— Tudo bem, gatinha! — sorriu para mim. Gatinha? Sério? — Amiga da Anne, certo? — perguntou e assenti. — Tem bebida lá na cozinha. O Stone está lá, então se sinta em casa — piscou.
— Obrigada! — forcei um sorriso.
Esforcei para que passar no meio dos adolescentes que dançavam para ir até à cozinha. Apertei a mão irritada por alguém ter pisado no meu pé e respirei fundo. Com certeza, meus dedos ficariam cheios de calos. Se eu estivesse com tênis branco, estaria puta da vida. Entrei na cozinha, onde ainda tinha algumas pessoas acumuladas, mas logo se apressaram para sair. Stone não estava mais ali como o Murphy havia dito.
Peguei dois copos e coloquei uma bebida da cor verde no meu, e também uma vodca que achei em cima da mesa. No copo da Ariel escolhi colocar enérgico e também um pouco de vodca. Dei um gole para experimentar só para conferir estar fraca, e para mim, parecia suco por falta de álcool. Já a minha estava um pouco forte, a quantidade de álcool estava na medida que gosto, mas faltava algo.
Abri a geladeira na procura do que faltava, e assim que vi cubos de gelos, notei que a bebida precisava deles. Um barulho me fez assustar e olhar para trás. O Ruel entrou na cozinha agarrado com uma loira. Peguei um dos cubos, e coloquei dois gelos em cada copo.
As mãos do garoto entraram no vestido da loira, o que me fez franzir a testa de constrangimento. Eles poderiam se pegar no quarto, né?
Do jeito que a casa é grande, acho que o que mais tem aqui são quartos, e eu não estava com vontade alguma de presenciar um pornô agora.
Os olhos do Ruel se abriram e encontraram os meus. Tentei disfarçar focando na minha bebida e engoli seco. Peguei o cubo de gelo novamente, colocando mais um em cada copo. Ruel ainda me olhava enquanto beijava a garota de cabelo loiro, o que me incomodou. Se não quer, é só não beijar. A loira se afastou do mais alto, sussurrando alguma coisa em seu ouvido, e saindo em seguida. Cocei a garganta e guardei o cubo na geladeira novamente.
— Gostou do que viu? — a voz grossa do loiro se misturou com o som da música, me fazendo olhar para ele com uma expressão tediosa.
— Não! — respondi dando de ombros, e pegando os copos com as bebidas que fiz.
— Você parecia estar gostando... — comentou pegando um cigarro na carteira que estava em seu bolso, e me olhou enquanto o acendia e levava até seus lábios
— Fumar não faz bem. — mudei de assunto. Não queria falar sobre o que ele estava fazendo.
— Beber também não. — rebateu e puxou a fumaça para dentro do seu corpo.
Ruel estava usando uma calça cheia de rasgos, e uma camisa maior que o seu tamanho. Usava um relógio de ouro em seu pulso, e algumas correntes no pescoço. Também tinha alguns piercings na orelha. Admito que ele era estiloso.
— Quer? — perguntou, e franzi a testa confusa.
— Não? — neguei o óbvio, e bebi um pouco da minha bebida, fazendo uma cara satisfatória no final.
Ruel passou a mão no cabelo, deixando-o para trás e tragou seu cigarro novamente.
— Estou indo. — eu disse passando pelo balcão.
— Embora? — soltou a fumaça presa em sua boca e me olhou.
— Por que o interesse? — parei.
— Sou curioso. — respondeu sem demora. Ele se encostou na bancada e continuou me encarando. Estava sério e os dedos ainda seguravam o cigarro que estava quase acabando. — Certeza que não quer? — estendeu.
— Eu nunca fumei, então não. — falei. Eu já estava demorando demais, a Ariel com certeza estaria muito irritada comigo. — Preciso voltar! Minha amiga está sozinha! — umedeci os lábios e olhei para frente.
