14 FEV 2024, ITÁLIA- CAPRI – 23:00 HORAS— Como isto foi acontecer? — Grito furioso arrancado o blazer que coloquei para satisfazer em todo a minha mulher. — Onde Ava está? — Pergunto segurando na lapela do casaco de Fradique que me encara com assombro.— Enzo, por favor. — Pede colocando suas mãos em cima das minhas na tentativa de acalmar-me, o que meu primo não consegue é que a única que tem esse poder é Ava e ela está desaparecida.— Quero respostas! — Grito espalhando tudo o que tenho em cima da mesa no chão, completamente fora de mim.— O que se está a passar? — Questiona minha mãe entrando no escritório possivelmente pelos gritos que devem estar entoando pela mansão, nem consegui me preocupar com as crianças em casa.— Não agora, mãe! — Falo rudemente voltando-me para a janela para que não veja minha fragilidade.— Nem pelos deuses que vou sair daqui sem saber o motivo do meu filho estar voltado para a janela, chorando. — Reclama caminhando em minha direção, escuto pelo som de
16 FEV 2024, ITÁLIA-NÁPOLES— Porque vocês ainda a colocam presa? — Questiona uma voz não muito longe de onde estou presa, desde a noite do dia 14 de Fevereiro.— Porque matou Petrov com a merda de um sapato…. A merda de um sapato. — Grita Kravtsov para alguém completamente fora de controle.— Queres parar de gritar? — Pergunta a mesma voz, mas agora mesmo no meio da nebulosidade em que estou envolvida reconheço a voz perfeitamente.— Sergey Ottis. — Apresento assim que a porta de aço é aberta dando uma visão clara do homem vestido com um terno importando e sapatos lustrados, ainda lembro do dia em que uma das funcionárias de sua mansão em Kosovo teve a garganta cortada por simplesmente queimar uma das suas camisas.— Que bom voltar a ver-te minha querida sobrinha. — Fala observando as paredes da pequena sala em que os malditos me colocaram sob suas ordens.— Sarcasmo, não combina contigo. — Digo cuspindo na direção de seus pés.— Achas mesmo que ela vai fazer o que pretendes? — Quest
— Como ainda não encontramos nada sobre o lugar onde Ava está? — Questiono depois de várias voltas pela ilha e sem encontrar nada, assim como os meus associados por todo o mundo que procuraram em seus países.— Lorenzo, precisas dormir. — Reclama Fradique sem esconder a minha preocupação. — Assim não vais conseguir ajudar ninguém.— O que quero é saber onde minha menina está. — Argumento saindo da sala de estar que se tornou uma sala de operação.— Filho? — Minha mãe pergunta quando sento ao lado dela no jardim de inverno, encontro Chaia junto de Camilla cuidando das flores, mas o meu menino está nos braços de dona Martina implorando para vir para o meu com os seus bracinhos esticados. — Ele gosta de ti.— Também o amo, mãe. Assim como aprendi a conversar com Chaia, ela é tanto minha como de Ava. — Falo sentindo meu coração acalmar com o simples toque do menino em meu peito ao se aconchegar em meus braços.— Como estás? — Questiona tocando em meu rosto preocupada.— Estou bem, mãe. —
A viagem de horas parece ser dias que passam ao estar confinado no pequeno avião, os meus homens precisaram ser distribuídos entre o meu avião e de Ava que por sorte Marek e Wagner saem pilotar.— Precisas ter cuidado e não entrar como um lunático. — Adverte Fradique apertando o cinto assim que o piloto avisa sobre a aterragem em poucos minutos.— Não posso prometer o que não tenho plano de cumprir. — Digo atento à imagem refletida no tablet, Rayra foi além do meu pedido e invadiu o registo de arquitetura de Nápoles arranjando o mapa interno da antiga fábrica de tecidos que atualmente não passa de um armazém abandonado.— Nesse caso, lembra da promessa que fizeste à tua mulher. — Argumenta sem esconder a sua frustração.— O que? — Questiono sem paciência além de desejar que este avião aterre o mais rápido possível.— Prometes-te que ias cuidar das crianças e do pessoal dela se algo acontecesse com ela. — Fala apertando o meu braço em jeito de lembrar-me que sempre estará ao meu lado.
