Vinícius:
Estava dormindo quando batem forte na porta, arrombando a mesma, acordo assustado, as putas que estavam espalhadas pelo quarto também, logo apontam o fuzil para o meu rosto, suspiro desanimado. — Levanta com as mãos para cima-grita um policial. Levanto da cama com as mãos para cima e logo ponho atrás da nuca, as mulheres se agarram com medo, então um deles manda eu me vestir, coloco minha cueca e bermuda que estava perto da cama, depois um deles me algema e me tiram dali. Eles me falaram o porquê de está sendo preso, falaram que alguém morreu e acharam provas que me ligavam ao crime, eu só fiquei quieto e fui jogado em uma cela pequena, com outros caras, todos vestiam laranja e essa era a cor que mais odiava. Horas depois recebi a visita de um dos meus funcionários, fui levado para sala de visita e eu estava puto, se fui preso foi por culpa deles, que não fizeram o trabalho direito. — Como o senhor está?. — Como tu acha?, me prenderam por uma coisa que não fiz e se conseguiram me pegar, foi porque vocês não fizeram seu trabalho. — Alguém mandou os caras saírem, não sei quem foi, não era meu plantão como teu segurança, quando cheguei para te buscar no puteiro, as garotas falaram o que houve. — Tudo bem, quero que procure um advogado para mim. — O que resolve seus problemas?. — Não, ouvi alguns presos falarem que teve uns caras que saíram daqui devido a uma advogada, uma tal de Roberta Albuquerque, falaram que é boa. — Qual o problema com o teu advogado?. — Quero pessoas que não me conhecem bem, pode ser ruim, trazer alguém que sabe da minha vida. Pessoas que acreditam em você, na sua inocência, te tira mais rápido, pessoas que não acreditam, pode acabar (mesmo que sem querer) te condenando. — Tem razão, então eu vou procurar ela. — Tá bom. Ele foi embora e eu fiquei quatro dias esperando um retorno do mano, mas nada aconteceu até o dia seguinte. — Vinicius Marinho!-chama um policial. — Eu-levanto. — Sua advogada está aí. Vou para frente, ele me algema e me tira da cela, depois me leva para mesma sala da última vez e assim que entro, vejo uma mulher gata, ela tinha os cabelos cor de chama, era ruiva, tinha a pele clara, mas não era muito branca, seus olhos eram castanhos claros, seus lábios não eram finos e nem tão carnudos, ela vestia roupas social e era até gostosa vestida assim. Conversamos por um tempo, então ela foi embora e eu voltei para cela. — Eai mano, viu a doutora?-pergunta um preso. — Vi. — Ela é boa?, tô precisando de alguém para me tirar das grades. — Não sei, mas estou botando fé nela, quero sair daqui logo. — É, isso aqui é parada de loco. — Verdade. — Tu foi preso por quê?. — Assassinato e você?. — Falsidade ideológica, eu faço documentos para menores poderem entrar em boates e fiz alguns para mim, também roubava contas bancárias de algumas pessoas, fazia identidade para mim com as informações dos donos. — Ganha muito com isso?. — Não tanto, mas dá para viver e curtir pra caralho-ele ri-, e você, mata porque gosta ou ganha por isso. — Elimino todos que entrarem no meu caminho, meu trabalho é outro, matar é passatempo e por segurança. — Nossa-ele sorri sem graça-, entendi, frio e calculista. Só balanço a cabeça. Dois dias depois chegou o policial, bateu nas grades chamando nossa atenção. — Vinicius Marinho. — Oi-falo e levanto. — Sua advogada veio te buscar. — Me buscar?