12 JAN 2024, ITÁLIA
— Tens certeza que conseguimos entrar na mansão sem muitas baixas? — Questiono a Leon e Fradique depois de um ano procurando formas de entrar naquela m*****a casa.
— Tiveram muitas mortes por causa dos nossos últimos ataques. — Explica Fradique sentando-se na cadeira à minha frente.
— Ainda bem, preciso fazer esta viagem para Espanha, terça-feira mal retorne, começamos o planejamento de invadirmos.
— Tudo o que Camilla falou é pior que qualquer outra coisa, mas muito pior foi o que aqueles três homens que capturamos falaram.
— Como tem coragem de oferecer a mulher de um para o outro?
— Não sei, sei que mataria qualquer um que olhasse para a minha mulher num piscar de olhos. — Falo sentindo o meu sangue esquentar só em imaginar algum sujeito olhar para Adira.
— Tenho pena de quem quer que seja que está em teu pensamento.
— Só há uma pessoa em meus pensamentos neste momento pelo menos com rosto, garanto que não precisa de ter medo pelo menos quem é. — Falo dando um sorriso, sei bem que os dois sabem de quem estou a falar e pensar.
— Tem cuidado na europa. — Pede Fradique e Leon, nosso amigo em comum faz delas suas palavras também. — Mesmo com Adira nunca se sabe se nenhum inimigo sabe dela ou das escapadelas sem segurança.
— Onde vais, Enzo? — Questiona minha irmã com minha sobrinha linda nos braços observando-me descer as escadas com uma mochila preta no ombro.
— Sair, mas segunda-feira à tarde já estou aqui. — Falo tocando nos cabelos curtinhos de Ângela, nome da minha sobrinha e deixando um beijo na testa da minha irmã, que desde Fevereiro de 2023 até hoje está completamente transformada sempre com um sorriso no rosto assim como mais segura de si.
— Espero que essa menina venha conhecer-me o mais rápido possível. — Reclama minha mãe que atualmente preserva o sorriso, a não ser quando está preocupada comigo, Fradique e Leon que também foi criado comigo e meu primo mesmo contra o desejo de meu pai por o rapaz ser de um posto diferente do meu.
— Um dia, mãe. — Falo sorrindo ao sair de casa e dispensando os seguranças que sempre fazem minha segurança.
— Enzo! — O grito satisfeito de Adira assim que me vê entrar no quarto de hotel em Madrid me faz sorrir grandiosamente. — Que saudades, lobinho.
— Sabes que chamar-me assim em frente de qualquer pessoa vais fazer minha virilidade ir para o ralo, não é, principessa[1]? — Rebato, mas no fundo gosto de saber que minha garota arranjou um apelido para mim.
— Foi pelos teus olhos que fiquei encantada na primeira vez. — Fala com um sorriso ao tirar o meu casaco.
— És tão linda… — Gemo a puxando contra o meu corpo completamente nu. — Vem cá.
— E se não quiser? — Questiona com um sorriso afastando-se das minhas mãos, mas não por muito tempo porque a arrasto para mim rapidamente sem conseguir ficar mais um segundo sem ela. — Idiota gostoso.
— Sei bem disso, porque és completamente deliciosa. — Digo gemendo chego até a fechar os olhos com o aperto dela em meu membro.
— O quê? — Questiona praticamente gritando assim que escuta o que peço, acho que pela milésima vez.
— Qual o medo? Não achas que estamos há muito tempo andando às escondidas?
— Não posso. — Diz saindo da cama começando a vestir-se aborrecida com a conversa que iniciei depois de estarmos a tarde toda juntos na cama.
— Onde vais? — Questiono erguendo-me nu da cama para tentar fazê-la parar por um segundo. — Adira!
— O quê? — Questiona vestindo a t-shirt. — O que foi?
— Não achas que mereço uma explicação do motivo de não queres ir comigo conheceres a minha mãe e irmã?
— Porquê isso agora? — Pergunta pegando no casaco de cima da cadeira.
— Porque achas, nem telefonar, nunca, nem mensagens…, o que queres que pense, caralho?
— Queres saber, vou sair para buscar um café e arejar um pouco a cabeça, volto daqui a pouco. — Diz batendo a porta com força, saindo irritada do quarto.
— Mas, que droga! Maldição. — Resmungo indo para o banheiro, nada que um banho de água fria não resolva.
— Enzo! — Chama Adira, estranho por voltar para o quarto em menos de cinco minutos.
— O que foi? — Questiono saindo do box do chuveiro pegando na toalha para colocar na cintura.
— Precisamos ir. — Ordena muito diferente da Adira que conheço, ainda mais ao notar uma faca de combate na mão dela suja com um fio de sangue.
— O que se passa?
— O elevador estava com muitas pessoas, resolvi descer pelas escadas e acabei tombando num homem, felizmente notei o perigo antes que me agredisse.
