— O que aconteceu? — Indaga Fradique assim que regresso na mansão, depois de viajar durante a noite. — Lorenzo!
— Nada! Nada. — Resmungo passando por ele, todos os outros que estão reunidos à mesa se surpreendem com a minha presença, sigo para o escritório sem dizer uma palavra.
— Lorenzo? — Pergunta Fradique chamando-me para a realidade entrando no escritório atrás de mim.
— Chama Leon e Lucca. — Ordeno arremessando a mochila para qualquer lado, ando para o bar e encho um copo de whisky despejando goela abaixo e voltando a encher de novo.
— O que se passa? — Questiona mexendo no telemóvel, na certeza enviando as mensagens para os dois homens que solicitei presença.
— Adira.
— Claro que ia ser com ela. — Rebate com um sorriso. — O que aconteceu, desembucha de uma vez!
— Sendo sincero foi tudo de uma vez… cheguei em Madrid e fui logo para o hotel. Estamos na cama quando voltei ao assunto dela vir comigo para conhecer minha família.
— Deixa adivinhar-me, a mulher fugiu como se fugisse da morte. — Fala sorrindo, meu primo sabe de quase toda a história pelo menos das partes em que Adira foge de qualquer compromisso comigo.
— Não só, saiu do quarto e voltou com uma faca cheia de sangue. Fez-me vestir às pressas e ainda conseguiu nos deixar a salvo dos homens que nos procuravam.
— Como voltaste tão rápido? — Questiona parando de repente, pensando. — Não digas que retornaste num avião público, Enzo isso é completamente irresponsável.
— Não, voltei num jato.
— Não, no nosso. — Argumenta com os olhos no telemóvel que não para de apitar com sinal de mensagem.
— No dela, ainda no hotel, atingiu com a faca no pescoço um deles com uma destreza impressionante.
— Mas que droga! — Contesta levantando para encher o seu copo, igual aos dois homens que chegam.
— Chefe? — Pergunta Lucca sentando à minha frente, como sempre sem muitas palavras.
— Preciso que procurem tudo sobre Adira Wagner. Como sobre os homens que entram no hotel para capturar a mim.
— Chefe, não há nada demais sobre Adira, a última vez não conseguimos a não ser aquilo que você já sabe. — Fala Leon aceitando o copo de Fradique.
— Preciso respostas. — Reclamo me sentindo acuado e com medo de Adira desaparecer por entre os meus dedos.
— Então vamos encontrá-las. — Diz Fradique e os outros dois concordam.
— Agora o negócio com Miller está tudo certo? — Questiono a Leon em sincronia que abro o e-mail corporativo por estar a falar de negócios legítimos.
— Chefe, acho que tem um problema. — Interrompe a reunião ao entrar novamente no escritório, Lucca encara-me apreensivamente.
— Como assim?
— Adira Wagner só existe há cinco anos, não tem casa e nem conta bancária em seu nome.
— Um nome falso. — Atesta Fradique, meu primo sempre me alertou para ter cuidado com Adira ou quem quer que seja, mas agora me arrependo de nunca procurar mais fundo sobre ela.
— Tenho uma foto dela que tirei enquanto dormia. — Falo puxando o telemóvel do bolso das calças de ganga. — Não quero a foto dela andando por aí ou algumas cabeças vão rolar.
— Sabemos disso, chefe. — Diz Lucca acenando com a cabeça avisando que recebeu a foto. — Vou tratar disso. — Fala saindo do escritório.
— Achas que ela tem algo com os homens que invadiram o hotel?
— Não, se ela não tivesse aparecido teria sido capturado, eram vários.
— Como assim, falaste só em dois… — Reclama Fradique escutando-me atentamente.
— Não só, esse dois foi os que a vi matar. — Falo relembrando o sangue escorrendo pelos degraus das escadas. — Mas havia uns 20 mortos, completamente retalhados.
— Com que mulher te foste envolver, ah? — Questiona Leon também atento à conversa em simultâneo que estuda um novo negócio de exportação de armamento para a Coreia do Sul.
— Era melhor a Anne, irmão. — Provoca Fradique.
— Vai chatear a cabeça de outro que a minha está quase a explodir. — Resmungo por saber que hoje (sábado) ainda podia estar nos braços da mulher que amo. — Mas que droga. — Falo sozinho, ao recordar que nem pode dizer o que sinto a ela ao nos despedirmos.
— É melhor ires conversar com a tia, ela está preocupada contigo. — Avisa Fradique depois de toda a tarde fechados dento do escritório.
— Chefe? — A voz Lucca faz-me parar quando caminho em direção ao jardim de inverno.
— O que foi?
— Não consegui nada pela foto, a mulher não existe. — Fala tirando o telemóvel do bolso. — Apagada a foto, senhor. — Mostra o movimento de eliminar permanentemente a foto, Lucca sai com um leve inclinar da cabeça em forma de respeito
— Mãe?
