— Não... Está tudo bem! Eu já estou indo. — respondi. — Admito que hoje está fazendo mais frio do que os outros dias. — fiz careta. Será que já estamos no inverno? — Mas, obrigada mesmo assim. — sorri. — Tenho que voltar, e por mais que aqui esteja muito melhor do que lá dentro, ainda preciso voltar e aguentar a tortura que é ouvir esses homens falando. — rolei os olhos, e o Shawn assentiu rindo.
O cheiro de nicotina que eu tinha sentido antes havia voltado após assim que me calei, e o Shawn também percebeu no mesmo instante. Ele suspirou e olhou para algo atrás de mim, logo levantou sua sobrancelha e franziu a testa.
— Tive que pegar outro esqueiro no carro... — uma voz masculina ecoou atrás de mim, me fazendo virar e encarar o garoto.
Era o Ruel. Ele estava com um cigarro aceso nos dedos. Isso provava ser ele fumando. O loiro estava bem-vestido. Usava uma calça jeans escura, e uma camisa social preta. Sua gravata também era da mesma cor, e nos pés, ele tinha um tênis.
Ele encarou o Shawn, que estava atrás de mim, e logo me olhou dando de ombros em seguida, passando ao meu lado, e ficando junto ao seu amigo.
— Demorei? — perguntou enquanto levava o cigarro em sua boca.
— Nem tanto! — respondeu Carter, e voltou a olhar para mim. — Lore, sobre o quê estávamos falando? — perguntou com a testa franzida, com sua expressão pensativa.
— Eu já estava indo... — sorri gentilmente e assenti. — Vamos marcar de sair? Eu, Connor, você e a Anne! Nunca mais saímos juntos, e admito que estou com saudade. — falei ajeitando meu cabelo, e fazendo uma careta por puxar um fio sem querer.
— Claro! — sorriu como resposta, e assenti.
O Ruel ao seu lado se manteve calado. Pareceu entendiado com a nossa conversa, e isso incomodou. Eu já ouvi um boato sobre ele ser problemático e difícil de lidar, e foi por isso que a sua ex namorada terminou com ele, mas não sei se é verdade, até porque boatos são mentiras até que provem o oposto.
Ele percorreu seus olhos pelo meu corpo, e admito que foi muito constrangedor e irritante para mim. Seu olhar parou nos meus pés, onde ele prendeu a risada e logo voltou para o meu rosto.
— Sapatos bonitos! — comentou com um dos seus olhos fechados enquanto tragava novamente o cigarro
O comentário soou como ironia, e isso me irritou ainda mais. Se não gostou dos sapatos, por que o comentário irrelevante? Ele é um dos meus preferidos, e o laço que fiz estava adorável. Bom, espero não estar parecendo uma dessas garotas metidas agora. Odeio quando pensam isso de mim só porque venho de uma família rica. Sou bem o oposto. Odeio todos eles.
Dei de ombros, ignorando Ruel e o seu comentário. Sinto que não me darei bem com ele.
— Até mais, Shawn! Se você voltar para lá, me procura. Estou em umas das mesas principais. — acenei com a mão como despedida e voltei para o jardim.
Voltei para a enorme sala cheias de mesas e sentei novamente naquela que era exclusivamente para o meu pai. Aquele casal que estavam conversando com eles quando saí, ainda continuavam sentados, o que me fez franzi a testa e encarar os dois de uma forma disfarçada.
— Até que fim chegou... Você demorou, querida. — sussurrou minha mãe, e pressionei os lábios um tanto quanto tediosa.
— Perdi a noção do tempo. Desculpe! — falei olhando para ela.
— O meu filho também saiu. — comentou o Ralph ao lado da sua esposa. — Inclusive, ele saiu faz bastante tempo. — acrescentou olhando para trás, na esperança de achar o filho que estava lá fora fumando cigarro e prejudicando o seu pulmão. — Depois me acerto com ele. — voltou a nos olhar.
