A senhora inglesa adormeceu, por isso tive um pequeno espaço de tempo para pôr minhas ideias em ordem, a primeira providência seria arranjar um lugar para me esconder, em seguir, tentar em contato com Gabriel e informá-lo onde estou.
A viagem até o hotel foi bem mais rápida do que eu esperava, fiquei um pouco mais ali sentada, esperando todos os turistas descerem do ônibus, o que demorou um pouco até pegarem todas as lembrancinhas, que tinham comprado naquele dia, comentavam a viagem e combinavam o jantar. Sai, lentamente, no final do grupo, tentando não ser notada pelo guia ou pelo motorista, mantendo minha cabeça baixa a maior parte do tempo, quando todo mundo havia subido para os quartos, me aproximei do balcão da recepção, um rapaz veio me perguntar se precisa de ajuda.
— Preciso de um quarto – falei, segurando meu pingent
— Então, já se lembra quem você é?— Não, mas há algo nesse lugar que me parece familiar – respondeu pensativo, como se conseguisse lembrar de alguma coisa.— Você já percebeu como está mudando?Ele olhou para as suas mãos, admirando-as.— Sim, parece que estou voltando a ser quem eu era. Lembro-me de alguns pequenos pedaços, fragmentos, tenho visões de uma cidade de mármore branco com fontes e estátuas, uma biblioteca com vários papiros e pergaminhos. Ainda existem pergaminhos e papiros?— Não, os livros são em papel ou virtuais – respondi, achando graça na pergunta.— O que é virtual? – Havia muito para ele aprender dois mil anos de história e evol
— Nós iremos nisso?! – indaguei, atônita ao ver o carro enorme antigo na minha frente, que Utu acabava de me mostrar, que tirou de uma caverna.— Evidente que iremos! Este é um Chrysler 300 c de 1957, na cor vermelho cereja brilhante, rabo-de-peixe, conversível, todo original, uma raridade. Lindo! – Utu falava, olhando para carro com se olhasse para a mulher amada.— Sim, lindo, mas, ele não é um pouco antigo. Ele aguentará a viagem?— Evidente que sim, é muito veloz, principalmente, depois das melhorias que eu adicionei a ele – explicou e eu sabia que o carro havia sido encantado, por isso, faríamos a viagem muito mais rápido que em um carro normal.De repente, no silêncio daquela imensidão vazia onde nos encontrávamos, ouvimos um som muito forte e ame
— Você ficou molenga? Perdeu a coragem, Diana? – Calisto me provocava.— Pare com isso, Calisto! Isso foi há mais de dois mil anos! Tudo mudou, o mundo mudou! – Eu tentava dissuadila.— Não posso esquecer uma traição! – Ela era feroz, tive que começar a atacá-la, mas já estava ficando cansada, então, me lembrei um pequeno truque que me irmão Hélio fazia quando treinávamos, acreditei que conseguiria e desapareci. Ela não esperava por isso, ficou tonta, me procurando, eu aproveitei para derrubá-la e fugir, me escondendo atrás de algumas pedras mais adiante.— Ache-a! – Utu ordenou para a pequena luz que sai me procurando, porém, felizmente, haviam muitos lugares e pedras onde podia me esconder, até achar uma saída.
— Você está bem?— Sim, estou. Mas ,como me encontrou?— Quando chegamos a Goreme e você havia sumido, desconfie que houvesse um traidor entre nós, pois notei que eles sempre chegavam na nossa frente, então comecei a observar. Também, pedi Aslan para rastreá-la, ele quase conseguiu alcançá-la na estrada, mas descobrimos que Utu estava atrás de tudo isso.— Ele não concordava com a nossa união.— Muitos do meu povo e do seu não concordam – prosseguiu – Notei que Kadir não queria que viéssemos para Éfeso, por isso, suspeitei dele, mas ele conseguiu escapar e vir para aqui. E nós também viemos, Aslan usou o olfato para encontrar você e nos avisou onde estavam, quando rugiu.— Ele me ajudou muito! E as abelhas também?— Que abelhas? Eu não sei de abel
“- Não acredito em nada disso! – Digo a minha amiga Helena, que insiste em colocar cartas de Tarô para mim, já que está fazendo um curso e quer treinar comigo.- Vamos, Diana, se você não acredita, pense na diversão. – Ela insistiu.- Está bem! Vamos lá. – Desisto, resignada, então ela me entrega o baralho de cartas grandes. - Embaralhe e corte com a mão esquerda, junte as cartas e faça isso pensando em uma pergunta. – Ordena, então, eu obedeci.Depois, Helena arrumou algumas das cartas, cuidadosamente, com as figuras voltadas para baixo, em duas fileiras paralelas de cartas e começou a virar uma de cada vez. ”Assim começa a minha história:Meu nome é Diana e sempre me considerei uma pessoa estranha, me sentia diferente, me achando inadequada para esse mundo, pois não tenho f&
Dificilmente, Suzana se esqueceria de algo, era uma mulher dinâmica e bem-conceituada no ramo, apesar de ser uma bela morena, por volta dos 40 anos, nunca se casou, dedicando-se primordialmente a sua profissão. Ela tinha batalhado muito para montar essa exposição, trazendo peças de outros museus e a peça principal, que seria uma estátua representando um deus dourado, enfeitado com várias peças semipreciosas, com aproximadamente dois mil anos de idade. Seu seguro custou uma fortuna, tiveram que conseguir patrocínio de várias empresas para cobri-lo e a sua chegada dele seria um verdadeiro evento. Uma sala particularmente projetada para recebê-lo, recriava um templo antigo, com colunas e pintura especial, além uma iluminação, exclusivamente, projetada para realçar cada detalhe dela, que imitando piras de fogo, além de, um sistema de segurança excepcional. Junto co
Quando chegamos, o restaurante estava muito mais cheio do que de costume, mas, felizmente, conseguimos uma mesa de quatro lugares.- Eu nunca vi esse lugar tão cheio assim como hoje. – Comentou Celina, no momento que sentávamos e começávamos a comer e a fofocar, quando ele chegou.- Posso me sentar com vocês? O restaurante está lotado. – Ouvimos aquela grave voz masculina perguntar.As três olharam em direção da origem dela e demoramos um pouco para conseguir responder, pois paramos de pensar por um segundo, porque na nossa frente, estava um dos mais belos exemplares do gênero masculino da espécie humana. Alto, moreno, cabelos lisos e negros e olhos escuros e profundos, nariz um pouco adunco, com um ar oriental, mas que combinava com seu traços fortes e queixo quadrado, para completar vestia uma jaqueta de couro preta, jeans levemente apertado e camiseta branca, sugerind
Às sete e trinta, estava toda arrumada, vestido preto, salto alto e com meus cabelos soltos e usando meu colar de turquesa, que minha mãe havia me dado de presente, era uma relíquia de família, esperava por Helena do lado de fora de uma grande livraria, onde ocorreria a noite de autografo, que por ser um evento reservado para alguns convidados especiais e amigos do famoso autor, a entrada só era permitida com a apresentação de convite. Helena já estava meia hora atrasada, tentei telefonar e caiu na caixa-postal, estava distraída, deixando um recado, quando senti alguém se aproximar pelas minhas costas, não precisei virar-me para saber quem era, pois reconheci imediatamente o perfume.- Você veio! –Gabriel exclamou com satisfação, olhei para trás e lá está ele, lindo, com seu resplandecente sorriso branco.- Sim, mas estou esperando minha amiga. El