Irina
Eu não sei o que faço. É muito difícil escolher entre sua dignidade e a pessoa que mais ama, sendo que vou sempre escolher a minha avó.
Boris realmente esperou os dois dias e quando eu estava lavando a louça do jantar chegou perto de mim como quem iria colocar um copo para lavar e sussurrou para mim:
— Irina, se você já tem a resposta para me dar hoje é o dia perfeito para te levar até o lugar para falar com a dona. Estarei aqui na sala te esperando para levá-la lá. Esperarei apenas cinco minutos assim que a nossa avó estiver dormindo. Não se atrase.
Ele sai com a maior tranquilidade, claro que não é ele que terá que se vender como se fosse um objeto. Eu tento ver televisão, mas nada prende a minha atenção, a minha cabeça está dando voltas.
Eu sei que já tomei minha decisão, mas mesmo assim ainda dói o que vou fazer. Vou jogar a minha dignidade na lama, eu não terei mais o brilho de antes, não terei mais o meu orgulho. Serei apenas uma mulher suja que se vendeu.
Eu fico ali tão focada em meus pensamentos que mal percebi que a minha vó já foi para a cama. E subo para confirmar e ver se ela está realmente dormindo e quando eu vejo que ela está decido tomar um banho para acalmar meus nervos. E assim conseguir seguir até o lugar onde meu primo vai me vender como se eu fosse um objeto. Ele me tira dos meus devaneios ao dizer:
— Nossa, você demorou tanto que eu já estava desistindo de te esperar. Deu sorte que fui gentil e compreensivo o suficiente para entender que o que está fazendo é algo muito importante e difícil para você. Agora vamos, já perdi muito tempo aqui.
Eu olho para ele, mas não estou com vontade de responder. Apenas o sigo. Ao sairmos de casa vejo que o amigo dele está em um carro e pela animação dele esse lugar deve ser algo que os homens realmente amam.
Entro no carro e o tal amigo do Boris fala algo para mim, mas Boris diz para ele me deixar em paz. Quase uma hora depois nesse carro idiota com esses dois dizendo coisas horríveis que eles fazem com as mulheres com quem levam para a cama acho que chegamos no tal lugar que fica em uma rua praticamente escondida.
No letreiro está escrito: Flor-da-Noite, isso é um lugar onde mulheres da vida trabalham. Eu não sou uma mulher da vida.
— Boris, eu quero ir embora, não sou uma mulher da vida. — Boris me olha sem paciência e fala:
— Irina, não começa. Você só vai ficar aí tempo suficiente para conseguir o dinheiro para salvar a nossa vó. Não esqueça que é por ela que você está aqui.
Eu sinto gosto de sangue na boca nesse momento e só agora percebi que estou mordendo minha língua. Eu entro no lugar com ele que me leva até o meio do salão, por aqui tem de tudo. Música alta, muitos homens com mulheres seminuas em seus colos, muita bebida e dança.
Até que eu escuto o Boris falar com alguém e quando me viro vejo uma linda mulher alta e morena, com cabelos longos da cor da noite e um sorriso encantador, ela aparenta ter entre quarenta e quarenta e cinco anos. Seus olhos sorriem junto com seus lábios e eu fico apenas olhando para eles até que ela vem até onde estou e Boris nos apresenta:
— Irina, essa é a Rosalinda Sánchez, dona do Flor-da-Noite. Rosalinda, essa é a Irina Dobrow, minha prima. Como eu disse para você, ela é uma beleza rara. Vai lucrar muito com sua virgindade.
Ouvir Boris falar assim de mim me dá nojo de mim e dele... Até que a mulher que se chama Rosalinda fala:
— Irina... Gostei muito de você e do seu nome, vocês parecem feitos um para o outro. Venha comigo, meu anjo. Só as garotas vão conversar agora.
Meu coração gela, meu corpo se arrepia e minha mente me chama de vadia suja.
