— Parece uma boa pessoa – abaixou o currículo da mulher e encontrou um par de pernas muito elegante, bonitos e... — Porra!
Levantou da cadeira subindo seu olhar pelo corpo que não era de Ema com certeza, a cintura fina, a barriga que mal aparecia, os seios pequenos, o pescoço a amostra, a boca carnuda e... Os olhos verdes. Ele limpou a garganta voltando a olhar para o corpo dela, piscou duas vezes e olhou para Ema que sorria e voltou a olhar para a jovem.
— Sou Aline Sobral, senhor Johnson – ela lhe estendeu a mão. Peter hesitou em tocar na pele dela, mas tocou, e apertou sua mão.
Ela tinha a pele macia, ele logo sentiu, com certeza usava alguns cremes para pele, assim como sua noiva que tinha mais creme e maquiagem do que roupas e sapatos. Olhou para o rosto da nova secretária de novo, era tão bonita, com os olhos verdes, e que olhos eram aqueles? Nossa! Era tudo o que sua mente podia dizer “nossa”.
— Peter Johnson – soltou a mão dela vendo o membro ir direto para o lado do corpo magro, queria ser aquele braço que escorreu para debaixo dos seios quando ela cruzou — é um prazer conhecer você.
— O prazer é todo meu. - “não, é nosso”. Pensou sozinho e até riu.
— Certo, já se conhecem – Ema tomou iniciativa quando percebeu os olhares de Peter para cima da mulher. — Senhor Johnson, eu expliquei algumas coisas para Aline, e também informei que qualquer dúvida que tivesse ela podia vir até o senhor.
— Claro, sem problemas – ele sentou de novo. — Seja bem-vinda.
— Obrigada senhor Johnson. – disse sorrindo, aquele “senhor Johnson” tinha alguma coisa, porque aquela boca sussurrando não estava prestando.
— Já vamos indo, se precisar, é só ligar para a mesa dela agora. – as duas riram baixo e viraram as costas.
Peter estreitou os olhos vendo o rebolado pequeno da mulher de cabelo dentro da saia curta que mostrava suas pernas. Aquilo com certeza mexeu com seu pau, porque ele despertou cedo naquela manhã.
Aline saiu da sala do novo chefe com o coração acelerado, olhou para a senhora que circulava a mesa em que trabalharia e pegou sua bolsa logo em cima, olhou para Aline e riu de lado, querendo muito que a nova secretária ficasse confortável naquele lugar. Sabia que nem sempre as pessoas procuravam por Peter sem avisar antes, ligavam primeiro para saber que podiam subir e falar com Peter Johnson, o dono de todo o prédio em que trabalhavam. A única pessoa que não fazia isso, era sua noiva: Ino Miriam, a única dentre todos que não ligava e nem pedia permissão para entrar na sala, apenas chegava, entrava, conseguia o que queria e voltava.
— Ele tem uma reunião às dez horas da manhã, você precisava estar pronta quando ele sair, com um tablet na mão e anotar tudo o que for decidido lá – explicava Ema a Aline que entendia tudo. — Ele também tem uma agenda que discute tudo que aconteceu no dia anterior. Antes de ir embora, você tem que ir com ele para saber o que vão fazer amanhã e lhe informar do que já está marcado.
— Certo. – confirmou, tinha entendido.
— Ah, ninguém pode entrar na sala dele sem ser anunciado, porém, a uma mulher que não precisa ser anunciada, e não é porque tem acesso livre, é porque é sem educação e entra quando quer. – Aline olhou para a porta em frente à mesa e pra senhora depois.
— Quem é? Sua mãe? – sentou na cadeira, e olhou diretamente para a porta, ficando bem na sua frente. Sentiu as pernas tremer.
— Quem dera fosse, é sua noiva – Aline olhou pra senhora. Claro, um homem daquele tamanho, com aquela beleza, só podia ser casado, ou quase casado. — Não se preocupe com Dafne Miriam.
— Dafne? A Dafne Miriam? A modelo? – Perguntou incrédula. — Entendi.
Via aquela mulher em muitas revistas de moda com sua maquiagem excessiva e cabelo sempre arrumado, perfeita para qualquer homem que caia aos seus pés. Era bonita, rica, e uma devoradora de cremes para beleza. E maquiagem.
— Sim, ela mesma – olhou para o relógio e depois para Aline. — Ok, eu preciso ir agora, meu ônibus sai da cidade em poucos minutos – foi até a mulher dando um beijo em seu rosto — se cuide, e qualquer dúvida, vá até a sala de Peter, eu não estarei disponível nem para uma ligação. Mande um beijo pra sua mãe por mim – despediu-se e esperou o elevador chegar para ir embora.