-pergunto confuso. — É, conseguiu a liberdade provisória. Na hora eu começo a rir, não é que ela é mesmo boa?, conseguiu me tirar da prisão mesmo que por um breve momento, mesmo com os "canas" falando que tinha provas de que matei um cara. Imagina o que mais essa mulher podia fazer. Eu saio das grades, dou tchau e o policial me leva para trocar de roupa, lembrei que esse era um dos problemas, eu não tinha roupa, fui levado de um prostíbulo só de cueca e bermuda, mas ia ter que sair desse jeito, melhor que o laranja que usava. Troco de roupa e logo me liberam, saio e vejo ela em um carro, então vou até lá. **---------------------------------------** Roberta: Depois que vi aquele homem não fiquei normal, a todo momento vinha seu sorriso e seus lábios carnudos em minha mente, além de sua pose de autoridade. — Tudo bem senhora?-pergunta a Júlia. Eu estava esperando ela imprimir o papel do meu pedido de liberdade provisória, já havia conversado com alguém que tinha a autoridade para o soltar, mas agora só faltava o meu pedido. — Sim, por quê?. — Parece pensativa esses dias. — É, aconteceu algo que não sai da minha mente, mas logo mudo o foco e tudo volta ao normal. — É sobre o assassino?. — O Vinícius?. — Sim. — Você é muito curiosa, Júlia. — Desculpe, é força do hábito. — Tudo bem… mas é ele, sim, tem algo que me chamou atenção em nossa primeira conversa, pode ser sua inocência, sabe que não descanso até provar que um inocente é mesmo inocente. — Oh, se sei, você não descansa mesmo até provar, imagino que essas olheiras são por isso. — Sim-sorrio amarelo. Eu não podia dizer a ela que talvez me sentisse atraída por um homem preso, claro que ser um preso não é um problema, não com ele sendo inocente, mas eu acho errado ter caso com alguém que você defende ou sentir sentimentos além dos profissionais e faria o possível para ficarmos no profissional. Assim que ela me dá o papel, pego minhas coisas e vou até quem podia resolver meu problema e assim que ele tem a liberdade concedida, espero o mesmo do lado de fora, imagino que não tenha tido tempo de ligar para alguém o buscar e para mim não seria custo nem um oferecer uma carona. Fico no carro e poucos minutos depois ele sai, assim que me vê, vem até mim, vestia uma bermuda que mostrava a barra de sua cueca, seus músculos e abdômen sarado estavam bem amostra e meu coração acelera, se não fosse uma mulher centrada, imagino que já estaria de boca aberta e babando nesse homem forte e... Foco Roberta, foco!. — Obrigado doutora, você conseguiu mesmo-sorri. — De nada, esse é meu trabalho. — Tem como me deixar em frente ao shopping daqui de perto?. — Vai fazer compras?-pergunto confusa. — Não, meu segurança vai me buscar lá e me levar para casa-ele entra no carro. — Entendi. Sabe que não pode sumir, preciso de informações para defender seu caso, mesmo que não saia da cidade, estado, país, precisa estar disponível para quando eu ou a polícia lhe procurar-dirijo de vagar. — Estarei disponível, por isso você vai anotar meu número, quando quiser falar comigo vai ligar ou mandar mensagem. — Melhor deixar seu endereço, ou marcar logo um local que possa me dizer o que quero saber. — Ok. Quando chegamos ao local, ele só me falou seu número e saiu do carro, logo entrou em um carro preto e sumiu.Roberta:Depois que volto para o escritório, encontro o Ernesto, ele parecia um pouco aflito.— Encontrou algo?-pergunto indo para minha sala e ele me segue.— Temos um grande problema-me sento na cadeira em frente a mesa aonde tinham diversos papéis.— Qual?-encaro o mesmo.— É difícil descobrir algumas coisas, mas no submundo do crime dá para saber tudo de muitos.— E então?.— Já sabemos que ele foi incriminado, pelo nosso tempo de trabalho e análise do caso, porém ele não é flor que se cheire, disseram que é um narcotraficante, que mata qualquer um que lhe for incomodo e quando quer tirar alguma informação de alguém, seus métodos de tortura são piores que dos militares ditadores.— Devo me preocupar em defender um criminoso, que nesse caso é inocente?.— O problema aqui é quem teria coragem de incriminar um criminoso famoso e perverso?.— Outro criminoso?.— Isso Roberta, se outro criminoso, do mesmo jeito que o Vinícius está incriminando ele para tirá-lo da jogada, quer dizer que
