Isabelly
Como posso iniciar essa conversa? Não sei, talvez falando para vocês sobre minha vida? Ou sobre o meu modo de vida? Talvez sobre a minha pessoa ou sobre o meu trabalho que eu amo tanto. Quem sabe um pouco de tudo? É isso. Um pouco de cada coisa. Vamos lá. Eu sou Isabelly Sampaio Albuquerque. Na verdade, o nome Albuquerque veio do meu pai lindo e maravilhoso Marcos Albuquerque, que não é o meu pai de verdade… quero dizer biológico. Sampaio é o nome da minha mãe biológica e da não biológica também Complicado? Espera que vou descomplicar. Sou sobrinha de Mônica Sampaio que é irmã da minha mãe que me abandonou ainda muito pequenina. Vale salientar que eu tinha apenas quinze dias de nascida nessa época. A minha tia que agora é a minha mãe me criou. Descomplica? Espero que sim. Vamos pular essa parte chata da minha vida e vamos para uma mais badalada. Eu sou formada em administração de empresas, com MBA nos Estados Unidos e fiz alguns estágios na França e na Alemanha. Me acho uma pessoa inteligente, prática, alegre e muito, muito sexy. Embora Greg nunca tenha me dito isso. Ah, desculpe! Vocês não sabem quem é o Greg. Gregory Stony é meu noivo, na verdade, o conheci uma das danceterias mais badaladas do Rio de janeiro e ele é simplesmente um arraso de homem. Moreno, alto, charmoso, corpo atlético e, todo meu. O problema é que sou fascinada em livros de romance e sempre sonhei com o meu príncipe encantado montado em um cavalo branco, que me levasse para o baile e com uma rosa vermelha na boca me tirasse para dançar, em um imenso e luxuoso salão, e repentinamente se ajoelhasse e me pedisse em casamento, me roubando o fôlego, e me deixando extasiada. Bom, esse definitivamente não é o Greg, mas eu o amo mesmo assim. Tenho duas amigas malucas a Karol e a Shirley que amo de paixão e que são amigas das noitadas, principalmente quando sou esquecida literalmente pelo meu noivo viciado em trabalho e tem também a minha prima e confidente de sempre Amanda Village Albuquerque. Ela é filha do meu ASO de sempre tio Gui - Guilherme Albuquerque - e da tia Gisele. Eles fazem parte de uma família inteirinha de advogados.Acho que agora deu para me conhecer melhor, não é? Bom tenho que ir ou as meninas vão me matar se chegar atrasada. Pois é, estou de saída. Hoje é o dia do desfile oficial da minha amiga e modelo Karol, e ela simplesmente vai me estrangular se eu não estiver lá para dar aquela força. Antes de sair me olho no espelho de corpo inteiro do meu closet e confiro os itens em cima de mim com orgulho. Um vestido negro colado ao meu corpo, com comprimento acima do joelho, estilo tomara que caia, rendado até a cintura, com um decote delicado e nada chamativo. Meus cabelos dourados estão caindo como uma cascata sobre parte das minhas costas e ombros. E, escolhi as sandálias pratas de tirinhas e salto alto… altíssimos na verdade e uma maquiagem impecável para uma noite brilhante.— Perfeita! Você está arrasando, gata! — sibilo para a minha imagem do espelho e sorrio, me afastando em seguida. Pesco a elegante bolsa de mão em cima da minha cama e caminho para fora do meu quarto. Está na hora de arrasar!É, eu sei, eu sou noiva, mas não estou morta, certo? Posso deixar os meus lindos olhos se alegrarem com o que há de bom pela festa ricamente social. A gente se ver por aí.Dias atuais. Isabelly SampaioSinto muitos beijos delicados e molhados em meu rosto e mãos grandes, e fortes envolverem o meu quadril e de repente uma leve mordidinha, seguida de um chupão nos meus seios. Abro os meus olhos preguiçosamente e me deparo com o belo par de olhos castanhos escuros de Greg sorrindo para mim e sorrio para o meu futuro marido, beijando-o carinhosamente na boca em seguida.— Bom dia, princesa! — Ele diz com voz grossa e rouca e seu corpo grande, e forte logo para sobre o meu.— Bom dia, querido! — Envolvo o seu quadril com as minhas pernas e meus braços em seu pescoço, e volto a lhe beijar, dessa vez com posse. Minha língua busca a sua com avidez, porém, Greg interrompe o beijo e me olha nos olhos.— Sabe que tenho que ir, né? — Reviro os olhos e faço um biquinho manhoso logo em seguida para ele.— Aah, por que você tem que ir? Estamos noivos e hoje é sábado. Podíamos aproveitar e curtir um ao outro. Hum? O que você acha? — Tento dissuadi-lo.— Não dá, princes
