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Capítulo II - O Preço de uma Promessa

Era uma noite fria. Tudo parecia calmo, mas a lua não brilhava por completo. Nuvens escuras começaram a cobri-la, até que os últimos resquícios de sua luz desapareceram da vista de Noah e Lia. Seus olhos cansados se esforçavam para enxergar onde pisavam enquanto corriam. Noah, mesmo sem ver perfeitamente, usava sua habilidade com maestria, desviava dos obstáculos graças ao seu poder, assim como Lia.

Escondidos e apressados, tentavam alcançar a cobertura daquele prédio antigo, repleto de entulhos. A exaustão pesava em seus corpos, seus pés doíam, torturas aconteciam mais frequentemente, já fazia duas noites que não dormiam direito, Entre tantos pensamentos, Noah se concentrava apenas em proteger Lia do jeito que podia. Mas será que já não era tarde demais? Esse pensamento intrusivo o incomodava. Ainda assim, eles tentavam, com cada gota de suor e cada fibra de seus corpos, permanecer juntos e sobreviver.

Ao longe, ecoava o som dos helicópteros se aproximando. O ambiente lembrava uma zona de guerra, e cada ruído os deixava ainda mais alertas. Mas a prontidão constante, somada à fome e à sede, era um fardo insuportável. Mal tinham tempo para conversar nesse estado de vigilância. Quando um tentava dormir, o outro vigiava.

No esconderijo improvisado, um quarto cheio de escombros assim como o prédio, os dois se encostaram em paredes opostas e respiraram fundo tentando se recuperar o máximo que podiam nesse meio tempo. Noah olhava fixamente para Lia, até que ela, como sempre, notou seu olhar.

— O que você vê? Espero que seja um plano. – disse Lia, com a voz baixa.

— Eu gostaria apenas de admirar seus olhos, como sempre fiz. Mas, nesse escuro, mal consigo enxergar. – respondeu Noah.

— Ah, suas emoções... Quase sempre na hora errada, não é? – murmurou ela, desviando o olhar para a janela.

O som dos helicópteros ainda ecoava ao vento, mas pareciam vasculhar outras áreas. Noah permaneceu em silêncio. Após alguns instantes, Lia se sentiu incomodada e voltou a falar:

— Me desculpa, tá bom? Eu sei que... isso não deveria ser assim… não consigo pensar ou me concentrar direito… Eu não estou te culpando, só estou exausta. Sei que você também está. Meu corpo dói, minha mente está cansada, minha habilidade está falhando...

— É, parece que eu nunca faço o suficiente. – murmurou Noah.

— Olha... Eu já pedi desculpas, ok? Você não vê que estou tão estressada quanto você? – Lia se aproximou, a frustração evidente em seu rosto. – Eu estou estressada pela situação, eu estou me segurando há tanto tempo… Eu não queria brigar.

— Você acha que eu estou bem? Olha para mim! Mas vamos sair dessa juntos, como prometi. – Noah pousou as mãos nos ombros dela.

— Sim, claro. Mais uma promessa. Mas que eu lembre foi sua promessa de que seríamos melhores que nos trouxe a essa situação. ME SOLTA! – gritou Lia.

— Mas é claro. Isso porque você não está me culpando, não imagino como seria se estivesse. – retrucou Noah, aumentando o tom.

— EU NÃO ESTOU! Droga, por que sempre tem que ser assim? Sempre me fazendo sentir como se eu fosse a errada

— Sempre? É assim que você me vê? Isso é novo para mim.

— Você acha que eu diria isso sem motivo? Você sempre acha que tem razão. Pelo menos é assim que parece. Estou cansada disso. Queria que parasse de me tratar como se eu fosse fraca.

— Então não é novidade? Mas não duvido, você está sempre cansada, sempre.

— Isso... isso não é verdade! Que ódio! Por isso não gosto de você, insensível. Agora parece que a culpa é minha? Quer saber? Não quero mais discutir, eu sei que vou sobreviver, não importa o que for preciso para isso.

