04

Vinícius:

Estava dormindo quando batem forte na porta, arrombando a mesma, acordo assustado, as putas que estavam espalhadas pelo quarto também, logo apontam o fuzil para o meu rosto, suspiro desanimado.

— Levanta com as mãos para cima-grita um policial.

Levanto da cama com as mãos para cima e logo ponho atrás da nuca, as mulheres se agarram com medo, então um deles manda eu me vestir, coloco minha cueca e bermuda que estava perto da cama, depois um deles me algema e me tiram dali. Eles me falaram o porquê de está sendo preso, falaram que alguém morreu e acharam provas que me ligavam ao crime, eu só fiquei quieto e fui jogado em uma cela pequena, com outros caras, todos vestiam laranja e essa era a cor que mais odiava.

Horas depois recebi a visita de um dos meus funcionários, fui levado para sala de visita e eu estava puto, se fui preso foi por culpa deles, que não fizeram o trabalho direito.

— Como o senhor está?.

— Como tu acha?, me prenderam por uma coisa que não fiz e se conseguiram me pegar, foi porque vocês não fizeram seu trabalho.

— Alguém mandou os caras saírem, não sei quem foi, não era meu plantão como teu segurança, quando cheguei para te buscar no puteiro, as garotas falaram o que houve.

— Tudo bem, quero que procure um advogado para mim.

— O que resolve seus problemas?.

— Não, ouvi alguns presos falarem que teve uns caras que saíram daqui devido a uma advogada, uma tal de Roberta Albuquerque, falaram que é boa.

— Qual o problema com o teu advogado?.

— Quero pessoas que não me conhecem bem, pode ser ruim, trazer alguém que sabe da minha vida. Pessoas que acreditam em você, na sua inocência, te tira mais rápido, pessoas que não acreditam, pode acabar (mesmo que sem querer) te condenando.

— Tem razão, então eu vou procurar ela.

— Tá bom.

Ele foi embora e eu fiquei quatro dias esperando um retorno do mano, mas nada aconteceu até o dia seguinte.

— Vinicius Marinho!-chama um policial.

— Eu-levanto.

— Sua advogada está aí.

Vou para frente, ele me algema e me tira da cela, depois me leva para mesma sala da última vez e assim que entro, vejo uma mulher gata, ela tinha os cabelos cor de chama, era ruiva, tinha a pele clara, mas não era muito branca, seus olhos eram castanhos claros, seus lábios não eram finos e nem tão carnudos, ela vestia roupas social e era até gostosa vestida assim.

Conversamos por um tempo, então ela foi embora e eu voltei para cela.

— Eai mano, viu a doutora?-pergunta um preso.

— Vi.

— Ela é boa?, tô precisando de alguém para me tirar das grades.

— Não sei, mas estou botando fé nela, quero sair daqui logo.

— É, isso aqui é parada de loco.

— Verdade.

— Tu foi preso por quê?.

— Assassinato e você?.

— Falsidade ideológica, eu faço documentos para menores poderem entrar em boates e fiz alguns para mim, também roubava contas bancárias de algumas pessoas, fazia identidade para mim com as informações dos donos.

— Ganha muito com isso?.

— Não tanto, mas dá para viver e curtir pra caralho-ele ri-, e você, mata porque gosta ou ganha por isso.

— Elimino todos que entrarem no meu caminho, meu trabalho é outro, matar é passatempo e por segurança.

— Nossa-ele sorri sem graça-, entendi, frio e calculista.

Só balanço a cabeça.

Dois dias depois chegou o policial, bateu nas grades chamando nossa atenção.

— Vinicius Marinho.

— Oi-falo e levanto.

— Sua advogada veio te buscar.

— Me buscar?-pergunto confuso.

— É, conseguiu a liberdade provisória.

Na hora eu começo a rir, não é que ela é mesmo boa?, conseguiu me tirar da prisão mesmo que por um breve momento, mesmo com os "canas" falando que tinha provas de que matei um cara. Imagina o que mais essa mulher podia fazer.

Eu saio das grades, dou tchau e o policial me leva para trocar de roupa, lembrei que esse era um dos problemas, eu não tinha roupa, fui levado de um prostíbulo só de cueca e bermuda, mas ia ter que sair desse jeito, melhor que o laranja que usava.

Troco de roupa e logo me liberam, saio e vejo ela em um carro, então vou até lá.

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Roberta:

Depois que vi aquele homem não fiquei normal, a todo momento vinha seu sorriso e seus lábios carnudos em minha mente, além de sua pose de autoridade.

— Tudo bem senhora?-pergunta a Júlia.

Eu estava esperando ela imprimir o papel do meu pedido de liberdade provisória, já havia conversado com alguém que tinha a autoridade para o soltar, mas agora só faltava o meu pedido.

— Sim, por quê?.

— Parece pensativa esses dias.

— É, aconteceu algo que não sai da minha mente, mas logo mudo o foco e tudo volta ao normal.

— É sobre o assassino?.

— O Vinícius?.

— Sim.

— Você é muito curiosa, Júlia.

— Desculpe, é força do hábito.

— Tudo bem… mas é ele, sim, tem algo que me chamou atenção em nossa primeira conversa, pode ser sua inocência, sabe que não descanso até provar que um inocente é mesmo inocente.

— Oh, se sei, você não descansa mesmo até provar, imagino que essas olheiras são por isso.

— Sim-sorrio amarelo.

Eu não podia dizer a ela que talvez me sentisse atraída por um homem preso, claro que ser um preso não é um problema, não com ele sendo inocente, mas eu acho errado ter caso com alguém que você defende ou sentir sentimentos além dos profissionais e faria o possível para ficarmos no profissional.

Assim que ela me dá o papel, pego minhas coisas e vou até quem podia resolver meu problema e assim que ele tem a liberdade concedida, espero o mesmo do lado de fora, imagino que não tenha tido tempo de ligar para alguém o buscar e para mim não seria custo nem um oferecer uma carona.

Fico no carro e poucos minutos depois ele sai, assim que me vê, vem até mim, vestia uma bermuda que mostrava a barra de sua cueca, seus músculos e abdômen sarado estavam bem amostra e meu coração acelera, se não fosse uma mulher centrada, imagino que já estaria de boca aberta e babando nesse homem forte e...

Foco Roberta, foco!.

— Obrigado doutora, você conseguiu mesmo-sorri.

— De nada, esse é meu trabalho.

— Tem como me deixar em frente ao shopping daqui de perto?.

— Vai fazer compras?-pergunto confusa.

— Não, meu segurança vai me buscar lá e me levar para casa-ele entra no carro.

— Entendi. Sabe que não pode sumir, preciso de informações para defender seu caso, mesmo que não saia da cidade, estado, país, precisa estar disponível para quando eu ou a polícia lhe procurar-dirijo de vagar.

— Estarei disponível, por isso você vai anotar meu número, quando quiser falar comigo vai ligar ou mandar mensagem.

— Melhor deixar seu endereço, ou marcar logo um local que possa me dizer o que quero saber.

— Ok.

Quando chegamos ao local, ele só me falou seu número e saiu do carro, logo entrou em um carro preto e sumiu.

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