Quatro

“Eu não sou seduzível, senhor Johnson, mas sei seduzir”.

Foi muita ousadia sua, e burrice dele achar que podia seduzir uma mulher como ela, mesmo que tenha um corpo maravilhoso e ficasse muito bonito apenas com um colete preto e as mangas da camisa dobradas até o cotovelo, aquilo não era o suficiente para se deixar atrair por qualquer homem. Sem contar que o dito cujo tinha uma noiva e casaria em duas semanas, ou seria menos? Quando entrou no carro, riu como se nunca tivesse feito, a cara que ele fez foi hilária enquanto tentava limpar o vinho que escorreu de sua boca para a mandíbula, ela não era qualquer mulher. Não entendia o que tinha feito de tão especial. Escolheu uma roupa sem decote e saia não estava tão curta, arrumou o cabelo de jeito normal para não ter chateações como no emprego anterior, mas mesmo assim, seu chefe tentou seduzi-la, e não diga que foi apenas coincidência, ele olhar de dois em dois minutos foi o que comprovou sua façanha, mas não deu certo, graças à pedra que ela carregava no lugar de um coração.

Quando chegou ao prédio, guardou o carro e subiu pele elevador do estacionamento mesmo. Chegou ao apartamento que tinha alugado e abriu sem fazer barulho. Deixou suas coisas perto da porta e foi tirando os sapatos enquanto andava para cozinha, gargalhava ao lembrar-se da cena. Chegando à cozinha, abriu a geladeira onde pegou uma garrafa de água e bebeu um pouco. Sentou-se na baqueta no balcão e olhou pra frente, pensando em tudo que tinha feito naquele dia. O primeiro dia de emprego não foi totalmente um desastre, na verdade, foi muito bom. Percebeu mais ou menos como as coisas funcionavam ali e gostou. Dali por diante, seguiria ainda mais as regras de Ema e tentaria dar o seu melhor e ajudaria o Johnson com o que tinha percebido no decorrer do curto tempo.

Sua primeira percepção, é que Peter Johnson, chegava cedo ao trabalho, ela olhou todo o lugar assim que o elevador abriu. Deixou algumas sacolas em cima da sua mesa e abriu a porta da sala do chefe. Exatamente isso, ele não tinha chegado ainda. Outra coisa que notou quando foi apresentado por Ema na primeira vez que viu Peter, ele estava com cara de dor, era tão notório que ela se perguntou se ele fazia academia, ou pratica algum esporte, já que seu corpo era grande, ombros largos e pernas grossas. Pensando nisso, ela limpou a mesa com resíduos de vinho da noite passada, riu ao lembrar de novo, ajeitou os papéis e deixou um copo de água e do lado um remédio para dor, ele iria precisar. Passou os olhos pelos documentos em cima da mesa, àqueles seriam levados para a reunião com o Santos, ao se lembrar disso. Aline deixou a sala de Peter e a sua também, desceu um andar para arrumar a sala de reuniões.

Os homens que já tinham chegado foram a seguindo como cachorrinhos depois que ela perguntou somente de um, onde ela poderia conseguir flores para pôr em jarros, e de repente, estava rodeada delas. Arrumou a sala deixando um gostinho mais bonito para qualquer pessoa. Deixou o andar debaixo e subiu novamente. Quando o elevador abriu, se encontrou sozinha novamente, suspirou entediada ainda, alguma coisa em sua mente dizia que tinha esquecido algo. Não teve tempo de lembrar quando de repente, o elevador abriu novamente, e dessa vez, Peter apareceu, ele pareceu tomar um susto quando a viu, trocou a maleta que trazia de uma mão para a outra.

— Senhorita Sobral, já aqui tão cedo? – perguntou, se aproximando perigosamente.

— Disse que faria meu trabalho direito – falou olhando nos olhos escuros. Peter olhou ao redor e deu de ombros.

— E onde estão seus sapatos? – Aline olhou pros seus pés. Claro, tinha tirado para ter mais velocidade. Mas apesar do desconforto ao ser pega assim, ela não se abalou, apenas deu um sorriso de canto.

— Vou colocá-los em um minuto – falou. E seguiu para dentro da sala de Peter, ele a seguiu vislumbrando a roupa dela naquele dia. Estava de saia novamente, só que mais curta e apertada — Como se sente? – Peter entrou na sala logo atrás dela, e ao ouvir sua pergunta, parou.

— Por quê?

— Ontem me pareceu abatido e cansado – ela pegou o comprimido e o copo de água — Pensei que pudesse aliviar sua dor – falou andando até ele. Peter deu um sorriso de lado vendo-a descalça, parecia ainda mais bonita, pisando delicadamente no chão.

Aline parou na sua frente e lhe estendeu o comprido, ele olhou ao redor e levantou as mãos, ambas ocupadas, Aline parou o sorriso, mas não deixou nada sair do seu controle, levou sua mão até a boca do Johnson, onde deu o comprimido e depois a água. Peter passou por ela rindo do seu feito, ela ficou com raiva, ele sabia. Aline mordeu o lábio, e virou na direção dele, se aproximando da mesa.

— Obrigado pelo remédio, mas não precisava – deixou à pasta na mesa, Aline deixou o copo de água na bandeja que tinha trago.

— Garanto que vou trabalhar melhor com o corpo descansado – pegou a bandeja. — Sei que não é da minha conta, mas pratica algum esporte?

— Sim. Em cima da cama, em várias modalidades e poses – Aline entendeu a deixa, mas não perdeu a oportunidade.

— Pensei que o sexo fosse apenas para aliviar a tensão, relaxar o corpo, e não para destruir – virou as costas, e olhou para sua mesa, só naquele momento ela percebeu que tinha mudado, riu de lado e virou pra ele — Bom dia, senhor Johnson.

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