RIMENAPor que eu fui falar de marido? Agora mesmo que ele nunca vai acreditar que aquela foi a minha primeira vez.— Tinha. — Suspiro. — É uma longa história. O fato é que por algum motivo desconhecido, uma pessoa com muito poder me quer morta.— Então já deveria estar abrindo a cova — debocha. — Eu não vou mover um centímetro para te ajudar. — Estou começando a odiar esse lobo. Suas palavras ferem mais que a dor entre as minhas pernas naquela noite.Ele simplesmente me dá as costas e começa a andar. O desespero me faz segurar o seu braço.Ele segura a minha mão com brutalidade e a afasta.— Nunca mais me toque sem permissão. — Sua voz sai como um rosnado.— E o seu fi...— Não vejo barriga, então algumas ervas deve resolver. Que bom que tem dinheiro para comprar.Dou um passo para trás. Sei que ele é assassino, mas não acredito que não valorize nem mesmo a vida de crianças, ainda que seja seu filho indesejado.Não acredito que sugeriu isso.Me afasto dele com nojo da sua presença. J
SAYMONVirgem e casada, deve achar que sou idiota.Quando ela segura o meu braço a corrente que percorre o meu corpo faz aquele sonho vir a memória. Isso me irrita o bastante para puxar com mais brutalidade que deveria.As palavras saem sem que eu pense.— Nunca mais me toque sem permissão.A dor é como uma punhalada quando sugiro um aborto. Por toda magia de Estrela, eu jamais mataria um filho meu. Eu me mataria antes de machucar algo tão precioso.Me arrependo dolorosamente de dizer uma merda dessa. Principalmente ao ver ela se afastando enojada, o cheiro do meu filho se afastando com ela.Não posso deixar que se vá e leve essa parte de mim. Temos que sentar e resolver essa situação.Fico parado observando seus passos seguindo para cada vez mais longe.É quando vejo um caminhão diminuindo a velocidade ao seu lado que reajo.Entro no carro e dirijo até atrás dela, que está olhando para o caminhão já parado e nem percebe.Desço do carro a tempo de impedir que suba no caminhão.A puxo
JAMES HABEL I - O REIFaz dezoito anos que mandei minha filha para longe. Não me orgulho disso, mas sei que fiz o que é certo para manter a ordem em Estrela e pelo bem estar da minha filha. Eu não poderia matá-la. Não tive coragem... Mas agora parece que terei que fazer isso. Percebo que a existência dela é um perigo. Já não é mais uma criança. Um deslize da sua parte e tudo que construí desmorona.Até pensei em ordenar que um feiticeiro curandeiro desse um jeito de evitar que ela um dia possa ter filhos, mas isso não é seguro. Depois de todos esses anos entendi que nada é seguro, apenas a morte. Pois estando viva, o destino sempre encontra um jeito.Não posso deixar meu mundo virar um caos.Já acho Estrela um lugar confuso, com essa mistura de coisas humanas com poderes mágicos. Sim, acho pratico um celular, um carro... Mas se tenho a chance de viver em um castelo como os antigos, por que não? Esse castelo nasceu com Estrela e nada em sua estrutura, plantas, etc se desgasta ou morre,
— Parece tenso, majestade. Aconteceu alguma coisa? — pergunta apertando meus ombros com suas mãos pequenas e finas.— Os problemas de sempre, minha querida. Me fala sobre o seu dia. Tenho certeza que é mais interessante que o meu.Ela sorri. Sabe que não gosto de falar das coisas do reino, apenas das coisas que lhe trazem alegria. Não gosto de vê-la triste.Então, ela dá a volta no trono, se senta no meu colo e começa a contar sobre o seu dia.Há tempos nossos corpos não reagem mais um ao outro. Parecemos mais irmãos que marido e mulher.Na verdade, desde o nascimento de Rimena que não consigo pensar em outra coisa que não seja a profecia.Preciso mesmo acabar com isso e retomar o meu casamento e a minha vida.*Assim que minha rainha se retira da sala do trono, um guarda anuncia sua chegada e pede para falar comigo.Posso ver pelo jeito como ele vem de cabeça baixa que a notícia não é nada boa. Quando terei uma notícia boa?O servo se curva e diz:— Majestade, Nicolai fugiu antes de