Depois de tanto falatório, voltamos para casa quase meia note. Meu pai conversou com Ralph durante o evento todo. Eles discutiam e conversavam após cada término das apresentações. Minha mãe também discutia alguma coisa com Kate, a esposa do Ralph. E o Ruel não voltou. Ficou lá fora o resto da noite, provavelmente terminando sua caixa de cigarro.
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No dia seguinte tomei um banho rápido após acordar, mas descansei primeiro. Já que um dia inventei de acordar e ir direto para o banheiro, o que me fez desmaiar, e eu não queria fazer isso de novo. Vesti uma calça jeans clara e uma blusa gola alta da cor preta, coloquei um tênis, e também peguei minha bolsa. Desci as escadas e fiz um pão rápido. Separei dois pães integral que tinha formato de torrada, logo passando um pouco de geleia de morango, e comendo enquanto o motorista do meu pai me levava para o colégio.
Agradeci ao Thomas, e desci do carro, indo em direção ao portão enorme do colégio. Eu não gostava de vim com o motorista do meu pai. Sempre insisti para que ele me deixasse só. Eu poderia pedir um táxi, ou até mesmo pedir para que a Anne me buscasse em casa. Porém, Benjamin está paranoico. Alegou ter medo de alguma coisa acontecer comigo, o que me deixou confusa. Nunca aconteceu. Por que aconteceria agora?
Ao entrar na sala, vi a Ariel sentada em seu lugar, e a Anne com o Shawn, e ao lado deles estava o Ruel, que mexia desesperadamente em seu celular. Parecia estar digitando alguma coisa. Ele fechou os olhos com um semblante irritado e logo os abriu, me olhando em seguida e dando de ombros.
Sorri para Ariel e me aproximei da sua cadeira. A morena sorriu de volta, e bateu palma apontando para a minha roupa, o que me fez rolar os olhos e ri sem graça. Ela também estava linda. Usava um vestido solto de flores, e um salto baixo. Sempre achei a Ariel fofa de um jeito tão lindo.
— Eu literalmente amo as suas roupas! — sorriu para mim e se virou. Sorri agradecida. Ele sempre me elogia de manhã, e se eu tivesse baixo autoestima, ela faria de tudo para aumentar. Isso é o motivo para eu amar tanto as minhas amigas.
— E você fala isso todas as manhãs! — eu disse sorrindo. — Por que você não foi ontem? — perguntei com a testa franzida.
— Fiquei com uma cólica terrível. — fez careta, provavelmente lembrando da dor. — Por isso não fui, porém, agradeci porque não tive que aturar aquela tortura, mas fiquei com dó de você por aguentar. — me olhou rindo.
— O Shawn estava lá. — falei olhando para ele, que estava ao lado da Anne. — Com o Ruel! Os Evan's serão os novos sócios da empresa do meu pai. — expliquei.
— Sério? A Anne também estava? — perguntou.
— Não! — murmurei. — Por mais que eu cobre todos os dias, porque ela me prometeu que iria comigo. — eu disse alto quando a vi vindo em nossa direção, o que fez ela rolar os olhos e rir.
— Nossa, como você é insistente. — me olhou brincalhona. — Irei um dia! Eu prometo! — falou se sentando e me abraçando.
— Nem vem! Eu não acredito mais nas suas promessas. — neguei, me encaixando em seus braços.
— Tenho uma novidade para contar para vocês! — bateu palma me encarando e logo encarando a Ariel, que mantinha sua testa enrugada.
— Que novidade? — perguntei curiosa.
— Iremos em uma festa hoje! — disse animada.
— Iremos? — encarei seu rosto com uma expressão de negação no meu.
— Em uma festa? — Ariel completou e negou.
— Sim! Todas nós! — falou Anne. — Shawn e os amigos darão uma festa na casa dos Jack's, e eu disse que chamaria vocês! — comentou. — Inclusive o Cameron ficou muito feliz quando soube que eu levaria você! — disse para Ariel e sorriu descarada.
