A Russa & o Italiano: Destinados ao Amor.
A Russa & o Italiano: Destinados ao Amor.
Por: Rosana Lyra
Capítulo 1

Irina

Na cidade de Moscou, na Rússia, a vida não está mais sendo boa com a minha família, hoje somos apenas minha avó Yulia, meu primo Boris e eu.

Nós precisamos sair daqui para um lugar onde tenhamos uma oportunidade de conseguir um bom emprego para sustentarmos nossa avó que já está com oitenta anos. 

Aqui somos sustentados por ela que faz bolos para aniversários e casamentos. Mas ela não anda se sentindo bem e até isso parou de fazer.

Eu consigo algumas faxinas mas pagam muito mal e meu primo está sem conseguir um trabalho sequer há pouco mais de um mês.

Meu primo, insiste que temos que sair daqui e ir para os Estados Unidos, diz que lá ele pode trabalhar nas construções civis e que um amigo dele que está lá pode conseguir uma vaga para ele e que eu ganharia mais com as faxinas indo para lá.

Mas nossa avó gosta daqui e se recusa a sair de nossa cidade natal. Ela cria nós dois desde que tínhamos poucos anos de vida. Boris chegou aqui antes de mim aos sete anos, já que seus pais eram viciados e acabaram sendo mortos pela máfia local pelo tamanho da dívida que eles tinham contraído.

E eu, tinha uma vida boa, assim conta minha avó, eu era um bebê com apenas um aninho quando vim para a mão dela. Meu pai veio a falecer quando o edifício em que ele trabalhava desabou no meio do expediente, minha mãe estava grávida na época, já a minha mãe foi assassinada... Vítima de um homem que abusava e matava mulheres que saiam de seus empregos tarde da noite sozinhas.

Minha avó perdeu seu filho mais velho, pai do Boris e sua filha mais nova, minha mãe, mas ganhou nós dois. Ela fez por nós o que fez por nossos pais, mas Boris dá muito trabalho para nossa avó. Um homem de vinte e cinco anos não faz três filhos em três mulheres diferentes e corre da responsabilidade.

Eu só descobri o que ele fez porque as três vieram ao mesmo tempo na casa da minha avó e fizeram um escândalo ao descobrirem que ele estava com as três, duas já estavam com seus bebês. Um dos bebês aparentava ter uns seis meses e o outro dois meses, já a que estava grávida aparentava estar de seis meses de gestação.

Quando Boris chegou em casa naquela noite minha avó lhe deu uma surra de varas. Não fiquei com pena... Ele mereceu. Depois que ele viu que descobrimos seu segredo aí que começou a insistir mais que teríamos que ir para os Estados Unidos e que só assim ele teria mais dinheiro para sustentar os filhos e a nossa avó.

— Vovó, eu preciso que a senhora entenda que se nós não nos mudarmos para os Estados Unidos, não poderei sustentar meus filhos. — Choraminga Boris.

— Meu neto, você se tornou uma vergonha. Não o criei para iludir jovens moças por aí. Tenho bisnetos e fiquei sabendo da pior forma possível. Você é uma decepção. — Diz minha avó decepcionada.

— Vovó, eu prometo te trazer orgulho e trabalhar duro para sustentar meus filhos e não deixar faltar nada para eles. Mas precisamos nos mudar para o país das oportunidades. — Insiste Boris apelando para nossa avó.

Decepcionada e triste minha avó olha para mim e pergunta:

— Minha neta, você também concorda em sair da nossa cidade, do nosso país para ir morar naquele lugar onde as pessoas só sabem comer porcarias? — Pergunta minha avó com uma voz tristonha.

— Vovó... — Olho para o meu primo que parece me ameaçar com os olhos e eu fico com um pouco de medo dele. Uma certa vez ele chegou muito bêbado no meio da noite e eu sinceramente não sei o que deu nele, mas acordei no meio da noite sentindo um certo incômodo em minha intimidade. 

