Não foi difícil para o grupo e com o auxilio do Olho de Midiri de Umnati encontrarem um ponto de transição entre os mundos para escapar daquele lugar caótico.
A druidisa agora conseguia transitar entre formas, as vezes utilizando sua forma humana, outras vezes utilizando a de outros animais, mas sempre voltando para seu corpo permanente de corvo.
A derrota de Ellumar, marcara o fim dos ataques das criaturas. Os exércitos reunidos em todas as principais cidades do Reinado, saíram em incursão desbaratando completamente as hordas do caos controladas por Tharseus. Os garotos tiveram pouco tempo para descansar e cada um deles ajudou em alguma frente junto com as tropas, onde fosse mais necessário.
Theraquiel ficou muito feliz de reencontrar Alice e os dois estabeleceram um relacionamento corrido e quase a distância. A Bruxa era conselheira direta do magistrado, o que causava inveja em alguns nobres e tinha pouco tempo para distrações. Apos um descanso merecido, o
Theraquiel aproximou-se do balcão sujo, que pingava restos de bebida e outros líquidos de aparência grotesca e pegajosa, correu os olhos ao redor, observando o lugar, que conseguia ser mais feio e fedorento do que disseram.Nas paredes corria a mesma gordura do balcão e as cabeças decorativas penduradas nelas tinham a aparência putrefata de uma taxidermia mal executada. O lugar estava cheio de homens, meio orcs, gnomos, elfos e diversas outras espécies de criaturas que habitavam ou vieram fazer fortuna no continente. Não foi difícil encaixar-se no meio deles, pois era franzino e pálido, passava despercebido como um fantasma na escuridão. O taverneiro, homem gordo, pele visivelmente gordurosa e brilhante, calvo e com pequeninos e astutos olhinhos de suíno, veio lhe atender, saltitando e prevendo as brilhante
Lochiel entrou de súbito no aposento mal iluminado pelas poucas e desgastadas velas que ainda estavam de pé. Os móveis quebrados deixavam claro a fúria do combate que acontecera. Havia marcas de queimado pelas paredes e dois homens encapuzados jaziam mortos, queimados até os ossos na sala. Estava tudo um caos e mesmo assim o garoto sabia onde sua presença era necessária. Usou as sombras para se esgueirar e foi até o quarto principal onde um vulto encapuzado abria uma brecha na parede da casa e saltava para fora, mas o garoto não ligou pra ele. Um corpo conhecido jazia estendido no chão com mais dois encapuzados fora de combate estendidos ao lado dele.O menino abandonou seu disfarce ao ver seu mestre e amigo agonizando com um enorme buraco cauterizado no peito. De joelhos ao lado do corpo estava Alice, a bruxa, versada nos mais diversos tipos de feitiços e
A garota estava remoendo sua dúvida. Seus antepassados, todos homens, de uma linhagem de guerreiros poderosos e musculosos, honraram a família com a vitória de grandes batalhas. Todos eles foram mestres em algo. Espadas, arcos, lanças, porrete, luta corporal, bestas, alabardas e tudo mais que era conhecido neste mundo em relação a armas.Ela nascera em um dia chuvoso e triste, antes do tempo previsto e sua mãe não conseguiu esconder a decepção ao ver nos seus braços aquela criatura frágil, careca e fêmea.Em toda a sua vida até agora, ela havia demonstrado total inaptidão as armas e a luta. Se não fosse pelo fato de ser filha do chefe e ter quebrado a linhagem de valorosos guerreiros homens, estaria tudo certo. Não foi por falta de tentativas e treinos duros, muita
As Sabuja Jami, ou Terras Verdes, no idioma comum, não eram lugares fáceis de se viver. Era uma boa terra, fértil e como o nome mesmo diz, repleta de verde. Nas serras que abundam pela região, um musgo grosso e alto, de um verde vivo, cresce no lugar do capim, os camponeses o consideram uma praga porque mata o pasto e até mesmo arbustos menores. Suas raízes rasteiras, dominam as plantas que crescem a sua volta, sugando os nutrientes até matá-las. A maioria dos velhos diz que o nome da terra vem dessa planta que é capaz de sobreviver ao mais rigoroso inverno e ao estouro de uma manada de Rochosos. Aldeias, vilas e cidadelas tentavam sobreviver e ganhar espaço por entre florestas de palmeiras e samambaias de tamanhos colossais. As matas gritavam o tempo todo com suas criaturas de diversos tamanhos e formas, terrestres, voadoras ou aquáticas. Lugares que revelavam os antigos habitantes eram proibidos, exceto é claro para os aventurei