Jack Murphy e Jack Stone.
— Não dá! — respondeu à morena. — Temos prova na segunda, e eu vou estudar a noite inteira. — Ariel negou.
— Caramba, Ariel, a prova é na segunda. — Anne disse frustrada. — Você pode estudar no sábado e domingo. — acrescentou. — Lore? — me olhou.
— É... — pressionei os lábios. — Tanto faz! Nunca mais saí de casa, então acho que seria uma boa ir nessa festa. Contanto que quando eu querer ir embora, você não me impeça. — exigi, e ela jurou com as mãos que não faria isso.
— Gente, é sério! — Ariel debateu. — Quero manter as minhas notas. — acrescentou.
— Ariel, suas notas são uma das melhores da sala... — comecei. — Então, se você se permitir se divertir hoje, acho que não perderia na prova na segunda. Você pode estudar sábado e domingo, e eu prometo que estudarei com você! — disse, e a morena pressionou os lábios ainda hesitante.
— A festa será às nove! — disse Anne
— Por que tão tarde? — a morena perguntou irritada.
Anne também contou sobre a festa a Loren e Sydney, que chegaram atrasadas no colégio, e as mesmas aceitaram sem hesitarem. As aulas foram tranquilas, prestei atenção em tudo. Nunca fui muito exigente, mas minhas notas eram boas. Eu era a terceira que tirava notas boas na sala, Ariel era a segunda, e o Ruel o primeiro, por mais que seja sopresa, ele é muito inteligente.
Passei a tarde toda conversando com o Connor pela ligação. Ele disse estar mal, e até cogitei visitá-lo para levar algum remédio, mas ele disse que não precisava, e que não queria que eu ficasse doente e pegasse gripe dele. Pedi para que o mesmo fosse ao hospital. O loiro me respondeu que já tinha ido, e que em alguns dias, ele ficaria bem, e torço para que assim seja.
De tardinha conversei com a Ariel para que ela fosse para a festa. Ela estuda tanto que quase não se diverte, se dedica tanto aos estudos devido à sua família que é muito exigente, e fiquei feliz por conseguir fazer com que ela fosse conosco.
Quando eram oito horas, eu comecei a me arrumar. Escolhi uma saia colada quadriculada vermelha e preta. Um cropped tomara que caia preto, e um blazer que também era da mesma cor. O pano passava da saia. Nos pés, escolhi uma bota coturno, também da cor preta, e fui para o banheiro, onde tomei um banho. Ao sair, fui logo escolhendo uma calcinha branca, e enxuguei meu corpo.
Passei creme hidratante, e vesti a roupa que escolhi. Coloquei o colar que costumo usar, e pus o coturno, voltando para o espelho e esfumando lápis de olho preto em baixo do meu olho. Escolhi fazer um delineado pequeno, e usar um pouco de blush. Não uso muita maquiagem, então para mim, já estava ótimo. Por último, passei um gloss vermelho e também meu perfume. Uma mensagem de Anne avisando que já estava na frente da casa chegou em meu telefone, fazendo-o vibrar, e logo respondi falando que já estava descendo.
Eu não precisava pentear o cabelo, já que ele não estava feio. Só precisei ajeitá-lo com as mãos sem desfazer meus cachos. Desci as escadas, e procurei pelos meus pais, e assim que avistei os mesmos, acenei em despedida, e o mais velho me olhou repreendendo.
— Tem hora para voltar? — perguntou, e dei de ombros.
— Não. — respondi, ajeitando a saia.
— Antes das duas. — comentou e neguei.
— Se Deus quiser, eu chego às quatro da manhã. — falei.
— O quê? — perguntou incrédulo.
— Dê um desconto! Eu sempre vou para os eventos da empresa sem reclamar. — debati, o que fez ele compreender e me olhar estreito.
