Tommaso
A vida é como uma bela música, você precisa apreciá-la, senti-la e fazendo os movimentos certos será feliz. Eu tenho minhas irmãs, as gêmeas Tayla e Mayla, elas têm vinte e dois anos.
Tayla é mais espevitada e me dá um certo trabalho já que não está casada e age como se tivesse dezesseis anos ainda.
Mayla é um doce e se casou com meu amigo e sócio americano Joe Hanniger. Estão casados a pouco mais de dois anos e são muito felizes, ainda não tem filhos já que Mayla tem seu projeto de se tornar uma estilista famosa em pouco tempo e confesso que do jeito que está indo não irá demorar muito.
Pelo menos na questão de trabalho a Tayla está no mesmo nível da Mayla já que as duas são sócias nesse negócio que estão montando.
Nós fomos criados pela nossa avó Elettra, ela é mãe do nosso pai, nossos pais decidiram viajar pelo mundo poucos meses depois que as gêmeas nasceram dizendo não aguentar a pressão de ter filhos pequenos, a princípio minha avó pensou que eles voltariam um tempo depois... Não voltaram.
Vive em nossa casa por livre e espontânea vontade meu primo e melhor amigo desde a infância, Matteo de vinte e sete anos, ele tem pai e mãe amorosos, dois irmãos mais velhos que também são gêmeos e são amorosos com ele também.
Mas ele sempre teve muito amor pela nossa avó e quis morar aqui, mas a família sempre vem visitar e almoçar com a gente, passam o final de semana. Eles são o único exemplo de família que eu e minhas irmãs tivemos depois do que os nossos pais fizeram com a gente.
Sou solteiro e tenho atualmente trinta e um anos. Ao ouvir meu nome pela nossa cidade, todos vão direcioná-los aos meus restaurantes. Tenho trinta aqui na Itália e vinte nos Estados Unidos.
O que pouquíssimos sabem é que para ter o império que tenho hoje foi graças a outro império escondido que também me pertence... Vinhos falsificados. Não tenho orgulho disso, mas por causa dos meus pais minha avó ficou na pior situação possível.
Aos dezoito anos dei início as vendas desses vinhos mais baratos com nomes famosos, a réplica é tão boa que até para um sommelier de vinhos experiente acaba passando muito bem.
Claro que fiz os meus testes. Depois que meu negócio sujo me rendeu milhões de euros, montei o negócio pelo qual sou apaixonado, restaurante de comida italiana.
Sou um chef respeitado tanto aqui quanto nos Estados Unidos e a prova disso é quando descobrem que estou em um dos meus restaurantes aquele em questão lota. Ao ponto de ficar pessoas do lado de fora esperando uma mesa vagar.
Eu estudei para ser o chef que sou hoje, nada veio de mão beijada para mim. Hoje comando meus dois impérios com meu cunhado e meu primo ao meu lado.
Tenho um trauma de quando eu tinha dez anos de idade, e por causa desse trauma não consigo ter um relacionamento com uma mulher.
Não sou gay, tenho até atração por algumas, mas quando chega o momento de ir para a cama eu não consigo.
O motivo é... Eu tinha apenas dez anos de idade, mas tinha quase um e setenta de altura, sim, eu disse isso mesmo. Agora no momento minha altura parou em um e noventa e isso.
Voltando ao que eu estava contando, na escola onde eu estava algumas garotas de quinze e dezesseis anos se recusavam a acreditar que eu tinha aquele porte atlético tendo apenas dez anos, elas pensaram que eu menti e que tinha mais idade, mas que estava com vergonha de admitir por causa da série em que eu estudava.
Depois de um treino de educação física, acabei ficando por último para o banho. Eu estava nu, duas garotas entraram no banheiro e trancaram a porta, ambas tinham dezesseis anos. Ao me verem nu disseram uma para outra:
— Não tem como acreditar que ele é uma criança, olhe o pau dele? O do meu cunhado que tem vinte anos é muito menor. Acho que ele nem tirou minha virgindade, mas esse daí vai conseguir.
Eu estava molhado e ao tentar me vestir rapidamente acabei caindo no chão, elas me amarraram e me colocaram deitado no banco que ficava no meio do banheiro.
Ficaram bem irritadas ao perceber que por mais que se esfregasse em mim meu membro não se movia, e nem iria eu odiei a forma como elas estavam me tratando.
