— Bom dia, senhor Johnson.
Saiu da sala fechando a porta dessa vez, deixou a bandeja de um lado e correu para calçar os sapatos. Olhou para o relógio estava dando exatamente sete horas da manhã. Quando sentou na cadeira de frente pra mesa, o telefone tocou.
— Tem que arrumar a sala de reuniões – Aline riu.
— Já fiz isso. E também arrumei sua sala, os documentos que precisa levar para lá, e o mais importante, marquei o lugar onde almoça com seu amigo.
Ele riu de lado girando na cadeira.
— Eu vou almoçar com minha mãe hoje.
— Eu sei senhor. As reservas são para amanhã – ele perdeu o sorriso e Aline tampou a boca para não rir alto. — Lhe vejo em dez minutos, senhor Johnson.
Desligou o telefone.
Peter ficou com o telefone na mão e depois botou no gancho. Aquela mulher era louca, uma tentação de pessoa, mas louca ainda. Ele não queria seduzi-la diretamente no dia anterior, mas depois do seu recado, perdeu a linha do raciocínio que podia ter. Hoje, tinha acordado mais cedo que o previsto somente para se arrumar melhor. Escolheu um terno escuro de três peças, calça, paletó e colete, era um verdadeiro homem de negócios, e combinando com seu cabelo liso e jogado por seu rosto, ele estava estonteante naquela manhã. Mas tudo isso não teria sentido, se ele não conseguisse desvendar a origem daquela tatuagem desenhada na pele da Sobral, duas flores que não tinham fim, foi o que ele viu, e tinha que saber mais sobre, pois passou a noite pensando naquele pedaço de pelo marcador, e teria que ganhar dela na sedução pra conseguir mais do que o esperado.
Depois de onze minutos confinado e tentando não perder a cabeça e corre até aquela mulher, puxar sua saia para saber mais sobre a tatuagem, ele saiu da sala e viu a Sobral levantar na mesma hora, agora calçada e com a elegância que Dafne tinha, só que melhor, ela riu para ele enquanto o homem andava para dentro do elevador, as portas se fecharam e os dois ficaram calados. Ali dentro, Peter expirou como uma forma de se acalmar, e como se o destino tivesse só a favor dela, sentiu o cheiro doce vindo da mulher ao seu lado, e não era um simples cheiro, era viciante, impactante, confiante, exótico, a porra de um cheiro afrodisíaco. Aquilo era o quê? Um convite para o sexo? Não, ela não era assim, ou era?
— Senhor Johnson? – “senhor Johnson” — não irá me acompanhar? – Ele acordou por um momento e percebeu que já estava no andar debaixo. E sua secretaria estava na frente, rebolando delicadamente, seduzindo não só ele, como todo mundo do departamento.
Quando chegou à sala, Kevin ia saindo, esperou Aline entrar e abaixar um pouco para colocar os papéis de Peter em seu lugar. O loiro volta a olhar para Peter com uma careta quase sem fôlego.
— Você fez aquilo ontem? – perguntou. Peter concordou olhando ela dar uma volta na mesa, movendo suas pernas com atitude. — E o que deu?
— O que deu? – riu entrando na sala – entrei numa porra de guerra que não sei se vai dar certo. — Ela parou ao lado da cadeira de Peter, juntou as mãos e sorriu para os dois homens. — Ou se vou ganhar.
— Preciso ir ao banheiro antes de começar – Peter também precisava, mas não daria esse gostinho a ela.
Peter olhou para a sala para desviar o olhar da mulher na sua frente. E reparou drasticamente na arrumação que tinha ali. Ficou parado olhando por alguns momentos e até achou feminino demais para uma reunião de negócios muito sérios, olhou pra Aline que se mantinha perto da cadeira que iria sentar.
— Você que arrumou isso? – perguntou sabendo a resposta, ela já tinha dito que sim.
— Sim, o senhor não gostou? – fez bico, abaixando um pouco a cabeça, mas não desfez o olhar.
— Muito feminina, não gosto de flores – botou a mão na cintura, abrindo o paletó mostrando o colete escuro e Aline ergueu o pescoço, empinando o nariz.
— Me perdoe senhor Johnson, quis apenas deixar mais agradável para sua reunião. Prometo que não vou mais colocá-las. – falou, se colocando no seu lugar. Na empresa antiga, ela fazia isso, enchia as salas de flores e deixava mais elegante para qualquer coisa — o senhor Santos, chegou. – avisou indo para trás da cadeira que Peter sentaria e ele sentou ao ouvir passos se aproximando da porta.
