19 FEV 2024, ITÁLIA— Estou bem. — Reclamo pela milésima vez e ainda nem saí do hospital, imaginem como será quando voltar para casa. — Lobinho? — Chamo o homem que pouco me olhou desde que entrou hoje no quarto.— Hum? — Resmunga colocando a roupa que usei dentro da mochila que trouxe consigo.— Está tudo bem? — Questiono ficando preocupado por sua mudança repentina.— Sim, preparada? — Retribui com outra pergunta, deixando-me ainda mais inquieta e pensando em coisas que não posso me deixar levar ainda mais agora com a preocupação com a gravidez.— E se ele não quer o bebé? — Questiono-me ao ser ajudada ainda em silêncio por ele para deixarmos o quarto em direção ao elevador.— É bom ver-te de novo. — Comenta Fradique dando-me um abraço cuidadoso assim que o encontramos junto do carro preto.— É bom voltar a respirar ar puro. — Digo esforçando-me para não demonstrar dor ao fazer o simples movimento de sentar no banco traseiro. — Enzo?— Está tudo bem, Ava. — Fala sentando ao meu lado
— Estou preocupada. — Diz ao meu lado assim que entramos pelos portões da mansão.— Também estou, as crianças ficaram quase duas semanas sem nós, vamos conversar com eles calmamente. — Falo passando o meu braço por cima dos seus ombros assim que saímos do interior do carro. — Que bom regressar a casa. — Sussurro observando minhas crianças brincando na sala de estar junto da minha sobrinha, com Natalia vigiando os três. Lucca e Camilla no sofá em frente conversando animadamente, tanto que ainda nem notaram nossa presença.— Meu filho que bom que vocês chegaram. — O grito feliz da minha mãe faz com que o casalinho se assuste connosco como com a minha mãe. Dona Martina abraça Ava com cuidado ao observar que minha garota ainda segura o seu lado direito. — Menina não pode voltar a assustar-nos.— Sinto muito. — Pede Ava abaixando o rosto, minha mulher ainda não sabe como se comportar quando alguém demonstra preocupação ou cuidado perante ela. — Desculpe por deixá-la cuidando das minhas cri
11 MAIO 2024, ITÁLIA- CAPRINunca pensei em casamento, pelo menos com alguém que me ame tão intensamente como o homem que me espera no altar em sua, agora nossa propriedade. Depois de algum tempo ajustando e discordando de como os preparativos iam ficar decidi deixar tudo na mão da minha sogra que ficou feliz da vida por poder realizar seu sonho de ver seu filho casar.Lorenzo Rossi está a cada dia mais protetor com as crianças e até comigo e minha barriga que neste momento não dá para esconder, não com uma barriga de seis meses. O homem está insaciável, se antes pensei que ele não me tocava quando saí do hospital e voltamos para a ilha, o meu lobinho agora a cada momento está me desejando, não que reclame, não com estes homónimos malucos da gestação.As crianças no início ficaram reticentes, pelo menos Chaia que já tem um bom discernimento de algumas partes da vida, minha menina pensou que só por não termos o mesmo sangue eu e Lorenzo não íamos gostar mais dela, nessa noite nós dois
— Mãe? — A voz alarmada de Chaia me faz tirar os olhos do portátil, mas muita coisa mudou nestes últimos quatro anos, não saio mais em missões a não ser acompanhada de meu marido.— O que foi, filha? — Questiono dando sinal a uma Rayra muito grávida para cuidar da comunicação com os rapazes em campo.— Podemos conversar no quarto? — Pergunta corando ainda mais quando sente as mãos do pai em seus ombros.— Vim chamar vocês para almoçarmos no quintal, está tudo bem? — Questiona atento ao rosto da filha mais velha que abaixa ainda mais o rosto.— Sim, daqui a alguns minutos vamos ter contigo. Podes ir buscar Pietro e Adira? — Questiono falando do meu menino que vai completar 4 anos e da nossa menina que infelizmente assim como Pietro é cara do pai. Colocamos o nome de Adira em forma de recordação do tempo em que Lorenzo me chamava por esse nome, nossa bebé tem dois anos.— Claro, amor. — Fala abaixando-se para deixar um beijo em meus lábios.Lorenzo pode controlar vários homens ao redor
