— Você precisa de roupas novas – disse Gabriel, quando arrumava uma pequena bagagem.
— Você não vai querer que eu use as roupas das suas amigas, também – retruquei um tanto irritada, ele olhou para mim, divertido.
— Não precisa ficar com ciúmes delas, elas só me ajudaram a superar a solidão desses milênios, enquanto eu buscava por você. – E me olhou como um cachorrinho perdido, tive que rir. Ele era um manipulador. — Vamos fazer compras, ainda temos tempo. – Eu ainda não conseguia me acostumar com aquele estilo de vida, em um momento estavam lutando, sendo sequestrado ou fugindo, e logo depois conversando, prosaicamente, sobre carros ou comidas ou fazer compras.
Gabriel me levou a algumas das lojas mais descoladas de Roma, comprou o que gostava sem piscar, já estávamos c
O interior do avião começou a se encher de fumaça, não dava para ver quase nada, ouvíamos o barulho das sirenes dos carros de bombeiros que se aproximavam, alguém abriu a porta, neste momento, senti meu cinto de segurança ser aberto e me erguer do assento, depois, entrei em um turbilhão, sem entender o que estava acontecendo.Quando dou por mim, outra vez, estou deitada em algum lugar no meio da lama completamente encharcada e suja, o meu lado estava Gabriel em igual estado, ele respirava ofegante, limpando o rosto da água que dificultava sua visão.— Como você me encontrou? – perguntei, tirando meu cabelo enlameado do rosto.— Quando voltei para o saguão e vi que você havia sumido, pressenti que tinha o dedo de Salvatore, achei que a levariam o mais rápido possível de volta para It&a
— Vão descansar um pouco para repor as energias! – Kira ordenou, nos expulsando da sala, achei uma boa proposta.No meu quarto, encontrei uma fina túnica branca de algodão, provavelmente posta lá para eu dormir, a cama também estava cuidadosamente arrumada, então só me restava trocar de roupa e deitar. Contudo, apesar de estar muito cansada e me sentir confortável, não conseguia dormir, rolando de um lado para outro, sabia que meu problema era a falta de Gabriel, fechei os olhos, tentando descansar, quando senti uma leve brisa inflando a minha coberta e depois percebi um corpo ao meu lado, não precisei abrir os olhos.— Sua mãe não é conservadora? – perguntei com sarcasmo a Gabriel deitado junto a mim— Sim, mas não conseguia dormir sem você – Gabriel respondeu, então me aproximei dele e me aconchegando no seu peito,
QUE AS ESTRELAS GUIEM OS NOSSOS CAMINHOS.Quando a cena se desfez e água se tornou transparente outra vez, ficamos por certo tempo em silêncio, até eu levantar o rosto e olhar a minha volta, nesse momento, eu soube que era a única, que não sabia o que significava aquilo, me sentindo traída.— Helena conseguiu! – Kira exclamou, orgulhosa, quebrando o silêncio.— Vocês sabiam? – perguntei, ainda em dúvida, mas os olhares de culpa me atingiram com flechas.— Diana, vamos conversar! – Gabriel me puxou, suavemente, pela mão, me levou para o pátio de entrada. – Desculpe-nos, Diana, mas não podíamos contar a você. Estamos preparando este resgate há muito tempos, desde que soubemos da exposição no seu museu, por isso implantamos Helena
— É bom ter você outra vez conosco, Diana, de volta a família. – Fiquei surpresa com aquele comentário.— Por acaso, você é um dos meus irmãos?Imediatamente, lembrei-me da minha conversa com Hélio, na casa de Salvatore. Hermes deu uma gargalha, jogando a cabeça para trás.— Não, Diana, felizmente, não sou seu irmão, pois, com certeza, isso seria um problema para mim. – Ele não precisava explicar o que queria dizer com isso, era uma cantada, mas eu não estava muito a fim daquele papo.Jane e Hermes conversaram como velhos amigos, falaram sobre amenidades e citaram muitos nomes, que eu não sabia quem eram, depois ele levantou-se, dizendo:— Bem, foi muito bom jantar com vocês, mas infelizmente, alguém tem
Por fim, minha mãe me contou tudo sobre a doença do meu pai, como não havia nada a fazer e a única coisa que podíamos fazer para ajudá-lo era deixá-lo o mais confortável possível. Sentia meu coração pesar tamanha a minha dor, por isso queria ficar com meus pais, mais tempo possível, então passei o dia junto deles, quase me sentindo normal outra vez, essa sensação me acalmou um pouco minha alma, mas no dia seguinte, eu precisaria agir, já que tudo a minha volta estava diferente, meu mundo se transformou.Nessa mesma noite, sonhei que eu e Gabriel estávamos no quarto da pousada na Toscana, onde passamos a noite juntos, depois de fugirmos da casa de Salvatore, quando achei que eu era realmente importante para ele, não um mero peão de um mirabolante e milenar jogo de xadrez.— Diana, esse &ea
— E os guardas estão mortos?— Não, mas estão muito fracos, pois energia deles foi toda retirada. Alguém como muito poder fez isso a eles.Ao cair da tarde, ao voltar para casa, de metrô, notei que alguém me observava, olhei em volta procurando e meus olhos se encontraram com os de uma mulher, que me fitava com raiva, lembrei me que já a conhecia do dia em que toda aquela história começou, desconfiava que seria uma das nossas que havia perdido a razão e andava por aí, causando problemas para os mortais.Não desviei me olhar, mas ela continuou me encarando com ódio, seus olhos se tornaram negros e fomos sacudidos por um forte freada do trem, que chegou a derrubar algumas pessoas, porém, felizmente, cheguei a minha estação e desembarquei rapidamente, sem olhar para trás, n&atil
No dia seguinte, às sete horas da noite, Hermes apareceu, belo, sorridente e simpático, como eu esperaria, em carro esportivo alemão caro e veloz, a sua volta havia uma aura de alegria e harmonia, fazendo me sentir bem em sua presença.— É este seu dom? Fazer as pessoas se sentirei bem? – perguntei, assim que entramos no carro.— Um deles – brincou, com seu sorriso irradiante.— Para onde vamos?— Surpresa! – Ele me dá um sorriso enigmático, estranhamente, não me preocupei, encostei minha cabeça no banco do carro e o deixei me levar para um destino desconhecido.No entanto, o que eu não sabia era que nas sombras atrás de nós, Gabriel observa toda a cena e ao nos ver partir, seus olhos tornaram-se mais escuros.&mda
Para quem vive para sempre, aquele povo era bem apressado, eu pensei.Meu pai foi enterrado no fim daquela tarde, em uma bela cerimônia e, como Jane havia prometido, não me preocupei com nada. Grande parte da pessoa que trabalhavam comigo no museu compareceram, incluindo minha meia irmã Cassandra, além da família e vários alunos, pois meu pai havia sido um professor bem-conceituado. Jane e Hélio não foram, mas mandaram lindas coroas de flores. Mas, para minha surpresa, Hermes apareceu também, e, apesar do momento, minhas primas ficaram alvoraçadas ao conhecê-lo, porém o que elas não percebiam era o clima de tranquilidade que sua presença causava. Também, foi ele que nos deixou em casa, depois da cerimônia.— Não sei com lhe agradecer – disse-lhe com sinceridade, ao me despedir, enquanto saía