconteceu no dia da prisão?. — Ia gostar de falar contigo, mas só posso depois de me tirar daqui. — Eu vim hoje mais para saber do caso, da sua versão, preciso me preparar para um julgamento, não posso ficar de mãos abanando. — E não vai, o julgamento só sai daqui a semanas, me tira daqui e quando sair, faço questão de te dar a melhor recepção do mundo, além de falar tudo que sei-suspiro. — Tudo bem, vou fazer o possível para te tirar nos próximos dias. — Isso que gosto, determinação -agora sorri de uma forma atraente. — Mas já te aviso, se estiver me usando para fugir, eu te juro que se souber onde está, eu mesma te busco e te coloco aqui novamente, entendeu?. — Calma, doutora, eu sou inofensivo-continua a sorrir da mesma forma-, e acredite, eu quero ser inocentado mais do que você quer ganhar seu dinheiro. — Tudo bem, retorno em breve. — Certo. Levantamos e ele levanta os braços e depois abaixa, então entra um policial que o retira dali, mas antes, ele me olha profundamente, porém de uma forma diferente da que entrou, menos rígido e pisca para mim. Depois que ele se vai, eu saio também, vou para meu carro e logo estou retornando para o escritório, assim que chego, vou para minha sala e minutos depois está a Júlia entrando. — Tudo bem senhora?-pergunta me analisando. — Sim e como foram as coisas por aqui enquanto estive fora?. — Foram tranquilas. E como foi lá?, ele parece realmente um assassino cruel?. — Foi tranquilo também e minha profissão não me permite julgar os clientes, só com provas inegáveis. — Mas como ele era?. — Está mesmo curiosa em-sorrio-, bom, ele era um homem normal, bonito, sua cor era chocolate e me olhava com altivez, ele transmite autoridade, não posso negar. Aparenta ser inocente, mas vamos aguardar todas as provas. — Conversou com os policiais?. — Até esqueci, mas amanhã vou lá sem falta, só que antes, eu tenho que pedir a liberdade provisória dele, tenho que o tirar de lá, se quiser saber de mais coisas. — Como assim?. — Ele se recusou a me dizer o que preciso para o defender, disse que só falaria se saísse da prisão. — Confia nele?. — Não confio em quase ninguém, mas vou ter que dar meu braço a torcer, precisamos de casos para defender, não estou pronta para falir. — E a psicóloga, tem ido?. — Não, dei um tempo, estou tentando pôr em prática os conselhos dela e só voltarei quando tiver conseguido, ou tiver problemas maiores que o Oliver. — Que bom que está melhor e mais sensata, fico feliz, gosto do trabalho e não gostei muito dos que me candidatei-diz pensativa. — Estava pensando em ir embora?. — Infelizmente eu tenho contas para pagar e a Merlia conforme cresce, come mais do que o esperado para uma criança de 6 anos. Claro que não queria sair, mas se a senhora não caísse em si, eu teria que arrumar um trabalho horrível. — Te entendo... infelizmente acabei sendo egoísta com todos, até comigo mesma, ando pensando sobre as loucuras que fiz depois de descobrir a traição, queria tanto vingança que não percebi que estava acabando com minha vida e o que mais sonhei em conquistar, que era ser uma advogada de sucesso, que ajuda pessoas, não só por dinheiro, mas por acreditar nelas e querer que tenham voz e uma vida digna. — Está tudo bem, não se culpe, o que importa é que a chefe Roberta e sensata voltou, isso é o que importa, e vamos ganhar muitos outros clientes, você vai ver. — Espero. Sorrio amena e depois voltamos ao trabalho.Vinícius: Estava dormindo quando batem forte na porta, arrombando a mesma, acordo assustado, as putas que estavam espalhadas pelo quarto também, logo apontam o fuzil para o meu rosto, suspiro desanimado. — Levanta com as mãos para cima-grita um policial. Levanto da cama com as mãos para cima e logo ponho atrás da nuca, as mulheres se agarram com medo, então um deles