— Não mesmo... — ele disse. — Vi o Cameron com ela. — pegou um copo e começou a fazer alguma bebida.
— Sério? — perguntei. — Está falando serio? — coloquei os copos novamente na mesa, e encarei o loiro. — Ela não costuma se relacionar e nem conversar com nenhum menino, mas isso não importa agora... — pressionei os lábios. Eu estava feliz por saber que a Ariel estava pelo menos conversando com um garoto. — Pelo visto, irei beber as duas. — suspirei.
— Quer sair daqui? — perguntou enquanto colocava vodca no seu copo e sacudia sua bebida.
— E ir para onde? — ri sem humor. — Por que você iria querer ir embora? Tem drogas, baseados e bebidas aqui, e até onde sei, você gosta disso. — impliquei. — Isso aqui é uma fortaleza para você! — apoiei minhas costas na parede.
— É isso o que você pensa de mim? — perguntou rindo, e logo virou o copo em sua boca.
— É isso o que todo mundo diz. — admiti dando de ombros e também bebendo minha bebida. — Na verdade, isso é só uma parte do que as pessoas dizem de você. — sentei na outra bancada, ficando de frente para ele.
— Então você anda falando de mim? — perguntou e neguei.
Infelizmente, em todo lugar do colégio, as pessoas comentam sobre ele, e é difícil fingir não ouvir, quando a maioria das pessoas fala numa altura bem acessível.
— Não. — eu disse.—- Não tenho culpa se você é o centro das atenções! — cruzei as pernas e apoiei as mãos no meu colo.
— Eu também já ouvi muitas coisas de você... — comentou.
— O que você ouviu? — perguntei de volta. Nunca os ouvi falarem de mim, e admito que após saber me deixou curiosa.
— Aceita sair comigo que falo o que ouvi de você. — ele disse. Seu sorriso era divertido e descarado. Ruel jogou a cabeça pro lado, e isso me fez rolar os olhos.
— Então é assim que consegue sair com as garotas? — perguntei. — Essa é a sua arma? — brinquei, e ele riu.
— Às vezes sim! — respondeu. — Tenho que usar tudo que tenho, não é!? — umedeceu os lábios.
— Vai me trazer de volta? — perguntei hesitante, e ele assentiu enquanto descia da bancada que estava sentado, e me ajudando a descer também.
Pedi para ele esperar, pois eu tinha que avisar as meninas que iria sair. Fui até a Ariel e vi ela conversando com o Lewis. Minha amiga estava envergonhada. Suas bochechas vermelhas e seus dedos mexiam exageradamente, e isso só acontecia quando ela ficava nervosa. Anne estava com o Shawn em algum lugar, então apenas mandei Ariel avisar para ela, e voltei para a cozinha, onde o Ruel continuava em pé acendendo outro cigarro.
Andei primeiro, enquanto empurrava delicadamente as pessoas que estavam na sala. A casa estava cheia. Senti mãos enormes segurarem minha cintura, e presumi ser do loiro, pois como ele estava atrás, tinha me segurado para que não me perdesse de vista. As meninas me olhavam com cara feia quando viu que o garoto me seguia, e não dei muito bola para isso. Assim que saímos da enorme residência, fomos até o seu carro e logo entramos. Fechei a porta, e coloquei o cinto de segurança.
— Aonde vai me levar? — perguntei enquanto me ajeitava no banco.
— Você vai ver... — disse e deu partida no carro.
Ri pelo nariz. Olhei as pessoas, e as ruas que passavam pela janela. Uma música tocava baixinho. Ruel estava me levando para algum lugar longe que comecei a me preocupar.
Para onde ele está me levando?
Encarei a estrada assim que ele parou o carro. Pressionei os lábios quando vi um campo. Eu não sei bem explicar.
Ruel desligou o veículo, pegou uma carteira de cigarros no porta-copos, um esqueiro e saiu. Abri a porta e fiz a mesma coisa. Saí e encarei o local.