Theraquiel não se importava com a sola gasta dos seus sapatos e da dor que estavam em causando-lhe. Caminhou durante o dia e parte da noite, sem perder um minuto sequer. Atravessar as Sabuja Jani era relativamente simples desde que você não se perdesse em alguma mata, caverna ou templo abandonado ou fosse devorado por alguma criatura, sequestrado por bandidos ou algum mago estudioso louco. Não conseguia entender como tudo naquele lugar cheirava a conspiração e violência. Talvez fosse só o modo como foi criado e doutrinado, mas não conseguia confiar em nada nem ninguém. Quando conseguiu divisar os paredões do desfiladeiro, redobrou os seus cuidados. Aquela região era temida até mesmo pelos soldados do rei e estava literalmente abandonada à própria sorte, desde quando os magos renegados buscaram refugio e fizeram daquela região o seu co
Na Serra próxima da aldeia incendiada, Lochiel, o transmorfo, fechava da melhor maneira que podia a ferida no braço de Alice. Estava cansado e sem energia para realizar magia. Parecia que o perigo já havia passado, mas estava atento a qualquer movimento. Seus sentidos lupinos estavam em alerta máximo. Acendeu uma pequena fogueira para aquece-los quando a noite começou a cair, não tinham nada para comer e sua barriga roncava. Alice ainda dormia, sua vida não corria risco, mas a exaustão da batalha e o uso excessivo de magia chegara ao limite. Estava quase dormindo também, mas um farfalhar nas moitas próximas o despertou completamente. Uma criatura minúscula espreitava por entre a folhagem. Ao vê-la, Lochiel não pode deixar de sentir um certo alívio. _ Pelas raízes da Árvore Mãe! Athala, seu demoniozinho feio e sujo! - exclamou, com um misto de alegria e raiva.
Há milênios os druidas antigos receberam um conhecimento amplo e único de toda a natureza daquelas regiões. Todos eles partiam em uma jornada para conhecer cada aspecto dessa natureza, no deserto, nas florestas quentes e úmidas, nos pântanos e até nas montanhas congeladas. Era necessário entender toda a cadeia de vida de cada lugar para entender o fluxo universal, a cadeia de energia que convergia para o centro do mundo. Era comum entre os druidas chamarem aquela continente até onde as águas do mar sumiam pelo horizonte de Imati Midiri, Terras da Mãe. Claro que cada região tinha seu nome especial e era regido por uma entidade criada pela própria natureza para ser sua guardiã. Druidas eram respeitados em qualquer tribo, em qualquer aldeia que passassem. Não eram vistos como deuses, mas sim como grandes sábios que podiam curar doenças, ajudar a melhorar o cultivo e o gado e ensinar os jovens o respeito pela terra. No começo de cada inverno, eles se reuniam na Arvore Real, a ma
Lochiel e Alice entraram em uma Alderim em polvorosa. Athala preferiu ficar do lado de fora, criaturas como ele não era muito bem vindo, costumavam causar medo ou até mesmo repulsa em alguns, fora que também, segundo ele, poderia não resistir ao impulso de “pegar emprestada” alguma coisa que não fosse dele. A confusão na “Taberna do Javali Dentado” assumiu proporções assombrosas quando a luta chegou às ruas. A luta só acabou quando os guardas chegaram. As Sentinelas do Rei eram soldados temidos até mesmo pelo mais valente mercenário, era a elite dos guerreiros do Reinado, escolhidos a dedo e treinados com rigor pelos mais experientes. Usavam armaduras completas feitas de um metal raro e caríssimo, portavam claymores, espadas grandes e pesadas, feitas do mesmo metal e carregadas de magia que lhes conferia um brilho acinzentado. Não era possível ver o rosto dos soldados por entre a viseira dos elmos, o que gerava lendas a respeito. Alguns diziam que os soldados eram submetidos