— Senhor? — Chama o médico, de sobrenome sendo Martini, o homem chega até mim, Fradique e Fillipo, assim como Rayra e Matteo, ambos abraços e afastados conversando em silêncio.— Pode falar. — Digo mais controlado, após ter ficado 5 horas sem nenhuma informação e sem ter saído do hospital ou deste corredor, nem um passo consegui só em pensar afastar-me de Ava.— Ambos estão a salvo. — Comunica dando um sorriso discreto. — A sua esposa vai precisar de ajuda e muita fisioterapia, além de cuidado redobrado pelo início da gravidez.— O bebé ele está bem? — Questiono apreensivo, sinto meu coração bater apressadamente só de imaginar que os ferimentos de Ava podem ter machucado o bebé.— Bem, nenhuma laceração do corpo da mãe afeta o feto, exceto sua esposa ter sofrido duas paragens cardiorrespiratórias, contudo ainda é cedo para saber mais detalhes. Peço que assim que sua esposa acordar conversem com calma e entrem em contato com uma obstetra, imediatamente.— Certo. — Falo tentando lembrar
19 FEV 2024, ITÁLIA— Estou bem. — Reclamo pela milésima vez e ainda nem saí do hospital, imaginem como será quando voltar para casa. — Lobinho? — Chamo o homem que pouco me olhou desde que entrou hoje no quarto.— Hum? — Resmunga colocando a roupa que usei dentro da mochila que trouxe consigo.— Está tudo bem? — Questiono ficando preocupado por sua mudança repentina.— Sim, preparada? — Retribui com outra pergunta, deixando-me ainda mais inquieta e pensando em coisas que não posso me deixar levar ainda mais agora com a preocupação com a gravidez.— E se ele não quer o bebé? — Questiono-me ao ser ajudada ainda em silêncio por ele para deixarmos o quarto em direção ao elevador.— É bom ver-te de novo. — Comenta Fradique dando-me um abraço cuidadoso assim que o encontramos junto do carro preto.— É bom voltar a respirar ar puro. — Digo esforçando-me para não demonstrar dor ao fazer o simples movimento de sentar no banco traseiro. — Enzo?— Está tudo bem, Ava. — Fala sentando ao meu lado
— Estou preocupada. — Diz ao meu lado assim que entramos pelos portões da mansão.— Também estou, as crianças ficaram quase duas semanas sem nós, vamos conversar com eles calmamente. — Falo passando o meu braço por cima dos seus ombros assim que saímos do interior do carro. — Que bom regressar a casa. — Sussurro observando minhas crianças brincando na sala de estar junto da minha sobrinha, com Natalia vigiando os três. Lucca e Camilla no sofá em frente conversando animadamente, tanto que ainda nem notaram nossa presença.— Meu filho que bom que vocês chegaram. — O grito feliz da minha mãe faz com que o casalinho se assuste connosco como com a minha mãe. Dona Martina abraça Ava com cuidado ao observar que minha garota ainda segura o seu lado direito. — Menina não pode voltar a assustar-nos.— Sinto muito. — Pede Ava abaixando o rosto, minha mulher ainda não sabe como se comportar quando alguém demonstra preocupação ou cuidado perante ela. — Desculpe por deixá-la cuidando das minhas cri
11 MAIO 2024, ITÁLIA- CAPRINunca pensei em casamento, pelo menos com alguém que me ame tão intensamente como o homem que me espera no altar em sua, agora nossa propriedade. Depois de algum tempo ajustando e discordando de como os preparativos iam ficar decidi deixar tudo na mão da minha sogra que ficou feliz da vida por poder realizar seu sonho de ver seu filho casar.Lorenzo Rossi está a cada dia mais protetor com as crianças e até comigo e minha barriga que neste momento não dá para esconder, não com uma barriga de seis meses. O homem está insaciável, se antes pensei que ele não me tocava quando saí do hospital e voltamos para a ilha, o meu lobinho agora a cada momento está me desejando, não que reclame, não com estes homónimos malucos da gestação.As crianças no início ficaram reticentes, pelo menos Chaia que já tem um bom discernimento de algumas partes da vida, minha menina pensou que só por não termos o mesmo sangue eu e Lorenzo não íamos gostar mais dela, nessa noite nós dois