— É... — cocei a garganta. — Que lugar é esse? — olhei para ele.
Meu cabelo voava por causa do vento.
— Costumo vir aqui. — respondeu ficando ao meu lado e pegando um cigarro da carteira. — Quando estou irritado.
— E você está irritado agora? — olhei para ele, e mexi no cabelo.
O loiro me olhou. Negou com um sorriso fraco nos lábios, e acendeu o isqueiro, fazendo a ponta do cigarro queimar.
— Você não cansa? — perguntei olhando para o esqueiro, e o loiro negou.
— Não. Fumar me deixa calmo! — disse. — Ultimamente ando muito estressado com várias coisas! — estalou o pescoço e me olhou. — Vamos sentar ali. - disse indo até um banquinho de madeira, e assenti.
Segui o loiro que andava em minha frente, e sentamos no banco que mesmo havia sugerido. Ele era coberto com metal, como se fosse um capô. O banco era espaçoso. O silêncio pairou no ar, e tive a iniciativa de falar algo para quebrar o gelo. Estalei a língua e abri a boca na esperança de dizer algo, mas fui cortada.
— Eu não ouvi nada sobre você. — comentou, me fazendo olhar confusa para ele.
— O quê? — perguntei.
— Eu só queria que você saísse comigo. — respondeu levantando seu rosto para me olhar, e o encarei de volta. Ele estava sentado na parte superior do banco, e eu na inferior.
— Por quê? — franzi a testa. — Você poderia me convidar como todo mundo convida, Ruel. — ele disse.
— Não sabia se você sairia comigo. — levou o cigarro novamente em seus lábios. Ele estava calmo.
— E por que eu não sairia com você? — levantei a sobrancelha.
Ele tinha razão. Talvez eu não aceitasse sair com ele. O primeiro motivo seria o Connor, e o segundo é que eu já ouvi muitas coisas sobre o Ruel.
— Sou um fodido, Lore. — disse. — Você não sairia comigo — me olhou como se ele havia falado o óbvio. O Connor também fumava e fazia as coisas dele...
— Você fala como se me conhecesse! — ri sem graça. — Ruel, eu não sou assim. Se eu tiver interessada, eu saio. E eu não me importo se você fuma ou não. A vida é sua, e eu não tenho que opinar. — falei encarando as gotas de água que começaram a cair.
O silêncio pairou novamente, e a única coisa que ouvimos foi a chuva batendo no chão. Os pingos não eram fortes, mas encharcavam qualquer pessoa que quisesse encarar.
— Você não quer mesmo — perguntou mais uma vez, e pude sentir seu olhar queimar em meu rosto.
— Eu já disse que não... — pressionei os lábios. — Por que ainda me oferece? - olhei as botas em meus pés.
— Não sei. - estendeu um cigarro em minha frente. — Sinto como se você quisesse. — me olhou. — Pode pegar! — insistiu.
— Eu nunca fumei. Não sei puxar isso! — peguei hesitante.
— Não tem problema. — murmurou. — Ensinarei a você! — ele disse pegando seu isqueiro no bolso e acendendo o cigarro que estava em minha mão.
Ruel ajeitou o rolo entre meu dedo indicador e o do meio, acendendo o mesmo em seguida. Ele me olhou, e levou o seu na boca, o tragando. Para ele era fácil, pois ele já fuma há bastante tempo.
— Agora faça a mesma coisa que fiz. — pediu me olhando e assenti.
Levei o cigarro na boca, e traguei. Eu estava prestes a sorrir quando senti uma tremenda vontade de tossir, me fazendo arregalar os olhos e acabar tossindo. A fumaça ficou presa em minha garganta. Bati no peito com outra mão, e fechei os olhos.
— É a sua primeira vez, isso é normal! — me olhou rindo. — É assim... — se aproximou. — Você dá tragadas leves. — pegou o cigarro da minha mão, e colocou na minha boca. — Agora você traga devagar e depois solta a fumaça. — disse firme.