Dias atuaisJames Habel I - O reiQuando anunciaram a presença de Diana e seu marido, um fio de alegria mexeu comigo. Foi rápido.Esperava a notícia de que o serviço estava pronto e que veio buscar a sua recompensa.Ainda assim, não resisti ao asco do alfa. E acabei dizendo:— Eu disse que não queria a presença dele. Vejo que não é tão profissional como acreditei.Olhos os dois na minha frente. Combinam. Ambos trajados de preto. Os cabelos dela combinando com o couro como uma justiceira de alguma história ridícula dos humanos.— Me perdoe, majestade. Eu não o traria aqui se não fosse urgente.O alfa olha para a mulher como se não soubesse sobre isso.Será que mentiu para ele sobre o serviço ser apenas para ela?Urgente? Então significa que ela não completou... não a matou. — O que seria tão urgente no serviço simples que lhe passei? — Meu tom sai alto de raiva. A mulher não faz o que lhe ordeno e ainda envolve o macho dela. — É demais para você? Se não consegue sozinha precisa me av
SAYMONMuitos anos antes.Tédio. É o que me faz correr pela floresta, como humano mesmo. Não gosto do que sinto quando viro lobo. Meu pai diz que vou me acostumar. Que é normal nas primeiras transformações me sentir estranho.Estranho não chega nem perto. Eu sinto meus ossos se modificando. Não dói, mas é incomodo. Além disso é como se houvesse uma pessoa dentro de mim, um outro eu, mais feroz, irritado.Eu já sou irritado o bastante, não preciso de outro na minha mente.Estou suado, sentado em uma pedra, respirando o ar puro que está cada vez mais escasso com o crescimento dos humanos.Uma lesma lenta passa perto do meu pé. Distraído com meus pensamento o levanto para esmagar.— Não faça isso.Meu pé paralisa antes de tocar o bicho. Sigo meu olhar em direção a voz. E lá está ela. Uma menina loira, de olhos cinza e um vestido com um decote que mostra a marca entre seus seios quase inexistentes. É uma estrela prata.— E por que não? — questiono sem tirar o pé de sobre o inseto.— Porqu
Dias atuaisSaymonDiana mentiu para mim. O idiota do rei nunca quis que eu participasse do serviço. Fui envergonhado na presença daquele babaca porque minha mulher mentiu para mim.Quando ele me interrompe e me chama de bastardo tenho que me segurar para não avançar em sua garganta.Eu não sou imortal e sei que antes que o mate, ele acaba comigo. Além de ter vários guardas armados ao seu redor é um feiticeiro da linhagem dela.Após acabar comigo acabaria com a mulher que carrega o meu filho.Meu filho.Por ele me humilhei e fiquei quieto.Ele parece apavorado com a gravidez. Por isso algo que andei pensando se torna mais plausível.Talvez seja ela a princesa da profecia.Então de alguma forma era o destino termos nos envolvido, afinal eu sou o herdeiro único do meu pai. Ele não teve mais filhos depois que deixou minha mãe para ficar com sua destinada.Da maneira mais louca possível cai nas mãos daquela pequena.Ouço impassível Diana e o rei argumentando sobre se o meu filho vive ou n
RimenaPela magia que não tenho! Não consigo parar de roer as unhas. Aquele homem me deixou trancada aqui e foi falar com sua mulher.E se ele voltar decidido que é mais vantajoso me matar? Que esse filho é um problema...As horas passam e nada dele dar sinal de vida. Acabo dormindo. No dia seguinte acordo faminta. Como estou trancada não sei como conseguir comida.Aqui há um telefone, aprendi como se usa.Tiro do gancho, mas não sei para quem ligar. Aperto o botão escrito portaria e um homem atende. Sem saber o que dizer, desligo. Pode ser perigoso agora que estou sozinha. E se a mulher dele aparecer? Melhor não falar com ninguém e esperar. Há uma pequena geladeira com algumas coisas dentro. Coisas com preços.Pego um sanduiche e anoto o valor com minha letra feia. Pagarei a ele quando voltar.Me sentindo suja por ainda estar com a roupa com a qual sai da casa de Carmen, tomo um banho rápido e coloco um dos vestidos da minha mochila. Quando sinto fome novamente, vou pegando as coisas