Capítulo 3

— O que aconteceu? — Indaga Fradique assim que regresso na mansão, depois de viajar durante a noite. — Lorenzo!

— Nada! Nada. — Resmungo passando por ele, todos os outros que estão reunidos à mesa se surpreendem com a minha presença, sigo para o escritório sem dizer uma palavra.

— Lorenzo? — Pergunta Fradique chamando-me para a realidade entrando no escritório atrás de mim.

— Chama Leon e Lucca. — Ordeno arremessando a mochila para qualquer lado, ando para o bar e encho um copo de whisky despejando goela abaixo e voltando a encher de novo.

— O que se passa? — Questiona mexendo no telemóvel, na certeza enviando as mensagens para os dois homens que solicitei presença.

— Adira.

— Claro que ia ser com ela. — Rebate com um sorriso. — O que aconteceu, desembucha de uma vez!

— Sendo sincero foi tudo de uma vez… cheguei em Madrid e fui logo para o hotel. Estamos na cama quando voltei ao assunto dela vir comigo para conhecer minha família.

— Deixa adivinhar-me, a mulher fugiu como se fugisse da morte. — Fala sorrindo, meu primo sabe de quase toda a história pelo menos das partes em que Adira foge de qualquer compromisso comigo.

— Não só, saiu do quarto e voltou com uma faca cheia de sangue. Fez-me vestir às pressas e ainda conseguiu nos deixar a salvo dos homens que nos procuravam.

— Como voltaste tão rápido? — Questiona parando de repente, pensando. — Não digas que retornaste num avião público, Enzo isso é completamente irresponsável.

— Não, voltei num jato.

— Não, no nosso. — Argumenta com os olhos no telemóvel que não para de apitar com sinal de mensagem.

— No dela, ainda no hotel, atingiu com a faca no pescoço um deles com uma destreza impressionante.

— Mas que droga! — Contesta levantando para encher o seu copo, igual aos dois homens que chegam.

— Chefe? — Pergunta Lucca sentando à minha frente, como sempre sem muitas palavras.

— Preciso que procurem tudo sobre Adira Wagner. Como sobre os homens que entram no hotel para capturar a mim.

— Chefe, não há nada demais sobre Adira, a última vez não conseguimos a não ser aquilo que você já sabe. — Fala Leon aceitando o copo de Fradique.

— Preciso respostas. — Reclamo me sentindo acuado e com medo de Adira desaparecer por entre os meus dedos.

— Então vamos encontrá-las. — Diz Fradique e os outros dois concordam.

— Agora o negócio com Miller está tudo certo? — Questiono a Leon em sincronia que abro o e-mail corporativo por estar a falar de negócios legítimos.

— Chefe, acho que tem um problema. — Interrompe a reunião ao entrar novamente no escritório, Lucca encara-me apreensivamente.

— Como assim?

— Adira Wagner só existe há cinco anos, não tem casa e nem conta bancária em seu nome.

— Um nome falso. — Atesta Fradique, meu primo sempre me alertou para ter cuidado com Adira ou quem quer que seja, mas agora me arrependo de nunca procurar mais fundo sobre ela.

— Tenho uma foto dela que tirei enquanto dormia. — Falo puxando o telemóvel do bolso das calças de ganga. — Não quero a foto dela andando por aí ou algumas cabeças vão rolar.

— Sabemos disso, chefe. — Diz Lucca acenando com a cabeça avisando que recebeu a foto. — Vou tratar disso. — Fala saindo do escritório.

— Achas que ela tem algo com os homens que invadiram o hotel?

— Não, se ela não tivesse aparecido teria sido capturado, eram vários.

— Como assim, falaste só em dois… — Reclama Fradique escutando-me atentamente.

— Não só, esse dois foi os que a vi matar. — Falo relembrando o sangue escorrendo pelos degraus das escadas. — Mas havia uns 20 mortos, completamente retalhados.

— Com que mulher te foste envolver, ah? — Questiona Leon também atento à conversa em simultâneo que estuda um novo negócio de exportação de armamento para a Coreia do Sul.

— Era melhor a Anne, irmão. — Provoca Fradique.

— Vai chatear a cabeça de outro que a minha está quase a explodir. — Resmungo por saber que hoje (sábado) ainda podia estar nos braços da mulher que amo. — Mas que droga. — Falo sozinho, ao recordar que nem pode dizer o que sinto a ela ao nos despedirmos.

— É melhor ires conversar com a tia, ela está preocupada contigo. — Avisa Fradique depois de toda a tarde fechados dento do escritório.

— Chefe? — A voz Lucca faz-me parar quando caminho em direção ao jardim de inverno.

— O que foi?

— Não consegui nada pela foto, a mulher não existe. — Fala tirando o telemóvel do bolso. — Apagada a foto, senhor. — Mostra o movimento de eliminar permanentemente a foto, Lucca sai com um leve inclinar da cabeça em forma de respeito

— Mãe?

— Filho, o que se passa para chegares em casa como uma tempestade depois teres avisado que ias ficar o final de semana fora? — Questiona chamando-me para sentar ao seu lado.

— Só tive alguns problemas com a mulher que me foi encontrar.

— Vai tudo se resolver, se a menina for aquela… vai correr tudo bem. — Diz dando uma palmada carinhosa na minha mão.

— Como tem tanta certeza, mãe?

— Filho, sempre fiz de tudo para manteres uma parte humana dentro de ti, além do mais deixei claro que nunca devias casar sem ser por amor, então sei que vais conseguir resolver tudo… só estou curiosa para conhecer a mulher que conquistou esse teu coração. — Fala com um sorriso abraçando-me, mesmo que seus braços não consigo agarrar toda a minha largura.

— Espero que sim, mãe. — Digo temeroso com o que possa vir a acontecer. — Fradique, investiga a Família Esposito podem ser eles os homens enviados para Espanha. — Falo ao encontrar-me com ele no meio das escadas.

— Achas? Nunca fizeram nada depois dos ataques.

— Nunca se sabe, covardia não tem hora nem motivo. — Falo entrando no meu quarto. — Entra!

— Afinal, podes colocar a família Esposito de fora da lista de suspeitas.

— Porquê?

— Foi dizimada como num filme de terror. — Diz Fradique passando-me um tablet aberto numa pasta de fotos.

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