Minha mãe apenas riu, e me despedi deles, não queria deixar a Anne esperar mais do que já esperou. Entrei no carro da minha amiga, que me olhou surpresa, me fazendo repensar sobre a roupa que escolhi. Ela estava exagerada para uma festa simples de estudantes?
— O que foi? — perguntei curiosa, o silêncio dela estava me fazendo enlouquecer.
— Nada. — sorriu. Você está demais! — ela disse começando a dirigir.
Passamos na casa da Ariel, que logo desceu e sorrimos quando a vimos. Ela estava incrível, vestia um vestido preto da alça grossa, ele era justo no busto, e da cintura para baixo era um pouco solto. Seu cabelo batia nos meio das costas. A morena usava um saltinho baixo. Não estava maquiada, tinha apenas um gloss avermelhado nos lábios. Ela entrou no carro, e Anne voltou a dirigir.
— Uau, você matará todos os garotos da festa! — brinquei, e ela rolou os olhos.
Não demorou para chegarmos na casa dos Jack's. A frente estava lotada de pessoas, algumas beijando em trio, e outras apenas bebendo e conversando em grupo. A fumaça e o cheiro de nicotina era notável. Meus olhos embargaram quando entramos na casa, me fazendo tossir um pouco, e olhar para Ariel, que já tinha uma expressão de arrependimento no rosto. A luz do cômodo era azul, e a música de Chase Atlantic estava tão alta que com certeza minha cabeça não demoraria de doer.
Loren e Sydney ainda não chegaram, provavelmente viriam mais tarde. Elas sempre se atrasam, sempre mesmo, que até estamos acostumadas. Seguimos a Anne que foi até o quintal da casa, onde a fumaça não ficava acumulada, pois era aberto. Tinha alguns sofás e cadeiras ali. Eu e Ariel sentamos em um que cabia apenas duas pessoas e Anne foi ao encontro do Shawn que tinha um cigarro aceso em seus lábios.
— Está arrependida, não é!? — perguntei olhando para a Ariel, que tinha uma careta em seu rosto.
— Sim. Estou! — ela disse meio irritada. — Eu nunca mais vou aceitar qualquer convite para esse tipo de festa. — acrescentou. — Aqui parece um encontro de bêbados, drogados e fumantes. — sussurrou, e ri.
— Vamos beber alguma coisa? Eu te garanto que assim que beber algo, você vai se acostumar com o ambiente. — falei me levantando.
— Eu não quero beber nada! — ela indagou firme enquanto olhava ao redor.
— Ok, então vou trazer uma bebida fraca para você. — falei me distanciando.
— Lore, estou falando sério! Eu não vou beber nada. — gritou, e olhei para ela. Dei legal como confiança e soltei um beijo.
Quando virei de volta, me bati com uma pessoa que estava vindo de encontro. Encarei o rosto do Murphy, que tinha sua sobrancelha arqueada, e pressionei os lábios.
— Desculpe, eu não te vi. — me desculpei.
Murphy era bonito, mas era bem babaca às vezes. Ele era um dos Jack's, e também amigo do Shawn.
