— Esse é Aslan – Gabriel me apresentou, o rapaz que fez um rápido movimento de cabeça e não disse nada, meu sorriso se congelou no rosto.
— O carro nos espera, senhor – Aslan anunciou.
— Aslan não é o nome do leão daquele livro? — questionei lembrando-me do clássico inglês.
— Aslan quer dizer Leão em turco.
O carro era um sedan preto de luxo de uma marca alemã famosa, dentro havia um motorista já aposto, eu e Gabriel sentamos no banco de trás e Aslan, sentou se no banco vazio à frente.
— Nosso motorista se chama Kadir – Gabriel me apresentou e ao contrário de Aslan, Kadir foi bem simpático.
— Vamos ficar com a sua mãe? – perguntei, receosa, pois não t
Acordei em um lugar mergulhado na escuridão, deitada em um chão terra duro, sentia muito frio e o ar estagnado, meus braços e pernas estavam amarrados em uma posição desconfortável, algo duro machucava meu quadril, minha cabeça latejava e minha garganta arranhava de tão seca. Não enxergar nada a minha frente, a não ser o breu, lutei contra as cordas que me prendia, mas ela parecia que se apertavam mais a cada tentativa de afrouxá-las, machucando meus punhos já doloridos. Não sabia o que fazer, receava que meus sequestradores descobrissem que eu acordei, caso gritasse e me fizesse dormir outra vez, contudo, outra pessoa poderia me ouvir e me ajudar, estava dividida nesse dilema, quando notei a presença de alguém, forcei meus olhos tentando ver onde estaria, mas não precisei de grande esforço, pois logo pude ver uma figura de forma humana, porém
— Gabriel, aqui é Diana.— Diana, estávamos procurando por você! Onde você está? – Gabriel perguntou, ansioso.— Não sei, estava presa em uma cidade subterrânea, mas consegui fugir.— Qual delas?— Não sei, eu estou em uma casa de chá, na rua principal da cidade, mas ainda não sei qual é o nome da cidade. – Assim, olhei em volta procurando por um nome até achar um folheto esquecido no balcão. – Derinkuyu. Acho que é esse o lugar.— Não saía daí, estarei aí o mais rápido possível – recomendou— Está bem! Eu ficarei aqui. – Desligamos.— Senhor, não tenho dinheiro, mas gostaria de um chá. – Não gostava de me aproveitar das pessoas, contudo era um caso de necessidade, eu precisava de algo para
A senhora inglesa adormeceu, por isso tive um pequeno espaço de tempo para pôr minhas ideias em ordem, a primeira providência seria arranjar um lugar para me esconder, em seguir, tentar em contato com Gabriel e informá-lo onde estou.A viagem até o hotel foi bem mais rápida do que eu esperava, fiquei um pouco mais ali sentada, esperando todos os turistas descerem do ônibus, o que demorou um pouco até pegarem todas as lembrancinhas, que tinham comprado naquele dia, comentavam a viagem e combinavam o jantar. Sai, lentamente, no final do grupo, tentando não ser notada pelo guia ou pelo motorista, mantendo minha cabeça baixa a maior parte do tempo, quando todo mundo havia subido para os quartos, me aproximei do balcão da recepção, um rapaz veio me perguntar se precisa de ajuda.— Preciso de um quarto – falei, segurando meu pingent
— Então, já se lembra quem você é?— Não, mas há algo nesse lugar que me parece familiar – respondeu pensativo, como se conseguisse lembrar de alguma coisa.— Você já percebeu como está mudando?Ele olhou para as suas mãos, admirando-as.— Sim, parece que estou voltando a ser quem eu era. Lembro-me de alguns pequenos pedaços, fragmentos, tenho visões de uma cidade de mármore branco com fontes e estátuas, uma biblioteca com vários papiros e pergaminhos. Ainda existem pergaminhos e papiros?— Não, os livros são em papel ou virtuais – respondi, achando graça na pergunta.— O que é virtual? – Havia muito para ele aprender dois mil anos de história e evol
— Nós iremos nisso?! – indaguei, atônita ao ver o carro enorme antigo na minha frente, que Utu acabava de me mostrar, que tirou de uma caverna.— Evidente que iremos! Este é um Chrysler 300 c de 1957, na cor vermelho cereja brilhante, rabo-de-peixe, conversível, todo original, uma raridade. Lindo! – Utu falava, olhando para carro com se olhasse para a mulher amada.— Sim, lindo, mas, ele não é um pouco antigo. Ele aguentará a viagem?— Evidente que sim, é muito veloz, principalmente, depois das melhorias que eu adicionei a ele – explicou e eu sabia que o carro havia sido encantado, por isso, faríamos a viagem muito mais rápido que em um carro normal.De repente, no silêncio daquela imensidão vazia onde nos encontrávamos, ouvimos um som muito forte e ame
— Você ficou molenga? Perdeu a coragem, Diana? – Calisto me provocava.— Pare com isso, Calisto! Isso foi há mais de dois mil anos! Tudo mudou, o mundo mudou! – Eu tentava dissuadila.— Não posso esquecer uma traição! – Ela era feroz, tive que começar a atacá-la, mas já estava ficando cansada, então, me lembrei um pequeno truque que me irmão Hélio fazia quando treinávamos, acreditei que conseguiria e desapareci. Ela não esperava por isso, ficou tonta, me procurando, eu aproveitei para derrubá-la e fugir, me escondendo atrás de algumas pedras mais adiante.— Ache-a! – Utu ordenou para a pequena luz que sai me procurando, porém, felizmente, haviam muitos lugares e pedras onde podia me esconder, até achar uma saída.
— Você está bem?— Sim, estou. Mas ,como me encontrou?— Quando chegamos a Goreme e você havia sumido, desconfie que houvesse um traidor entre nós, pois notei que eles sempre chegavam na nossa frente, então comecei a observar. Também, pedi Aslan para rastreá-la, ele quase conseguiu alcançá-la na estrada, mas descobrimos que Utu estava atrás de tudo isso.— Ele não concordava com a nossa união.— Muitos do meu povo e do seu não concordam – prosseguiu – Notei que Kadir não queria que viéssemos para Éfeso, por isso, suspeitei dele, mas ele conseguiu escapar e vir para aqui. E nós também viemos, Aslan usou o olfato para encontrar você e nos avisou onde estavam, quando rugiu.— Ele me ajudou muito! E as abelhas também?— Que abelhas? Eu não sei de abel
“- Não acredito em nada disso! – Digo a minha amiga Helena, que insiste em colocar cartas de Tarô para mim, já que está fazendo um curso e quer treinar comigo.- Vamos, Diana, se você não acredita, pense na diversão. – Ela insistiu.- Está bem! Vamos lá. – Desisto, resignada, então ela me entrega o baralho de cartas grandes. - Embaralhe e corte com a mão esquerda, junte as cartas e faça isso pensando em uma pergunta. – Ordena, então, eu obedeci.Depois, Helena arrumou algumas das cartas, cuidadosamente, com as figuras voltadas para baixo, em duas fileiras paralelas de cartas e começou a virar uma de cada vez. ”Assim começa a minha história:Meu nome é Diana e sempre me considerei uma pessoa estranha, me sentia diferente, me achando inadequada para esse mundo, pois não tenho f&