Alec matava os lobisomens com facilidade, sua espada cor prata na mão já havia se tornado vermelha, ele matou o cavalo do general que caiu no chão e ambos começaram a lutar, mas a diferença de força e golpes entre eles era muita, Alec parecia ser imbatível, ninguém conseguiria pará-lo.– Está na hora. – Lúcius falou atrás de mim. Virei-me e tinha dois cavalos que Natanael nos trouxe, um completamente preto e o outro todo branco. Coloquei minha espada nas costas e subi em cima do cavalo preto, minha capa cor preta por fora cobriu a traseira do cavalo, Lúcius subiu no seu cavalo branco e a capa dourada dele também cobriu seu cavalo.Ele pegou seu capacete para colocar na cabeça. Olhei as rédeas e vi que apertava com força.– Lúcius... – O chamei. Ele fixou os olhos em mim e estendeu a mão, a segurei.– Lembre-se de onde vem sua força, Karolina. – Dei um aceno e ele soltou minha mão, colocou o capacete que cobria seu rosto, deixando somente os olhos dourados à vista, olhou uma última vez
Minha garganta doía por causa do esforço que fiz para gritar. O tempo parecia ter se congelado, então eu escutei a voz do Lúcius na minha cabeça.– Lembre-se de onde vem sua força, Karolina. – Ele disse quando estávamos de mãos entrelaçadas no topo da colina.De onde vem minha força?– Sua força vem da mente. – Meu tio falou enquanto estávamos ao redor da fogueira.Arlete golpeou novamente, mas agora o alvo era no meu coração.Levante-me, ficando ainda com o corpo um pouco inclinado, coloquei o braço já perfurado na frente bloqueando a faca, que perfurou novamente meu bíceps, a faca ficou encravada na minha pele e em um grunhido, soltei a mão esquerda da corda que já havia se transformado em garra preta, meus olhos brilharam e eu segurei a carroça somente com uma mão.Um rugido de fúria e dor saiu da minha garganta.– AAAAAAAHHHHHH.....Enfiei minhas garras no maxilar da Arlete, segurei sua boca e puxei para baixo. Seu rosto ficou desfigurado sem o maxilar, ela tentava segurar a língu
Burburinho... Meu ouvido dolorido captava vozes desconexas, pessoas falando com um tom animado, outras ordenando preparar algo e passos apressados batiam no chão. Minhas pálpebras pesadas se abriram lentamente, acostumando-se com a luz alaranjada do ambiente, logo reconheci que era meu quarto. A luz vinha da lareira e de algumas velas iluminando todo o local.A porta foi aberta e uma pessoa entrou, mas saiu em seguida correndo eufórica, falando alto.– Ela acordou! Ela acordou! – Clara dizia para outras pessoas. Todos entraram no quarto e a Maria Elena ficou na frente da minha visão.– Você está bem? Está sentindo alguma dor? – Franzi a sobrancelha, confusa, sentindo o corpo todo dormente.Tentei falar, mas minha voz não saiu.Mexi meus braços conseguindo movimentá-los. Vi um curativo feito de pano e ervas no pulso, puxei rasgando aquele curativo deixando as ervas caírem, e no lugar da ferida que abri tinha somente uma cicatriz esbranquiçada.Engoli seco quando senti uma secura na gar
Franzi o cenho encarando o Marcus vindo à nossa direção com os olhos castanhos-mel brilhando, apoiei a Kamilla no meu braço esquerdo e encostei o direito na lateral do meu corpo com o punho fechado para bater nele. Marcus desviou o caminho de mim e foi em direção à Clara, ela era sua companheira. A garota correu assustada e ficou nas minhas costas buscando proteção. Céus! Ele deu a volta indo atrás dela e na minha mente se passou memórias das incontáveis vezes que o Lúcius corria atrás de mim daquela forma. A Kamilla estava com a cabeça apoiada no meu ombro observando a cena caladinha, eu já sabia qual era o motivo do seu silêncio, e preferi ignorar. – Marcus! – Rosnei pra ele que parou de andar. – Baixe a cabeça, Betha! – Ordenei entredentes. Ele obedeceu, mas seus olhos permaneciam brilhando com os punhos fechados na lateral do corpo. Isso vai dar trabalho! Olhei para uma Clara assustada. – Clara, esse é o Marcus, um Betha da Tribo Calmon, e te reconheceu como sendo a companheira