Roberta:Chego na delegacia e vou para a sala do delegado, que me atendeu com a maior educação e paciência.— Então você é advogada do Vinícius Marinho?.— Sim e vim aqui atrás de informações.— Quais?.— Como foi a prisão?, quanto tempo demorou a prendê-lo?, o que ligava ele ao assassinato?, sabe a motivação do crime?.— Senhorita Roberta, a prisão foi normal, rastreamos ele e o prendemos em um prostíbulo, estava dormindo na hora da prisão. Demoramos a o prender, ele não é um homem de fácil acesso, sempre se escondendo, com inúmeros endereços, demoramos dias para conseguir o achar e efetuar a prisão. Achamos digitais, resto de cigarro de maconha, além da arma do crime, uma pistola calibre 38. E a motivação eu não sei, ele não disse nada em momento algum que esteve sob nossa custódia.— Ele já cometeu outros crimes?.— Sim, cinco anos atrás ele produzia e enviava drogas ilegais para outros países, ele mesmo entregava os produtos.— Algum assassinato?.— Esse é o primeiro.— Me diga, d
Roberta:Acordo e me arrumo, tomo café com a Júlia e sua filhinha, após escovar os dentes e retocar o batom vermelho, saímos de sua casa e fomos para seu carro, ela dirigia centrada e respeitava todos os sinais e placas, era uma menina exemplar.— E sua filha?.Pergunto olhando um urso de pelúcia que estava no banco de trás.— Enquanto estava escovando os dentes, a babá levou ela para a escola.— Ah sim. Me diga, acorda muito cedo para se arrumar e arrumar ela?.— É, acordo bem cedo, até porque faço questão de fazer o lanche dela e nem sempre consigo fazer quando chego do trabalho, então acordo bem cedo, faço lanche, depois acordo e arrumo ela, me arrumo, tomamos café, arrumo a mochila e lancheira dela, escovamos os dentes, a babá pega e eu vou trabalhar.— Que correria-falo cansada só em ouvir.— No começo eu achava, mas agora até que tenho me acostumado.— Não cansa?.— Às vezes-suspira-, mas assim que lembro o que ela é para mim e o quanto depende de mim, eu logo volto a me animar
Roberta:Pedi a Júlia para ficar por mais alguns dias em sua casa, ela aceitou tranquila. Liguei para a segurança, para que aumentassem a segurança da minha casa, queria arame farpado em cima dos muros e tudo mais que me trouxesse segurança.— Quer que eu faça o jantar?.Pergunto olhando a mesma procurando o que fazer.— Faria isso por mim?.— Claro, Júlia, estou de graça na sua casa, te ajudar é o mínimo.— Obrigada senhora.— Pode me chamar de Roberta.— Obrigada Roberta.Ela sorri, então saiu da cozinha e eu comecei a fazer a comida, escolhi algo fácil de fazer e leve de comer, um Estrogonofe sempre dava certo, era tiro e queda.Após está pronto, sentamos à mesa, jantamos e falamos pouco, quem falava muito era a filha dela, contava sobre tudo que aprendeu e tudo que aconteceu na escola hoje, eu só sorria, enquanto a mãe tinha que prestar muita atenção e ainda comentar.[Dia seguinte]Acordo e vou olhar a janela do quarto, o sol estava nascendo, acho que estava ansiosa de mais, pois