manda eu me vestir, coloco minha cueca e bermuda que estava perto da cama, depois um deles me algema e me tiram dali. Eles me falaram o porquê de está sendo preso, falaram que alguém morreu e acharam provas que me ligavam ao crime, eu só fiquei quieto e fui jogado em uma cela pequena, com outros caras, todos vestiam laranja e essa era a cor que mais odiava. Horas depois recebi a visita de um dos meus funcionários, fui levado para sala de visita e eu estava puto, se fui preso foi por culpa deles, que não fizeram o trabalho direito. — Como o senhor está?. — Como tu acha?, me prenderam por uma coisa que não fiz e se con
Roberta:Depois que volto para o escritório, encontro o Ernesto, ele parecia um pouco aflito.— Encontrou algo?-pergunto indo para minha sala e ele me segue.— Temos um grande problema-me sento na cadeira em frente a mesa aonde tinham diversos papéis.— Qual?-encaro o mesmo.— É difícil descobrir algumas coisas, mas no submundo do crime dá para saber tudo de muitos.— E então?.— Já sabemos que ele foi incriminado, pelo nosso tempo de trabalho e análise do caso, porém ele não é flor que se cheire, disseram que é um narcotraficante, que mata qualquer um que lhe for incomodo e quando quer tirar alguma informação de alguém, seus métodos de tortura são piores que dos militares ditadores.— Devo me preocupar em defender um criminoso, que nesse caso é inocente?.— O problema aqui é quem teria coragem de incriminar um criminoso famoso e perverso?.— Outro criminoso?.— Isso Roberta, se outro criminoso, do mesmo jeito que o Vinícius está incriminando ele para tirá-lo da jogada, quer dizer que
Roberta:Chego na delegacia e vou para a sala do delegado, que me atendeu com a maior educação e paciência.— Então você é advogada do Vinícius Marinho?.— Sim e vim aqui atrás de informações.— Quais?.— Como foi a prisão?, quanto tempo demorou a prendê-lo?, o que ligava ele ao assassinato?, sabe a motivação do crime?.— Senhorita Roberta, a prisão foi normal, rastreamos ele e o prendemos em um prostíbulo, estava dormindo na hora da prisão. Demoramos a o prender, ele não é um homem de fácil acesso, sempre se escondendo, com inúmeros endereços, demoramos dias para conseguir o achar e efetuar a prisão. Achamos digitais, resto de cigarro de maconha, além da arma do crime, uma pistola calibre 38. E a motivação eu não sei, ele não disse nada em momento algum que esteve sob nossa custódia.— Ele já cometeu outros crimes?.— Sim, cinco anos atrás ele produzia e enviava drogas ilegais para outros países, ele mesmo entregava os produtos.— Algum assassinato?.— Esse é o primeiro.— Me diga, d
Roberta:Acordo e me arrumo, tomo café com a Júlia e sua filhinha, após escovar os dentes e retocar o batom vermelho, saímos de sua casa e fomos para seu carro, ela dirigia centrada e respeitava todos os sinais e placas, era uma menina exemplar.— E sua filha?.Pergunto olhando um urso de pelúcia que estava no banco de trás.— Enquanto estava escovando os dentes, a babá levou ela para a escola.— Ah sim. Me diga, acorda muito cedo para se arrumar e arrumar ela?.— É, acordo bem cedo, até porque faço questão de fazer o lanche dela e nem sempre consigo fazer quando chego do trabalho, então acordo bem cedo, faço lanche, depois acordo e arrumo ela, me arrumo, tomamos café, arrumo a mochila e lancheira dela, escovamos os dentes, a babá pega e eu vou trabalhar.— Que correria-falo cansada só em ouvir.— No começo eu achava, mas agora até que tenho me acostumado.— Não cansa?.— Às vezes-suspira-, mas assim que lembro o que ela é para mim e o quanto depende de mim, eu logo volto a me animar