Aline ficou sentada ali, esperando que tudo acontecesse. Não era muita coisa que tinha que fazer, além de atender os telefonemas que chegariam, marcar algumas reuniões e estar do lado daquele homem quando fosse para as reuniões, nada que já não tivesse feito antes. Na empresa em que trabalhava, ela fazia a mesma coisa. Olhou ao redor, tinha muitas coisas sob a mesa, papéis e planilhas, entre elas, estavam uma em que distribuía lucros de seus patrimônios pela cidade, uma coisa importante para está ali. Aline ficou olhando por segundos antes de perceber uma coisa muito errada.
O ramo de comunicação era mais importante que o de entretenimento, porque as pessoas necessitavam de transporte e se comunicar com todo mundo, contudo, a empresa Johnson parecia não saber disso, e mandou uma grande quantidade para o entretenimento, como se, se comunicar com as pessoas, não fosse importe.
— Algum problema? – Aline levantou da cadeira olhando para o rosto do seu chefe. Engoliu a seco antes de falar alguma coisa.
— Não senhor, me desculpe – abaixou a cabeça fechando todo o documento. — Eu só estava vendo... Nada – lhe entregou o documento, Peter olhou para as planilhas e riu de lado.
— Sabe? O mais importante para as pessoas hoje em dia, sair das coisas mais pretas e brancas – Aline ficou de pé, o vendo caminhar pelo espaço que tinha entre sua mesa e a porta de sua sala — coisas para entreter, principalmente as crianças. Não acha?
Aline ficou calada, abaixou a cabeça e sentou.
— Não sou a pessoa certa para opinar, senhor Johnson. – disse. Peter olhava para a boca dela, pintada de vinho, uma tentação, por assim dizer. — Acho que devia investir no que lhe trás mais dinheiro.
— Correto! - olhou novamente para as planilhas e por cima delas, viu Aline revirar os olhos, e morder os lábios. — Algum problema? – ela levantou a cabeça para lhe fitar, os olhos dela eram tão bonitos.
— Não acho que entretenimento traga tanto lucro assim, o mais importante é as pessoas se comunicarem, acho que elas preferem apenas um aplicativo novo, ou um novo modelo de celular. – Falou de uma vez. Peter piscou, ela abaixou a cabeça, tinha a língua grande e isso sempre lhe condenava.
— Até que fim – Peter olhou para o elevador, e um homem surgiu vestido de terno e de cabelo loiro, seu sócio, Kevin Araújo. — já vim buscá-lo, mas é claro, chegou há dez minutos. – desligou o telefone e parou na frente do amigo. — Pronto para mais uma parceria meu amigo? – virou o rosto para cumprimentar a “senhora”... — Meu Deus.
— Olá, sou Aline, a nova secretária do senhor Johnson. – Kevin ficou parado, olhando pra ela. Estendeu a mão para ele, e Kevin a beijou, lentamente, olhando para o rosto da mulher e depois para o corpo.
— É um prazer conhecer você, Aline. – Olhou para Peter e depois para ela. — Amigo, nós precisamos conversar agora – empurrou Peter de volta para sua sala, e trancou a porta depois — Quem é essa gostosa?
— Minha nova secretária? – respondeu, olhando para a porta fechada — não a chame assim, mas respeito, por favor.
— Como não chamar assim? – mordeu o dedo na boca e olhou para o chefe. — É uma gata. Acha que Dafne vai gostar?
— Não quero que agrade ninguém, eu quero apenas que faça seu trabalho direito, e você também procure o que fazer. – Saiu da sala novamente, e encontrou a mulher já de pé, com um sorriso no rosto. — Precisa de alguma coisa?
— Não. A senhora Ema me disse que tinha uma reunião às dez horas, e falou para que o acompanhasse – Peter concordou, lhe entregando sua agenda, e Aline pegou um dos tablet.
— Vamos indo – falou indo em direção ao elevador, ele se abriu minutos depois e entraram. Aline entrou primeiro e ficou do lado esquerdo, Peter do lado direito e Kevin na frente, pois foi o último a entrar.
Ali dentro, o silêncio reinou intensamente, Peter vez ou outra cruzava seus dedos, ou apertava um, Kevin apenas suspirava, sentindo o cheiro que vinha dela. Peter desviou o olhar por dois segundos para encarar a menina de canto de olho, ela estava séria, deixando seus lábios formarem um bico agradável. Riu. Desceu o olhar para o tronco do corpo ao lado, e a primeira coisa que percebeu foi o tamanho da bunda dela. Não era lá uma coisa grande, mas lhe atraiu a ponto de pigarrear desviando olhar, não podia sequer tocar em outra mulher quando a sua não parava de lhe ligar pedindo uma opinião para o casamento.