Roberta:Os dias passaram e chegou o momento da decisão e o júri escolheu ter o Ari como inocente, até porque eu fiz uma denúncia anônima sobre o rapaz, ele foi levado para a delegacia e depois de uma leve "ameaça"(que aconselhei um amigo delegado), ele confessou todo o crime, a forma e o motivo pelo qual o fez. Claro que, eu também avisei para a imprensa e no dia seguinte, todos já sabiam quem era o real assassino.— Como se sente?-pergunto sorrindo.— Estou feliz e sem acreditar, tivemos muita sorte!.— Não existe sorte, existe trabalho, prova e coerência.— Você é incrível, Roberta!. E o melhor é que o assassino da minha ex, vai pagar na prisão, a mãe dela ficou tão mal com tudo isso, ela foi à minha casa me bater.— Mas agora ela sabe o que realmente aconteceu.— Mas ele não vai cumprir a pena, certo?.— Não completa, infelizmente tivemos que fazer acordo e a minha palavra é única, prometi entregar a solução do caso na mão dos policiais e eles cumpririam com a minha palavra, deixa
Roberta:Resolvo levantar, vou para o banheiro e tomo um banho calmo, faço minha higiene pessoal, termino o banho, escovo os dentes, me enrolo na toalha e depois saio do banheiro.Entro no quarto e vou direto ao guarda-roupa, pego algumas peças de roupas, faço conjuntos e analiso as opções, por fim, escolho um short que ia até o meio das coxas, o pano dele era brinho de cor amarelo-claro, também escolho uma blusa de algodão na cor branca, ela era de alça e tinha um pequeno decote. Passo rímel preto, blush rosado, preencho minhas sobrancelhas com um lápis marrom-claro e passo um batom leve de cor nude.Penteio meu cabelo, passo pouco creme e deixo ele solto, depois coloco minha sandália preta, por fim, vou até a geladeira e pego um pequeno pote de frutas cortadas, então pego minha bolsa e saio de casa, tranco todas as portas e fico em frente ao portão esperando o Vinícius e comendo as frutas.Após minutos chega um carro preto, logo ouço a buzina e os vidros se abrem, olho para o motori
Roberta:Dia seguinte era dia de descanso, mas assim que me sento na cama, respiro fundo e sinto a luz do sol bater em meu corpo, lembro que logo estava chegando o dia do julgamento do Vinícius, então não podia descansar, tinha que achar algo que pudesse pelo menos me dar mais tempo para conseguir a inocência dele.Então levanto, pego minhas coisas de trabalho e vou para a cozinha, coloco tudo em cima da ilha, depois faço uma vitamina de banana, maçã e ameixa, quando a mesma fica pronta, despejo o conteúdo no copo, depois passo manteiga no pão, coloco dentro queijo e presunto, esquento, coloco no prato assim que fica pronto.Coloco o prato e o copo na ilha, depois me sento na cadeira, então vou comendo e fazendo pesquisas no meu notebook, depois mandei mensagem para alguns conhecidos da polícia e revisei o caso mais uma vez. O caso estava pronto e sem falhas concretas, não havia nem um DNA a mais na cena do crime, só mesmo do Vinícius e da vítima.Ligo então para o Ernesto, que após t
Roberta: Segunda já começa o mesmo processo, se arrumar e correr para o escritório, além de ter que ir de ônibus, pois meu carro só fica pronto no fim de semana, meu mecânico arrumava o que precisava e também fazia uma revisão, para saber se devia mexer em mais coisas. Assim que chego, dou bom dia para todos e logo entro em minha sala, hoje seria dia de pesquisar sobre os nomes que o Vinícius me deu, também estudaria um caso que iria defender por esses dias e amanhã eu iria fazer a visita ao presídio de segurança máxima. Liguei para alguns amigos e pedi ao Ernesto para pesquisar também. Jorge Amaral: É procurado a 6 anos, fugiu da prisão e desapareceu da vista dos policiais. Tem tido relatos de que ele saiu dos narcóticos, para vender armas para grandes facções. Dino (Dionísio Paladino): Ele estava preso, não era um homem cuidadoso, então sempre era preso e solto, tinha um grande sistema de venda e entrega de drogas, e seu grupo costumava matar integrantes de facções opostas a