Irina
Estou sofrendo demais com a nova situação que surgiu em minha vida. Descobrir que alguém que eu amo está com uma doença grave, que mesmo sendo maligno, se for tratado consegue prolongar a vida da pessoa que você ama, o que você faria para tentar salvar a vida dessa pessoa?
Eu já tentei por quase todo o lugar aqui encontrar um trabalho decente, mas eu já percebi que para ganhar o que preciso para começar o tratamento da minha avó precisaria de pelo menos umas três de mim para conseguirmos juntar todo o dinheiro necessário.
O meu primo é tão idiota, não consigo chegar a uma conversa decente com ele. Já que ele disse que não pode me ajudar financeiramente porque está sustentando os três filhos que o mesmo deixou na Rússia. E fora algumas contas da casa que é ele quem paga.
Eu não sei o quanto ele ganha nesse novo emprego dele, mas gostaria que ele pudesse pelo menos me ajudar com o tratamento da nossa avó. A doutora me disse que para o início do tratamento eu preciso de pelo menos quinze mil dólares e isso é só o início.
Eu não sei o que faço. Até agora, com tudo o que já fiz, só consegui juntar dois mil e quinhentos dólares e ainda falta muito. A minha cabeça não para, principalmente agora que chegou o momento de conversar com a minha avó e contar o que ela tem.
Como eu já sabia, não vou contar com a presença do meu primo, já que faz quatro dias que não o vejo e não sei por onde ele anda. Mas a verdade é que não quero saber, a única pessoa que importa na minha vida é a minha avó.
E é dela que estou tentando cuidar. Minha vó está sentada no sofá de frente para mim, esperando que eu comece a falar. Seu rosto está sereno, parece que ela sabe que vou contar algo que é muito difícil para mim.
E está tentando me passar tranquilidade e segurança. Agora eu respiro fundo e falo:
— Vovó, infelizmente a senhora tem câncer de mama, e o último exame que a senhora fez constatou que é maligno. — E ela ainda com seu rosto sereno sem mostrar nenhum tipo de alarde fala para mim:
— Minha neta, eu já sabia. Eu olho para ela com meus olhos surpresos — Não me olhe assim, meu amor, eu sabia que não tínhamos condições de tratar por isso não falei nada. Não sabia que os exames que fiz aqui iria acusar tão rápido o câncer. Porque os exames que fiz na Rússia foram diferentes.
— Vovó, a senhora já sabia desde a Rússia e não contou nada para nós? Mesmo que lá não tivéssemos condições de tratar deveria ter nos contado, tem noção do quanto estamos sofrendo só por... Meu Deus. Eu... Eu não consigo. Eu vou conseguir o dinheiro para a senhora fazer o tratamento. Na verdade, nós vamos conseguir e vai dar tudo certo, não vou deixar a senhora morrer, não vou. — Minha amada avó como sempre tenta me confortar e fala:
— Eu estava conversando com algumas vizinhas e elas me disseram que posso fazer bolos aqui para vender. Eu só preciso encontrar o lugar certo que compre, disseram que se meus bolos forem mesmo bons, eu posso ganhar um bom dinheiro aqui.
— Seus bolos são maravilhosos, vó. — Eu continuo conversando com a minha vó e disse para ela que eu iria comprar alguns ingredientes para ela fazer alguns bolos e a mesma tentar vender por aqui pelo bairro mesmo.
Passou mais um mês e eu consegui seis mil dólares até agora e ainda falta muito. Hoje é meu aniversário e estou aqui na floricultura trabalhando. A senhora que me contratou me deu um presente, eu acho que é um livro porque está embrulhado e parece ser um livro. Mas deixei para abrir em casa, claro que eu agradeci.
Nem acredito que estou fazendo dezenove anos. Eu ainda continuo fazendo os bicos extras e a minha avó também está vendendo os bolos, mas ela não faz muitos, está cada vez mais cansada e cada vez mais magra. Eu estou muito preocupada com ela.
Assim que eu chego em casa noto que ela está estranhamente quieta, normalmente a minha vó a essa hora está assistindo a novela... E eu consigo ouvir o barulho aqui de fora. O que está acontecendo? Assim que eu abro a porta escuto os gritos lá de dentro dizendo:
— Surpresa. — Minha avó fez uma festa surpresa para mim. Ela chamou os vizinhos da rua, mais o meu primo e seu amigo, claro que eu fico feliz.
É nesse momento que eu me emociono por saber que talvez se não conseguir juntar esse dinheiro, ano que vem não terei ela aqui comigo e eu preciso dela aqui.
Minha Dedushka, me puxa para dentro da casa e eu comemoro com todos o meu aniversário, depois de um tempo fico sozinha perto da mesa do bolo e meu primo vem até mim e fala:
— Irina, eu arrumei uma solução para conseguirmos o dinheiro necessário para o tratamento da nossa vó, mas isso vai depender de você. Somente de você e da decisão que você vai tomar.