Aí começaram as torturas. Quando finalmente um adulto apareceu meu corpo inteiro tinha marcas roxas, as duas foram expulsas da escola e minha avó também me tirou de lá.
Depois do que aconteceu pensei que eu iria voltar ao normal quando tudo dentro de mim passasse. Mas não aconteceu desse jeito, e quando vi que não iria ter jeito desisti de me relacionar com alguém.
E agora meu primo vive armando encontros para mim, ele disse que tenho que superar meu trauma porque em algum momento da vida eu vou ter que ter filhos para deixar o meu legado. E hoje é um dia desses, ele está me infernizando justo hoje que temos que voltar para os Estados Unidos, ele me enche a cabeça com isso.
— Pare, Matteo, tem certeza que você quer me aborrecer com isso justo hoje? Sabe que eu odeio ir para os Estados Unidos. Principalmente agora que vou ter que passar seis meses lá e você vem me encher com isso? Troca essa fita, muda esse disco, escuta outra música, pelo amor de Deus. — E Matteo fala para mim:
— Você sabe que não faço por mal, meu primo, mas eu realmente estou vendo que você já está na casa dos trinta e nunca foi para a cama com mulher nenhuma. Você nem ao menos pensa em ter um herdeiro? Olha, vamos para os Estados Unidos hoje e lá tem um lugar muito bacana que quero te mostrar. Eu até tenho uma garota fixa minha lá para quando eu vou aos Estados Unidos, pago muito bem para que ela me espere e já falei com a dona do lugar que não quero ela servindo ninguém somente a mim. Você pode fazer a mesma coisa, não precisa ter um compromisso com alguém agora, escolha apenas uma menina lá e vai treinando para quando se casar.
— Eu não vou te prometer nada, agora vamos logo. Já estou quase desistindo dessa viagem. Sabe que eu odeio ir para lá, mas tenho negócios lá então sou obrigado a ficar por lá seis meses, e seis meses aqui. Vamos logo.
E ao embarcar no avião já começo a sentir falta da minha terrinha, mas é assim mesmo quando chegamos onde eu estou, não temos muitas escolhas principalmente para manter o império que construí.
Ao chegarmos nos Estados Unidos meu primo continua me infernizando querendo me apresentar ao tal lugar em que ele vai. Só que pelos dias que passamos aqui tivemos muita coisa para agir no restaurante, muitas coisas estavam erradas, é por isso que eu não gosto de contratar americanos.
Eles fazem as coisas do jeito que querem e não do jeito que é para ser feito, tem muitas reclamações nas caixas de sugestões que mandei deixar pelo restaurante. E fora que no meu e-mail daqui também, recebi muitos e-mails reclamando da qualidade do ambiente, a forma como os funcionários tratam os clientes e até da comida.
Muitas coisas para resolver, tenho muitas demissões para fazer e muitas contratações, acho que vou levar mais de 6 meses aqui, algo que eu não queria.
— Matteo, chame a Joan aqui, ela deveria ter me passado todos os relatórios corretamente o tempo que eu fiquei na Itália e tudo o que ela me passou não b**e com nada do que está acontecendo aqui. — E ele responde:
— Já liguei para ela, disse que chegará em breve. O que é estranho, porque ela está no horário de trabalho. Onde será que ela se enfiou?
Quando eu ligo as câmeras de segurança vejo a minha assistente que deveria ficar aqui para cuidar das coisas em minha ausência, nua na sua sala com um dos meus cozinheiros que deveria estar no restaurante cozinhando e respondo para Matteo:
— É só você olhar para a tela, meu primo, que vai ver onde ela está. Digamos que ela não saiu do edifício, continua no edifício. — Matteo indignado fala:
— O que está acontecendo com as pessoas desse lugar? Aqui está tudo uma bagunça e olha que só ficamos seis meses fora. Isso é um absurdo... Você vai demiti-la?
— Por enquanto não! Preciso dela para resolver algumas coisas. Mas vou demitir o chef, ele deveria estar no restaurante nesse horário e não aqui realizando fantasias sexuais com a minha assistente na sala dela. E ela vai ficar sob aviso.
E no final de tudo levou quase dois meses para eu conseguir restaurar a glória dos meus restaurantes daqui. Eu vim para cá para abrir mais dois, estou vendo que seis meses será pouco para resolver tudo que eu preciso.
