– Meu amigo. – Falei com um sorriso no rosto enquanto abraçava o Natanael. Ele era magro, mas dava para sentir a firmeza dos seus músculos por debaixo de tanto tecido. Estava mais bem vestido com roupas na cor preta e bordados dourados, a metade do cabelo preso em um pingente com pedras de jade que tinha a figura de um dragão. Todos já estavam se levantando e ninguém ousou dizer nada ou pronunciar qualquer som. Devo admitir que mandar tem seus pós e contras, as pessoas têm medo de mim que se pelam e quem já me viu lutando, sentem admiração.– Minha Imperatriz. – Ele respondeu.– Sem formalidades, por favor. – Disse com um bom humor e olhei para a mulher ao seu lado que lhe foi entregue um cobertor. – Você deve ser a Ayla.– Sim, minha Suprema. – Ela baixou a cabeça com um leve aceno.– Obrigada por terem vindo tão rápido, o motivo pelo qual os convoquei é que a ex-Luna do Lúcius Calmon fugiu levando quase a metade do exército dele, se juntou com os humanos declarando guerra contra a T
Olhando minha roupa seca que estava estendida, eu permanecia séria e calma por fora, mas por dentro a aflição me atingia. Em poucas horas ascendi como Suprema Alfa e juntei as duas tribos separadas há anos e ainda trouxe os vampiros comigo. O paradeiro da minha filha de cinco anos era desconhecido, e eu sabia que a Kamilla não sabia se defender, era só uma criança inocente.A profecia não mentiu quando disse que ninguém estava preparado para o caos que eu ia fazer.Suspirei e peguei as peças estendidas, comecei a me trocar enquanto esperava pelo retorno do Natanael, preciso das informações que ele está trazendo para poder agir, algum tempo já se passou desde que ele saiu, espero que não demore muito.Quando terminei de me trocar e trançar no meu cabelo, já que o penteado que a Clara fez desmanchou na luta que tive contra o Lúcius, ouvi passos pesados dentro da casa.– Karolina, o Drakon voltou. – Lúcius falou do outro lado da porta. Minha respiração ficou desregular, eu não queria esc
Alec matava os lobisomens com facilidade, sua espada cor prata na mão já havia se tornado vermelha, ele matou o cavalo do general que caiu no chão e ambos começaram a lutar, mas a diferença de força e golpes entre eles era muita, Alec parecia ser imbatível, ninguém conseguiria pará-lo.– Está na hora. – Lúcius falou atrás de mim. Virei-me e tinha dois cavalos que Natanael nos trouxe, um completamente preto e o outro todo branco. Coloquei minha espada nas costas e subi em cima do cavalo preto, minha capa cor preta por fora cobriu a traseira do cavalo, Lúcius subiu no seu cavalo branco e a capa dourada dele também cobriu seu cavalo.Ele pegou seu capacete para colocar na cabeça. Olhei as rédeas e vi que apertava com força.– Lúcius... – O chamei. Ele fixou os olhos em mim e estendeu a mão, a segurei.– Lembre-se de onde vem sua força, Karolina. – Dei um aceno e ele soltou minha mão, colocou o capacete que cobria seu rosto, deixando somente os olhos dourados à vista, olhou uma última vez
Minha garganta doía por causa do esforço que fiz para gritar. O tempo parecia ter se congelado, então eu escutei a voz do Lúcius na minha cabeça.– Lembre-se de onde vem sua força, Karolina. – Ele disse quando estávamos de mãos entrelaçadas no topo da colina.De onde vem minha força?– Sua força vem da mente. – Meu tio falou enquanto estávamos ao redor da fogueira.Arlete golpeou novamente, mas agora o alvo era no meu coração.Levante-me, ficando ainda com o corpo um pouco inclinado, coloquei o braço já perfurado na frente bloqueando a faca, que perfurou novamente meu bíceps, a faca ficou encravada na minha pele e em um grunhido, soltei a mão esquerda da corda que já havia se transformado em garra preta, meus olhos brilharam e eu segurei a carroça somente com uma mão.Um rugido de fúria e dor saiu da minha garganta.– AAAAAAAHHHHHH.....Enfiei minhas garras no maxilar da Arlete, segurei sua boca e puxei para baixo. Seu rosto ficou desfigurado sem o maxilar, ela tentava segurar a língu