IrinaEla me puxa para um lado do lugar que me deixa curiosa, pois depois que seguimos por um corredor o lugar que parecia uma boate começa a parecer uma casa, depois que passamos por uma sala com alguns sofás entrarmos em um pequeno escritório e eu acabo não resistindo e perguntando a idade da mulher que parece ser jovem e Rosalinda responde:— Meu anjo, não é educado perguntar a idade de uma dama, mas vou dizer pois parece muito curiosa... Tenho cinquenta e seis anos. — Mentira! Eu pensei que tinha quarenta. — Falo ainda em choque ao ver que a mulher é muito linda e jovial. Até que ela começa a me contar um pouco sobre o nome do lugar e sua história:— Sabia que Flor-da-Noite é o apelido de uma flor que floresce somente durante a noite? Apesar de várias espécies receberem o nome de Dama-da-Noite que é seu nome original, algumas como cacto-orquídea recebe o nome científico de Epiphyllum oxypetalum. É uma planta da família dos cactos originária do México que floresce na primavera, qu
IrinaDepois de descobrir que o presente que eu ganhei é nada menos que um diário, eu me sentei na cama e fiquei ali olhando para minha avó que foi a minha confidente a vida inteira.Mas agora tem coisas que infelizmente vou ter que esconder dela e nada melhor que um belo diário para isso e esse que eu ganhei parece um livro grande. A capa tem um veludo vermelho macio lindo, as folhas do diário parecem folhas envelhecidas um pouco amareladas, mas é apenas o charme do diário.Eu coloco o diário embaixo das minhas roupas no armário, depois me deito ao lado da minha amada avó e tento dormir. Acabo dormindo olhando para o rosto dela. Assim que acordo pela manhã vejo que minha avó já se levantou.Eu já falei para ela não se levantar e preparar o café da manhã, já disse que eu mesma posso fazer isso, mas ela é um pouco teimosa. Tomo um banho rápido e troco de roupa, pois ainda tenho que ir para floricultura, mas assim que abro a porta do quarto para descer sou empurrada de volta para o mesm
IrinaEla olha para mim e pergunta quem eu sou e digo que sou apenas uma funcionária da floricultura, e ela não espera que eu pegue pelo menos o avental para cuidar das plantas e diz que eu estou demitida. E eu pergunto para ela:— Onde está a dona Oliver, dona da floricultura? — E ela responde que a pobre senhora está em um caixão sendo levada para sua terra natal para poder ser enterrada lá perto dos seus parentes.Pelo que eu entendi a filha dela que irá vender a floricultura pois também não é daqui. Ela paga apenas meus dias trabalhados e me dispensa.Eu volto para casa com um aperto no peito. O que eu vou dizer para minha avó? Eu vou dizer que hoje é só um dia de folga, amanhã eu saio para procurar trabalho novamente. Eu ainda tenho que esperar uma ligação ou uma mensagem da Rosalinda.Quando chego em casa vejo que minha vó está novamente na vizinha conversando, consigo ouvir sua gargalhada daqui da sala. Amo sua gargalhada alta, ela fez amizade com essa vizinha e essa vizinha a
IrinaAo ler essa mensagem sinto meu coração apertar e doer ao mesmo tempo, sinto um frio percorrer todo o meu corpo e uma vontade de chorar nesse momento me aperta a garganta. E por um segundo se passa em minha mente o desejo de querer partir junto com a minha vó.Só para não ficar nesse mundo sem ela, mas ao mesmo tempo eu quero que ela continue vivendo por pelo menos até os cem, cento e dez anos. Quanto mais ela viver mais feliz ficarei. Eu mando de volta para a Rosalinda em resposta:— "Assim que a minha avó dormir estarei aí." — Eu poderia ir agora, mas não quero que me vejam entrar nesse lugar.Para a minha angústia e desespero a noite cai, para o meu tormento minha avó decide dormir cedo, meia hora depois que ela cai em um sono profundo eu coloquei uma calça jeans preta, um tênis preto e um casaco de capuz também preto. O capuz é tão grande que quase cobre meu rosto todo. E quando eu saio do quarto encontro meu primo que fala:— Sei onde vai e irei com você. Eu consegui um carr