— Tudo bem, gatinha! — sorriu para mim. Gatinha? Sério? — Amiga da Anne, certo? — perguntou e assenti. — Tem bebida lá na cozinha. O Stone está lá, então se sinta em casa — piscou. — Obrigada! — forcei um sorriso. Esforcei para que passar no meio dos adolescentes que dançavam para ir até à cozinha. Apertei a mão irritada por alguém ter pisado no meu pé e respirei fundo. Com certeza, meus dedos ficariam cheios de calos. Se eu estivesse com tênis branco, estaria puta da vida. Entrei na cozinha, onde ainda tinha algumas pessoas acumuladas, mas logo se apressaram para sair. Stone não estava mais ali como o Murphy havia dito. Peguei dois copos e coloquei uma bebida da cor verde no meu, e também uma vodca que achei em cima da mesa. No copo da Ariel escolhi colocar enérgico e também um pouco de vodca. Dei um gole para experimentar só para conferir estar fraca, e para mim, parecia suco por falta de álcool. Já a minha estava um pouco forte, a quantidade de álcool estava na medida que gosto,
Ruel — Casa do Murphy hoje... — a voz alta do outro lado da linha fez com que a dor em minha cabeça piorasse. — Fala baixo, Carter... — pedi. — Filho da puta... — juntei as sobrancelhas. — Vá se foder! — disse, seu tom agora era baixo. — Se drogou de novo? Como você não cansa? Você vai acabar tendo uma overdose, porra... — me repreendeu. — Festa hoje de novo, Shawn!? — resmunguei após ignorar seu comentário. Eu havia acordado com o celular vibrando em baixo de mim. Depois de deixar Lore em casa, fui para a minha. Eu não estava a fim de festa. As coisas que venho fazendo com o Ralph estão me deixando maluco. — Sim. De novo! — respondeu meu velho amigo. Rolei os olhos e enquanto levantava da cama. Me esforcei para que o meu corpo me obedecesse. Minha cabeça estava girando, como consequência do exagerado nos comprimidos e na bebida que ingeri no quarto ontem a noite. Encarei o chão após meu pé doer devido a um dos meus isqueiros. Eu havia pisado. Peguei-o e joguei em cima do lenço
A tarde pesquisei mais sobre a Lore. Nas suas redes sociais tinham apenas três fotos suas. A primeira com suas amigas, outra em uma praia. Ela usava um jeans claro e um biquíni preto. E a última com o Connor. Lore tinha dezessete anos, atualmente solteira, mas ainda assim, sua amizade com o Connor Pierce, demonstrava algo a mais. A garota havia publicado uma foto com seus pais há segundos atrás, e decidi curtir e seguir. Orlando logo seguiu de volta. Questionei se ela sabia ou não sobre o pai ser chefe da máfia mais famosa e criminosa do país. Sua mãe era uma ótima advogada, a qual faria um disfarce perfeito para o Benjamin. Família perfeita. Não tinha como ninguém suspeitar ou achar que ele se envolveria em uma coisa assim. Ela e minha tia ficariam empatadas em questão de serem ótimas no que faziam. Meu pai foi procurado pelo Benjamin. Orlando alegou ter ouvido muitos comentários positivos sobre o trabalho do Ralph, e então ficou interessado. Entrou em contato e disse precisar ter
LOREO vento que entrava pela janela do carro, fazia meu corpo se arrepiar. Estava frio e a chuva começou a cair minutos atrás. Fraca, na verdade, mas com certeza já engrossaria em segundos. O motorista dirigia tranquilamente. Minha mãe estava ao meu lado, e meu pai no banco da frente. Estávamos indo para o funeral de Edgar. Um homem que trabalhava com meu pai na empresa. Ele sofreu um infarto.Quando acordei e desci para cozinha, onde pretendia comer alguma coisa. Vi Carla com um semblante triste. Eu estava arrumada, pois iria até a casa da Ariel para estudarmos, porém, desisti quando a mulher deu a notícia. Eu não conhecia Edgar, mas já o vi algumas vezes nos eventos e na empresa. Meu pai estava arrasado. O homem tinha uma muita consideração pelo Edgar. O falecido era praticamente como se fosse da família para ele.Quando o carro parou, descemos e entramos no cemitério. A chuva começou a engrossar, e por sorte, lembrei de pegar o guarda-chuva. Quando nos aproximamos da família Miles