Pelo menos agora o movimento dos restaurantes aumentaram e agora que os clientes descobriram que estou na área ficam procurando saber em qual restaurante vou ficar.
Tommaso Eu sempre faço isso quando estou por aqui, como faço lá na Itália, escolho um determinado restaurante pelo menos uma ou duas vezes na semana e vou nesse restaurante tiro um dia ou uma noite para cozinhar. E isso porque gosto, quando não vou mais vezes, mas isso depende do meu nível de trabalho e estresse do dia a dia.E às vezes eu passo o dia nesse escritório com números e papeladas, verificando gráficos, analisando os gastos. Enfim é um montante de coisas que acaba me prendendo demais no escritório e quando sobra um tempo gosto de passá-lo trabalhando um pouco com a comida que é o que eu mais gosto de fazer.E mais uma vez o meu primo começa a me infernizar com essa história de visitar esse tal lugar que eu não sei nem onde é eu falo para ele:— Hoje não vai dar, você sabe que quando eu tenho um tempo livre gosto de ir para os restaurantes e cozinhar. A propósito, leve a sua garota lá, espero que ela goste da comida. — E meu primo fala:— Você disse para mim que iria pensar
IrinaEu não acredito que realmente estamos aqui nos Estados Unidos. Ao sair do avião comecei a sentir um pouco de desespero. Quando saímos do aeroporto foi ainda pior, tinha taxistas para todos os lados e alguns deles quase nos arrastaram na direção dos táxis.Boris achou aquilo um máximo, mas a minha avó e eu não estamos felizes ou confortáveis com isso. Quando finalmente entramos no táxi a minha avó pergunta para Boris:— E então, meu neto, onde vamos morar? Você disse que seu amigo iria arrumar um lugar para ficarmos. Não quero ficar em um hotel, pessoas promíscuas ficam em hotéis, nós não. — E Boris responde:— Vovó, nós já estamos indo para nosso novo lar! Meu amigo disse que demos sorte pois a casa ao lado da dele estava para alugar e ele conseguiu segurar para nós. Lá tem apenas dois quartos, mas não vejo problemas já que a Irina pode dormir no mesmo quarto que eu.— Não!!! — Falo quase engasgando e todos olham para mim, até o taxista. E eu tento fazer uma cara tranquila — Eu
IrinaPensei que esse lugar recebia pessoas de todos os lugares de braços abertos, mas me enganei. Eu fiz uma amizade no último lugar em que trabalhei, uma senhora muito gentil, ela pegou o número para contato lá de casa e disse que vai me avisar quando aparecer algum trabalho fixo para mim.O Boris está trabalhando com um amigo dele em construções civis. Fiquei impressionada como ele conseguiu um trabalho mais rápido do que eu e não está sofrendo o que estou sofrendo.Hoje vou até uma floricultura onde me disseram que estão precisando de atendente e a pessoa que arrumou para mim foi uma vizinha daqui, ela disse que com a minha beleza vou chamar bastante atenção no balcão.Espero que eles não me contratem apenas pela minha beleza. Eu quero ser tratada pela forma que trabalho e não por ter um rosto bonito. Quero ser valorizada pelo meu trabalho e não pela minha aparência.Finalmente consegui um emprego, não me paga muito bem, mas o suficiente para conseguir levar a minha vó ao hospital
IrinaEstou sofrendo demais com a nova situação que surgiu em minha vida. Descobrir que alguém que eu amo está com uma doença grave, que mesmo sendo maligno, se for tratado consegue prolongar a vida da pessoa que você ama, o que você faria para tentar salvar a vida dessa pessoa?Eu já tentei por quase todo o lugar aqui encontrar um trabalho decente, mas eu já percebi que para ganhar o que preciso para começar o tratamento da minha avó precisaria de pelo menos umas três de mim para conseguirmos juntar todo o dinheiro necessário.O meu primo é tão idiota, não consigo chegar a uma conversa decente com ele. Já que ele disse que não pode me ajudar financeiramente porque está sustentando os três filhos que o mesmo deixou na Rússia. E fora algumas contas da casa que é ele quem paga.Eu não sei o quanto ele ganha nesse novo emprego dele, mas gostaria que ele pudesse pelo menos me ajudar com o tratamento da nossa avó. A doutora me disse que para o início do tratamento eu preciso de pelo menos