Fiz o que ele havia mandado, e dessa vez a fumaça não ficou presa em minha garganta. Estava mais aliviada agora, mas ainda assim, ardia um pouco.
— É tão ruim assim? — perguntou esperando ansiosamente a minha resposta.
— Não... — respondi dando outra tragada, e devolvendo para o Ruel — Mas prefiro não fumar mais... — estendi a mão em sua frente
Ficamos conversando enquanto esperava a chuva passar, e pedi para que ele me levasse para casa quando deu três da manhã. Na vinda a música Black Out Days, de Phantogram, tocava, e agradeci por ele ter uma lista de músicas tão boa.
Mandei uma mensagem de texto para Anne, implorando para que ela deixasse a Ariel em casa antes dela ir para a casa do Shawn. E em seguida, mandei uma para Ariel, falando que tive que ir para casa porque não estava a fim de voltar para festa, mas que no dia seguinte, eu imploraria para que ela me contasse tudo que aconteceu com o Cameron.
Saí do seu carro, agradecendo logo em seguida, e antes que eu pudesse passar pelo portão, Ruel abriu a porta do seu lado e também saiu. Ficou em frente da mesma e me encarando.
— Obrigada por me trazer, Ruel! — fiz um gesto com a mão, e ele assentiu.
— Não está esquecendo de nada? — juntou as sobrancelhas.
— Não vou beijar você. — cruzei os braços, e arqueei uma sobrancelha.
— Não estou falando disso... — rolou os olhos de forma entediante e riu. — Seu telefone... — disse andando até a mim e me dando seu celular.
Ri por falar algo tão idiota e peguei o aparelho, logo digitando meu número e anotando, devolvendo-o em seguida. Eu estava com muita vergonha.
— Pronto! — falei. — Agora vou entrar. — eu disse me afastando.
Assim que entrei em casa, ouvi o barulho do carro indo embora, e me assustei pela velocidade. Com certeza, ficaram as marcas do pneu na estrada. Fui direto para o meu quarto, e tirei a roupa, entrando no banheiro para tomar banho e tirar o fedor de cigarro. Nunca pensei em fumar, até o Ruel me dizer que ele sentia como se eu quisesse. Mas, eu realmente queria? Bom, se eu não quisesse, eu não aceitaria de jeito nenhum.
Escovei os dentes e procurei um pijama. Coloquei meu telefone em cima da mesinha, ao lado do notebook e deitei na cama. Eram três e vinte e cinco da manhã, e agradeço por não ter exagerado na bebida. Na verdade, não sou de exagerar, pois odeio a ressaca no dia seguinte.
Perguntarei à Ariel tudo o que aconteceu, pois fiquei muito feliz quando a vi conversando com o Lewis. Só deixei porque nunca ouvi nada comprometedor dele, e eu protegeria ela de todos os homens galinhas que existem.