— Ah, agora não gosta de mim? Você vai sobreviver sozinha, então? Você sabe que eu te protejo porque quero, não porque te vejo como fraca. Se quer provar que não precisa de mim, vá em frente, mostre que não precisa de mim para nada.

— SEU IDIOTA! Você sabe que eu não posso sozinha.

— Então vamos parar com essa briga inútil. – gritou Noah, sua voz carregada de raiva.

— CERTO, Eu… vou atrás de você, então. – retrucou Lia, desviando o olhar.

O silêncio caiu entre eles. Depois de um breve descanso, voltaram a se mover. O marchar ritmado de botas ecoava pelo prédio. Os agentes de preto estavam perto, e a presença do Capitão Branco era inconfundível. O medo se infiltrava em suas mentes, trazendo consigo pensamentos indesejados.

“Como tudo chegou nesse ponto? Se eu não fosse tão insistente, talvez... nada disso teria acontecido. Eu preciso de forças para nos proteger ou tudo acabará aqui”, pensava Noah, sentindo um aperto no peito.

“Espero que ele possa me proteger de verdade. Eu quero sair viva dessa. Depois de tudo que passamos, não podemos morrer agora”, refletia Lia, agarrando a mão de Noah para sentir um mínimo de segurança.

O silêncio da noite espalharia qualquer barulho, então andavam devagar, evitando qualquer ruído que pudesse revelar sua localização, Lia parecia imersa em seus pensamentos o tempo todo, apenas seguindo Noah. Quando finalmente chegaram ao topo, perceberam os agentes invadindo um prédio ao lado. O silêncio entre eles era incômodo, mas necessário.

Aproveitando os últimos segundos de calmaria, Noah encarou Lia, segurou o rosto dela entre as mãos. E admirou o brilho de seus lindos olhos azuis hipnotizantes refletindo a luz do luar, pareciam perfeitos. Ele sorriu. Ela retribuiu.

Então, as nuvens cobriram a lua. A escuridão se espalhou como uma aliada, escondendo-os dos olhares que os caçavam. O barulho das hélices começou a se afastar.

— Acha que estão longe o suficiente? – perguntou Noah.

— Não sei. Devem estar a uns 220 ou 250 metros, talvez mais. Estão vasculhando outra área. Mas talvez voltem.

O barulho se distanciando era reconfortante de alguma forma, era menos um problema para se preocupar naquele momento. Mas não estava nem perto de ser suficiente.

— Você está bem? Parece muito quieta. Ainda está brava por causa da briga?

— Não... Só estou cansada disso tudo. Os agentes logo poderão chegar aqui. Não podemos sair em campo aberto por causa dos helicópteros.

— Sei o que parece, não temos muitas chances de fuga. Mas pensaremos em algo... Talvez… uma distração?

— E como faríamos isso, Noah? Hein? Não temos um jeito. Você sabe disso.

— Eu só estou pensando. Não tenho todas as respostas. Pode tentar se acalmar?

— Me acalmar? Nesse estado?!

— Sei o que quer dizer, estou tentando, só me deixa pensar por um seg…

Lia o encara com a expressão preocupada.

— Nós… não temos muitas opções. A não ser enfrentá-los, não é? – interrompeu Lia.

— Enfrentar? É sério? Eles? Nessas condições? Eu mal consigo mover meu corpo. O que espera que façamos? Não temos mais forças para isso.

— Eu não estou tão exausta assim, mas também não o suficiente para encarar sozinha, mas ainda temos algum tempo ant… Espera... Ah não! Eles… estão voltando.

— O quê? Como assim? Por quê?

De repente, um clarão cortou a escuridão. O coração de Noah disparou.

Um sinalizador fora lançado, iluminando o céu como um farol. O brilho revelava suas posições com precisão. Os helicópteros mudaram de curso, retornando rapidamente.

Agora, tudo parecia perdido.

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