– ACORDA! – Escuto um dos lobos soldados me chamar pela porta do porão após eu despertar de mais um dos meus pesadelos com a aquela que eu orava e era devota, a Deusa da Lua, que de boa não tem nada. Suspiro e me levanto do resto de colchão que estava dormindo, sentindo algumas dores no corpo devido à fraqueza e ao cansaço. – Já escureceu e você ainda está dormindo? – Os lobos são noturnos, então dormimos durante o dia e à noite ficamos acordados. - PREGUIÇOSA! – Ouço aquele cão sem dono esbravejando e batendo na porta. – DESTRANQUE A PORTA, PRIMEIRO PARA QUE EU POSSA SAIR, SEU RETARDADO! – Grito dentro do meu "quarto do castigo" já sem paciência, e meus "amiguinhos", os ratos e as baratas, se escondem. Logo, a porta abre bruscamente e o cão sem dono aparece fervendo de raiva. Ele parece um brutamonte com uma cicatriz que começa na testa e passa pelo olho esquerdo até o meio da bochecha de uma briga que teve com lobos de outra alcateia que quase o deixa cego, o peito estava descobert
Já faz cinco anos! Cinco anos que estou aqui nessa alcateia como uma escrava. Todos os dias sempre a mesma coisa: acordo antes de anoitecer, varro, limpo, cozinho, sirvo, faço roupas para o Alfa ou alguém que ele queira que eu faça. Todo o meu trabalho é para o agrado dele, meu Senhor, o Lúcius, chego à exaustão sem nem lembrar de comer nada (isso quando eles me dão ou quando pego escondida) e mesmo assim nunca é o suficiente, ele sempre quer mais! Exige mais! Às vezes exige quando me obriga a ir para o "nosso quarto" ou quando me pega no meio de algum lugar para me penetrar como bem entender e quando eu recuso ou me escondo, recebo castigos, se não for para ficar presa no porão, ele me b**e ou manda um dos Bethas dele me b**er e quem adora fazer isso é o Bruthus, o cão sem dono. Se eu já tentei fugir? Claro que sim! Mas isso foi antes, antes de ter ela, a Kamilla. Quando descobri que estava grávida, aos 18 anos, assim que fui raptada e forçada a ser escrava, me enfureci. Não aceitava
– Está acontecendo alguma coisa aos arredores da floresta, mas não sei o que é, Karolina. – Maria Elena me encara enquanto continuamos a conversar no quarto. – O Alfa mandou aumentar a segurança ao redor da alcateia, os lobos pais quando saem para caçar não podem mais ficar sozinhos e nem se afastarem muito. E o que mais me deixou intrigada é o aumento de armas que os escravos devem fazer. – Analiso a informação que ela me diz. Perdi muita coisa nesses três dias de cativeiro. – Pode ser a alcateia inimiga invadindo o território, há mais alguma coisa de estranho que você percebeu? – Pergunto com medo da resposta. Se for a outra matilha de lobos invadindo o território é mais que certeza de outra guerra. Mais uma guerra, mais mortes, lutas sem sentido, apenas pela busca de poder e mais territórios. Desnecessário... Triste... – Sim! – Ela fala arregalando os olhos. Coisa boa não é. – Algumas escravas que se afastaram demais e foram para além do riacho, sumiram. Não encontraram nada, alé
Há cinco anos... – Ela é completamente diferente de você e da Arlete. – Lúcius fala enquanto me analisa, ou analisa a mercadoria, a nova escrava dele. – Sim, de fato, porque a mãe dela não era a minha mulher, era uma puta que fodi bem gostoso em uma noite quando voltava para nossa aldeia. – Esse que responde é Carlos, meu pai de sangue, ou como costumo falar, meu doador de esperma. Então o Alfa chegou mais perto e me cheirou. – Realmente é sua filha, ela tem seu sangue e o da alcateia. – Os olhos dele brilharam pra mim em um dourado intenso e virando-se para Carlos, disse: – Gostei dela, talvez eu perdoe vocês. Ele olhou para mim com seus olhos ainda brilhando perguntou: – Qual seu nome? – Karolina... Em um suspiro de tristeza e com os olhos inchados, respondi. ....................................... – Karolina... Acorda... Levante-se... – Era a voz do meu tio? – ACORDA VAGABUNDA! – Senti um impacto nas costas e fiz uma careta de dor enquanto recuperava os sentidos e tentav