Coisa que Peter não sabia por onde começar.
A porta se abriu depois de dois minutos e lá estavam eles, na maior sala de reunião no andar abaixo do de Peter, ele deixou a cobertura para sua sala, e os dois andares abaixo do seu para o resto do seu “escritório” ele não gostava de trabalhar com barulho, por isso, exigiu que tudo ficasse do seu conforto. Foi o primeiro a sair do elevador, cumprimentou algumas pessoas e notou olhares atrás, mas não ligou. Chegou na porta da sala de reuniões e abriu, deixou Aline passar primeiro, depois Kevin que foi olhando diretamente para a bunda dela e depois entrou.Quando parou diante dos homens que tratavam de suas coisas, todos olhavam diretamente para Aline, sem saber o que dizer. O Johnson revirou os olhos e se sentou na cadeira que tinha seu nome, bateu os documentos que trazia nas mãos na mesa chamando atenção.— Essa é Aline Sobral, irá substituir Ema por duas semanas, alguma pergunta? – todos levantaram a mão. Peter olhou para Kevin que abaixou a sua. — Vamos começar isso logo – resmung
“Eu não sou seduzível, senhor Johnson, mas sei seduzir”.Foi muita ousadia sua, e burrice dele achar que podia seduzir uma mulher como ela, mesmo que tenha um corpo maravilhoso e ficasse muito bonito apenas com um colete preto e as mangas da camisa dobradas até o cotovelo, aquilo não era o suficiente para se deixar atrair por qualquer homem. Sem contar que o dito cujo tinha uma noiva e casaria em duas semanas, ou seria menos? Quando entrou no carro, riu como se nunca tivesse feito, a cara que ele fez foi hilária enquanto tentava limpar o vinho que escorreu de sua boca para a mandíbula, ela não era qualquer mulher. Não entendia o que tinha feito de tão especial. Escolheu uma roupa sem decote e saia não estava tão curta, arrumou o cabelo de jeito normal para não ter chateações como no emprego anterior, mas mesmo assim, seu chefe tentou seduzi-la, e não diga que foi apenas coincidência, ele olhar de dois em dois minutos foi o que comprovou sua façanha, mas não deu certo, graças à pedra q
— Bom dia, senhor Johnson.Saiu da sala fechando a porta dessa vez, deixou a bandeja de um lado e correu para calçar os sapatos. Olhou para o relógio estava dando exatamente sete horas da manhã. Quando sentou na cadeira de frente pra mesa, o telefone tocou.— Tem que arrumar a sala de reuniões – Aline riu.— Já fiz isso. E também arrumei sua sala, os documentos que precisa levar para lá, e o mais importante, marquei o lugar onde almoça com seu amigo.Ele riu de lado girando na cadeira.— Eu vou almoçar com minha mãe hoje.— Eu sei senhor. As reservas são para amanhã – ele perdeu o sorriso e Aline tampou a boca para não rir alto. — Lhe vejo em dez minutos, senhor Johnson.Desligou o telefone.Peter ficou com o telefone na mão e depois botou no gancho. Aquela mulher era louca, uma tentação de pessoa, mas louca ainda. Ele não queria seduzi-la diretamente no dia anterior, mas depois do seu recado, perdeu a linha do raciocínio que podia ter. Hoje, tinha acordado mais cedo que o previsto so
— É só isso que você quer? – Peter perguntou voltando a olhar para sua noiva. — Eu gosto quando vem no meu trabalho, mas de noite, quando já vou sair, não antes das dez horas da matina – olhou pra mesa de Aline, mas ela fazia seu trabalho.— Peter eu preciso de mais atenção. Vamos nos casar em 14 dias e você parece que está no mundo da lua. Nem quer saber nada sobre o que terá no casamento – reclamou.— Dafne, isso é dever das noivas fazerem. – se ajeitou na cadeira vido pra frente. — Meu dever é trabalhar e pagar toda a festa, que tal? – a loira bateu o pé.— Tá, bom dia então – foi até a mesa e debruçou sobre ela pra dar um beijo na boca do Johnson, e voltou pra sair da sala quando deu de cara com Aline que levantou quando viu a loira e aproximar da saída. Dafne parou na porta da sala de Peter olhou pra Aline com desconfiança – quem é você?— Aline Sobral, a secretária substituta da senhora Ema – falou estendendo a mão. Dafne não se moveu – deseja algo?— Não. – respondeu fazendo bi
Quando voltou para o prédio, subiu de elevador com um sorriso e meio no rosto. As portas se abriram e lá estava ela novamente em sua sala arrumada. Aproveitou para trocar a água da jarra que ficava na mesinha de centro entre dois sofás de espera. Arrumou as cortinas da janela para entrar um pouco de luz quando o elevador se abriu de novo, de costas, Aline viu o Johnson sair e olhar direito para sua mesa, ele ficou olhando sem percebê-la. Aline quis rir quando ele colocou a mão na cintura.— Senhor Johnson, algum problema? – perguntou se aproximando cautelosamente, Peter se virou para ela e negou com a cabeça — em que posso ajudá-lo?— Não, nada. Pensei que demoraria mais para voltar – Aline rolou os olhos e andou na direção dele, mas passou direto.— Senhor Johnson, sei das minhas obrigações, e dos meus deveres, assim também, como sei dos seus. – abaixou um pouco na frente dele para pegar três pastas — isso aqui é para o senhor analisar. Foi deixado logo depois que saiu para o almoço.
