11 MAIO 2024, ITÁLIA- CAPRINunca pensei em casamento, pelo menos com alguém que me ame tão intensamente como o homem que me espera no altar em sua, agora nossa propriedade. Depois de algum tempo ajustando e discordando de como os preparativos iam ficar decidi deixar tudo na mão da minha sogra que ficou feliz da vida por poder realizar seu sonho de ver seu filho casar.Lorenzo Rossi está a cada dia mais protetor com as crianças e até comigo e minha barriga que neste momento não dá para esconder, não com uma barriga de seis meses. O homem está insaciável, se antes pensei que ele não me tocava quando saí do hospital e voltamos para a ilha, o meu lobinho agora a cada momento está me desejando, não que reclame, não com estes homónimos malucos da gestação.As crianças no início ficaram reticentes, pelo menos Chaia que já tem um bom discernimento de algumas partes da vida, minha menina pensou que só por não termos o mesmo sangue eu e Lorenzo não íamos gostar mais dela, nessa noite nós dois
— Mãe? — A voz alarmada de Chaia me faz tirar os olhos do portátil, mas muita coisa mudou nestes últimos quatro anos, não saio mais em missões a não ser acompanhada de meu marido.— O que foi, filha? — Questiono dando sinal a uma Rayra muito grávida para cuidar da comunicação com os rapazes em campo.— Podemos conversar no quarto? — Pergunta corando ainda mais quando sente as mãos do pai em seus ombros.— Vim chamar vocês para almoçarmos no quintal, está tudo bem? — Questiona atento ao rosto da filha mais velha que abaixa ainda mais o rosto.— Sim, daqui a alguns minutos vamos ter contigo. Podes ir buscar Pietro e Adira? — Questiono falando do meu menino que vai completar 4 anos e da nossa menina que infelizmente assim como Pietro é cara do pai. Colocamos o nome de Adira em forma de recordação do tempo em que Lorenzo me chamava por esse nome, nossa bebé tem dois anos.— Claro, amor. — Fala abaixando-se para deixar um beijo em meus lábios.Lorenzo pode controlar vários homens ao redor
03 JAN 2023 - RÚSSIADor! Às vezes penso que vai ser o único sentimento que vou conseguir nutrir além do ódio que tenho por aqueles que de alguma forma estão envolvidos no assassinato dos meus pais.Afasto os pensamentos para concentrar-me no perímetro à minha volta, tenho poucas alternativas e uma delas é hoje: entrar na mansão principal de Sergey Ottis. Meu tio!Caminho lentamente e bem atenta porque mesmo sem a presença do Boss[1]. Uma moradia como esta nunca pode ficar sem proteção, ainda bem que sou a única que conhece das passagens secretas além de Sergey e do segurança pessoal. Numa escuridão absoluta após desprender os parafusos do duto do ar condicionado passo meu corpo pela passagem estreita sem fazer barulho.Infelizmente, preciso caminhar pela casa sem uma lanterna por causa das vigilâncias que os seguranças mais antigos fazem pelo interior, nem todos possuem permissão para estarem no interior, mas os que têm são extremamente treinados e sádicos.— Raios! — Resmungo ao esc
04 JAN 2023 - RÚSSIADeslealdade! Por vezes acho que é esta a sensação sempre que vou sentir, algumas vezes é cometida pelos homens que prestaram o juramento de lealdade ao seu líder, mas mesmo assim acabam por cometer esse erro. Só que nada me tinha preparado para descobrir que a minha irmãzinha, aquela que julguei ter sido raptada afinal foi dada a casamento a um homem 17 anos mais velho enquanto minha menininha tinha acabado de fazer 14 anos.Vittorino Esposito, meu pai sempre soube que a família da Calábria é uma das piores, sem escrúpulos e os homens são piores que animais dividem suas esposas sem nem querer saber a opinião e vontade das mesmas, todas as mulheres que vi dessa família andam cabisbaixas e com receio de tudo e todos à sua volta.Sei que minha mãe sofreu mesmo que sempre tenha tentado ser espancado no lugar dela ou até de Camilla antes desta ter desaparecido, sempre me culpei porque nesse dia nossa mãe estava cuidando de mim depois ter sido machucado por meu próprio