Ao abrir os olhos eu o vi alisando minha intimidade e se tocando. Ao ver que eu tinha acordado ele disse para mim que se eu contasse para alguém iria me bater, tive a visão horrível dele se tocando e tendo o seu prazer bem na minha frente.

Para minha sorte assim que acordei ele parou de me tocar, mas ficou olhando para minha intimidade enquanto se tocava. E para me mostrar que não estava brincando ele me sufocou com um travesseiro e me deu um tapa em meu rosto. Isso foi ano passado... Tenho medo dele sim. 

Mas depois dessa noite comecei a dormir com minha avó. Achei estranho aquele comportamento naquela noite pelo simples motivo de dormimos no mesmo quarto desde sempre, antes ele nunca teve esse comportamento. Foi só naquela noite e desde então eu durmo com a minha avó. Eu olho para a minha avó e depois do olhar de aviso do Boris eu respondo:

— Vovó, ele talvez tenha razão. A senhora precisa ir ao médico, pois não está bem e nós poderemos trabalhar e conseguir mais dinheiro lá. É uma boa oportunidade.

— Se vocês dois querem, então iremos. Mas primeiro precisam juntar dinheiro suficiente para quando chegarmos lá ter dinheiro para alugar um lugar e se sustentar até vocês conseguirem esse tão sonhado trabalho que ganha bem. Vou tentar fazer alguns bolos para vender e ajudar a juntar esse dinheiro, vocês sabem pelo menos o valor que precisamos juntar? — Pergunta minha avó desanimada.

— Eu sei, vovó, eu sei! E já juntei cinco mil dólares. Precisamos de mais cinco mil. Levei um ano e meio para juntar esse valor, mas com a sua ajuda e da Irina poderemos levar menos tempo. — Boris fala todo animado.

— Você está juntando dinheiro esse tempo todo? Por que não falou com a gente sobre isso? E você tem noção de quanto vamos gastar por mês lá até conseguirmos empregos fixos que paguem as contas?

— Se eu contasse não teria mais esse valor! E eu já me informei com meu amigo Iran. Ele disse que lá conseguimos alugar casas com dois quartos, sala, cozinha e banheiro por trezentos e cinquenta dólares, vou pagar quatro meses de aluguel e ainda vai sobrar dinheiro para alimentação que também não é cara. E as casas lá já vem com móveis dentro, não precisaremos levar nada além das nossas roupas e documentos. — Boris responde sem se importar com a tristeza no olhar de nossa avó.

— Não vou comer aquelas porcarias de lá. Vamos continuar com a nossa alimentação daqui, trate de comprar tudo o que eu uso aqui para cozinhar. — Diz minha avó tentando fingir que está tudo bem.

— Então, iremos para o Estados Unidos? — Pergunta Boris animado.

— É o que parece! Mas iremos para qual cidade? Tem muitas lá.

— Vamos para onde o Iran está, cidade de Nova York, no bairro do Brooklyn! Lá tem imóveis baratos para alugar e o ele disse que assim que embarcamos aqui ele aluga um apartamento lá para nós e eu poderei pagar de volta para ele quando chegarmos lá. — Ele explica eufórico.

— Diga para aquele gentil padeiro que aceito a encomenda dos bolos que ele me pediu para produzir, Irina. E quando estiver voltando pode me trazer os ingredientes que vou anotar? — Minha avó pergunta gentilmente.

— Sim, vovó! — Olho para o meu primo que lança um olhar para mim que faz eu me sentir nua. Não gosto de chamar a atenção de ninguém, mas quis Deus que eu nascesse assim.

Tenho olhos azuis cristalinos com cílios volumosos naturalmente o que faz meu olhar ser bem marcante. Tenho uma pele bem clara e macia, meus cabelos são castanhos e bem longos e ondulados com alguns cachos grandes nas pontas.

Tenho um e sessenta de altura e meu corpo é mediano, tenho seios médios, cintura fina e quadril médio também. Meu corpo é sensual sem ser avantajado e sei disso pois me olho no espelho e confesso que não queria ser assim.

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