— Como assim, Boris? É claro que eu quero salvar a nossa avó. O que é? O que eu preciso fazer? Vai me dizer logo ou não? — Ele olha para todos os lados e me chama para conversar lá fora.
Por que ele quer conversar longe de todos? Eu apenas o sigo e quando chegamos lá fora ele se certifica de que não tem ninguém em volta escutando e começa a falar:
— Eu descobri um lugar em que você pode vender a sua virgindade para um bilionário qualquer. Você não precisa saber quem ele é, ele não vai saber quem você é. Vai ser sigiloso. E lá eles cobram caro pelas virgens. Você só vai precisar se deitar com um homem. É como eu disse, está nas suas mãos, até onde eu pesquisei o valor que eles dão lá é muito alto, vai dar para bancar o tratamento da nossa avó todinho e você não vai nem precisar trabalhar nesse período. Poderá acompanhar ela em todas as sessões.
— Você... Seu... Você quer que eu vire uma m*****a prostituta suja? Como você tem coragem? Como você... Seu maldito desgraçado nojento.
— Segure a língua, Irina ou farei você engoli-la. Eu não estou dizendo que você precisa virar uma mulher da noite, estou dizendo para vender esse tesouro que tem entre as pernas para salvar a vida da nossa avó ou você não a ama como diz? Vou te dar dois dias para pensar.
Boris sai me deixando ali tremendo de raiva e ódio. Eu não acredito que ele cogitou que eu me venda, mas ao mesmo tempo ele tocou em algo que dói muito em mim... O amor que eu tenho pela nossa avó.
IrinaEu não sei o que faço. É muito difícil escolher entre sua dignidade e a pessoa que mais ama, sendo que vou sempre escolher a minha avó.Boris realmente esperou os dois dias e quando eu estava lavando a louça do jantar chegou perto de mim como quem iria colocar um copo para lavar e sussurrou para mim:— Irina, se você já tem a resposta para me dar hoje é o dia perfeito para te levar até o lugar para falar com a dona. Estarei aqui na sala te esperando para levá-la lá. Esperarei apenas cinco minutos assim que a nossa avó estiver dormindo. Não se atrase.Ele sai com a maior tranquilidade, claro que não é ele que terá que se vender como se fosse um objeto. Eu tento ver televisão, mas nada prende a minha atenção, a minha cabeça está dando voltas.Eu sei que já tomei minha decisão, mas mesmo assim ainda dói o que vou fazer. Vou jogar a minha dignidade na lama, eu não terei mais o brilho de antes, não terei mais o meu orgulho. Serei apenas uma mulher suja que se vendeu.Eu fico ali tão
IrinaEla me puxa para um lado do lugar que me deixa curiosa, pois depois que seguimos por um corredor o lugar que parecia uma boate começa a parecer uma casa, depois que passamos por uma sala com alguns sofás entrarmos em um pequeno escritório e eu acabo não resistindo e perguntando a idade da mulher que parece ser jovem e Rosalinda responde:— Meu anjo, não é educado perguntar a idade de uma dama, mas vou dizer pois parece muito curiosa... Tenho cinquenta e seis anos. — Mentira! Eu pensei que tinha quarenta. — Falo ainda em choque ao ver que a mulher é muito linda e jovial. Até que ela começa a me contar um pouco sobre o nome do lugar e sua história:— Sabia que Flor-da-Noite é o apelido de uma flor que floresce somente durante a noite? Apesar de várias espécies receberem o nome de Dama-da-Noite que é seu nome original, algumas como cacto-orquídea recebe o nome científico de Epiphyllum oxypetalum. É uma planta da família dos cactos originária do México que floresce na primavera, qu
IrinaDepois de descobrir que o presente que eu ganhei é nada menos que um diário, eu me sentei na cama e fiquei ali olhando para minha avó que foi a minha confidente a vida inteira.Mas agora tem coisas que infelizmente vou ter que esconder dela e nada melhor que um belo diário para isso e esse que eu ganhei parece um livro grande. A capa tem um veludo vermelho macio lindo, as folhas do diário parecem folhas envelhecidas um pouco amareladas, mas é apenas o charme do diário.Eu coloco o diário embaixo das minhas roupas no armário, depois me deito ao lado da minha amada avó e tento dormir. Acabo dormindo olhando para o rosto dela. Assim que acordo pela manhã vejo que minha avó já se levantou.Eu já falei para ela não se levantar e preparar o café da manhã, já disse que eu mesma posso fazer isso, mas ela é um pouco teimosa. Tomo um banho rápido e troco de roupa, pois ainda tenho que ir para floricultura, mas assim que abro a porta do quarto para descer sou empurrada de volta para o mesm
