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Cristopher Ávila.

Os gritos do meu pai me apavoram todas as noites. Ainda escuto os sons das coisas se quebrando, enquanto a minha avó me abraçava forte sentada ao meu lado na minha cama. Então através da janela de vidro do meu antigo quarto eu a vi sair correndo para fora da casa e entrar no seu carro. Sorvetinho estava chorando. Não sei por que eles brigaram e não entendo por que ele a mandou embora. Vovó beijou a minha cabeça e com voz meiga disse perto do meu ouvido.

— Vai ficar tudo bem, querido!

Eu tenho muitas perguntas dentro da minha cabeça, mas nenhuma delas sai pela minha boca. Os dias foram passando, não sei dizer quantos, mas sei que foram muitos e ela não voltou mais, e aos poucos eu voltei para a minha antiga vida. Meus pais não vão mais me buscar na escola e o meu pai voltou a beber. Ele não fala mais comigo, não brinca e nem sorri, só trabalha e bebe até dormir de novo. A noite escuto o seu choro. Não quero mais isso para mim. Estou crescendo, daqui a alguns dias eu
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