Franzi o cenho encarando o Marcus vindo à nossa direção com os olhos castanhos-mel brilhando, apoiei a Kamilla no meu braço esquerdo e encostei o direito na lateral do meu corpo com o punho fechado para bater nele. Marcus desviou o caminho de mim e foi em direção à Clara, ela era sua companheira. A garota correu assustada e ficou nas minhas costas buscando proteção. Céus! Ele deu a volta indo atrás dela e na minha mente se passou memórias das incontáveis vezes que o Lúcius corria atrás de mim daquela forma. A Kamilla estava com a cabeça apoiada no meu ombro observando a cena caladinha, eu já sabia qual era o motivo do seu silêncio, e preferi ignorar. – Marcus! – Rosnei pra ele que parou de andar. – Baixe a cabeça, Betha! – Ordenei entredentes. Ele obedeceu, mas seus olhos permaneciam brilhando com os punhos fechados na lateral do corpo. Isso vai dar trabalho! Olhei para uma Clara assustada. – Clara, esse é o Marcus, um Betha da Tribo Calmon, e te reconheceu como sendo a companheira
– ACORDA! – Escuto um dos lobos soldados me chamar pela porta do porão após eu despertar de mais um dos meus pesadelos com a aquela que eu orava e era devota, a Deusa da Lua, que de boa não tem nada. Suspiro e me levanto do resto de colchão que estava dormindo, sentindo algumas dores no corpo devido à fraqueza e ao cansaço. – Já escureceu e você ainda está dormindo? – Os lobos são noturnos, então dormimos durante o dia e à noite ficamos acordados. - PREGUIÇOSA! – Ouço aquele cão sem dono esbravejando e batendo na porta. – DESTRANQUE A PORTA, PRIMEIRO PARA QUE EU POSSA SAIR, SEU RETARDADO! – Grito dentro do meu "quarto do castigo" já sem paciência, e meus "amiguinhos", os ratos e as baratas, se escondem. Logo, a porta abre bruscamente e o cão sem dono aparece fervendo de raiva. Ele parece um brutamonte com uma cicatriz que começa na testa e passa pelo olho esquerdo até o meio da bochecha de uma briga que teve com lobos de outra alcateia que quase o deixa cego, o peito estava descobert
Já faz cinco anos! Cinco anos que estou aqui nessa alcateia como uma escrava. Todos os dias sempre a mesma coisa: acordo antes de anoitecer, varro, limpo, cozinho, sirvo, faço roupas para o Alfa ou alguém que ele queira que eu faça. Todo o meu trabalho é para o agrado dele, meu Senhor, o Lúcius, chego à exaustão sem nem lembrar de comer nada (isso quando eles me dão ou quando pego escondida) e mesmo assim nunca é o suficiente, ele sempre quer mais! Exige mais! Às vezes exige quando me obriga a ir para o "nosso quarto" ou quando me pega no meio de algum lugar para me penetrar como bem entender e quando eu recuso ou me escondo, recebo castigos, se não for para ficar presa no porão, ele me b**e ou manda um dos Bethas dele me b**er e quem adora fazer isso é o Bruthus, o cão sem dono. Se eu já tentei fugir? Claro que sim! Mas isso foi antes, antes de ter ela, a Kamilla. Quando descobri que estava grávida, aos 18 anos, assim que fui raptada e forçada a ser escrava, me enfureci. Não aceitava
– Está acontecendo alguma coisa aos arredores da floresta, mas não sei o que é, Karolina. – Maria Elena me encara enquanto continuamos a conversar no quarto. – O Alfa mandou aumentar a segurança ao redor da alcateia, os lobos pais quando saem para caçar não podem mais ficar sozinhos e nem se afastarem muito. E o que mais me deixou intrigada é o aumento de armas que os escravos devem fazer. – Analiso a informação que ela me diz. Perdi muita coisa nesses três dias de cativeiro. – Pode ser a alcateia inimiga invadindo o território, há mais alguma coisa de estranho que você percebeu? – Pergunto com medo da resposta. Se for a outra matilha de lobos invadindo o território é mais que certeza de outra guerra. Mais uma guerra, mais mortes, lutas sem sentido, apenas pela busca de poder e mais territórios. Desnecessário... Triste... – Sim! – Ela fala arregalando os olhos. Coisa boa não é. – Algumas escravas que se afastaram demais e foram para além do riacho, sumiram. Não encontraram nada, alé