Isabelly Observo a área da piscina que que essa hora já tem uma movimentação legal a procura das minhas amigas e sorrio amplamente quando vejo uma mulher negra, alta, magra e linda, com seu cabelo afro amarrado com um lenço no topo da cabeça, sendo explicitamente cobiçada por um loiro robusto ainda mais alto do que ela. O homem está praticamente babando em cima da minha amiga. Passo por ela e pisco o olho sutilmente, fazendo um gesto com o polegar que diz que a sua escolha está mais que aprovada. O mulherão sorrir discretamente e volta a conversa com seu deus loiro. Encontro Shirley despojada em sua maravilhosa espreguiçadeira com seu habitual fone de ouvidos, óculos escuros e usando um mini biquíni branco que contrasta perfeitamente com a sua pele morena. Os cabelos longos e cacheados estão presos em um coque frouxo e algumas mechas fogem do seu penteado, emoldurando o seu rosto em formato de coração. Shirley é designer de modas. Ela trabalha para um estilista francês, o Françoise,
Isabelly — Terra para Belly! Isabelly, pelo amor de Deus! — O quê? — Faz tempo que estou falando com você, e você não me escuta! Onde está com a cabeça? — Onde acha que ela está? — Rio e minha amiga revira os olhos. — Estou indo, você vem? — Vou, mas estou indo para casa dos meus pais. Prometi para eles que jantaria em casa essa noite. *** Jantar na casa dos meus pais me deixa um tanto dividida. Entendam, eu os amo de paixão, porém, me reunir com a família Albuquerque tem sido um martírio para a minha vida pessoal. — Mãe, por favor não vamos mais falar sobre isso de novo, está bem? — Isabelly, não é fugindo do assunto que você vai mudar as coisas! — Ela insiste. — Mãe, o Greg e eu nos damos muito bem do jeito que as coisas estão. — Até quando? Filha, eu só quero o seu bem! — Tudo bem, eu vou falar com ele e marcar um jantar aqui em casa. Melhorou? Você vai poder conversar com ele, tirar todas as suas dúvidas, mas por hora podemos encerrar esse assunto? — Podemos. Por enq
Daniel Olho para o maldito jornal outra vez e não acredito no comentário que o cretino fez durante a entrevista. Puto da vida, jogo o papel em cima da minha mesa e a porta do meu escritório se abre no mesmo instante. Jonas Brito, meu assessor adentra a minha sala e seus olhos cautelosos me encaram por trás da armação dos óculos de grau, acompanhando cada gesto meu, ainda sentado em minha cadeira de couro negro. Enquanto giro-a lentamente de um lado para o outro e o meu dedo indicador roça a barba por fazer, demonstrando a minha paciência que já está no limite.— Mandou me chamar, senhor Ávila? — O tom de voz cauteloso, me faz fechar as mãos em punho.— Sente-se! — ordeno com um tom seco e duro. O rapaz engole em seco e se senta na cadeira de frente da minha mesa, sem desgrudar os seus olhos de cima de mim. Ele sabe que não tolero erros e principalmente, sabe o quanto sou exigente com os meus empregados.— Aconteceu alguma coisa, senhor? — inquire com voz levemente trêmula. Em respos
