Eloá Voltamos para casa da Ahha, converso um pouco com ela e depois de algumas horas voltamos para a Itália. Ainda deixo o Boris desacordado.Mas ele tem que ir com a gente. A todo o tempo não escutamos uma palavra da Irina, acho que ainda está abalada com tudo que aconteceu. Ainda mais vendo seu agressor bem ao lado dela desacordado.— Não se preocupe, ele não vai acordar a menos que eu o force. Você está segura aqui. — Falo, mas ela não olha para mim.Vejo Tom indo abraçá-la e fico observando o quanto ela é frágil e delicada. Já estou em um patamar bem alto e não conseguiria pensar em mim assim, vou até o meu marido e tiro o notebook do seu colo. — Como está indo a empresa?— Tudo sob controle, você tem cinco contratos de empresas que querem lançar uma parceria com a Mancini, a ideia é criar um produto em conjunto!— As cinco querem isso? — Pergunto surpresa.— Sim, mas duas querem fazer maquiagem outra um perfume e as últimas querem fazer uma linha de cuidados para o dia a dia. O
Tommaso Irina passou a noite no sofá e eu me sentei no chão próximo a ela, depois que ela adormeceu, e foi ali que dormi.Acordei antes dela, fui até o banheiro e tomei um banho. Não posso deixá-la sozinha, vou ver se minha nonna pode me ajudar. Termino de me vestir e vou até o quarto da minha nonna.— Nonna, bom dia. Poderia ir até meu quarto e ficar com a Irina? Tenho algo importante para resolver, e não posso deixá-la sozinha. Irina está muito traumatizada e tenho medo que faça algo que não tenha como reverter.— Meu neto, bom dia. Estou tão feliz que a trouxe de volta. Pensei que não daria tempo de encontrá-la viva. Podemos contratar um psicólogo e um psiquiatra para avaliar o estado da saúde mental dela. Mas essa mulher russa é forte. Amanhã ela estará de pé, falando naquele idioma horrível e trabalhando.— Nonna, obrigado. E espero que tenha razão. Eu a amo demais, não suportaria perdê-la. Prometo não demorar, se quiser ligar para a clínica e pedir para que os dois especialista
IrinaDepois de tudo que já passei na vida ainda não consigo acreditar que hoje estou na Itália, com uma família, sendo amada. O Tommaso foi a melhor coisa que apareceu em minha vida.Hoje tenho amigas, Yana, Daphne, Sierra, Mayla e Tayla. A nonna do Tommaso cuida de mim como se eu fosse uma neta dela.Tivemos uma surpresa quando fui fazer a ecografia para ver como o bebê estava. Não terei apenas um bebê, mas sim três. Dois meninos e uma menina. Passei mal quando vi e desmaiei.Tommaso já escolheu os nomes, Lorenzo, Paolo e Ambra, nomes da Itália. Não pude reclamar já que escolhi o nome dos gêmeos. Decidimos marcar a data do parto para uma semana antes de completar os nove meses, vou aproveitar para fazer laqueadura.Terei cinco bebês para cuidar, não preciso de mais filhos. E graças a Deus a nonna não implicou com a minha decisão. Já que aqui na Itália é normal as famílias serem grandes.Agora vou falar das minhas amigas Daphne e Sierra. Daphne finalmente se casou com o Matteo, e par
IrinaNa cidade de Moscou, na Rússia, a vida não está mais sendo boa com a minha família, hoje somos apenas minha avó Yulia, meu primo Boris e eu.Nós precisamos sair daqui para um lugar onde tenhamos uma oportunidade de conseguir um bom emprego para sustentarmos nossa avó que já está com oitenta anos. Aqui somos sustentados por ela que faz bolos para aniversários e casamentos. Mas ela não anda se sentindo bem e até isso parou de fazer.Eu consigo algumas faxinas mas pagam muito mal e meu primo está sem conseguir um trabalho sequer há pouco mais de um mês.Meu primo, insiste que temos que sair daqui e ir para os Estados Unidos, diz que lá ele pode trabalhar nas construções civis e que um amigo dele que está lá pode conseguir uma vaga para ele e que eu ganharia mais com as faxinas indo para lá.Mas nossa avó gosta daqui e se recusa a sair de nossa cidade natal. Ela cria nós dois desde que tínhamos poucos anos de vida. Boris chegou aqui antes de mim aos sete anos, já que seus pais eram
