Eu fui para despensa, que estava recheada com muitas coisas boas, provavelmente, abastecida recentemente, esperando a chegada dos donos da casa. Peguei patê francês, torradas, azeitonas gregas, coração de alcachofras e macarrones e biscoitos suíços. “Esses caras vivem bem”, pensei, enquanto fazia a limpa, coloquei tudo na mesa da cozinha e ainda algumas garrafas de água de uma marca bastante cara. Ouvia Gabriel vasculhar a casa, até o momento que ele retornou, com um monte de notas de euro na mão.
- Olhe só o que eu achei! – declarou feliz, me mostrando o dinheiro.
- Vamos precisar de tudo isso? – indaguei me sentindo mal com isso.
- Tem muito mais de onde eu tirei isso, eles devem esconder uma parte do dinheiro deles aqui – ele me explicou, mas ainda não justificava o que estávamos fazendo.
- Não se preocupe, Diana, eles não senti
- Porque eu quero saber. Também, não entendo como todos nós nos entendemos mesmo tendo origens diferentes? – Continuei. - Isso é fácil, pois a maioria de nós fala muitas línguas, tivemos muito tempo para aprendê-las.- Onde estamos? – Perguntei, olhando a linda paisagem pela janela.- Toscana. – Ele respondeu, sem tirar os olhos da estrada.- Sempre quis conhecer este lugar e, agora, aqui estou como uma ladra fugitiva. – Disse, desanimada, - Não seja dramática. Você já este aqui antes e eu também. Já vi várias vezes estes campos, algumas vezes, destruídos e queimados, cobertos de cadáveres. – Falou, pragmático.- Quem está sendo dramático agora? – Perguntei, sarcástica. - Além disso, eu não me lembro de nada disso. – Ele, apenas, sorriu para mim.- Ac
- Eu falei que isso não seria problema. – Então, ele foi até uma mesa e abriu uma gaveta, retirando dela uma caixa, trazendo à para mim, colocando a em cima da mesa de centro. Fiquei surpresa, quando ele abriu a caixa, havia vários passaportes de diversas cores. Ele pegou um de capa vermelha, da República Italiana.- Esse deve servi. - Abriu e leu o nome. – Sophia Scaleno. Você será Sophia Scaleno. – Olhei a foto intrigada, a mulher não parecia nada comigo, pois era morena, com os cabelos lisos e negros e olhos castanhos.- Mas, ela não se parece nada comigo, Gabriel. – Disse, surpresa, como ele achava que poderia enganar alguém deste jeito.- Olhe de novo. – Falou, sorrindo, fiz o que pediu e a foto que estava no passaporte agora, era a minha e eu ainda me surpreendia com aquilo.
— Você precisa de roupas novas – disse Gabriel, quando arrumava uma pequena bagagem.— Você não vai querer que eu use as roupas das suas amigas, também – retruquei um tanto irritada, ele olhou para mim, divertido.— Não precisa ficar com ciúmes delas, elas só me ajudaram a superar a solidão desses milênios, enquanto eu buscava por você. – E me olhou como um cachorrinho perdido, tive que rir. Ele era um manipulador. — Vamos fazer compras, ainda temos tempo. – Eu ainda não conseguia me acostumar com aquele estilo de vida, em um momento estavam lutando, sendo sequestrado ou fugindo, e logo depois conversando, prosaicamente, sobre carros ou comidas ou fazer compras.Gabriel me levou a algumas das lojas mais descoladas de Roma, comprou o que gostava sem piscar, já estávamos c
O interior do avião começou a se encher de fumaça, não dava para ver quase nada, ouvíamos o barulho das sirenes dos carros de bombeiros que se aproximavam, alguém abriu a porta, neste momento, senti meu cinto de segurança ser aberto e me erguer do assento, depois, entrei em um turbilhão, sem entender o que estava acontecendo.Quando dou por mim, outra vez, estou deitada em algum lugar no meio da lama completamente encharcada e suja, o meu lado estava Gabriel em igual estado, ele respirava ofegante, limpando o rosto da água que dificultava sua visão.— Como você me encontrou? – perguntei, tirando meu cabelo enlameado do rosto.— Quando voltei para o saguão e vi que você havia sumido, pressenti que tinha o dedo de Salvatore, achei que a levariam o mais rápido possível de volta para It&a
— Vão descansar um pouco para repor as energias! – Kira ordenou, nos expulsando da sala, achei uma boa proposta.No meu quarto, encontrei uma fina túnica branca de algodão, provavelmente posta lá para eu dormir, a cama também estava cuidadosamente arrumada, então só me restava trocar de roupa e deitar. Contudo, apesar de estar muito cansada e me sentir confortável, não conseguia dormir, rolando de um lado para outro, sabia que meu problema era a falta de Gabriel, fechei os olhos, tentando descansar, quando senti uma leve brisa inflando a minha coberta e depois percebi um corpo ao meu lado, não precisei abrir os olhos.— Sua mãe não é conservadora? – perguntei com sarcasmo a Gabriel deitado junto a mim— Sim, mas não conseguia dormir sem você – Gabriel respondeu, então me aproximei dele e me aconchegando no seu peito,
QUE AS ESTRELAS GUIEM OS NOSSOS CAMINHOS.Quando a cena se desfez e água se tornou transparente outra vez, ficamos por certo tempo em silêncio, até eu levantar o rosto e olhar a minha volta, nesse momento, eu soube que era a única, que não sabia o que significava aquilo, me sentindo traída.— Helena conseguiu! – Kira exclamou, orgulhosa, quebrando o silêncio.— Vocês sabiam? – perguntei, ainda em dúvida, mas os olhares de culpa me atingiram com flechas.— Diana, vamos conversar! – Gabriel me puxou, suavemente, pela mão, me levou para o pátio de entrada. – Desculpe-nos, Diana, mas não podíamos contar a você. Estamos preparando este resgate há muito tempos, desde que soubemos da exposição no seu museu, por isso implantamos Helena
— É bom ter você outra vez conosco, Diana, de volta a família. – Fiquei surpresa com aquele comentário.— Por acaso, você é um dos meus irmãos?Imediatamente, lembrei-me da minha conversa com Hélio, na casa de Salvatore. Hermes deu uma gargalha, jogando a cabeça para trás.— Não, Diana, felizmente, não sou seu irmão, pois, com certeza, isso seria um problema para mim. – Ele não precisava explicar o que queria dizer com isso, era uma cantada, mas eu não estava muito a fim daquele papo.Jane e Hermes conversaram como velhos amigos, falaram sobre amenidades e citaram muitos nomes, que eu não sabia quem eram, depois ele levantou-se, dizendo:— Bem, foi muito bom jantar com vocês, mas infelizmente, alguém tem
Por fim, minha mãe me contou tudo sobre a doença do meu pai, como não havia nada a fazer e a única coisa que podíamos fazer para ajudá-lo era deixá-lo o mais confortável possível. Sentia meu coração pesar tamanha a minha dor, por isso queria ficar com meus pais, mais tempo possível, então passei o dia junto deles, quase me sentindo normal outra vez, essa sensação me acalmou um pouco minha alma, mas no dia seguinte, eu precisaria agir, já que tudo a minha volta estava diferente, meu mundo se transformou.Nessa mesma noite, sonhei que eu e Gabriel estávamos no quarto da pousada na Toscana, onde passamos a noite juntos, depois de fugirmos da casa de Salvatore, quando achei que eu era realmente importante para ele, não um mero peão de um mirabolante e milenar jogo de xadrez.— Diana, esse &ea