Ruel — Casa do Murphy hoje... — a voz alta do outro lado da linha fez com que a dor em minha cabeça piorasse. — Fala baixo, Carter... — pedi. — Filho da puta... — juntei as sobrancelhas. — Vá se foder! — disse, seu tom agora era baixo. — Se drogou de novo? Como você não cansa? Você vai acabar tendo uma overdose, porra... — me repreendeu. — Festa hoje de novo, Shawn!? — resmunguei após ignorar seu comentário. Eu havia acordado com o celular vibrando em baixo de mim. Depois de deixar Lore em casa, fui para a minha. Eu não estava a fim de festa. As coisas que venho fazendo com o Ralph estão me deixando maluco. — Sim. De novo! — respondeu meu velho amigo. Rolei os olhos e enquanto levantava da cama. Me esforcei para que o meu corpo me obedecesse. Minha cabeça estava girando, como consequência do exagerado nos comprimidos e na bebida que ingeri no quarto ontem a noite. Encarei o chão após meu pé doer devido a um dos meus isqueiros. Eu havia pisado. Peguei-o e joguei em cima do lenço
A tarde pesquisei mais sobre a Lore. Nas suas redes sociais tinham apenas três fotos suas. A primeira com suas amigas, outra em uma praia. Ela usava um jeans claro e um biquíni preto. E a última com o Connor. Lore tinha dezessete anos, atualmente solteira, mas ainda assim, sua amizade com o Connor Pierce, demonstrava algo a mais. A garota havia publicado uma foto com seus pais há segundos atrás, e decidi curtir e seguir. Orlando logo seguiu de volta. Questionei se ela sabia ou não sobre o pai ser chefe da máfia mais famosa e criminosa do país. Sua mãe era uma ótima advogada, a qual faria um disfarce perfeito para o Benjamin. Família perfeita. Não tinha como ninguém suspeitar ou achar que ele se envolveria em uma coisa assim. Ela e minha tia ficariam empatadas em questão de serem ótimas no que faziam. Meu pai foi procurado pelo Benjamin. Orlando alegou ter ouvido muitos comentários positivos sobre o trabalho do Ralph, e então ficou interessado. Entrou em contato e disse precisar ter
LOREO vento que entrava pela janela do carro, fazia meu corpo se arrepiar. Estava frio e a chuva começou a cair minutos atrás. Fraca, na verdade, mas com certeza já engrossaria em segundos. O motorista dirigia tranquilamente. Minha mãe estava ao meu lado, e meu pai no banco da frente. Estávamos indo para o funeral de Edgar. Um homem que trabalhava com meu pai na empresa. Ele sofreu um infarto.Quando acordei e desci para cozinha, onde pretendia comer alguma coisa. Vi Carla com um semblante triste. Eu estava arrumada, pois iria até a casa da Ariel para estudarmos, porém, desisti quando a mulher deu a notícia. Eu não conhecia Edgar, mas já o vi algumas vezes nos eventos e na empresa. Meu pai estava arrasado. O homem tinha uma muita consideração pelo Edgar. O falecido era praticamente como se fosse da família para ele.Quando o carro parou, descemos e entramos no cemitério. A chuva começou a engrossar, e por sorte, lembrei de pegar o guarda-chuva. Quando nos aproximamos da família Miles
LOREDepois de tanta insistência, Ruel aceitou jogar e assim que levantamos, um casal pediu para participar. Por mim, estava tudo bem, mas o loiro chato resmungou incomodado. O namorado acabou fazendo um strike na primeira arremessada, fazendo sua namorada de cabelo loiro aplaudir e sorrir.Era a vez do Vincent. Ele colocou cuidadosamente o dedo do meio e o anelar nos buracos da bola, e se preparou para arremessar, também fazendo um strike. Seus dedos se movimentavam em perfeita sincronia e engoli seco, sentindo meu rosto queimar. Ele me olhou, e um sorriso quase impercebível surgiu. Sorri de volta e me levantei.Era a vez da Fefe. Quando ela arremessou, quase todos os pinos caíram, exceto dois, fazendo-a arremessar de novo, e ter o mesmo resultado. A garota cresceu o bico irritada, e cruzou os braços. Esta estava decepcionada com si mesma. Seu namorado a acalmou, e disse que na próxima, a garota conseguiria.Era a minha vez. Ajeitei meus dedos na bola, e me posicionei, sem dobrar o c