IrinaEu não sei o que faço. É muito difícil escolher entre sua dignidade e a pessoa que mais ama, sendo que vou sempre escolher a minha avó.Boris realmente esperou os dois dias e quando eu estava lavando a louça do jantar chegou perto de mim como quem iria colocar um copo para lavar e sussurrou para mim:— Irina, se você já tem a resposta para me dar hoje é o dia perfeito para te levar até o lugar para falar com a dona. Estarei aqui na sala te esperando para levá-la lá. Esperarei apenas cinco minutos assim que a nossa avó estiver dormindo. Não se atrase.Ele sai com a maior tranquilidade, claro que não é ele que terá que se vender como se fosse um objeto. Eu tento ver televisão, mas nada prende a minha atenção, a minha cabeça está dando voltas.Eu sei que já tomei minha decisão, mas mesmo assim ainda dói o que vou fazer. Vou jogar a minha dignidade na lama, eu não terei mais o brilho de antes, não terei mais o meu orgulho. Serei apenas uma mulher suja que se vendeu.Eu fico ali tão
IrinaEla me puxa para um lado do lugar que me deixa curiosa, pois depois que seguimos por um corredor o lugar que parecia uma boate começa a parecer uma casa, depois que passamos por uma sala com alguns sofás entrarmos em um pequeno escritório e eu acabo não resistindo e perguntando a idade da mulher que parece ser jovem e Rosalinda responde:— Meu anjo, não é educado perguntar a idade de uma dama, mas vou dizer pois parece muito curiosa... Tenho cinquenta e seis anos. — Mentira! Eu pensei que tinha quarenta. — Falo ainda em choque ao ver que a mulher é muito linda e jovial. Até que ela começa a me contar um pouco sobre o nome do lugar e sua história:— Sabia que Flor-da-Noite é o apelido de uma flor que floresce somente durante a noite? Apesar de várias espécies receberem o nome de Dama-da-Noite que é seu nome original, algumas como cacto-orquídea recebe o nome científico de Epiphyllum oxypetalum. É uma planta da família dos cactos originária do México que floresce na primavera, qu
IrinaDepois de descobrir que o presente que eu ganhei é nada menos que um diário, eu me sentei na cama e fiquei ali olhando para minha avó que foi a minha confidente a vida inteira.Mas agora tem coisas que infelizmente vou ter que esconder dela e nada melhor que um belo diário para isso e esse que eu ganhei parece um livro grande. A capa tem um veludo vermelho macio lindo, as folhas do diário parecem folhas envelhecidas um pouco amareladas, mas é apenas o charme do diário.Eu coloco o diário embaixo das minhas roupas no armário, depois me deito ao lado da minha amada avó e tento dormir. Acabo dormindo olhando para o rosto dela. Assim que acordo pela manhã vejo que minha avó já se levantou.Eu já falei para ela não se levantar e preparar o café da manhã, já disse que eu mesma posso fazer isso, mas ela é um pouco teimosa. Tomo um banho rápido e troco de roupa, pois ainda tenho que ir para floricultura, mas assim que abro a porta do quarto para descer sou empurrada de volta para o mesm
IrinaEla olha para mim e pergunta quem eu sou e digo que sou apenas uma funcionária da floricultura, e ela não espera que eu pegue pelo menos o avental para cuidar das plantas e diz que eu estou demitida. E eu pergunto para ela:— Onde está a dona Oliver, dona da floricultura? — E ela responde que a pobre senhora está em um caixão sendo levada para sua terra natal para poder ser enterrada lá perto dos seus parentes.Pelo que eu entendi a filha dela que irá vender a floricultura pois também não é daqui. Ela paga apenas meus dias trabalhados e me dispensa.Eu volto para casa com um aperto no peito. O que eu vou dizer para minha avó? Eu vou dizer que hoje é só um dia de folga, amanhã eu saio para procurar trabalho novamente. Eu ainda tenho que esperar uma ligação ou uma mensagem da Rosalinda.Quando chego em casa vejo que minha vó está novamente na vizinha conversando, consigo ouvir sua gargalhada daqui da sala. Amo sua gargalhada alta, ela fez amizade com essa vizinha e essa vizinha a