03 JAN 2023 - RÚSSIADor! Às vezes penso que vai ser o único sentimento que vou conseguir nutrir além do ódio que tenho por aqueles que de alguma forma estão envolvidos no assassinato dos meus pais.Afasto os pensamentos para concentrar-me no perímetro à minha volta, tenho poucas alternativas e uma delas é hoje: entrar na mansão principal de Sergey Ottis. Meu tio!Caminho lentamente e bem atenta porque mesmo sem a presença do Boss[1]. Uma moradia como esta nunca pode ficar sem proteção, ainda bem que sou a única que conhece das passagens secretas além de Sergey e do segurança pessoal. Numa escuridão absoluta após desprender os parafusos do duto do ar condicionado passo meu corpo pela passagem estreita sem fazer barulho.Infelizmente, preciso caminhar pela casa sem uma lanterna por causa das vigilâncias que os seguranças mais antigos fazem pelo interior, nem todos possuem permissão para estarem no interior, mas os que têm são extremamente treinados e sádicos.— Raios! — Resmungo ao esc
04 JAN 2023 - RÚSSIADeslealdade! Por vezes acho que é esta a sensação sempre que vou sentir, algumas vezes é cometida pelos homens que prestaram o juramento de lealdade ao seu líder, mas mesmo assim acabam por cometer esse erro. Só que nada me tinha preparado para descobrir que a minha irmãzinha, aquela que julguei ter sido raptada afinal foi dada a casamento a um homem 17 anos mais velho enquanto minha menininha tinha acabado de fazer 14 anos.Vittorino Esposito, meu pai sempre soube que a família da Calábria é uma das piores, sem escrúpulos e os homens são piores que animais dividem suas esposas sem nem querer saber a opinião e vontade das mesmas, todas as mulheres que vi dessa família andam cabisbaixas e com receio de tudo e todos à sua volta.Sei que minha mãe sofreu mesmo que sempre tenha tentado ser espancado no lugar dela ou até de Camilla antes desta ter desaparecido, sempre me culpei porque nesse dia nossa mãe estava cuidando de mim depois ter sido machucado por meu próprio
12 JAN 2024, ITÁLIA— Tens certeza que conseguimos entrar na mansão sem muitas baixas? — Questiono a Leon e Fradique depois de um ano procurando formas de entrar naquela maldita casa.— Tiveram muitas mortes por causa dos nossos últimos ataques. — Explica Fradique sentando-se na cadeira à minha frente.— Ainda bem, preciso fazer esta viagem para Espanha, terça-feira mal retorne, começamos o planejamento de invadirmos.— Tudo o que Camilla falou é pior que qualquer outra coisa, mas muito pior foi o que aqueles três homens que capturamos falaram.— Como tem coragem de oferecer a mulher de um para o outro?— Não sei, sei que mataria qualquer um que olhasse para a minha mulher num piscar de olhos. — Falo sentindo o meu sangue esquentar só em imaginar algum sujeito olhar para Adira.— Tenho pena de quem quer que seja que está em teu pensamento.— Só há uma pessoa em meus pensamentos neste momento pelo menos com rosto, garanto que não precisa de ter medo pelo menos quem é. — Falo dando um s
Nunca pensei que ia encontrar em Lorenzo alguém a temer em perder, que o sentimento de impotência se tornasse tão grande que minhas mãos vacilam ainda mais do que na primeira vez que matei alguém, como agora acontece enquanto esforço-me para percorrer as ruas de Madrid com a maior calmaria possível para não chamar à atenção de ninguém, muito menos daqueles que tentaram e falharam o capturar no interior do hotel.— Para onde estamos a ir? — Questiona sentando no banco do passageiro, mortinho de vontade de passar para o do condutor e controlar a situação por si mesmo. — Adira! — Fala num tom alto quando dou uma curva fechada entrando na autoestrada.— Não grites, isso irrita-me desnecessariamente. — Aviso desacelerando para conseguir atender o telemóvel. — O que foi Natália? Não é uma boa altura… — Falo, sentindo os nervos à flor da pele ainda mais com o olhar desconfiado de Lorenzo sob mim.— Chefe, descobrimos que…— Desembucha de uma vez, garota. — Digo pela primeira vez sendo um pou