Há cinco anos... – Ela é completamente diferente de você e da Arlete. – Lúcius fala enquanto me analisa, ou analisa a mercadoria, a nova escrava dele. – Sim, de fato, porque a mãe dela não era a minha mulher, era uma puta que fodi bem gostoso em uma noite quando voltava para nossa aldeia. – Esse que responde é Carlos, meu pai de sangue, ou como costumo falar, meu doador de esperma. Então o Alfa chegou mais perto e me cheirou. – Realmente é sua filha, ela tem seu sangue e o da alcateia. – Os olhos dele brilharam pra mim em um dourado intenso e virando-se para Carlos, disse: – Gostei dela, talvez eu perdoe vocês. Ele olhou para mim com seus olhos ainda brilhando perguntou: – Qual seu nome? – Karolina... Em um suspiro de tristeza e com os olhos inchados, respondi. ....................................... – Karolina... Acorda... Levante-se... – Era a voz do meu tio? – ACORDA VAGABUNDA! – Senti um impacto nas costas e fiz uma careta de dor enquanto recuperava os sentidos e tentav
Arlete era uma menina mimada que nasceu na mais alta classe da nobreza dessa matilha, foi treinada a vida toda para ser uma Luna cheia de classe, inteligente e refinada, porque já sabia que seu futuro companheiro, aquele que a Deusa da Lua havia predestinado, era o grande Alfa, o Lúcius. Ele, no início, era muito gentil a sua futura Luna, mas algo aconteceu após se casarem e firmarem o companheirismo diante da Deusa, que deixou o macho com ódio e nojo de sua Luna, ele a desprezava e tratava mal. A fêmea, desesperada para reconquistar o marido, fez de tudo para ter um herdeiro, mas nunca foi abençoada e ainda havia boatos de que o macho só ia para a cama dela depois de muito insistir, o que deixava ele desconfortável e sem vontade de gozar, assim nunca tiveram filhos até agora. E quando ela pensava que não poderia ficar pior, a irmã apareceu e despertou todos os desejos que ela tanto queria despertar no marido, causando sua revolta e fúria. Hipócritas! É um bando de hipócritas! Pragu
Estava deitada na banheira com o corpo ferido submerso na água, às vezes perdia a consciência e sonhava com a cabana em que vivia, com o cheiro da grama e as flores que eu plantava. Era primavera, dia de Lua Cheia, finalmente eu poderia descansar meu corpo depois de passar o inverno todo aprendendo a lutar com meu tio, dia e noite, pois no inverno, os raios solares não eram tão fortes e o Dindo não perdia tempo para matar meu pobre corpinho de menina, músculos ainda atrofiados, com tanta porrada. Eu tinha certeza que ele descontava nesses treinamentos as vezes que corria atrás de mim com aquela vassoura de madeira. Saí da banheira e fui para meu quarto, coloquei um vestido florado que eu mesma fiz, olhei pela janela de madeira e vi o Dindo saindo da mata com um animal na mão, minha barriga logo roncou em resposta. Humm... Churrasco! Saí da cabana e ajudei meu tio com a caça, em pouco tempo acendemos uma fogueira e colocamos a carne para assar, enquanto eu estava cozinhando alguns le
Deitada na cama, sentindo as fortes emoções daquele homem, comecei a me sentir afetada também, e caramba! Maldição! Merda! Eu estava ficando cada vez mais excitada! O autocontrole que tenho sob minhas emoções está inútil, eu estava gostando daquilo e queria sentir mais, e mais, bem mais! Todos esses anos nas mãos do Lúcius, nunca me permiti sentir vontade ou prazer quando ele usava meu corpo por horas pois queria sempre me apegar as dores do corpo para NUNCA sentir uma única emoção boa por ele. Nada, além de ódio. Até agora... Ele foi o único homem que me tocou, me beijou e até os xingamentos pesados eu aprendi com ele. Lúcius brigava comigo por xingar os outros e as coisas, mas quem me ensinou foi ele mesmo. Maldito! Desgraçado! Porque foi me dar a porra desse sangue? Olhei pra ele e vi seus olhos brilhando, vi o pulso direito com um corte e sangue saindo de lá, lambi os lábios. – Quer mais? – Concordei com a cabeça. Ele colocou a ferida do seu pulso na minha boca e eu comecei a