IrinaVou até a padaria para falar com o padeiro e depois volto logo para passar no supermercado, tem um beco estreito ao lado do supermercado que às vezes uso para chegar mais rápido em casa ou do contrário teria que dar a volta e demoraria mais. Só que estou com um ingrediente que derrete muito rápido e preciso levar logo para a minha avó.Quando já estou na metade do caminho Boris aparece, eu até penso em voltar, mas estou próxima do final do corredor, faço de tudo para não ficar sozinha com ele, mas...Quando ele se aproxima de mim segura em meu pescoço e me soca contra a parede do estreito corredor. Boris tem um e oitenta de altura e é forte, em minhas mãos seguro as bolsas, o que me impede de jogá-las no chão é saber que a minha avó não tem mais dinheiro para comprar outros ingredientes.— O que você quer? Eu já não fiz o que queria? Agora iremos sair de onde conhecemos tudo para um lugar onde não conhecemos nada. — E é quando ele coloca a enorme mão por debaixo do meu vestido e
Tommaso A vida é como uma bela música, você precisa apreciá-la, senti-la e fazendo os movimentos certos será feliz. Eu tenho minhas irmãs, as gêmeas Tayla e Mayla, elas têm vinte e dois anos.Tayla é mais espevitada e me dá um certo trabalho já que não está casada e age como se tivesse dezesseis anos ainda.Mayla é um doce e se casou com meu amigo e sócio americano Joe Hanniger. Estão casados a pouco mais de dois anos e são muito felizes, ainda não tem filhos já que Mayla tem seu projeto de se tornar uma estilista famosa em pouco tempo e confesso que do jeito que está indo não irá demorar muito. Pelo menos na questão de trabalho a Tayla está no mesmo nível da Mayla já que as duas são sócias nesse negócio que estão montando.Nós fomos criados pela nossa avó Elettra, ela é mãe do nosso pai, nossos pais decidiram viajar pelo mundo poucos meses depois que as gêmeas nasceram dizendo não aguentar a pressão de ter filhos pequenos, a princípio minha avó pensou que eles voltariam um tempo dep
Tommaso Eu sempre faço isso quando estou por aqui, como faço lá na Itália, escolho um determinado restaurante pelo menos uma ou duas vezes na semana e vou nesse restaurante tiro um dia ou uma noite para cozinhar. E isso porque gosto, quando não vou mais vezes, mas isso depende do meu nível de trabalho e estresse do dia a dia.E às vezes eu passo o dia nesse escritório com números e papeladas, verificando gráficos, analisando os gastos. Enfim é um montante de coisas que acaba me prendendo demais no escritório e quando sobra um tempo gosto de passá-lo trabalhando um pouco com a comida que é o que eu mais gosto de fazer.E mais uma vez o meu primo começa a me infernizar com essa história de visitar esse tal lugar que eu não sei nem onde é eu falo para ele:— Hoje não vai dar, você sabe que quando eu tenho um tempo livre gosto de ir para os restaurantes e cozinhar. A propósito, leve a sua garota lá, espero que ela goste da comida. — E meu primo fala:— Você disse para mim que iria pensar
IrinaEu não acredito que realmente estamos aqui nos Estados Unidos. Ao sair do avião comecei a sentir um pouco de desespero. Quando saímos do aeroporto foi ainda pior, tinha taxistas para todos os lados e alguns deles quase nos arrastaram na direção dos táxis.Boris achou aquilo um máximo, mas a minha avó e eu não estamos felizes ou confortáveis com isso. Quando finalmente entramos no táxi a minha avó pergunta para Boris:— E então, meu neto, onde vamos morar? Você disse que seu amigo iria arrumar um lugar para ficarmos. Não quero ficar em um hotel, pessoas promíscuas ficam em hotéis, nós não. — E Boris responde:— Vovó, nós já estamos indo para nosso novo lar! Meu amigo disse que demos sorte pois a casa ao lado da dele estava para alugar e ele conseguiu segurar para nós. Lá tem apenas dois quartos, mas não vejo problemas já que a Irina pode dormir no mesmo quarto que eu.— Não!!! — Falo quase engasgando e todos olham para mim, até o taxista. E eu tento fazer uma cara tranquila — Eu