IrinaGostaria muito de entender o que está acontecendo em minha vida, mas no momento a única coisa que eu posso fazer por mim e por quem eu amo é estar aqui em um lugar que eu nunca imaginei pisar. Olho para Rosalinda quando entro e a cumprimento:— Boa noite, Rosalinda.— Boa noite, cariño. Vamos conversar lá dentro?Ela vai para o mesmo lugar onde conversamos a última vez, dessa vez quando passamos pela sala vejo algumas meninas e duas bem animadas já chegam próximas a mim se apresentando e falando algumas coisas elas se chamam Daphne e Sierra. Aparentemente gentis. Daphne é a primeira a se apresentar seguida de Sierra.— Olá, sou Daphne, e soube que você é russa e tem dezoito anos. Você é extremamente linda. Alguém já te disse isso?— Daphne, é claro que ela sabe que é linda! Olhe para ela, parece uma linda boneca russa. Oi, sou Sierra, muito prazer.— Eu fiz dezenove anos a pouco tempo... Não falem assim, não sou tão bonita quanto vocês. — As duas mulheres são lindas também, Daph
IrinaQuando termino de conversar com a Rosalinda decido voltar para casa sozinha, mas Boris está do lado de fora à minha espera e eu falo:— Pensei que iria ficar até o amanhecer como sempre. — E Boris responde sem olhar para mim:— A minha preferida não pode me atender hoje por causa desse lance aí que acontece com vocês mulheres uma vez no mês e acabou com a minha noite. Vamos logo porque tenho que trabalhar pela manhã.Eu caminho até o carro e entro. Ao chegarmos em casa caminho na direção da escada e Boris me segura pelo braço ao falar:— Você vai virar uma das flores da Rosalinda? Sabe que cada mulher que está lá tem nome de flor, né?— O que? Mas é claro que não! Vai ser apenas essa vez e não vou voltar lá. Você sabe que estou seguindo esse caminho apenas para salvar a vovó.— Só um aviso, Irina, se você por um acaso virar uma das flores do Flor-da-Noite vou ter o prazer de virar um de seus clientes. Pode ter certeza disso.Ele me solta e passa por mim subindo a escada indo em
IrinaDepois de alguns minutos naquela banheira e de terminar o meu banho as meninas me ajudaram, elas escolheram uma lingerie vermelha para mim e me levaram para o quarto que é meu destino final.A única coisa que sobrou em meu corpo de mim mesma é o meu perfume russo. Essa lingerie não é minha, eu nunca usaria algo tão atrevido assim. Quando entro no quarto vejo que ele está a meia luz, e é uma luz vermelha bem suave. Eu me sento na cama e logo de cara já vejo uma venda da cor da lingerie em cima da cama.Sei que é para colocar em meus olhos, acho que o tal homem fará isso, e assim que eu fico de pé escuto a porta se abrir e eu fecho meus olhos como foi pedido.A minha voz some da minha garganta, meu corpo treme e fica quase impossível controlar o que estou sentindo. Demora um pouco mais de quatro minutos para sentir a mão dele passeando em meu braço e ele sussurra bem baixo em meu ouvido enquanto coloca a venda em mim:— Eu prometo te proporcionar uma noite incrível e não vou machu
Irina Ele começa a penetrar em mim e ao mesmo tempo me beija. Sinto a pressão na minha intimidade e em seguida uma dor um pouco desconfortável e ao mesmo tempo uma excitação muito grande.O homem entra em mim devagar, parece querer saborear cada sensação junto comigo. E quando rompe de vez nossos gemidos se misturam entre beijos, nesse momento ele cola a testa dele na minha e respira um pouco ofegante. Ele dá algumas estocadas lentas depois rápidas parecendo saborear o momento e para, se retirando de dentro de mim e eu considero aquilo estranho.Escuto o som de plástico sendo rasgado e depois de algo sendo desenrolado e ele deita sobre mim e entra novamente, mas agora a sensação mudou não sinto mais a pele dele e sim um plástico e algo me ocorre… Ele não usou camisinha para tirar minha virgindade e me deu a experiência como se estivesse em minha noite de núpcias com meu marido.Ele foi realmente carinhoso e gentil, a cada beijo dado pelo meu corpo me permitiu sentir algo diferente, a