— Desculpa. — Peço segurando o riso observando o primo de Enzo gargalhar depois de ter conseguido escutar o apelido que coloquei no homem enorme à minha frente.Lorenzo Rossi, o que posso dizer sobre ele? O homem é uma afronta aos homens comuns, com 1,97 cm de altura pareço uma criança perto dele ainda mais com a sua massa muscular que para muitos pode parecer gorda, mas acreditem que não é verdade, é só músculos.As mãos enormes chamam ainda mais atenção, mas adoro quando elas percorrem meu corpo ou misturam-se com meus cabelos dando uma sensação de confiança mesmo que seu toque seja pesado sem intenção.— Estás a analisar-me principessa? — Questiona o próprio alvo da minha descrição perto do meu ouvido, fazendo meu corpo arrepiar-se por completo do mesmo jeito da nossa primeira vez.— Sempre, Lobinho. — Digo o provocando, porque agora não está só o primo ao meu lado sentado com um de seus soldados.— É Rossi, ao que parece as mulheres que chegaram gostam de irritar. — Resmunga encar
Assustado! É, parece que a última vez que senti algo do género foi quando meu pai me espancou, tinha acabado de fazer 14 anos e revirei ao ataque, não sei se ficou furioso ou feliz pelo monstro que conseguiu criar através de privações e de espancamentos, quase uma tortura diária essa é a melhor definição da minha infância nas mãos daquele a quem todos temiam: Cesare Rossi.Agora, aqui no silêncio do meu quarto, velando o sono até que Ava desperte como o médico afirmou que ocorreria, precisei telefonar para o homem porque nem Wagner conseguiu fazer minha garota abrir os olhos, acabamos por descobrir que a mesma estava a sangrar internamente.O adequado era transportá-la para o hospital privado que a ilha possui, mas não sabemos quem a procura, nesse caso coloquei a vida dela em risco e ordenei ao velho Bellucci para salvá-la por onde der, Ava não pode morrer.E aqui estou, passa das 18 horas e nada da minha mulher abrir seus olhos da cor da escuridão, mas que não me importa em nada que
— O que se passou, meu amor? — Questiono sem incomodar-me por estar a tratar a menina docemente em frente dos outros homens.— Só queria algo com chocolate… a senhora de cabelos castanhos que estava cuidando das flores disse que podia pedir o que quisesse na cozinha. — Fala escondendo seu rosto molhado no peito.— Chama a minha mãe, por favor, Victor. — Peço ao jovem de cabelos pretos e olhos azuis que rapidamente sai do escritório indo procurar minha mãe.— E o que aconteceu depois? — Questiono calmamente mesmo que por dentro esteja fervendo ao saber que alguém que trabalha aqui na mansão conseguiu fazer um ato tão baixo como bater numa criança indefesa.— Filho, o que aconteceu? — Pergunta minha mãe entrando no escritório. — Aí estás tu, pequenina. Estava à tua procura. — Diz observando Chaia com um sorriso, no entanto quando a menina levanta o rosto para olhar para ela, minha mãe chega a dar um passo para trás com o choque em seu rosto.— Alguém fez isso com ela. — Falo controlando
Esforço-me para arrastar o lençol de cima de mim, o meu corpo está castigado não só pelos ferimentos e sim pelas poucas horas de descanso.Nunca pensei que teria que aparecer a Enzo assim de repente, sem uma justificação ainda mais ao cair nos pés de Camilla e da mãe dele na entrada da casa delas, só Camilla me conheceu então a senhora ficou espantada ao notar que estava completamente debilitada, mesmo assim começou a gritar pelo filho, outro que surgiu observando-me como se fosse uma assombração que estava em sua frente ainda mais quando o chamei pelo apelido.— O que estás a fazer, Ava? — Questiona Camilla com Ângela no colo ao entrar no quarto. — Fica quieta.— Não posso ficar para ser aqui parada. — Resmungo deixando-me tombar contra o colchão, arrancando-me um gemido sôfrego pela dor excruciante que se espalha do ombro esquerdo.— Podes, é isso mesmo que precisas fazer desta vez. — Fala sentando ao meu lado. — Tens pessoas para cuidar de ti e de todos aqueles que precisam de ti.