— O que estás para aí a falar?
— Sei quem és, Lorenzo Rossi. — Diz trancando o quarto para esperar que me vista novamente. — Vamos, não há tempo a perder.
— Como sabes sobre mim? — Questiono passando em frente dela para sair em primeiro lugar.
— Sei tudo sobre ti, Don Rossi, chefe da máfia Mortali[2], Capri, na Itália. — Diz inclinando-se para a esquerda e para meu espanto atinge a artéria carótida num primeiro golpe, mesmo que o sujeito seja da minha altura nunca pensara que a mulher pequena fosse saltar e aproveitar a vantagem para deferir um golpe certeiro.
— Mas, pelo visto não sei nada sobre ti, Adira Vagner. — Profiro descendo assim como ela pelas escadas, um protegendo as costas dos outros. — Preciso ligar para os meus homens.
— Não, vamos embora daqui. Estaremos protegidos, preciso que confies em mim, Enzo. — Pede puxando-me para o parque de estacionamento.
[1] Princesa, em italiano
[2] Nome da Organização Criminosa, (Mortali) nome dado à máfia italiana, fictício somente para o livro
Nunca pensei que ia encontrar em Lorenzo alguém a temer em perder, que o sentimento de impotência se tornasse tão grande que minhas mãos vacilam ainda mais do que na primeira vez que matei alguém, como agora acontece enquanto esforço-me para percorrer as ruas de Madrid com a maior calmaria possível para não chamar à atenção de ninguém, muito menos daqueles que tentaram e falharam o capturar no interior do hotel.— Para onde estamos a ir? — Questiona sentando no banco do passageiro, mortinho de vontade de passar para o do condutor e controlar a situação por si mesmo. — Adira! — Fala num tom alto quando dou uma curva fechada entrando na autoestrada.— Não grites, isso irrita-me desnecessariamente. — Aviso desacelerando para conseguir atender o telemóvel. — O que foi Natália? Não é uma boa altura… — Falo, sentindo os nervos à flor da pele ainda mais com o olhar desconfiado de Lorenzo sob mim.— Chefe, descobrimos que…— Desembucha de uma vez, garota. — Digo pela primeira vez sendo um pou
— O que aconteceu? — Indaga Fradique assim que regresso na mansão, depois de viajar durante a noite. — Lorenzo!— Nada! Nada. — Resmungo passando por ele, todos os outros que estão reunidos à mesa se surpreendem com a minha presença, sigo para o escritório sem dizer uma palavra.— Lorenzo? — Pergunta Fradique chamando-me para a realidade entrando no escritório atrás de mim.— Chama Leon e Lucca. — Ordeno arremessando a mochila para qualquer lado, ando para o bar e encho um copo de whisky despejando goela abaixo e voltando a encher de novo.— O que se passa? — Questiona mexendo no telemóvel, na certeza enviando as mensagens para os dois homens que solicitei presença.— Adira.— Claro que ia ser com ela. — Rebate com um sorriso. — O que aconteceu, desembucha de uma vez!— Sendo sincero foi tudo de uma vez… cheguei em Madrid e fui logo para o hotel. Estamos na cama quando voltei ao assunto dela vir comigo para conhecer minha família.— Deixa adivinhar-me, a mulher fugiu como se fugisse d
14 JAN 2024, 08:00 HORAS - ESPANHA— Tinhas mesmo que fazer aquilo naquela mansão? — Questiona Victor sentando ao meu lado, ainda estamos na cabana desde que viemos da Espanha só sai para resolver o pequeno problema na Calábria.— Tens algum dilema com isso? — Indago mantendo os olhos para a frente encarando a floresta onde a cabana está construída.— Nenhum, claro que não. — Fala hesitando, mesmo que seja um dos meus melhores soldados.— Arthur Esposito era uma víbora e criou uma serpente ainda pior. — Argumento esticando as pernas no banco.— Descobriste alguma coisa com o velho? — Questiona agarrando a caneca de café fumegante.— Não muito, só uma coisa ficou presa no meu cérebro.— O quê, Ava? — Indaga depois de vários minutos em silêncio sem que tenha falado nada a mais sobre as informações que retirei do morto andante.— Que quando descobrisse a verdade ia arrepender-me de querer a verdade. — Transmito apertando a caneca na mão, perdida com o olhar no horizonte.— Achas que pode