Aline foi até o meio da sala e parou para receber os dois homens que entraram, um era moreno, o outro era ruivo, o ruivo era Mateus, muito bonito, elegante, vestido de branco, marcando sua pele bronzeada, muito bonita por sinal.
— Bom dia, senhor Santos – cumprimentou o homem com um aperto de mão — queira me acompanhar – pediu caminhando na frente, Mateus a seguiu depois de conferir a comissão de trás, muito boa. — fique a vontade.
Peter a seguiu com o olhar até ficar atrás de seu corpo, Kevin entrou na sala fechando a porta e se dirigiu até a cadeira do lado esquerdo do Johnson como no dia anterior. Aline pegou o tablet e ficou em alerta.
— Bom dia Peter – o ruivo disse — é um prazer estar aqui novamente, e parece que tens algo diferente hoje – olhou ao redor e Peter suspirou, virou o rosto para ver Aline de canto, queria olhar pra ela e ver que estava errada ao colocar aquelas porcarias em sua sala — eu gostei, achei até confortante, assim isso parece mais uma conversa para decidi os fatos.
— O quê? – Peter se ajeitou na cadeira fechando o paletó – a gente ainda vai discutir sobre a questão de abrir um cassino no seu hotel em Beathan – falou, jogando uma pasta de couro para frente do ruivo que moveu diretamente para seu secretário ao lado.
— Considere feito, vejo que tem bom gosto e incluiu mulheres, é agradável, e sei que fará um bom trabalho lá – falou olhando ao seu derredor e parou em Aline, fitando descaradamente a mulher de olhos verdes – e você, é nova aqui?
— Perdoe-me senhor Santos, mas isso não é assunto para se falar no momento – ditou com gentileza, levemente sorridente.
— E que tal no jantar? – Aline ficou olhando pra ele sem saber o que dizer. Não estava ali para ser conquistada, e nem cantada dentro de uma sala qualquer, mas aquilo foi surpreendente e muito novo para si. Tentou sorrir de maneira agradável e achou uma desculpa qualquer.
— O senhor marcou a reunião cedo porque estaria partindo às dez da manhã. Acredito que há espaço para um jantar, pela noite.
— Acho que posso ficar mais um dia – riu o galanteador e Aline levantou um canto de seu lábio inferior.
— Acho que não será preciso se todos nós fomos almoçar juntos – Peter falou.
— Eu concordo – Mateus levantou a mão.
— Então tudo bem – Mateus riu e Peter só olhou pra ele – mas tenho que lhe informar de algo, senhor Johnson – “senhor Johnson”. “Senhor Johnson”. – vais almoçar com sua mãe.
— Droga! – praguejou baixo e olhou para ela.
— Não se preocupe, eu cuidarei muito bem dela. – riu de novo e assinou o documento permitindo Peter fazer seu cassino hotel dele. – é sempre bom fazer negócio com você Peter. – apertou sua mão quando levantou, Peter fez o mesmo, retribuindo o gesto. Ele passou a encarar Aline e beijou a costa da mão dela olhando para os olhos verdes — até daqui a pouco, senhorita...
— Aline – contou.
— Um nome lindo, para uma mulher linda – se despediu logo e se foi.
Aline arrumou toda a sala antes de sair, Peter já tinha partido e Kevin também deixando ela sozinha com a bagunça pouca que ficou. Olhou ao seu redor e reparou melhor nas flores, tinha escolhido as que estavam disponíveis no momento, e mesmo que Peter não gostasse, ela procuraria pôr as melhores ali. Quando saiu da sala, foi abordada por um dos Oficie Boy da empresa, que lhe entregou um envelope vermelho. Ela pegou e foi embora sem olhar pros lados, entrou no elevador e apertou o botão para subir, olhou para todos do escritório também a olhar até a porta fechar.
Assim que não viu mais ninguém, se desatou a rir da cara de Peter quando Mateus a chamou para sair. Viu tudo pelo vidro da mesa. Estava na cara que Peter queria alguma coisa, mas infelizmente, ele tinha uma noiva, e ela não era do tipo de mulher que se envolvia com homens comprometidos sem fim para si própria. A porta abriu de novo e ela saiu entrando no escritório de Peter, e percebeu a porta do escritório aberta.
Ele tentaria de novo? Será? Riu de lado e foi para sua mesa, mas quando sentiu, seus olhos grudaram na mulher que estava dentro sala. As pernas de fora e suas costas também, o vestido vinho que via de trás cobria apenas a bunda, e só. A loira estava com o cabelo amarrado num coque, e falava alguma coisa segurando a bolsa. Aline inclinou seu corpo para o lado para ver o rosto do chefe que olhava a loira.