12 JAN 2024, ITÁLIA— Tens certeza que conseguimos entrar na mansão sem muitas baixas? — Questiono a Leon e Fradique depois de um ano procurando formas de entrar naquela maldita casa.— Tiveram muitas mortes por causa dos nossos últimos ataques. — Explica Fradique sentando-se na cadeira à minha frente.— Ainda bem, preciso fazer esta viagem para Espanha, terça-feira mal retorne, começamos o planejamento de invadirmos.— Tudo o que Camilla falou é pior que qualquer outra coisa, mas muito pior foi o que aqueles três homens que capturamos falaram.— Como tem coragem de oferecer a mulher de um para o outro?— Não sei, sei que mataria qualquer um que olhasse para a minha mulher num piscar de olhos. — Falo sentindo o meu sangue esquentar só em imaginar algum sujeito olhar para Adira.— Tenho pena de quem quer que seja que está em teu pensamento.— Só há uma pessoa em meus pensamentos neste momento pelo menos com rosto, garanto que não precisa de ter medo pelo menos quem é. — Falo dando um s
Nunca pensei que ia encontrar em Lorenzo alguém a temer em perder, que o sentimento de impotência se tornasse tão grande que minhas mãos vacilam ainda mais do que na primeira vez que matei alguém, como agora acontece enquanto esforço-me para percorrer as ruas de Madrid com a maior calmaria possível para não chamar à atenção de ninguém, muito menos daqueles que tentaram e falharam o capturar no interior do hotel.— Para onde estamos a ir? — Questiona sentando no banco do passageiro, mortinho de vontade de passar para o do condutor e controlar a situação por si mesmo. — Adira! — Fala num tom alto quando dou uma curva fechada entrando na autoestrada.— Não grites, isso irrita-me desnecessariamente. — Aviso desacelerando para conseguir atender o telemóvel. — O que foi Natália? Não é uma boa altura… — Falo, sentindo os nervos à flor da pele ainda mais com o olhar desconfiado de Lorenzo sob mim.— Chefe, descobrimos que…— Desembucha de uma vez, garota. — Digo pela primeira vez sendo um pou
— O que aconteceu? — Indaga Fradique assim que regresso na mansão, depois de viajar durante a noite. — Lorenzo!— Nada! Nada. — Resmungo passando por ele, todos os outros que estão reunidos à mesa se surpreendem com a minha presença, sigo para o escritório sem dizer uma palavra.— Lorenzo? — Pergunta Fradique chamando-me para a realidade entrando no escritório atrás de mim.— Chama Leon e Lucca. — Ordeno arremessando a mochila para qualquer lado, ando para o bar e encho um copo de whisky despejando goela abaixo e voltando a encher de novo.— O que se passa? — Questiona mexendo no telemóvel, na certeza enviando as mensagens para os dois homens que solicitei presença.— Adira.— Claro que ia ser com ela. — Rebate com um sorriso. — O que aconteceu, desembucha de uma vez!— Sendo sincero foi tudo de uma vez… cheguei em Madrid e fui logo para o hotel. Estamos na cama quando voltei ao assunto dela vir comigo para conhecer minha família.— Deixa adivinhar-me, a mulher fugiu como se fugisse d
14 JAN 2024, 08:00 HORAS - ESPANHA— Tinhas mesmo que fazer aquilo naquela mansão? — Questiona Victor sentando ao meu lado, ainda estamos na cabana desde que viemos da Espanha só sai para resolver o pequeno problema na Calábria.— Tens algum dilema com isso? — Indago mantendo os olhos para a frente encarando a floresta onde a cabana está construída.— Nenhum, claro que não. — Fala hesitando, mesmo que seja um dos meus melhores soldados.— Arthur Esposito era uma víbora e criou uma serpente ainda pior. — Argumento esticando as pernas no banco.— Descobriste alguma coisa com o velho? — Questiona agarrando a caneca de café fumegante.— Não muito, só uma coisa ficou presa no meu cérebro.— O quê, Ava? — Indaga depois de vários minutos em silêncio sem que tenha falado nada a mais sobre as informações que retirei do morto andante.— Que quando descobrisse a verdade ia arrepender-me de querer a verdade. — Transmito apertando a caneca na mão, perdida com o olhar no horizonte.— Achas que pode