19 JAN 2024, ITÁLIA— Como é que conseguiram fazer aquele massacre naquela mansão cheia de seguranças? — Questiono assim que Fradique e Leon junto de Lucca entram no escritório da empresa de engenharia em Milão.— Não sei, o que sei é que as fotos que consegui são horripilantes. — Fala Fradique pousando uma pasta preta em cima da minha mesa.— O que é isto? — Indago observando as fotos, em algumas delas dá para notar algo pelo meio dos corpos esquartejados.— Rosas brancas, banhadas no sangue dos sórdidos da família Esposito. — Informa deixando-me ainda mais curioso.— Qual o motivo?— Para isso precisas encontrar os monstros que conseguiram fazer isso. — Fala Fradique sem notar o discreto sorriso em Matteo.— Alguém já assumiu? — Indago fechando os relatórios da empresa de engenharia, não consigo pensar neste momento com estas fotografias em minhas mãos.— Zver.— A fera? — Questiono, a primeira vez que escutei sobre ele não sabia o que a palavra em russo significava então foi pesqui
— Chefe temos um problema. — A voz apresada de Wagner faz-me suspirar, ainda ontem precisei ir acabar com um maldito que Luke não conseguiu por pouco não foi apanhada, infelizmente perdi não só o meu vestido como os meus lindos sapatos de salto de 15 centímetros.— Quando é que não temos? — Questiono sem o olhar, a visão à minha frente é muito mais interessante do que um homem tatuado de quase 1,80 cm, o que para ser sincera me deixa muito irritada, o seu tamanho deveria ser uma ofensa perante os meu 1,60 cm. — Fala de uma vez e me deixa sozinha para tomar o meu pequeno-almoço antes das crianças acordarem.— Chefe, com todo o respeito só beber café não pode ser considerado um pequeno-almoço. — Fala dando risada quando a almofada que antes estava ao meu lado vai contra ele. — Agora, o problema é a mais recente marcação.— Podes parar de enrolação?— A reunião é com o chefe da máfia Mortali. — Informa que o rompante quase me faz deixar cair a caneca de café quentinho das minhas mãos.—
Desde que os dois homens saem do escritório minha mãe entra junto de Camilla, ambas estão paradas em minha frente sem ainda uma palavra pronunciar, deixando-me impaciente.— Vocês duas vão explicar o motivo de estarem aqui em minha frente ou continuaram em silêncio? — Pergunto sem conseguir controlar-me, estou irritado porque no fundo cogitei que Zver ia aparecer na reunião e não mandar algum de seus homens.— Só saber o porquê daqueles homens virem até aqui? — Questiona Camilla, para ser sincero pensei que ia ser a minha mãe a perguntar e não minha irmã que nem olha para o meu rosto.— Porquê? — Questiono levantando-me ao mesmo tempo que cruzo os braços ao notar que minha irmã ainda continua a esconder algo de mim. — Conheces algum deles de algum lado?— Não, não. — Diz enquanto abana a cabeça em negação, ainda com o olhar fixo no chão do meu escritório.— Não acho que seja isso… — Pronuncio, mas sou interrompido por Matteo e Fradique que acompanharam os homens até o carro assim como
27 JAN 2024, ITÁLIA- CAPRI— Quem vai concluir o serviço, porque Rayra não pode ainda, Victor está de ressaca por ter seguido o homem esta noite. — Reclama Wagner deitando-se ao meu lado, infelizmente só consegui um quarto duplo de casal no curto espaço de tempo.— O que sei é que Rayra devia estar deitada ao meu lado e não tu. — Argumento fechando os olhos morta de cansaço.— Queres falar o motivo de tanta moleza? — Questiona tocando em meus cabelos como se eu fosse uma criança.— Deixa de ser chato. — Falo erguendo-me rápido demais pois minha visão fica turva tanto que Wagner segura-me sem que consiga até notá-lo se mover na cama. — Estou bem, estou bem.— Claro que está. — Diz afastando-se indo para o pequeno bar que há na sala onde Rayra dorme esparramada no sofá. — Aqui, algo para comer antes que caias em meus braços, era muito romântico, mas dispenso ficar sem a cabeça por pegar em ti no colo.— Não tenho nada, só não comi ontem à noite. Além do mais Rayra contou que mais murmúr
Desde o último encontro que não tenho mais nenhuma informação de Adira, ou qual seja o seu nome, a saudade que sinto nem me incomoda o fato de ter mentido sobre seu nome, sobre sua profissão desde que seus sentimentos sejam sinceros como os meus.Ainda não tivemos contato sobre a morte do maldito senador, nem mesmo dos meus soldados sobre o roubo do último carregamento de 100000 dólares, mesmo que para mim seja indiferente perder esse dinheiro ou tê-lo, só não acredito que a polícia tem apanhado as armas e as destruído, tenho quase absoluta certeza de que o senador Cassetti está envolvido em alguma trafulha para ter alcançado tão rápido o posto de bilionário em menos de cinco anos.— Pensando em que? — Questiona minha mãe assim que senta ao meu lado no sofá da sala de estar.— Alguns problemas. — Comento sendo grato por ainda ter a minha mãe aqui junto de mim.— Lorenzo, podemos conversar. — Pede Fradique acompanhado por Leon, Lucca e ainda Matteo todos com um semblante apreensivo.—