Se sentou direito quando ele desviou o olhar, não sabia o que ela falava, mas parecia séria.
— É só isso que você quer? – Peter perguntou voltando a olhar para sua noiva. — Eu gosto quando vem no meu trabalho, mas de noite, quando já vou sair, não antes das dez horas da matina – olhou pra mesa de Aline, mas ela fazia seu trabalho.— Peter eu preciso de mais atenção. Vamos nos casar em 14 dias e você parece que está no mundo da lua. Nem quer saber nada sobre o que terá no casamento – reclamou.— Dafne, isso é dever das noivas fazerem. – se ajeitou na cadeira vido pra frente. — Meu dever é trabalhar e pagar toda a festa, que tal? – a loira bateu o pé.— Tá, bom dia então – foi até a mesa e debruçou sobre ela pra dar um beijo na boca do Johnson, e voltou pra sair da sala quando deu de cara com Aline que levantou quando viu a loira e aproximar da saída. Dafne parou na porta da sala de Peter olhou pra Aline com desconfiança – quem é você?— Aline Sobral, a secretária substituta da senhora Ema – falou estendendo a mão. Dafne não se moveu – deseja algo?— Não. – respondeu fazendo bi
Quando voltou para o prédio, subiu de elevador com um sorriso e meio no rosto. As portas se abriram e lá estava ela novamente em sua sala arrumada. Aproveitou para trocar a água da jarra que ficava na mesinha de centro entre dois sofás de espera. Arrumou as cortinas da janela para entrar um pouco de luz quando o elevador se abriu de novo, de costas, Aline viu o Johnson sair e olhar direito para sua mesa, ele ficou olhando sem percebê-la. Aline quis rir quando ele colocou a mão na cintura.— Senhor Johnson, algum problema? – perguntou se aproximando cautelosamente, Peter se virou para ela e negou com a cabeça — em que posso ajudá-lo?— Não, nada. Pensei que demoraria mais para voltar – Aline rolou os olhos e andou na direção dele, mas passou direto.— Senhor Johnson, sei das minhas obrigações, e dos meus deveres, assim também, como sei dos seus. – abaixou um pouco na frente dele para pegar três pastas — isso aqui é para o senhor analisar. Foi deixado logo depois que saiu para o almoço.
Na manhã seguinte Peter foi o primeiro a chegar à empresa, a história da tatuagem grudou na sua mente e ele não conseguia se quer pensar em outro jeito de esquecer. Entrou pra sua sala e não fechou a porta tomou um pouco de água da jarra de vidro e ouviu o barulho de sapato do outro lado da sala teve certeza que era Aline porque assim que ele virou para sair da sua sala, Aline estava na porta.— Cheguei em segundo? Droga! – fez bico. Peter deixou o copo na mesa e olhou pra ela, vestia um vestido tubinho azul sem mangas e sem decotes, as pernas estavam de fora, mas o pano ia até o joelho sem chances de ver a tatuagem. — bom dia senhor Johnson – “senhor Johnson” — algo especial para chegar cedo? Ou sou eu que não sabia que costumava a chegar cedo?— Tem uma coisa bem especial que me fez levantar cedo sim, senhorita Sobral – andou até ela parando na frente — vVocê.Ela ficou olhando pros olhos dele, tentando não se sentir intimidada porque ele não seria capaz disso... Ou era? Seria?— Po
— Não vou me esquecer disso.— PETER! – os olhos de Peter nunca se alargaram tanto ao trombar com Dafne dentro do elevador — meu amor, eu não sabia que você pensava tanto em mim assim – se jogou nos braços dele, Peter a olhou que entrou no elevador, e lá estava Kevin, com a cara de bobo, olhando pra bunda dela — você é romântico demais.— Não sou – Dafne desceu do colo dele e Peter olhou para ela — o que faz aqui?— Ai eu sei que queria fazer surpresa, mas a Aline me contou sem querer – ele olhou pra mulher, e depois pra ela — eu nunca disse mesmo, mas como você adivinhou que eu amava encontro duplo? – ele trincou os dentes, mordendo o lábio.— Toda mulher gosta disso – se abrigou a rir quando ela começou a abanar seu rosto.— Sim meu amor, e isso compensa a broxada de ontem – deu as costas virando para o elevador e puxou Peter junto. Os dois lá dentro arregalaram os olhos com a frase COMPROMETEDORA de Dafne. — Aonde a gente vai?— Conheço um lugar ótimo para casais – Kevin falou leva