LOREDepois de tanta insistência, Ruel aceitou jogar e assim que levantamos, um casal pediu para participar. Por mim, estava tudo bem, mas o loiro chato resmungou incomodado. O namorado acabou fazendo um strike na primeira arremessada, fazendo sua namorada de cabelo loiro aplaudir e sorrir.Era a vez do Vincent. Ele colocou cuidadosamente o dedo do meio e o anelar nos buracos da bola, e se preparou para arremessar, também fazendo um strike. Seus dedos se movimentavam em perfeita sincronia e engoli seco, sentindo meu rosto queimar. Ele me olhou, e um sorriso quase impercebível surgiu. Sorri de volta e me levantei.Era a vez da Fefe. Quando ela arremessou, quase todos os pinos caíram, exceto dois, fazendo-a arremessar de novo, e ter o mesmo resultado. A garota cresceu o bico irritada, e cruzou os braços. Esta estava decepcionada com si mesma. Seu namorado a acalmou, e disse que na próxima, a garota conseguiria.Era a minha vez. Ajeitei meus dedos na bola, e me posicionei, sem dobrar o c
Contém Gatilho. RUEL Eu estava sentado sozinho no sofá da casa da minha avó, enquanto Ralph e seu irmão conversavam sobre seus assuntos sérios na área externa da casa, fora do cômodo. Já Kate, minha mãe, estava no jardim com a esposa do meu tio e minha progenitora. Clary, mãe do meu pai, nos convidou para virmos almoçar em família hoje, alegando que nunca mais viemos nesses almoços, e ela estava certa. Como os trabalhos do Ralph aumentaram, ele acabou esquecendo muitas coisas, e inclusive, almoçar com a família Evans era uma delas. Isso está fazendo com que o velho fique mais estressado que o normal. Ontem, quando acabei de acordar, o Ralph já estava estressado. O capanga do Benjamin abriu a boca, e falou que ele fazia apenas o que o seu chefe mandava. E o seu último ato feito foi sequestrar uma garota para chantagear o pai, o qual estava devendo uma boa grama pro Orlando, e quem acabou sofrendo fui eu, como de costume. Como meu pai já estava furioso, decidi deixá-lo ainda mais. Q
LORE — Você está me ouvindo? — Ariel perguntou me encarando e franzi a testa. Eu ouvi? — Lore? No que você está pensando? — falou.— Em nada. — eu disse. — Apenas me desliguei. Me desculpe! Pode repetir? — bocejei. Eu estava com sono, e o motivo foi ter dormido tarde porque estava conversando com Ruel quase a madrugada inteira. Marcamos de sair ontem, mas ele acabou tendo um compromisso com o pai, e basicamente foi em cima da hora, então deixamos para outro dia. Acabei tendo uma leve discussão com meu pai ontem também. Ele é incrível e sempre foi atencioso comigo, em relação a isso eu não tenho o que reclamar, mas ultimamente ele está distante. Ontem Benjamin chegou bêbado em casa, o que nunca aconteceu. Acho que a morte do Edgar o afetou mais do que eu imaginava. Acabamos dizendo coisas ruins um para o outro. Foi horrível. Nunca chegamos a esse ponto. Hoje estou um pouco desligada por causa disso. Esse desentendimento está me matando. Não somos de ficar chateado um com o outro. —
LORE— Ainda bem que chegaram. — disse Loren.— Já tem um pessoal lá dentro, mas eu disse para o Malcon que as próximas eram a gente... — Ariel comentou e assenti.Malcon era um garoto de vinte anos que cuidava da sala.Quando vimos o grupo saindo, colocamos o colete e pegamos as armas. Ariel me ajudou a ajeitá-lo no corpo, e agradeci a garota que logo sorriu. As luzes que ficavam acessas nos coletes significavam lugares onde os adversários deveriam acertar. Uma luz em cada ombro e outra no umbigo. Esses eram os locais.Apertei no gatilho da minha arma, e a cor do laser era vermelha, olhei para Ariel quando ela apertou no gatilho da sua também, e sorriu ao ver a cor da sua, estávamos juntas. Como estava ímpar, seria três contra duas. Anne, Loren e Sidney contra eu e Ariel. Todas às vezes que jogamos, só tivemos cinco derrotas.Entramos na sala, logo nos separando. Fui com a Ariel para uma isolada, aonde começaríamos o jogo. Assim que o local ficou escuro, nós abrimos a porta e começamo