Daniel— Senhor Ávila, eu faço o meu trabalho de modo impecável. Nunca tive qualquer reclamação sobre meus atos e nunca perdi dinheiro para nenhuma das empresas que representei, então…— Foda-se as empresas que representou ou representa, Moris! A minha empresa eu administro como eu quero e você está demitido! — Vocifero, virando as costas para sair da sala.— Não pode me demitir, Daniel Ávila! — Ele rosna, me fazendo olhar para sua cara de puta. Sorrio.— Eu não só posso, como já o demiti, senhor Moris. Por favor, passe no setor de RH para receber as suas contas. Eu não o quero aqui na minha empresa nem mais minuto! E você, —Aponto para Jonas que até o momento não disse uma palavra. — Tem vinte e quatro horas para encontrar outro administrador para essa conta, e vê se não erra dessa vez, Jonas, ou será o próximo a ir para o olho da rua! — Saio batendo a porta da sala de reuniões e volto imediatamente para o meu escritório.— Senhor Ávila, me desculpe importuná-lo, mas…— O que você q
Isabelly Não acredito que Jonas me convenceu a fazer isso! Resmungo internamente. Se ele sonhasse o quanto estou sobrecarregada com as contas das empresas japonesas e da França, e agora mais essa! Bufo e me sento na cadeira da mesa de sempre na minha sorveteria preferida e peço o meu habitual sorvete de baunilha que eu amo! Enquanto aguardo o meu pedido, olho rapidamente através da janela de vidro transparente de onde posso observar as pessoas nas ruas. Olho as horas em meu relógio de pulso e vejo que já passa das sete da noite. Irritada, tiro o celular de dentro da minha bolsa para ligar para o meu noivo desconectado do mundo. Para a minha completa frustração, a ligação cai direto na caixa postal.— Onde está você? — Decido deixar uma mensagem, mantenho a minha voz calma. Contudo, a minha paciência já estou no meu limite com suas gafes e atrasos. Enfim, mesmo após um dia corrido no escritório, marquei com o Greg aqui na sorveteria às seis e vinte, e até agora nada. Nenhuma mensagem,
Isabelly — Desculpe, Belly! Eu juro que tentei chegar a tempo, mas fiquei preso em uma reunião que só acabou a poucos minutos. Onde você está, amor? — O seu tom carinho me faz suspirar e me repreendo pela explosão sem cabimento, a final, ele não tem culpa.— Estou em casa! — respondo mais calma agora e me acomodo no sofá camurçado, vermelho púrpura.— Estou te ligando para avisar que não poderei ir para sua casa hoje. Te vejo amanhã? — O quê? Como assim?— Greg, nós precisamos conversar! — insisto. Ele solta uma respiração audível do outro lado.— Amanhã, querida, eu prometo! — Puxo uma respiração consternada e tento me conformar.— Promete que não passa de amanhã, Greg?— Eu prometo! Olha só, vou pedir para minha secretária cancelar qualquer compromisso de amanhã. Melhor assim? — Inevitavelmente abro um grande sorriso.— Bem melhor assim, meu amor!— Até amanhã! Eu te ligo, tudo bem?— Vou ficar esperando. Eu te amo, Greg!— Eu também. — E encerra a ligação junto com a nossa convers
Isabelly — V- vocês se co-conhecem? — Brito gagueja uma pergunta. Ele deve estar em pânico. Isso sempre acontece quando ele está nervoso ou em pânico. Contudo, eu não consigo tirar os meus olhos de cima do ogro a minha frente. Sério, o homem é estupidamente lindo, gostoso, forte, elegante e esses olhos? Caramba, são os mais lindos que já vi! A boca tem um tom de vermelho que chega a dar vontade de morder. Droga, e esses cabelos? Negros, lisos e cheios. As minhas mãos coçam de vontade de tocá-los, de puxá-los e… Opa! Freio aí, dona Isabelly! Freio e foco!— O que você faz aqui? — O ogro rosna de maneira rude e sem tirar seus olhos de mim. Entretanto, enfrento o seu olhar.— Desculpe, senhor Ávila! Essa é Isabelly, a nova administradora da sua conta. — Seus olhos demostram a surpresa ao receber tal informação. Seus olhos verdes-escuros passeiam rapidamente por meu corpo, começando na cabeça até os pés e voltam todo o trajeto encontrando os meus olhos outra vez.— Imagino que trouxe um