Contém Gatilho. RUEL Eu estava sentado sozinho no sofá da casa da minha avó, enquanto Ralph e seu irmão conversavam sobre seus assuntos sérios na área externa da casa, fora do cômodo. Já Kate, minha mãe, estava no jardim com a esposa do meu tio e minha progenitora. Clary, mãe do meu pai, nos convidou para virmos almoçar em família hoje, alegando que nunca mais viemos nesses almoços, e ela estava certa. Como os trabalhos do Ralph aumentaram, ele acabou esquecendo muitas coisas, e inclusive, almoçar com a família Evans era uma delas. Isso está fazendo com que o velho fique mais estressado que o normal. Ontem, quando acabei de acordar, o Ralph já estava estressado. O capanga do Benjamin abriu a boca, e falou que ele fazia apenas o que o seu chefe mandava. E o seu último ato feito foi sequestrar uma garota para chantagear o pai, o qual estava devendo uma boa grama pro Orlando, e quem acabou sofrendo fui eu, como de costume. Como meu pai já estava furioso, decidi deixá-lo ainda mais. Q
LORE — Você está me ouvindo? — Ariel perguntou me encarando e franzi a testa. Eu ouvi? — Lore? No que você está pensando? — falou.— Em nada. — eu disse. — Apenas me desliguei. Me desculpe! Pode repetir? — bocejei. Eu estava com sono, e o motivo foi ter dormido tarde porque estava conversando com Ruel quase a madrugada inteira. Marcamos de sair ontem, mas ele acabou tendo um compromisso com o pai, e basicamente foi em cima da hora, então deixamos para outro dia. Acabei tendo uma leve discussão com meu pai ontem também. Ele é incrível e sempre foi atencioso comigo, em relação a isso eu não tenho o que reclamar, mas ultimamente ele está distante. Ontem Benjamin chegou bêbado em casa, o que nunca aconteceu. Acho que a morte do Edgar o afetou mais do que eu imaginava. Acabamos dizendo coisas ruins um para o outro. Foi horrível. Nunca chegamos a esse ponto. Hoje estou um pouco desligada por causa disso. Esse desentendimento está me matando. Não somos de ficar chateado um com o outro. —
LORE— Ainda bem que chegaram. — disse Loren.— Já tem um pessoal lá dentro, mas eu disse para o Malcon que as próximas eram a gente... — Ariel comentou e assenti.Malcon era um garoto de vinte anos que cuidava da sala.Quando vimos o grupo saindo, colocamos o colete e pegamos as armas. Ariel me ajudou a ajeitá-lo no corpo, e agradeci a garota que logo sorriu. As luzes que ficavam acessas nos coletes significavam lugares onde os adversários deveriam acertar. Uma luz em cada ombro e outra no umbigo. Esses eram os locais.Apertei no gatilho da minha arma, e a cor do laser era vermelha, olhei para Ariel quando ela apertou no gatilho da sua também, e sorriu ao ver a cor da sua, estávamos juntas. Como estava ímpar, seria três contra duas. Anne, Loren e Sidney contra eu e Ariel. Todas às vezes que jogamos, só tivemos cinco derrotas.Entramos na sala, logo nos separando. Fui com a Ariel para uma isolada, aonde começaríamos o jogo. Assim que o local ficou escuro, nós abrimos a porta e começamo
Contém Gatilho:RUELBenjamin estava sentado ao lado de um amigo, o qual ele mesmo havia dito que estava te devendo uma boa grana. Meu pai o acompanhou, já que o seu chefe ordenou isso, e por consequência de ter decidido faltar no colégio, Ralph me trouxe junto, alegando que eu precisava ver de perto quem era o homem podre para quem ele estava trabalhando.E eu sabia que era para acelerar o que ele tinha me pedido, ou seja, as informações que preciso recolher da Lore para fazer com o que seu pai seja punido e pague pelo que fez e anda fazendo. O vice-chefe da máfia, o melhor amigo de Benjamim, o acusou de ter matado o antigo conselheiro por descobrir coisas mais do que ilegais do Orlando, e a missão passada para mim pelo meu pai, foi conseguir informações que nos diga onde está esse dossiê.Acredito que Lore não suspeita de nada. Não é possível que uma pessoa saiba que sua família é envolvida com a máfia e ainda conseguir ser como ela é. Alegre, sem preocupações ou até receio de ser se