– É a Ellora? Já contou a ela? – Agora era a voz de Charlotte que aparecia no fundo, um pouco longe. E os dois conversavam entre eles e ela só escutando, sem entender bem o que acontecia.
– Ia fazer isso agora, Chalie. – Max parecia incomodado.
– Lola E, vamos todos para Los Angeles, Yasfir, Max, Leonard e eu. – Ela mesmo parecia empolgada, era uma novidade que ninguém esperava. E aparecia na tela empurrando a cabeça do irmão.
– Obrigada, Charlotte. – A frustração era evidente. Mas mesmo assim ele parecia feliz com a ideia. – É isso, vamos a um evento que o Leonard patrocina na comunidade LGBT, e ele nos convidou para ajudar na arrecadaç&ati
– Vamos dizer que depois jogo de polo. Aquele que reuniu a família toda. – e todos assentiram observando. – Fui chamar eles para jantar com a gente. – Apontou para ela e o noivo. -- E vamos dizer que já estavam fazendo isso, e ainda bem que ouvi antes de abrir ou bater a porta. Acho que ia ficar traumatizada. Meu irmão e ela. Nossa, muita terapia. –Ellora ria toda sem jeito só lembrando de como aquela tarde tinha sido intensa, e todos ficaram imaginando o que poderia ter acontecido.. – Não ia ser tão divertido como a primeira vez que a gente se viu. – Todos sabiam aquela história, Ellora só blusa de pijama saindo do banheiro e Charlie no meio do quarto dando bronca no Max. – Essa foi a melhor. – Concordou ele. – Mas estamos tranquilos e quietos até. Não, baby? – Ele passava os braços sobre os ombros de Lola apertando que só concordava. – Estou vendo. – Disse Leo– Se isso é tranquilo de vocês, não quero ver o que fazem de ve
Ellora teve que dar o seu melhor para ficar pronta na hora. Ainda mais que dividia o quarto com Patrícia, que era mais enrolada que tudo, nada mudou da época da faculdade. Mas no final todos ficaram prontos, Lola escolhia uma calça preta bem colada ao corpo que realçava o quadril ainda mais com aquele corpete apertado coberto de renda azul escura levemente brilhante era perfeito para a noite. Assim que Max a via, ficava em silêncio só observando aquele decote e como os seios dela ficavam unidos e apertados dentro dele e só balançou a cabeça negativamente, pensando em como iria manter as mãos longe dela. Ele havia deixado o terno de lado, só uma camisa clara e uma calça escura já o deixava tentador, assim como aquele cabelo despenteado propositalmente. Patrícia e Charlie pareciam ter combinado o modelo de vestido, de frente única, porém a amiga era mais cavada nas costas e um tom de verde escuro, em contrapartida a princesa escolhe
Era Yasfir que abria a porta, todo surpreso com as duas ali enquanto ouvia os outros seguiam conversando na sacada. E ele olhava para ambas como se questionasse.– Irmãs? – Às vezes Lola ficava em dúvida se ele era ruivo como Charlotte, e o sotaque dele era bem carregado nem ela entendia às vezes.– Não, é minha amiga. Patrícia, esse o noivo da Bea. Yass. – As pessoas sempre acham as duas parecidas que nem ligava mais. E deixava que os dois se cumprimentassem.– Chegaram. Chegaram. – Bea era primeira a ir até elas, sempre afetuosa como a mãe dela já abraçava uma após a outra. – Sou a Charlotte, irmã do Max. – Ela j&aacut
É só uma festa, você merece. Se arrume, fique lindíssima, use aquele vestido azul que tanto ama. Beba alguns drinks, dance e ria com suas amigas. Era o que Ellora dizia para si enquanto terminava o banho. Apesar de estar exausta mentalmente depois da longa semana de projetos e testes-piloto de implantações que assumira nos últimos meses, esforçava-se para se animar e não desistir de última hora. Entre tantas responsabilidades, ainda era a única pessoa que deveria executar, mas almejava aquela promoção tão prometida pelo diretor. Então, tinha que encarar o desafio até o fim.Mesmo que sua vontade fosse vestir um pijama confortável e acompanhar a noite com uma panela de brigadeiro, ela iria sair. Havia prometido às amigas que se divertiria, não reclamaria e nem pensaria em trabalho. O melhor salto já estava separado, dançaria todas as músicas que quisesse e até paqueraria um cara bonito que chamasse sua atenção. Apenas por diversão, nada sério. Só por aquela noite, não precisava pensar