— Até amanhã, senhor Johnson.— Você vai foder com ele?— Que linguajar senhor Johnson, estamos em público – ele olhou pra ela — e amanhã talvez você descubra a quarta cor da tatuagem – ele inspirou, furioso — só é perguntar pra Kevin, tá bom?— Tá bom – ele levantou, sorrindo falsamente e ficou na frente dela — vamos ser sinceros Aline, fale a verdade pra você mesma. Não é só porque eu vou me casar que vou deixar de olhar pra outras mulheres, eu ainda não casei e não sei se vou ficar bom depois de casado. Dafne é importante, mas eu não a amo, e se eu quiser foder com outra pessoa, eu vou. Sou um canalha? Sou. E você vai ser minha, essa brincadeira de hoje não vai ficar barato pra você. Antes de você ir embora eu vou comer você, e isso é uma promessa.— Uma promessa? – ela deu um passo pra trás.— Suma da minha frente – mandou, e sentou de novo, ela ficou parada olhando pra ele, e quando viu Dafne se aproximando, virou as costas. Ela não tinha visto Peter lhe olhar com tanta seriedade
Ela tinha que se afastar, mas pelo amor de Deus, como ela podia se afastar daquele homem enquanto beijava sua boca? Ele apertou sua bunda girando ela no lugar e levantou jogando a mulher em cima da mesa, praticamente subiu ali jogando tudo no chão somente para ter mais lugar para ficar com Aline. Ela tocava na sua nuca e descia pelas costas nuas, ainda não entendia o motivo de ele ter tirado a roupa pra se limpar, mas não iria pensar naquilo agora, apenas sentir aquela boca na sua. As mãos dele subiu um pouco da saia dela e foi chegando a calcinha. Aline abriu os olhos depois do beijo avassalador e viu que ele falava sério quando disse que foderia ela. Mas ele pensava o que? Que seria em cima de uma mesa qualquer?— Espera – ela pediu, ele nem ligou, apenas deixou ela mais a vontade em cima da mesa enquanto passeava suas mãos pela pele sedosa e branqueada que ela exibia com muito gosto. Nem mesmo se pudesse ela teria força para dizer não para Peter Johnson. — Senhor Johnson.Era só o
— Eu disse talvez, e eu não quero. Não quero! – fez questão de dizer olhando pra boca dele maravilhosa e umedeceu seus lábios involuntariamente. O beijo dele ficou em sua boca, o gosto dos seus beijos e até o efeito do prazer que sentiu quando ele lhe tocou ainda estava na pele, mas ela não podia mais correr o risco de fazer tudo outra vez.Não cairia nas garras de outro homem como tinha feito antes. Não faria isso. Peter ficou parado olhando pra ela, e aquilo não ficou bom. E não ficou mais quando ele se aproximou, agarrando sua cintura. Não tentou beijar sua boca, nem nada, apenas olhou nos olhos dela. E ele, tão bonito, charmoso, alto e forte. As mãos dela foram subindo devagar pelo corpo dele e parou nos braços subindo mais e parou nos ombros, nenhum dizia nada, apenas se olhavam.— Porque não? – ele perguntou apertando a cintura dela com delicadeza — você também me deseja, posso sentir seu corpo todo tremer enquanto me toca, enquanto eu te toco. Será que a manhã não foi boa?— Nã
Ela tinha lágrimas nos olhos ao se lembrar desse dia, transaram em cima da mesa como já era de costume, ela costumava o chupar antes de começar a trabalhar, gostava quando ele a enchia de presentes e elogios, dizia era bonita, charmosa, e estava sempre arrumada ela o amava por inteiro. Mas não pode ficar muito tempo, o coração não aguentou tudo o que teve que passar. E ela não passaria por aquilo de novo, não de novo e do mesmo jeito. Não. Simplesmente não.A porta do elevador abriu e ela saiu sem hesitar, andou até seu carro que tinha alugado e destravou o alarme, quando abriu a porta, viu o elevador chegar ao estacionamento de novo e Peter saiu dele, olhando em volta até avistar ela parada a ponto de entrar no carro. Aline podia fazer tudo depressa, mas ela não se mexeu, esperou ele vir até a sua frente e ergueu uma sobrancelha, esperando ele dizer o que queria.— Não precisava ter saído daquele jeito – ele disse.— E você não precisava ter vindo atrás de mim – disse, ele botou as m