— Filho, o que se passa para chegares em casa como uma tempestade depois teres avisado que ias ficar o final de semana fora? — Questiona chamando-me para sentar ao seu lado.
— Só tive alguns problemas com a mulher que me foi encontrar.
— Vai tudo se resolver, se a menina for aquela… vai correr tudo bem. — Diz dando uma palmada carinhosa na minha mão.
— Como tem tanta certeza, mãe?
— Filho, sempre fiz de tudo para manteres uma parte humana dentro de ti, além do mais deixei claro que nunca devias casar sem ser por amor, então sei que vais conseguir resolver tudo… só estou curiosa para conhecer a mulher que conquistou esse teu coração. — Fala com um sorriso abraçando-me, mesmo que seus braços não consigo agarrar toda a minha largura.
— Espero que sim, mãe. — Digo temeroso com o que possa vir a acontecer. — Fradique, investiga a Família Esposito podem ser eles os homens enviados para Espanha. — Falo ao encontrar-me com ele no meio das escadas.
— Achas? Nunca fizeram nada depois dos ataques.
— Nunca se sabe, covardia não tem hora nem motivo. — Falo entrando no meu quarto. — Entra!
— Afinal, podes colocar a família Esposito de fora da lista de suspeitas.
— Porquê?
— Foi dizimada como num filme de terror. — Diz Fradique passando-me um tablet aberto numa pasta de fotos.
14 JAN 2024, 08:00 HORAS - ESPANHA— Tinhas mesmo que fazer aquilo naquela mansão? — Questiona Victor sentando ao meu lado, ainda estamos na cabana desde que viemos da Espanha só sai para resolver o pequeno problema na Calábria.— Tens algum dilema com isso? — Indago mantendo os olhos para a frente encarando a floresta onde a cabana está construída.— Nenhum, claro que não. — Fala hesitando, mesmo que seja um dos meus melhores soldados.— Arthur Esposito era uma víbora e criou uma serpente ainda pior. — Argumento esticando as pernas no banco.— Descobriste alguma coisa com o velho? — Questiona agarrando a caneca de café fumegante.— Não muito, só uma coisa ficou presa no meu cérebro.— O quê, Ava? — Indaga depois de vários minutos em silêncio sem que tenha falado nada a mais sobre as informações que retirei do morto andante.— Que quando descobrisse a verdade ia arrepender-me de querer a verdade. — Transmito apertando a caneca na mão, perdida com o olhar no horizonte.— Achas que pode
19 JAN 2024, ITÁLIA— Como é que conseguiram fazer aquele massacre naquela mansão cheia de seguranças? — Questiono assim que Fradique e Leon junto de Lucca entram no escritório da empresa de engenharia em Milão.— Não sei, o que sei é que as fotos que consegui são horripilantes. — Fala Fradique pousando uma pasta preta em cima da minha mesa.— O que é isto? — Indago observando as fotos, em algumas delas dá para notar algo pelo meio dos corpos esquartejados.— Rosas brancas, banhadas no sangue dos sórdidos da família Esposito. — Informa deixando-me ainda mais curioso.— Qual o motivo?— Para isso precisas encontrar os monstros que conseguiram fazer isso. — Fala Fradique sem notar o discreto sorriso em Matteo.— Alguém já assumiu? — Indago fechando os relatórios da empresa de engenharia, não consigo pensar neste momento com estas fotografias em minhas mãos.— Zver.— A fera? — Questiono, a primeira vez que escutei sobre ele não sabia o que a palavra em russo significava então foi pesqui
— Chefe temos um problema. — A voz apresada de Wagner faz-me suspirar, ainda ontem precisei ir acabar com um maldito que Luke não conseguiu por pouco não foi apanhada, infelizmente perdi não só o meu vestido como os meus lindos sapatos de salto de 15 centímetros.— Quando é que não temos? — Questiono sem o olhar, a visão à minha frente é muito mais interessante do que um homem tatuado de quase 1,80 cm, o que para ser sincera me deixa muito irritada, o seu tamanho deveria ser uma ofensa perante os meu 1,60 cm. — Fala de uma vez e me deixa sozinha para tomar o meu pequeno-almoço antes das crianças acordarem.— Chefe, com todo o respeito só beber café não pode ser considerado um pequeno-almoço. — Fala dando risada quando a almofada que antes estava ao meu lado vai contra ele. — Agora, o problema é a mais recente marcação.— Podes parar de enrolação?— A reunião é com o chefe da máfia Mortali. — Informa que o rompante quase me faz deixar cair a caneca de café quentinho das minhas mãos.—