Nunca pensei que a história sobre Ava fosse tão ou mais ruim que a minha, pelo menos eu ainda tinha a minha mãe, Camilla e Fradique por perto, até de certo jeito Matteo sempre escondido, mas sabia que podia contar com ele para ajudar-me a esconder do meu pai.Agora, escutando tudo o que a mulher em meus braços recorda ao contar-me mais uma parte de si, faz-me querer matar todos que a feriam, porque se há algo que sei é que ela ainda nem contou metade do que sofreu ainda mais estando já fragilizada por ver algo tão horrendo como uma execução, e não uma qualquer e sim a de seus pais.Descobrir que Ava tem ligação com Sergey Ottis deixou-me espantado, o homem russo é um dos piores criminosos que conheço mesmo que minha fama não seja a de melhores também, só que mesmo no fundo do poço como vivo ainda me resta alguma decência e com isso não me envolvo com tráfico humano.— O vosso jantar. — Fala Fradique parando à nossa frente com Matteo ao seu lado. — Coloco aqui na mesa? — Questiona enca
10 FEV 2024, ITÁLIA - CAPRI— Ainda não podes fazer movimentos bruscos? — Reclama Wagner saindo de tatami para não continuar a lutar comigo. — Ava, vais magoar-te… ainda estás em processo de recuperação dos movimentos do braço.— Vai mandar em outro, vai! —Reclamo andando até a máquina de musculação. — Alguém quer treinar? — Questiono depois de duas horas de musculação, mesmo que sinta uma queimação no braço.— Eu. — A voz masculina entrando pela academia, deixa-me curiosa por notar a forma que os soldados presentes ficam ao escutar a mesma.— Matteo. — Sussurro encontrando o dono da voz poderosa parado em minha frente. — Estamos à espera de quê? — Questiono dando um sorriso ainda maior ao notar o olhar de assombração de Fradique que está parado encostado na porta.— Tens certeza de que queres fazer isto? — Questiona em tom provocativo ao tirar os sapatos rapidamente. — Não me responsabilizo se acabares ainda mais ferida do que chegaste aqui.— O que estou a ver até aqui é muita conve
14 FEV 2024, ITÁLIA – CAPRI, 21:30 HORAS— Estou bonita? — Questiono encarando Natália, Chaia e a mãe do homem que me vou encontrar daqui a poucos minutos.— Linda, meu filho nem vai saber o que dizer. — Comenta sorrindo, observo meu corpo por mais alguns minutos ao espelho, meu vestido branco com brilhantes dá um toque especial ao meu cabelo preto solto e aos meus olhos, assim como as minhas costas nuas e os braços com pequenas alcinhas brilhantes.— Preciso de ir, ou ele vai ficar me esperando. — Digo deixando um beijo nas três para descer apressadamente as escadas.— O que aconteceu? — Pergunta Wagner indicando o vestido e a maquilhagem em meu rosto. — Parece que foste completamente modificada. — Brinca ao sentar novamente.— Raposinha, até que arrumadinha ficas linda. — Instiga Matteo ao lado de Rayra, ambos finalmente assumiram que estão se conhecendo melhor.— Preciso ir. — Falo saindo apressadamente. — Obrigado, Luigi. — Agradeço ao encontrar o carro com a porta aberta.Saio ac
14 FEV 2024, ITÁLIA- CAPRI – 23:00 HORAS— Como isto foi acontecer? — Grito furioso arrancado o blazer que coloquei para satisfazer em todo a minha mulher. — Onde Ava está? — Pergunto segurando na lapela do casaco de Fradique que me encara com assombro.— Enzo, por favor. — Pede colocando suas mãos em cima das minhas na tentativa de acalmar-me, o que meu primo não consegue é que a única que tem esse poder é Ava e ela está desaparecida.— Quero respostas! — Grito espalhando tudo o que tenho em cima da mesa no chão, completamente fora de mim.— O que se está a passar? — Questiona minha mãe entrando no escritório possivelmente pelos gritos que devem estar entoando pela mansão, nem consegui me preocupar com as crianças em casa.— Não agora, mãe! — Falo rudemente voltando-me para a janela para que não veja minha fragilidade.— Nem pelos deuses que vou sair daqui sem saber o motivo do meu filho estar voltado para a janela, chorando. — Reclama caminhando em minha direção, escuto pelo som de