Roberta:Pedi a Júlia para ficar por mais alguns dias em sua casa, ela aceitou tranquila. Liguei para a segurança, para que aumentassem a segurança da minha casa, queria arame farpado em cima dos muros e tudo mais que me trouxesse segurança.— Quer que eu faça o jantar?.Pergunto olhando a mesma procurando o que fazer.— Faria isso por mim?.— Claro, Júlia, estou de graça na sua casa, te ajudar é o mínimo.— Obrigada senhora.— Pode me chamar de Roberta.— Obrigada Roberta.Ela sorri, então saiu da cozinha e eu comecei a fazer a comida, escolhi algo fácil de fazer e leve de comer, um Estrogonofe sempre dava certo, era tiro e queda.Após está pronto, sentamos à mesa, jantamos e falamos pouco, quem falava muito era a filha dela, contava sobre tudo que aprendeu e tudo que aconteceu na escola hoje, eu só sorria, enquanto a mãe tinha que prestar muita atenção e ainda comentar.[Dia seguinte]Acordo e vou olhar a janela do quarto, o sol estava nascendo, acho que estava ansiosa de mais, pois
Roberta:Os dias passaram e chegou o momento da decisão e o júri escolheu ter o Ari como inocente, até porque eu fiz uma denúncia anônima sobre o rapaz, ele foi levado para a delegacia e depois de uma leve "ameaça"(que aconselhei um amigo delegado), ele confessou todo o crime, a forma e o motivo pelo qual o fez. Claro que, eu também avisei para a imprensa e no dia seguinte, todos já sabiam quem era o real assassino.— Como se sente?-pergunto sorrindo.— Estou feliz e sem acreditar, tivemos muita sorte!.— Não existe sorte, existe trabalho, prova e coerência.— Você é incrível, Roberta!. E o melhor é que o assassino da minha ex, vai pagar na prisão, a mãe dela ficou tão mal com tudo isso, ela foi à minha casa me bater.— Mas agora ela sabe o que realmente aconteceu.— Mas ele não vai cumprir a pena, certo?.— Não completa, infelizmente tivemos que fazer acordo e a minha palavra é única, prometi entregar a solução do caso na mão dos policiais e eles cumpririam com a minha palavra, deixa
Roberta:Resolvo levantar, vou para o banheiro e tomo um banho calmo, faço minha higiene pessoal, termino o banho, escovo os dentes, me enrolo na toalha e depois saio do banheiro.Entro no quarto e vou direto ao guarda-roupa, pego algumas peças de roupas, faço conjuntos e analiso as opções, por fim, escolho um short que ia até o meio das coxas, o pano dele era brinho de cor amarelo-claro, também escolho uma blusa de algodão na cor branca, ela era de alça e tinha um pequeno decote. Passo rímel preto, blush rosado, preencho minhas sobrancelhas com um lápis marrom-claro e passo um batom leve de cor nude.Penteio meu cabelo, passo pouco creme e deixo ele solto, depois coloco minha sandália preta, por fim, vou até a geladeira e pego um pequeno pote de frutas cortadas, então pego minha bolsa e saio de casa, tranco todas as portas e fico em frente ao portão esperando o Vinícius e comendo as frutas.Após minutos chega um carro preto, logo ouço a buzina e os vidros se abrem, olho para o motori
Roberta:Dia seguinte era dia de descanso, mas assim que me sento na cama, respiro fundo e sinto a luz do sol bater em meu corpo, lembro que logo estava chegando o dia do julgamento do Vinícius, então não podia descansar, tinha que achar algo que pudesse pelo menos me dar mais tempo para conseguir a inocência dele.Então levanto, pego minhas coisas de trabalho e vou para a cozinha, coloco tudo em cima da ilha, depois faço uma vitamina de banana, maçã e ameixa, quando a mesma fica pronta, despejo o conteúdo no copo, depois passo manteiga no pão, coloco dentro queijo e presunto, esquento, coloco no prato assim que fica pronto.Coloco o prato e o copo na ilha, depois me sento na cadeira, então vou comendo e fazendo pesquisas no meu notebook, depois mandei mensagem para alguns conhecidos da polícia e revisei o caso mais uma vez. O caso estava pronto e sem falhas concretas, não havia nem um DNA a mais na cena do crime, só mesmo do Vinícius e da vítima.Ligo então para o Ernesto, que após t