Burburinho... Meu ouvido dolorido captava vozes desconexas, pessoas falando com um tom animado, outras ordenando preparar algo e passos apressados batiam no chão. Minhas pálpebras pesadas se abriram lentamente, acostumando-se com a luz alaranjada do ambiente, logo reconheci que era meu quarto. A luz vinha da lareira e de algumas velas iluminando todo o local.A porta foi aberta e uma pessoa entrou, mas saiu em seguida correndo eufórica, falando alto.– Ela acordou! Ela acordou! – Clara dizia para outras pessoas. Todos entraram no quarto e a Maria Elena ficou na frente da minha visão.– Você está bem? Está sentindo alguma dor? – Franzi a sobrancelha, confusa, sentindo o corpo todo dormente.Tentei falar, mas minha voz não saiu.Mexi meus braços conseguindo movimentá-los. Vi um curativo feito de pano e ervas no pulso, puxei rasgando aquele curativo deixando as ervas caírem, e no lugar da ferida que abri tinha somente uma cicatriz esbranquiçada.Engoli seco quando senti uma secura na gar
Franzi o cenho encarando o Marcus vindo à nossa direção com os olhos castanhos-mel brilhando, apoiei a Kamilla no meu braço esquerdo e encostei o direito na lateral do meu corpo com o punho fechado para bater nele. Marcus desviou o caminho de mim e foi em direção à Clara, ela era sua companheira. A garota correu assustada e ficou nas minhas costas buscando proteção. Céus! Ele deu a volta indo atrás dela e na minha mente se passou memórias das incontáveis vezes que o Lúcius corria atrás de mim daquela forma. A Kamilla estava com a cabeça apoiada no meu ombro observando a cena caladinha, eu já sabia qual era o motivo do seu silêncio, e preferi ignorar. – Marcus! – Rosnei pra ele que parou de andar. – Baixe a cabeça, Betha! – Ordenei entredentes. Ele obedeceu, mas seus olhos permaneciam brilhando com os punhos fechados na lateral do corpo. Isso vai dar trabalho! Olhei para uma Clara assustada. – Clara, esse é o Marcus, um Betha da Tribo Calmon, e te reconheceu como sendo a companheira
– ACORDA! – Escuto um dos lobos soldados me chamar pela porta do porão após eu despertar de mais um dos meus pesadelos com a aquela que eu orava e era devota, a Deusa da Lua, que de boa não tem nada. Suspiro e me levanto do resto de colchão que estava dormindo, sentindo algumas dores no corpo devido à fraqueza e ao cansaço. – Já escureceu e você ainda está dormindo? – Os lobos são noturnos, então dormimos durante o dia e à noite ficamos acordados. - PREGUIÇOSA! – Ouço aquele cão sem dono esbravejando e batendo na porta. – DESTRANQUE A PORTA, PRIMEIRO PARA QUE EU POSSA SAIR, SEU RETARDADO! – Grito dentro do meu "quarto do castigo" já sem paciência, e meus "amiguinhos", os ratos e as baratas, se escondem. Logo, a porta abre bruscamente e o cão sem dono aparece fervendo de raiva. Ele parece um brutamonte com uma cicatriz que começa na testa e passa pelo olho esquerdo até o meio da bochecha de uma briga que teve com lobos de outra alcateia que quase o deixa cego, o peito estava descobert
Já faz cinco anos! Cinco anos que estou aqui nessa alcateia como uma escrava. Todos os dias sempre a mesma coisa: acordo antes de anoitecer, varro, limpo, cozinho, sirvo, faço roupas para o Alfa ou alguém que ele queira que eu faça. Todo o meu trabalho é para o agrado dele, meu Senhor, o Lúcius, chego à exaustão sem nem lembrar de comer nada (isso quando eles me dão ou quando pego escondida) e mesmo assim nunca é o suficiente, ele sempre quer mais! Exige mais! Às vezes exige quando me obriga a ir para o "nosso quarto" ou quando me pega no meio de algum lugar para me penetrar como bem entender e quando eu recuso ou me escondo, recebo castigos, se não for para ficar presa no porão, ele me b**e ou manda um dos Bethas dele me b**er e quem adora fazer isso é o Bruthus, o cão sem dono. Se eu já tentei fugir? Claro que sim! Mas isso foi antes, antes de ter ela, a Kamilla. Quando descobri que estava grávida, aos 18 anos, assim que fui raptada e forçada a ser escrava, me enfureci. Não aceitava