Na manhã seguinte Peter foi o primeiro a chegar à empresa, a história da tatuagem grudou na sua mente e ele não conseguia se quer pensar em outro jeito de esquecer. Entrou pra sua sala e não fechou a porta tomou um pouco de água da jarra de vidro e ouviu o barulho de sapato do outro lado da sala teve certeza que era Aline porque assim que ele virou para sair da sua sala, Aline estava na porta.— Cheguei em segundo? Droga! – fez bico. Peter deixou o copo na mesa e olhou pra ela, vestia um vestido tubinho azul sem mangas e sem decotes, as pernas estavam de fora, mas o pano ia até o joelho sem chances de ver a tatuagem. — bom dia senhor Johnson – “senhor Johnson” — algo especial para chegar cedo? Ou sou eu que não sabia que costumava a chegar cedo?— Tem uma coisa bem especial que me fez levantar cedo sim, senhorita Sobral – andou até ela parando na frente — vVocê.Ela ficou olhando pros olhos dele, tentando não se sentir intimidada porque ele não seria capaz disso... Ou era? Seria?— Po
— Não vou me esquecer disso.— PETER! – os olhos de Peter nunca se alargaram tanto ao trombar com Dafne dentro do elevador — meu amor, eu não sabia que você pensava tanto em mim assim – se jogou nos braços dele, Peter a olhou que entrou no elevador, e lá estava Kevin, com a cara de bobo, olhando pra bunda dela — você é romântico demais.— Não sou – Dafne desceu do colo dele e Peter olhou para ela — o que faz aqui?— Ai eu sei que queria fazer surpresa, mas a Aline me contou sem querer – ele olhou pra mulher, e depois pra ela — eu nunca disse mesmo, mas como você adivinhou que eu amava encontro duplo? – ele trincou os dentes, mordendo o lábio.— Toda mulher gosta disso – se abrigou a rir quando ela começou a abanar seu rosto.— Sim meu amor, e isso compensa a broxada de ontem – deu as costas virando para o elevador e puxou Peter junto. Os dois lá dentro arregalaram os olhos com a frase COMPROMETEDORA de Dafne. — Aonde a gente vai?— Conheço um lugar ótimo para casais – Kevin falou leva
— Até amanhã, senhor Johnson.— Você vai foder com ele?— Que linguajar senhor Johnson, estamos em público – ele olhou pra ela — e amanhã talvez você descubra a quarta cor da tatuagem – ele inspirou, furioso — só é perguntar pra Kevin, tá bom?— Tá bom – ele levantou, sorrindo falsamente e ficou na frente dela — vamos ser sinceros Aline, fale a verdade pra você mesma. Não é só porque eu vou me casar que vou deixar de olhar pra outras mulheres, eu ainda não casei e não sei se vou ficar bom depois de casado. Dafne é importante, mas eu não a amo, e se eu quiser foder com outra pessoa, eu vou. Sou um canalha? Sou. E você vai ser minha, essa brincadeira de hoje não vai ficar barato pra você. Antes de você ir embora eu vou comer você, e isso é uma promessa.— Uma promessa? – ela deu um passo pra trás.— Suma da minha frente – mandou, e sentou de novo, ela ficou parada olhando pra ele, e quando viu Dafne se aproximando, virou as costas. Ela não tinha visto Peter lhe olhar com tanta seriedade