Era notável a intenção da amiga ao ajustar o vestido preto e brilhante, tentando destacar ainda mais o decote. Como se as quase duas horas que passou se arrumando não tivessem sido suficientes. Lola sempre agradecia por cada uma ter seu próprio espaço e quarto, pois, nesse ponto, eram muito diferentes. Ela era racional, via tudo preto no branco, sem floreios ou ilusões. Sempre dizia a si mesma que, se não houvesse um bom motivo, não valia a pena continuar. Já tinha aprendido essa lição na última vez em que se deixou levar apenas pelo coração e pela emoção. Patrícia, por outro lado, era pura adrenalina, loucamente apaixonada pela vida, pelos riscos e por tudo o que pudesse proporcionar diversão. Enquanto a observava se arrumar, Ellora já sabia: lá pelas 1h da manhã, a amiga estaria bêbada e aos pés dele, mesmo que o visse com outras mulheres. Era sempre a mesma história. E ela nem tentaria intervir. Já estava cansada de discutir horas e horas com Patrícia, que ignorava todos os avis
Depois de mais dois drinks, tudo estava um pouco fora de controle. Como esperado, Lola já tinha perdido uma das amigas de vista na pista de dança. Andrea sempre era a mais ávida em encontrar um par para a noite. Não demorou muito para Lola avistá-la alguns degraus acima, agarrada a um homem alto, de pele escura e completamente careca. O tipo dela. De onde estava, e pelo jeito como se agarravam, era difícil diferenciar quem era quem — pareciam uma coisa só.Lola, por outro lado, não estava interessada nessas aventuras momentâneas. Desviou o olhar, deixando as amigas à vontade para se divertir enquanto se mantinha o mais sóbrio possível. Só queria voltar à mesa após se livrar dos caras inconvenientes que cruzavam seu caminho. Aquele não era o tipo de lugar que frequentava para conhecer alguém.— Menos uma. Quem é a próxima? — apontou para as duas amigas à sua frente, que já tinham pedido outra rodada e viravam mais duas doses com entusiasmo.Seria uma longa noite.Entre idas e vindas at
Era naquele momento que ela esquecia do mundo, ouvindo suas músicas preferidas e dançando livre, sem se importar com quem estava ao redor. Ainda mais quando se juntava à amiga, que compartilhava o mesmo sentimento, e as duas moviam-se em perfeita sincronia, como se fossem uma só. O calor abafado do ambiente as envolvia, e os rostos desconhecidos ao redor se transformavam em borrões. A cada batida da música, sentia o corpo vibrar, como se fosse parte da melodia. A pele queimava e, quanto mais tempo passava ali, mais ela se entregava àquela sensação única de liberdade. Mas quando se virou para abraçar a amiga, ainda empolgada, já desistiu.Naquele instante, apenas as costas de Patrícia e o rosto familiar que não queria ver – Mauro. Ele estava ali, mais uma vez, a abraçando e beijando como se nada tivesse acontecido. No fundo, ela sabia que era apenas questão de tempo até que os dois se encontrassem de novo e começassem a mesma história. Até que demorou para acontecer.Ellora franziu o c
— Grego? – A pergunta dele parecia genuína, fazendo Lola rir enquanto o olhava.Como sempre, alguém perguntaria de onde vinha aquele nome. E, obviamente, ela não parecia uma pessoa de ascendência grega.— Hebraico ou celta, até hoje não sei. – Ela abriu um sorriso, fazendo eco de sua resposta.O que realmente chamava mais a atenção eram os olhos dele, que alternavam entre verdes e castanhos. Com a pouca luz, era difícil identificar, mas a gentileza no olhar quando ele sorria para ela era clara. Os cantos dos olhos se apertavam um pouco ao sorrir, e ele se inclinava para ouvir melhor, respondendo-lhe com suavidade, antes de retornar à pergunta anterior.— Mas, de qualquer forma, mesmo que soubesse dançar, não danço com desconhecidos. Não assim. Valeu pela intenção. – A atenção de Lola se voltava para a garrafa recém-aberta e gelada. Estava quente demais, e a presença dele parecia intensificar o calor. Ele não desistia e, mais uma vez, chamava sua atenção.— Uma pena, adoraria umas auli