Desde que os dois homens saem do escritório minha mãe entra junto de Camilla, ambas estão paradas em minha frente sem ainda uma palavra pronunciar, deixando-me impaciente.— Vocês duas vão explicar o motivo de estarem aqui em minha frente ou continuaram em silêncio? — Pergunto sem conseguir controlar-me, estou irritado porque no fundo cogitei que Zver ia aparecer na reunião e não mandar algum de seus homens.— Só saber o porquê daqueles homens virem até aqui? — Questiona Camilla, para ser sincero pensei que ia ser a minha mãe a perguntar e não minha irmã que nem olha para o meu rosto.— Porquê? — Questiono levantando-me ao mesmo tempo que cruzo os braços ao notar que minha irmã ainda continua a esconder algo de mim. — Conheces algum deles de algum lado?— Não, não. — Diz enquanto abana a cabeça em negação, ainda com o olhar fixo no chão do meu escritório.— Não acho que seja isso… — Pronuncio, mas sou interrompido por Matteo e Fradique que acompanharam os homens até o carro assim como
27 JAN 2024, ITÁLIA- CAPRI— Quem vai concluir o serviço, porque Rayra não pode ainda, Victor está de ressaca por ter seguido o homem esta noite. — Reclama Wagner deitando-se ao meu lado, infelizmente só consegui um quarto duplo de casal no curto espaço de tempo.— O que sei é que Rayra devia estar deitada ao meu lado e não tu. — Argumento fechando os olhos morta de cansaço.— Queres falar o motivo de tanta moleza? — Questiona tocando em meus cabelos como se eu fosse uma criança.— Deixa de ser chato. — Falo erguendo-me rápido demais pois minha visão fica turva tanto que Wagner segura-me sem que consiga até notá-lo se mover na cama. — Estou bem, estou bem.— Claro que está. — Diz afastando-se indo para o pequeno bar que há na sala onde Rayra dorme esparramada no sofá. — Aqui, algo para comer antes que caias em meus braços, era muito romântico, mas dispenso ficar sem a cabeça por pegar em ti no colo.— Não tenho nada, só não comi ontem à noite. Além do mais Rayra contou que mais murmúr
Desde o último encontro que não tenho mais nenhuma informação de Adira, ou qual seja o seu nome, a saudade que sinto nem me incomoda o fato de ter mentido sobre seu nome, sobre sua profissão desde que seus sentimentos sejam sinceros como os meus.Ainda não tivemos contato sobre a morte do maldito senador, nem mesmo dos meus soldados sobre o roubo do último carregamento de 100000 dólares, mesmo que para mim seja indiferente perder esse dinheiro ou tê-lo, só não acredito que a polícia tem apanhado as armas e as destruído, tenho quase absoluta certeza de que o senador Cassetti está envolvido em alguma trafulha para ter alcançado tão rápido o posto de bilionário em menos de cinco anos.— Pensando em que? — Questiona minha mãe assim que senta ao meu lado no sofá da sala de estar.— Alguns problemas. — Comento sendo grato por ainda ter a minha mãe aqui junto de mim.— Lorenzo, podemos conversar. — Pede Fradique acompanhado por Leon, Lucca e ainda Matteo todos com um semblante apreensivo.—
— Calma, por favor. — Peço empurrando o mais gentil que posso com as mãos nos ombros dela para deitá-la de novo na cama.— Desculpa, Lobinho. — Pede chorando virando o rosto na minha direção assim que sento ao seu lado. — Tinha medo de contar o que faço e não desejares nada mais comigo. — Diz esticando a mão para tocar-me, me aproximo da beirada da cama para a impedir tal movimento brusco.— Fica quieta, por favor. Não me importo que teu nome seja Adira ou Ava, desde que aquilo que vivemos durante este tempo tenha sido sentido verdadeiramente por nós dois. — Digo encostando-me na cabeceira da cama e puxando-a para perto de mim.— Desculpa.— Queres parar de repetir a mesma palavra, e explicar-me como chegaste até aqui ferida com duas crianças, duas mulher e dois homens?— As crianças… — Fala parando para recuperar fôlego. — São minhas. — Diz retornando o olhar para a parede sem encarar-me ao entregar um pouco da sua vida.— Teus? — Pergunto duas vezes para ter a certeza de que escutei
— Desculpa. — Peço segurando o riso observando o primo de Enzo gargalhar depois de ter conseguido escutar o apelido que coloquei no homem enorme à minha frente.Lorenzo Rossi, o que posso dizer sobre ele? O homem é uma afronta aos homens comuns, com 1,97 cm de altura pareço uma criança perto dele ainda mais com a sua massa muscular que para muitos pode parecer gorda, mas acreditem que não é verdade, é só músculos.As mãos enormes chamam ainda mais atenção, mas adoro quando elas percorrem meu corpo ou misturam-se com meus cabelos dando uma sensação de confiança mesmo que seu toque seja pesado sem intenção.— Estás a analisar-me principessa? — Questiona o próprio alvo da minha descrição perto do meu ouvido, fazendo meu corpo arrepiar-se por completo do mesmo jeito da nossa primeira vez.— Sempre, Lobinho. — Digo o provocando, porque agora não está só o primo ao meu lado sentado com um de seus soldados.— É Rossi, ao que parece as mulheres que chegaram gostam de irritar. — Resmunga encar