IrinaEla olha para mim e pergunta quem eu sou e digo que sou apenas uma funcionária da floricultura, e ela não espera que eu pegue pelo menos o avental para cuidar das plantas e diz que eu estou demitida. E eu pergunto para ela:— Onde está a dona Oliver, dona da floricultura? — E ela responde que a pobre senhora está em um caixão sendo levada para sua terra natal para poder ser enterrada lá perto dos seus parentes.Pelo que eu entendi a filha dela que irá vender a floricultura pois também não é daqui. Ela paga apenas meus dias trabalhados e me dispensa.Eu volto para casa com um aperto no peito. O que eu vou dizer para minha avó? Eu vou dizer que hoje é só um dia de folga, amanhã eu saio para procurar trabalho novamente. Eu ainda tenho que esperar uma ligação ou uma mensagem da Rosalinda.Quando chego em casa vejo que minha vó está novamente na vizinha conversando, consigo ouvir sua gargalhada daqui da sala. Amo sua gargalhada alta, ela fez amizade com essa vizinha e essa vizinha a
IrinaAo ler essa mensagem sinto meu coração apertar e doer ao mesmo tempo, sinto um frio percorrer todo o meu corpo e uma vontade de chorar nesse momento me aperta a garganta. E por um segundo se passa em minha mente o desejo de querer partir junto com a minha vó.Só para não ficar nesse mundo sem ela, mas ao mesmo tempo eu quero que ela continue vivendo por pelo menos até os cem, cento e dez anos. Quanto mais ela viver mais feliz ficarei. Eu mando de volta para a Rosalinda em resposta:— "Assim que a minha avó dormir estarei aí." — Eu poderia ir agora, mas não quero que me vejam entrar nesse lugar.Para a minha angústia e desespero a noite cai, para o meu tormento minha avó decide dormir cedo, meia hora depois que ela cai em um sono profundo eu coloquei uma calça jeans preta, um tênis preto e um casaco de capuz também preto. O capuz é tão grande que quase cobre meu rosto todo. E quando eu saio do quarto encontro meu primo que fala:— Sei onde vai e irei com você. Eu consegui um carr
IrinaGostaria muito de entender o que está acontecendo em minha vida, mas no momento a única coisa que eu posso fazer por mim e por quem eu amo é estar aqui em um lugar que eu nunca imaginei pisar. Olho para Rosalinda quando entro e a cumprimento:— Boa noite, Rosalinda.— Boa noite, cariño. Vamos conversar lá dentro?Ela vai para o mesmo lugar onde conversamos a última vez, dessa vez quando passamos pela sala vejo algumas meninas e duas bem animadas já chegam próximas a mim se apresentando e falando algumas coisas elas se chamam Daphne e Sierra. Aparentemente gentis. Daphne é a primeira a se apresentar seguida de Sierra.— Olá, sou Daphne, e soube que você é russa e tem dezoito anos. Você é extremamente linda. Alguém já te disse isso?— Daphne, é claro que ela sabe que é linda! Olhe para ela, parece uma linda boneca russa. Oi, sou Sierra, muito prazer.— Eu fiz dezenove anos a pouco tempo... Não falem assim, não sou tão bonita quanto vocês. — As duas mulheres são lindas também, Daph
IrinaQuando termino de conversar com a Rosalinda decido voltar para casa sozinha, mas Boris está do lado de fora à minha espera e eu falo:— Pensei que iria ficar até o amanhecer como sempre. — E Boris responde sem olhar para mim:— A minha preferida não pode me atender hoje por causa desse lance aí que acontece com vocês mulheres uma vez no mês e acabou com a minha noite. Vamos logo porque tenho que trabalhar pela manhã.Eu caminho até o carro e entro. Ao chegarmos em casa caminho na direção da escada e Boris me segura pelo braço ao falar:— Você vai virar uma das flores da Rosalinda? Sabe que cada mulher que está lá tem nome de flor, né?— O que? Mas é claro que não! Vai ser apenas essa vez e não vou voltar lá. Você sabe que estou seguindo esse caminho apenas para salvar a vovó.— Só um aviso, Irina, se você por um acaso virar uma das flores do Flor-da-Noite vou ter o prazer de virar um de seus clientes. Pode ter certeza disso.Ele me solta e passa por mim subindo a escada indo em
IrinaDepois de alguns minutos naquela banheira e de terminar o meu banho as meninas me ajudaram, elas escolheram uma lingerie vermelha para mim e me levaram para o quarto que é meu destino final.A única coisa que sobrou em meu corpo de mim mesma é o meu perfume russo. Essa lingerie não é minha, eu nunca usaria algo tão atrevido assim. Quando entro no quarto vejo que ele está a meia luz, e é uma luz vermelha bem suave. Eu me sento na cama e logo de cara já vejo uma venda da cor da lingerie em cima da cama.Sei que é para colocar em meus olhos, acho que o tal homem fará isso, e assim que eu fico de pé escuto a porta se abrir e eu fecho meus olhos como foi pedido.A minha voz some da minha garganta, meu corpo treme e fica quase impossível controlar o que estou sentindo. Demora um pouco mais de quatro minutos para sentir a mão dele passeando em meu braço e ele sussurra bem baixo em meu ouvido enquanto coloca a venda em mim:— Eu prometo te proporcionar uma noite incrível e não vou machu